Aviso para candidaturas a financiamento comunitário para prevenção e combate ao racismo, xenofobia, homofobia e outras formas de intolerância Programa Direitos, Igualdade e Cidadania (2014-2020) (JUST/2015/RRAC/AG) I. Introdução Este aviso baseia-se no programa anual para 2015 1 do Programa Direitos, Igualdade e Cidadania - Programa REC 2. Destina-se a cofinanciar projetos transnacionais com o objetivo específico de prevenção e combate ao racismo, xenofobia, homofobia e outras formas de intolerância. Estes projetos devem ter como objetivo produzir resultados com valor acrescentado para a UE. II. Prioridades e atividades a ser financiadas A proposta no âmbito deste convite incidirá sobre as prioridades abaixo descritas: 1. Melhores práticas para prevenir e combater o racismo, xenofobia, homofobia e outras formas de intolerância (BEST); 2. Formação e fortalecimento das capacidades para reforçar o sistema penal dos crimes de ódio e discurso de ódio (TRAI); 3. Capacitar e apoiar as vítimas de crimes de ódio e discurso ao ódio (VICT). As propostas devem complementar os esforços da UE na prevenção e combate ao racismo, xenofobia, homofobia e outras formas de intolerância. 1 Decisão de Execução da Comissão de 30 de março de 2015, respeitante à adoção do programa de financiamento para 2015, para a implementação do Programa Direitos, Igualdade e Cidadania C (2015) 1996. 2 Regulamento nº 1381 /2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013, estabelecendo o Programa Direitos, Igualdade e Cidadania para o período 2014-2020 OJ L 354, 28.12.2013. p.62. 1
1. Melhores práticas para prevenir e combater o racismo, xenofobia, homofobia e outras formas de intolerância (BEST) Definição As propostas apresentadas no âmbito desta prioridade devem centrar-se na partilha e troca das melhores práticas para prevenção e combate ao racismo, xenofobia, antissemitismo, ódio contra os muçulmanos, intolerância contra os cristãos, homofobia, transfobia e outras formas de intolerância, em particular, mas não limitadas, aos crimes de ódio e discurso ao ódio. As propostas devem incidir sobre a partilha e troca de boas práticas nas seguintes áreas: A luta contra o discurso de ódio, crime de ódio e outras formas de intolerância, através de medidas preventivas, sobretudo através do desenvolvimento de contra narrativas e outras atividades destinadas a influenciar a opinião pública e promover a tolerância e o respeito mútuo (por exemplo, atividades educativas e de formação, nomeadamente para a juventude, códigos de ética para os média e políticos, ações da comunidade, reforço da sensibilização, entre outros). São de particular interesse, as iniciativas que abordem o impacto de comportamentos extremistas, radicais ou ceticismo, espalhando conceitos de narrativa populista e atitudes negativas em relação a membros de determinados grupos nacionais, étnicos ou religiosos; Reforçar o sentimento de segurança de certas comunidades ou setores da população vulneráveis ao discurso de ódio e crimes de ódio através de medidas não relacionadas com segurança, tais como ações de sensibilização, campanhas, ações da comunidade e diálogo inter-religioso; Contribuir para uma melhor execução e aplicação das disposições de direito penal sobre o crime de ódio e incitação ao ódio, incluindo o discurso de ódio on-line, em particular, no que diz respeito às ferramentas e às práticas de controlo, investigação e repressão de casos de discurso de ódio e crimes de ódio. São de especial interesse as atividades que incidam sobre a implementação e controlo da Decisão-Quadro 2008/913 / JAI através da aplicação da lei penal; Acompanhar, recolher e compartilhar dados sobre crimes de ódio e discurso de ódio envolvendo os países participantes, incluindo o discurso de ódio online; 2
FICHA DE PROJETO Apoiar os líderes comunitários e autoridades locais para lutar contra o racismo, xenofobia e outras formas conexas de intolerância através de ações da comunidade, criação de redes, diálogo inter-religioso e intercultural, iniciativas ao serviço da comunidade, aumentar a autoestima, criatividade e sentido de pertença, quebra de estereótipos e desenvolvimento de contra narrativas; Sanções alternativas não punitivas e programas, como a reabilitação, reintegração, formação ou programas destinados aos criminosos (integrar/ abordagem educativa). Descrição das atividades a serem financiadas no âmbito desta prioridade: O objetivo principal das propostas deve centrar-se na partilha e adoção de melhores práticas em diferentes contextos jurídicos, que possam aumentar, melhorar a eficácia, bem como dar respostas eficazes, ao racismo, xenofobia, homofobia, transfobia ou outros incidentes de ódio motivados, por via do direito penal e por outros meios, através de atividades de aprendizagem e cooperação mútua. 3 2. Formação e fortalecimento das capacidades para reforçar o sistema penal dos crimes de ódio e discurso de ódio (TRAI); Definição A proposta apresentada no âmbito desta prioridade deve concentrar-se em melhorar a formação e o reforço das capacidades das autoridades nacionais e outras partes interessadas com vista a fortalecer as respostas da justiça penal para os crimes de ódio e discurso de ódio. São de especial interesse, os projetos com necessidades de formação e capacitação das autoridades policiais, procuradores e juízes. Descrição das atividades a serem financiadas no âmbito desta prioridade: Partilhar conhecimentos, reforçar as capacidades e fornecer competências para as autoridades nacionais e para outras partes interessadas, a fim de garantir uma utilização adequada e eficaz das disposições existentes de direito penal a nível nacional para combater o racismo, xenofobia, antissemitismo, islamofobia, homofobia, trasfolia e outros tipos de incidentes motivados pelo ódio. São de especial interesse, os projetos que colaborem com a eficaz execução e implementação com base nas disposições legais nacionais de transposição da Decisão- Quadro 2008/913/JAI.
3. Capacitar e apoiar às vítimas de crimes de ódio e discurso ao ódio (VICT). Definição A proposta apresentada no âmbito desta prioridade deve contribuir para capacitar e apoiar as vítimas do racismo, xenofobia, antissemitismo, islamofobia, homofobia, trasfolia ou outros tipos de crime de ódio e incitação ao ódio, incluindo o discurso de ódio online. As propostas devem centrar-se nas seguintes áreas: Sensibilizar o quadro jurídico para a luta contra o discurso do ódio, crimes de ódio, e direitos das vítimas; Combater a subnotificação de incidentes de ódio através da criação de mecanismos de informação eficientes e sustentáveis, a disponibilizar às vítimas de crimes de ódio e de incitamento ao ódio, incluindo denuncia por terceiros, denúncias anônimas ou on-line, criação de redes de informação. Seria altamente recomendável o envolvimento do Ministério público como autoridade nacional; Garantir o reconhecimento, tratamento e respeito adequado às vítimas de crimes de ódio e discurso ao ódio e responder a necessidades específicas, inclusive antes, durante e após o processo penal; Assegurar uma proteção eficaz às vítimas de crimes de ódio e discurso ao ódio, na sequência da avaliação das suas necessidades de proteção individual; Garantir o acesso a serviços de apoio às vítimas, incluindo os serviços de apoio especializado que respondam a necessidades específicas e individuais das vítimas de crimes de ódio e discurso ao ódio. A organização dos serviços de apoio deve ter em conta a necessidade de cooperar com outras partes interessadas (a nível estatal ou não governamental); Garantir a existência de vias eficazes para o acesso à justiça, compensação e recuperação das vítimas de crimes de ódio e discurso ao ódio, incluindo a mediação e ou outras formas de justiça reparadora. Os projetos devem ter por objetivo, a partilha de conhecimentos e melhores práticas e/ou desenvolvimento de mecanismos eficazes, programas e ferramentas especificamente orientadas para capacitar e apoiar as vítimas do racismo, xenofobia, antissemitismo, islamofobia, homofobia, trasfolia ou outros tipos de crime de ódio e incitamento ao ódio, incluindo discurso de ódio on-line, com um foco específico nas áreas identificadas. Todos os projetos no âmbito do presente convite devem respeitar e ser aplicadas em conformidade com os direitos e princípios consagrados na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia. 4
III. Orçamento disponível O orçamento disponível destinado ao financiamento do presente aviso é de 5.400.000,00. IV. Condições de financiamento O cofinanciamento não pode ultrapassar 80% da totalidade dos custos totais elegíveis do projeto; O cofinanciamento requerido para o projeto não pode ser inferior a 300.000,00. Não existe limite superior; A duração do projeto não pode ter duração superior a 24 meses. V. Entidades destinatárias/beneficiárias Os candidatos e parceiros do aviso devem estar legalmente estabelecidas, devem ser organizações públicas, privadas, ou organizações internacionais; Os candidatos e os parceiros devem estar legalmente estabelecido num país elegível. Isto não se aplica às organizações internacionais; Os candidatos devem ser entidades públicas e ou organizações sem fins lucrativos; Os projetos devem ser transnacionais e devem ser apresentados por uma parceria de organizações elegíveis (candidato e parceiros) de pelo menos cinco países elegíveis diferentes; Países elegíveis todos os Estados Membros, Islândia e Liechtenstein. O financiamento das candidaturas dos projetos abrangidos pelo presente aviso na área da justiça pode ter como potenciais destinatários/beneficiários: Direção Geral da Politica de Justiça Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais Centro de Estudos Judiciários Policia Judiciária Conselho Superior do Ministério Publico Conselho Superior da Magistratura Procuradoria-Geral da República Associação Portuguesa de Apoio à Vitima 5
VI. Data Limite de Submissão de Propostas e calendário 18 de fevereiro de 2016 até às 12 horas; Informação a todos os candidatos dos resultados do procedimento de seleção: data indicativa - julho de 2016; Assinatura do acordo de financiamento: terceiro quadrimestre de 2016. 6