CRIAÇÃO E APLICAÇÃO DE UM HERBÁRIO DIDÁTICO EM UMA ESCOLA ESTADUAL NO MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS, RJ



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Transcrição:

CRIAÇÃO E APLICAÇÃO DE UM HERBÁRIO DIDÁTICO EM UMA ESCOLA ESTADUAL NO MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS, RJ Diego da Silva Guimarães ¹ João Rodrigues Miguel ² Herbário é um conjunto de plantas secas que tem por objetivo registrar cientificamente a flora de uma determinada região. Também pode ser utilizado no ambiente escolar na forma de um herbário didático visando auxiliar o ensino de Ciências complementando dessa forma o processo de ensinoaprendizagem. O presente estudo objetiva a observação in loco de como um herbário didático pode auxiliar o desenvolvimento cognitivo nas aulas de Ciências e de Biologia, respectivamente com alunos onde esse conteúdo integra o currículo. Sua aplicação ocorreu na Escola Estadual Ercília Antônia da Silva, localizada em uma área rural do município de Duque de Caxias. Através do método utilizado comprovou-se uma melhora significativa da fixação desse conteúdo nas turmas avaliadas. Palavras-chave: Desenvolvimento Cognitivo, Herbário, Processo de Ensino-Aprendizagem ABSTRACT: Herbarium is a collection of dried plants that aims to scientifically record the flora of a region. It can also be used in the school environment as a teaching herbarium looking to help the teaching of science in this way complementing the process of teaching and learning. This study objective observation "in loco" of how can be used study is aims to create a herbarium teaching with students of the Escola Estadual Ercília Antônia da Silva, located in a rural area of the municipality of Duque de Caxias. For this survey questionnaires will be used to determine the level of student learning before and after the creation of the herbarium and field work with students to develop the activities of collection, and assembly of herborization herbarium specimens. Keywords: Cognitive Development, Herbarium, Teaching-Learning Process O herbário pode servir como material didático a ser utilizado nas aulas de Botânica em todos os graus de escolaridade (Santos, 2003). No século XVI, Luca Ghini, o professor de Botânica em Pisa (Itália), foi considerado o precursor dessas coleções sob o ponto de vista didático, com cerca de 300 exsicatas. A primeira referência bibliográfica sobre herbário é a obra de Dioscorides datada de 1553, onde é mencionada que o inglês J. Falconer possuía uma coleção de plantas secas costuradas e coladas em forma de livro. Com o passar dos anos estas técnicas foram sendo aprimoradas. O presente estudo é um dos resultados do projeto de Iniciação Cientifica intitulado Criação de um Herbário Didático na UNIGRANRIO, idealizado pelo professor doutor João Rodrigues Miguel. A idéia de realizar o presente trabalho visa o cumprimento das exigências de graduação em Licenciatura do Curso de Ciências Biológicas. ¹ Discente do Curso de Ciências Biológicas, UNIGRANRIO ² Docente da Escola de Ciências da Saúde, UNIGRANRIO

Historicamente, o uso da experimentação nas aulas, tem sido debatido no Brasil tanto para ressaltar sua importância quanto para incorporá-lo de forma mais consistente no cotidiano da escola (Morandino, Selles & Ferreira, p.95). Embora essa importância é consenso, a sua prática esbarra em situações onde a maioria simplesmente riscam de seus planos de estudo. Uma das razões é a necessidade de uma aparelhagem específica. No caso específico da Botânica o Brasil por ser detentor de uma rica biodiversidade, o docente pode explorar o exercício de se fazer incursões em áreas abertas vizinhas a comunidade escolar, essas podem se constituir em um material importantíssimo de estimulo. Essa diversidade de espécies vegetais pode ser trabalhada em forma de uma coleção de exemplares fixados que, posteriormente poderão ser utilizadas em aulas práticas (Morandino, Selles & Ferreira, p.151). A fixação dos conteúdos tem as aulas práticas como essenciais para uma melhor compreensão, servindo como ferramenta metodológica trazendo o dinamismo para sala de aula incluindo o aluno na construção do conhecimento cognitivo (Fagundes e González, 2006). Quando se trabalha com o assunto vegetal a atividade de estímulo pode ser o uso e manutenção da exsicata (Peixoto, 2003). Neste processo de implantação do herbário, os alunos participaram ativamente, contribuindo desde a coleta, a herborização e até na classificação do material. Para este trabalho adotou-se a seguinte metodologia: Primeiro aplicou-se um questionário investigativo. QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO 01) O que é uma planta? 02) Como se pode diferenciar uma planta de um animal? 03) Como é que as plantas se alimentam? 04) Quais são os grupos de plantas? 05) Como é que se pode diferenciar os grupos de vegetais? 06) Quais são as partes de uma planta? 07) As plantas são seres vivos? 08) A sua alimentação inclui plantas? Se sim, que parte delas você usa? 09) Qual é a diferença entre planta e vegetal? 10) Desenhe uma planta. Após os alunos participaram de uma aula de campo teórica-prática nas redondezas do campus escolar. A seguir os alunos foram submetidos a um pós-questionário. PÓS-QUESTIONÁRIO 01) Quais são os grupos do reino vegetal? 02) Quais são as diferenças entre as angiospermas e a gimnospermas? 03) Qual é o nome dos vasos condutores de seiva elaborada e de seiva bruta? 04) Por que as briófitas são consideradas plantas inferiores? 05) Como se denomina o grupo vegetal que apresenta flor para sua reprodução? 06) Que estrutura é usada pelas plantas que não tem flores para se reproduzir? 07) Quais são as diferenças entre as monocotiledôneas para as eudicotiledôneas? 08) O que é uma exsicata, e qual seu papel para o estudo da botânica? 09) Vocês acham que as aulas melhoraram com o uso do herbário? Sim ou não.

