Inês Silva Pereira. Relatório de Estágio. Universidade Fernando Pessoa. Faculdade Ciências da Saúde



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Transcrição:

Inês Silva Pereira Relatório de Estágio Universidade Fernando Pessoa Faculdade Ciências da Saúde Porto, 2014

Inês Silva Pereira Relatório de Estágio Universidade Fernando Pessoa Faculdade Ciências da Saúde Porto, 2014

Inês Silva Pereira Relatório de Estágio (Inês SilvaPereira) Relatório de estágio apresentado à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de licenciado em Ciências da Nutrição Orientador: Professor Doutor Jorge Rodrigues Coorientadora: Dra. Patrícia Costa

Índice Página I. Introdução. 6 II. Objectivos... 6 III. Local e duração de estágio a. Local e duração 8 b. Caracterização do Hospital-Escola Fernando Pessoa.. 8 IV. Serviço de Nutrição e Alimentação do HE-UFP... 8 V. Actividades realizadas no âmbito do estágio. 8 1. Avaliação clínica e acompanhamento nutricional em ambiente de 8 consulta externa..... 2. Acompanhamento nutricional dos utentes do internamento... 12 3. Intervenção e auxílio no serviço de restauração.. 13 4. Actividade complementares. 13 VI. Conclusões. 14 VII. Fontes de Referência 14 VIII. Anexos 15 Anexo 1 Requisitos para avaliação por Bioimpedância... 16 Anexo 2 Folhetos Alimentos Funcionais... 17 Anexo 3 ph Alimentação Alcalina 31 Anexo 4 Sugestões para Serviço de Restauração Receitas 32 Anexo 5 Dia Mundial da Alimentação. 34 Anexo 6 - Alimentos Funcionais: Propriedades Nutricionais e o seu 35 papel na prevenção de doença e promoção da saúde.. Anexo 7 Nutrição gerontológica... 54 Anexo 8 Salão de Medicinas Tradicionais, Complementares e 59 Alternativas.. Anexo 9 Declaração duração e carga horária do estágio curricular. 60 Anexo 10 Parecer do orientador de estágio.. 61 Anexo 11 Parecer do co-orientador de estágio. 62 5

I. Introdução Além dos sete semestres de conteúdos maioritariamente teóricos, a unidade curricular do estágio curricular, correspondente a 30 ECTS, desempenha um papel fundamental para a obtenção do grau de licenciatura em Ciências de Nutrição da Faculdade de Ciências da Saúde Universidade Fernando Pessoa. Porque somos o que comemos, o interesse e a aplicação do conhecimento nas áreas da alimentação e nutrição são a base para uma vida mais saudável e com qualidade de vida. A realização do estágio curricular nas diferentes áreas, nutrição clínica, restauração colectiva, política nutricional e investigação científica, entre outras, abriu os horizontes para acrescentar e refinar conhecimentos. O presente relatório é feito no âmbito do serviço de Nutrição do Hospital Escola- Universidade Fernando Pessoa (HE-UFP). Este mesmo relatório consiste na caracterização da instituição acolhedora e na descrição das actividades desenvolvidas no decorrer dos cinco meses de estágio curricular e a elaboração de um trabalho complementar de revisão bibliográfica durante o oitavo semestre do quarto ano da licenciatura no ano lectivo 2013/2014. II. Objectivos Gerais Durante o período de estágio no HE-UFP foi possível entrar em contacto com diferentes áreas do Serviço de Nutrição e Alimentação. Tendo em conta o desempenho nas diferentes funções, objectivaram-se os vários objectivos gerais: Acrescentar, aplicar e consolidar conhecimentos teórico-práticos adquiridos nas muitas unidades curriculares do plano de curso; Desenvolver capacidades de iniciativa, cooperação e espírito crítico; Contactar e integrar-se com a realidade profissional geral e nas equipas multidisciplinares; Desenvolver aptidões de relacionamento interpessoal e interdisciplinar; Adquirir autonomia no exercício de função. Objectivos Específicos Cooperar com serviços de alimentação hospitalar: i. Cafetaria Sugestão de snacks saudáveis, ii. Refeitório: o Sugerir snacks, refeições saudáveis e métodos de confecção saudável, o Elaborar das ementas semanais dirigidas ao público geral do HE e utentes em regime de internamento, o Elucidar os funcionários acerca das necessidades e preferências individuais dos utentes tendo em conta o seu estado clínico. 6

Incentivo à alimentação saudável em todo o ambiente hospitalar: i. Distribuir folhetos alusivos ao Dia Mundial da Alimentação (Dia 16 Outubro), ii. Distribuir folhetos sobre a vantagem dos 'Alimentos Funcionais' nas diferentes patologias; Realizar a avaliação Clínica e acompanhamento nutricional em ambiente de consulta externa no H.E. UFP: i. Avaliação do perfil nutricional individual, com recolher dados sociodemográficos, clínicos, de composição corporal por antropometria e bioimpedância eléctrica, da prática de exercício físico e da história alimentar, ii. Definir os objectivos para a consulta, acompanhamento dos resultados conseguidos e reajuste dos mesmos em consultas de seguimento, iii. Elaborar planos alimentares e recomendações nutricionais personalizadas adequadas às necessidades; Acompanhamento nutricional dos utentes do internamento no H.E. UFP: i. Avaliar e acompanhar o estado nutricional individual e recolher dados clínicos, hábitos e preferências alimentares, ii. Aconselhar nutricionalmente a cada utente segundo a sua condição clínica; iii. Verificar diariamente, junto dos utentes, as refeições fornecidas e sua qualidade organoléptica. iv. Aplicar questionários de avaliação da ingestão e satisfação alimentar e tratamento dos dados. Pesquisa científica e Desenvolvimento de diferentes temas na área da nutrição e alimentação: i. Objetivo - Formular artigos com base científica sobre os temas propostos (por exemplo: Alimentos Funcionais - Que o teu alimento seja o teu medicamento", ii. Elaborar Protocolos de atuação segundo patologia específicas, para ambiente de consulta externa e internamento. Elaborar e desenvolver o trabalho complementar de tema: Açúcar, Hiperinsulinismo e patologias adjacentes 7

III. Local e duração de estágio a. Local e duração O estágio curricular decorreu no Serviço de Nutrição e Alimentação do HE-UFP sob a orientação do Professor Doutor Jorge Rodrigues e co-orientação da Dra. Patrícia Costa. O referido estágio teve a duração de setecentas horas presenciais ou de contacto e cinquenta horas de não contacto. Decorreu entre o dia 1 de Outubro de 2013 e o dia 28 de Fevereiro de 2014, correspondendo a uma carga horária de 35 horas semanais. b. Caracterização do HE-UFP A unidade hospitalar privada, HE-UFP, compreende uma acção especializada de serviços nos vários sectores da área de saúde. Foi inaugurada em Dezembro de 2012. Transmite um conceito inovador de unidade multifuncional de cuidados primários, secundários e terciários prestados numa lógica pedagógica, para formação e qualificação permanente de profissionais da área da saúde. Está presente um serviço de atendimento 24 horas (SAP) para crianças e adultos, e conta com um corpo médico que cobre todas as valências clínicas e cirúrgicas, de enfermagem, fisioterapia, psicologia, nutrição, terapia da fala, psicomotricidade e terapias não convencionais. IV. Serviço de Nutrição e Alimentação do HE-UFP A Dra. Patrícia Costa é a responsável do serviço, desenvolvendo funções nos diferentes sectores da nutrição, como nutrição clínica, na área das consultas externas e nos cuidados de internamento hospitalares e restauração, no serviço de restauração em funcionamento na instituição. V. Actividades realizadas no âmbito do estágio 1. Avaliação clínica e acompanhamento nutricional em ambiente de consulta externa Na primeira consulta é efectuada uma anamnese detalhada do utente. Esta envolve a recolha de dados importantes, nomeadamente: -Dados pessoais: nome, idade; 8

-Motivo da consulta; -Histórico de tentativas de perda de peso, com ou sem ajuda de outros profissionais de saúde; -Antecedentes familiares; -Histórica clínica, terapêutica farmacológica ou suplementação, dados bioquímicos; -Função gastrointestinal; -Hora do dia com maior apetite ou vontade de se alimentar e preferência de doces ou salgados, e qual o motivo principal (ansiedade, depressão) -História alimentar detalhada (com horários, porções, locais de consumo, métodos culinários utilizados, alimentos preferidos ou que evita, alergias e intolerâncias alimentares, ingestão hídrica) -Dados antropométricos: peso, estatura, índice de massa corporal (IMC) (WHO,2006), perímetro da cintura, anca e bíceps. Medidos com instrumentos SECA -Análise corporal por bioimpedância, utilizando o instrumento INBODY *, averiguando o peso (kg) e a percentagem de massa músculo-esquelética e massa gorda (por distribuição segmentada), a relação cintura quadril e água corporal total. *Para avaliação corporal por bioimpedência, os utentes são alertados no momento de contacto telefónico ao realizar a marcação da consulta, dos respectivos requisitos ideias (ANEXO1) -Prática de exercício físico. Com os dados antropométricos obtidos é efectuado o cálculo, segundo as fórmulas abaixo especificadas por géneros, do metabolismo basal através da fórmula de Harris e Benedict : MBhomens = 66 + [13,7 x P (kg)] + [5 x Alt (cm)] [6,8 x idade (anos)] MBmulheres = 655 + [9,6 x P (kg)] + [1,8 x Alt (cm)] [4,7 x idade (anos) ] De seguida é elaborado o cálculo para averiguar as necessidades energéticas do utente usando associação Peso Referência x Factor de Actividade, segundo a fórmula para determinar o Peso de Ref.: 9

Peso Ref. (Metropolitan Life Insurance Company) = 50 + 0,75 x [estatura(cm)-150] E utilizando os dados segundo a actividade física efectuada: Acamados 30; Sedentária 35; Moderada 40-45; Violenta 50. (Kcal/ Kg / d). Os valores obtidos sobre a percentagem massa gorda e muscular, taxa metabolismo basal e especialmente de peso corporal também são analisados junto do utente especialmente para sensibilização e motivação. Através dos dados obtidos, pelo utente e percebendo a situação em que o mesmo se encontra, procede-se à elaboração de um plano alimentar segundo algumas preferências do utente e as sugestões alimentares apropriadas. O incentivo e consciencialização quanto ao consumo de alimentos naturais e saudáveis e moderação ou eliminação de alguns produtos apresentam um papel chave no âmbito da consulta. São dadas sugestões de refeições adequadas, respectiva porção de cada macroalimento, métodos de confecção, horários, necessidade hídrica e de actividade física. O fornecimento de conhecimento sobre o consumo de determinados alimentos, a sua conjugação, confecção, as suas consequências, etc., servem para o utente tomar de modo ideal as suas decisões alimentares à posteriori (ANEXO2,3). O acompanhamento nas consultas de seguimento tem como objectivo monitorizar o estado nutricional e antropométrico do utente. São avaliadas, por comparação dos valores anteriores, as melhorias quando ao estado nutricional, inquiridas as dificuldades, dúvidas do utente. E verificado o cumprimento e adesão ao plano sugerido, e refinado se necessários, dando mais sugestões alimentares ou até suplementares necessários. Todos os dados relativos às consultas são registados no sistema de informação em vigor na instituição hospitalar Siemens Sorian. Foram realizadas 60 consultas em ambulatório, 24 (40%) das quais primeiras consultas e 26 (60%) consultas de seguimento. 48 utentes observados eram do sexo feminino (80%) e 12 (20%) do sexo masculino (Gráfico 1). Os adultos acompanhados apresentaram idades compreendidas entre os 18 e os 70 anos de idade (média=41,3; 10

desvio padrão=13,2). Consultas de nutrição na vertente pediátrica foram efectuadas 6 (10%) e as idades eram compreendidas entre os 5 a 16 anos de idade (média=11). 35 30 30 Nº de Utentes 25 20 15 10 5 18 6 6 F (48/60 80%) M 0 Primeiras Seguimento (24/60 40%) (36/60 Gráfico 1 - Distribuição utentes segundo tipo A perda de peso mostra-se ser o objectivo maioritário à presença na consulta de acompanhamento nutricional, daí que nas 60 consultas realizadas no estágio, 49 (82%) dos utentes desejam perder peso e foram realizadas 8 consultas de acompanhamento de pré- e pós-cirurgia bariátrica com este mesmo objectivo, além do acompanhamento médico-geral, endócrino e psicológico. 10% (6/60) dos utentes desejam aumentar o peso corporal com objectivo principal. Alguns pacientes com patologias como diabetes mellitus (n=1), problemas gastrointestinais (n=2), gastrite crónica (n=1) e 1 utente que pratica actividade intensa/violenta receberam também sugestões de tratamento nutricional no âmbito da consulta (Gráfico 2). 11

60 50 40 30 20 10 0 49 Outras: Diabetes Probl. Gastrointestinai s 6 5 Gastrite Acomp. Perder Ganhar Outras Peso Peso Gráfico 2 - Motivo de consulta 2- Acompanhamento nutricional dos utentes do internamento O serviço de Nutrição e Alimentação (SNA) do HE-UFP também interage com o serviço de internamento. Age principalmente quando as patologias dos utentes internados requerem um cuidado alimentar mais específico, situações que são sinalizadas pela equipe de enfermagem ou médica. Foram acompanhados vários pacientes, com uma média de 7 a 8 utentes por semana (Unidade de Convalescença, Reabilitação e Manutenção (UCRM) e no Internamento Médico-cirúrgico), com patologias/circunstâncias várias: patologias oncológicas, diabetes mellitus, doença Alzheimer, disartria progressiva, distúrbios neurológicos, gastrite crónica, insuficiência pulmonar crónica, intolerância láctea, entre outras. É verificado o cumprimento da dieta instituída a cada utente bem com se preenche os critérios quantitativos e qualitativos especificados no Manual de Dietas adoptado pelo HE. São elaborados planos específicos para pacientes com necessidades alimentares próprias, preferências alimentares, intolerâncias alimentares ou opções ideologias alimentares (por ex. exigência de consumo único de alimentos que caracterizem a Dieta do Sol). Informações sobre as necessidades alimentares são conversadas com chefes de cozinha, auxiliares de internamento e enfermeiros para ser esclarecido se a prescrição dietoterápica a cada utente está a ser cumprida. Regularmente os utentes internados são visitados nos seus quartos com o objectivo de perceber o grau de satisfação quanto à alimentação fornecida para se necessário o SNA efectuar algum ajuste ao mesmo. 12

3- Intervenção e auxílio no serviço de restauração O serviço de restauração em funcionamento no HE-UFP é da responsabilidade do próprio hospital, com a associação com o SNA. Este, coopera no planeamento e elaboração semanal das ementas para o público, para as exigências necessárias a pacientes do internamento ou UCRM. São dadas sugestão de novas receitas com componentes variados e saudáveis (ANEXO 4) Incentivo ao público para o consumo de alguns alimentos saudáveis no dia mundial da alimentação (ANEXO5) 4- Actividades complementares Elaboração de trabalhos escritos com o objectivo de adquirir e aprofundar conhecimentos úteis na área da nutrição e alimentação ou adjacentes; apresentar futuras palestras sobre os assuntos; distribuir folhetos informativos úteis para o consumo alimentar mais saudável, etc. : - Trabalho escrito com fontes científicas recentes aprofundando o tema: Alimentos Funcionais: Propriedades Nutricionais e o seu papel na prevenção de doença e promoção da saúde (ANEXO6). - Preparação de palestra futura com o tema: Nutrição Gerontológica (ANEXO7). Durante o período de estágio a presença e participação no I Salão de Medicinas Tradicionais, Complementares e Alternativas no centro de congressos de alfândega do Porto, foi útil para interagir com várias diferentes abordagens de aconselhamento natural e nutricional, com o uso de suplementação natural, etc.. (ANEXO8) 13

VI. Conclusões O estágio curricular permitiu consolidar competências adquiridas durante todo o progresso de aprendizagem teórica nas instalações da Universidade. Foi essencial para criar o hábito de interagir espontaneamente com os utentes e outros profissionais. O fim da licenciatura, com o término do estágio e elaboração do trabalho complementar, exerce um peso significativo a cada estudante ou profissional; significa não um fim, mas o começo de uma vivência com mais responsabilidade. Daí o estágio sirviu precisamente como alerta de que só sei que nada sei e portanto, incentivo para continuar a profundar todos os assuntos necessários para exercer a actividade profissional como especialista em nutrição e alimentação de forma a ajudar os utentes da melhor forma possível. Como nutricionista, o desenvolvimento de bom sentido crítico e alargamento dos horizontes quanto à vasta informação sobre a área torna-se essencial e de grande necessidade de atenção. Fomentar a motivação para a alimentação equilibrada e saudável, assim como todas as vertentes do estilo de vida saudável, é um desafio interessante e essencial para exercer adequadamente a profissão. Os factores idade, educação, situação socioeconómica dos utentes também se tornam, por vezes, desafios que precisam ser analisados e ultrapassados, através da aplicação de conhecimentos adquiridos continuamente. Recordações e aprendizagens positivas e edificantes permanecerão, e foram imensamente úteis para aumentar a confiança nos futuros processos de desenvolvimento profissional. VII. Fontes de Referência WHO (2006) Body Mass Index BMI [Em linha]. Disponível em < http://www.euro.who.int/en/health-topics/disease-prevention/nutrition/a-healthylifestyle/body-mass-index-bmi>.[consultado em 12/02/2014]. 14

VIII. Anexos 15