A execução do questionário investigativo, que teve como objetivo o o levantamento do conhecimento prévio dos alunos pré-selecionados, que eram aqueles cuja a escolaridade era o 2 ano do ensino médio e o 7 ano do ensino fundamental (ensino diurno), os quais totalizavam 189 alunos. A porcentagem é apresentada no gráfico 1. 40,00% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Acertos no 7 ano fundamental Acertos no 2 ano do ensino medio 3 Gráfico 1- Percentual de acertos do questionário diagnóstico. ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO. Observou-se um conhecimento muito abaixo do esperado. Na elaboração desse questionário havia uma expectativa de que mesmo com pouco conhecimento ocorresse um bom nível de acertos. O baixo rendimento pode ser observado nas questões 1, 7, 8 e 10, onde o índice de acertos não atingiu 50%. Percebeu-se educando com dificuldade na escrita e na interpretação. RESULTADOS DO PÓS-QUESTIONÁRIO Com o baixo nível constatado trabalhou-se então com aulas expositivas. Durante as apresentações ficava claro que eles estavam fixando esse conhecimento e que, com a orientação conseguiram montar a exsicata (Miguel, J. R. et al. 2011. p. 56). Aplicou-se então o pós-questionário, que visou o levantamento do impacto que o projeto causou na forma de aprender dos alunos. 100,00% 50,00% 0,00% Acertos no 7 ano fundamental Acertos 2 ano do ensino medio. 1 3 5 7 Gráfico 2- Resultados do pós-questionário.

Esse estudo evidencia a necessidade de uma elaboração mais focada no despertar do interesse do aluno, começando com o básico da pedagogia de ensino, com aulas participativas e intuitivas, inserindo as aulas práticas, o trabalho de campo evitando e se libertando mais e mais do uso da louza, do giz e da voz, mais sim fazendo uso de outros instrumentos de ensino. A realização desta atividade que alterna aula prática com o trabalho de campo (Miguel, J. R. et al. 2011., p. 55.), pode traduzir-se em comportamentos inesperados. Nestes verificou-se uma alta adesão, foram 189 alunos das 4 turmas, além do comprometimento dos voluntários. A atividade de campo proporcionou uma boa convivência e sem maiores problemas para a sua execução. O fato esperado: na analise do questionário investigativo percebeu-se que os alunos não sabiam identificar os grupos vegetais, a base para isso foram os resultados das questões 4 e 5 cujo índice de acerto foi igual a zero. O pós-questionário mostrou um índice que surpreendeu pois, o conhecimento que eles tinham da matéria era quase nulo. O índice de acertos saltou para acima dos 50%. O estudo foi possível porque se realizou um levantamento do grau de conhecimento quanto as características dos vegetais. A seguir capacitaram-se os alunos nas técnicas de coleta e preservação de material botânico. Com o herbário implantado os docentes desta Unidade de Ensino (UE), dispõem agora de um recurso didático para a formação acadêmica dos futuros discentes. Conclui-se que o educador não pode cruzar os braços quando é constatado um baixo rendimento depois de se trabalhar determinado conteúdo do currículo escolar. Em substituição as aulas expositivas tornam-se imprescindíveis trazer a dinâmica para sala de aula, tendo como conseqüência um melhora no rendimento além de se abrir novas perspectivas. A implantação de um herbário didático requer pouco investimento financeiro em equipamentos. O seu uso mostrou-se, no caso da turma estudada que, funciona estimulando e despertando curiosidades nas aulas sobre o reino vegetal. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Fidalgo, O. & Boné, V.L.R. 1989. Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico. São Paulo, Instituto de Botânica. Miguel, J. R. ; Jascone, C. E. ; Guimarães, D. da Silva & Cunha, V. P.. HERBÁRIO DIDÁTICO DA UNIGRANRIO. 2011. Almanaque Unigranrio de Pesquisa, v. 1. Morandino, M.; Selles, S.E. & Ferreira, M.S. 2009. Ensino de Biologia, histórias e práticas em diferentes espaços educativos. São Paulo, Editora Cortez. Peixoto, A.L. 2003. Coleções Biológicas de Apoio ao Inventário, Uso Sustentável e Conservação da Biodiversidade. Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Santos, M.C.F. 2003. O herbário como material didático para o ensino de Ciências e Biologia. Pp. 292-295. In: II Encontro Regional de Ensino de Biologia: Formação de professores de Biologia: articulando universidade e escola. Niterói, SBEnBio-Regional 02. Silva, N.M.F.; Carvalho, L.A.F. & Baumgratz, J.F.A. 2001. O herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro: um expoente na história da flora brasileira. Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Sylvestre, L.S. & Rosa, M.M.T. 2002. Manual metodológico para estudos botânicos na Mata Atlântica. Seropédica, Editora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Fagundes, J.A.; Gonzalez, C. E. F. Programa de Desenvolvimento Educacional PDE - da Secretaria de Estado da Educação SEED. Departamento Acadêmico de Química e Biologia. Mestrado (2006) em Tecnologia Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR.