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PROCESSO Nº ORIGEM: SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO REQUERENTE: INSS REQUERIDO:

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Estado de Goiás Procuradoria-Geral do Estado Procuradoria Judicial

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ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete do Des. José Di Lorenzo Serpa APELAÇÃO CÍVEL N / 001

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI

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Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais

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DECISÕES» ISS. 3. Recurso especial conhecido e provido, para o fim de reconhecer legal a tributação do ISS.

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: Município de Cascavel, Prosegur Brasil S.A. Transportadora de Valores e Segurança.

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DA VICE-PRESIDÊNCIA

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Transcrição:

RECURSO ESPECIAL Nº 1.054.847 - RJ (2008/0099222-6) RELATOR RECORRENTE ADVOGADO RECORRIDO REPR. POR RECORRIDO ADVOGADO : MINISTRO LUIZ FUX : TEREZINHA FUNKLER : LÍDIA MARIA SCHIMMELS E OUTRO(S) : BANCO CENTRAL DO BRASIL : PROCURADOR-GERAL DO BANCO CENTRAL : BANCO ITAÚ S/A : RAUL QUEIROZ NEVES E OUTRO(S) EMENTA PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. CONDIÇÕES DA AÇÃO. LEGITIMIDADE AD CAUSAM. BACEN. CORREÇÃO MONETÁRIA. PLANO COLLOR. CRUZADOS NOVOS RETIDOS. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 168/90 E LEI Nº 8.024/90. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. PRECLUSÃO PRO JUDICATO. INOCORRÊNCIA. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO COMPETENTE. 1. As condições da ação, como sói ser a legitimidade ad causam, encerram questões de ordem pública cognocíveis de ofício pelo magistrado, e, a fortiori, insuscetíveis de preclusão pro judicato. Precedentes do STJ: EREsp 295.604/MG, PRIMEIRA SEÇÃO, DJ 01/10/2007 e AgRg no Ag 669.130/PR, QUARTA TURMA, DJ 03/09/2007. 2. In casu, o acórdão recorrido reconheceu a incompetência da Justiça Federal, em razão da ilegitimidade passiva do Banco Central - BACEN, para responder pela correção monetária relativa a período anterior à transferência dos ativos retidos para o BACEN. 3. É que os bancos depositários são responsáveis pela correção monetária dos ativos retidos até o momento em que esses foram transferidos ao Banco Central do Brasil. Conseqüentemente, os bancos depositários são legitimados passivos quanto à pretensão de reajuste dos saldos referente ao mês de março de 1990, bem como ao pertinente ao mês de abril do mesmo ano, referente às contas de poupança cujas datas de aniversário ou creditamento foram anteriores à transferência dos ativos. Precedentes: REsp 637.966 - RJ, DJ de 24 de abril de 2006; AgRg nos EDcl no REsp 214.577 - SP, DJ de 28 de novembro de 2005; RESP 332.966 - SP; DJ de 30 de junho 2003. 4. Deveras, o reconhecimento da incompetência absoluta da Justiça Federal, em razão da ilegitimidade ad causam do Banco Central, impõe a anulação dos atos decisórios e, a fortiori, remessa dos autos à Justiça Estadual, a teor do que dispõe o art. 113, caput, e 2º, do CPC). 5. Recurso Especial parcialmente provido para determinar a remessa dos autos à Justiça Estadual (art. 113, caput, e 2º, do CPC). ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da PRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça acordam, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Teori Albino Zavascki, Denise Arruda (Presidenta), Documento: 931791 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 02/02/2010 Página 1 de 9

Benedito Gonçalves e Hamilton Carvalhido votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília (DF), 24 de novembro de 2009(Data do Julgamento) MINISTRO LUIZ FUX Relator Documento: 931791 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 02/02/2010 Página 2 de 9

RECURSO ESPECIAL Nº 1.054.847 - RJ (2008/0099222-6) RELATÓRIO EXMO. SR. MINISTRO LUIZ FUX(Relator): Trata-se de recurso especial interposto por TEREZINHA FUNKLER (fls. 278/283), com fulcro no art. 105, inciso III, alínea "a", da Constituição Federal, contra acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, assim ementado: "CADERNETA DE POUPANÇA CORREÇÃO MONETÁRIA PLANO VERÃO ILEGITIMIDADE DO BACEN LEGITIMAÇÃO DO BANCO PRIVADO INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. - A Justiça Federal não tem competência para processar e julgar o pedido de diferença de correção monetária decorrente do Planos Verão, em se tratando de contrato de depósito em caderneta de poupança firmado com instituição bancária privada." (fl. 259) Segundo noticiam os autos, TEREZINHA FUNKLER ajuizou Ação Ordinária em face do BACEN e o Banco ITAÚ, objetivando a condenação dos demandados ao pagamento à autora, de forma solidária, do percentual de 42,72%, relativo ao IPC de janeiro de 1989, deduzido o índice de 22,97%, correção monetária e juros de mora, cujo processo foi julgado extinto, em razão da ilegitimidade do BACEN, nos termos da sentença exarada à fl. 13. Irresignada com a extinção do feito, sem resolução de mérito, a autora interpôs Apelação, perante o Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a qual resultou provida (fls. 83/89), nos termos da seguinte ementa: "ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL. CORREÇÃO DE RENDIMENTOS EM CADERNETA DE POUPANÇA. LEGITIMAÇÃO PASSIVA. - Partes legítimas para figurarem no pólopassivo da relação processual, objetivando correção de rendimentos em cadernetas de poupança, são: o BACEN, como detentor dos ativos bloqueados, e o banco comercial, com o qual o investidor firmou o contrato. - Recurso provido para anular a sentença extintiva, a fim de que o pedido seja examinado no mérito." (fl. 89) Os autos retornaram ao Juízo da 19ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Rio de Janeiro, para análise de mérito, o qual deu provimento ao pedido para Documento: 931791 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 02/02/2010 Página 3 de 9

condenar o BACEN e o ITAÚ a pagarem, solidariamente, o valor relativo à atualização dos saldos existentes em cadernetas de poupança da autora, pelo índice de 42,72%, relativo ao IPC de janeiro de 1989, deduzindo-se o índice já aplicado (22,97%), com a devida atualização monetária (Lei nº 6.6899/81), e juros moratórios, à taxa legal, a contar da citação, consoante se infere da sentença exarada às fls. 176/181. Inconformados, o BACEN e o Banco ITAÚ interpuseram recurso de apelação, perante o TRF da 2ª Região, que deu provimento ao recurso do BACEN e à remessa necessária, para reconhecer a ilegitimidade passiva da Autarquia Federal e a incompetência da Justiça Federal, nos termos do acórdão de fl. 259. Os Embargos de Declaração, opostos em face do acórdão do apelação, resultaram rejeitados (fls. 270/274). A Recorrente, em suas razões de recurso especial, sustenta, em síntese, violação ao disposto nos arts. 470 e 471, do CPC, ao argumento de impossibilidade de reconhecimento da ilegitimidade do BACEN, no caso concreto, em razão do trânsito em julgado do acórdão, proferido anteriormente nos presentes autos às fls. 83/89 (apelação cível 95.02.01924-5/RJ), o qual reconhecera legitimidade do BACEN, verbis: "ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. CORREÇÃO MONETÁRIA DE RENDIMENTOS EM CADERNETA DE POUPANÇA. LEGITIMAÇÃO PASSIVA. Partes legítimas para figurarem no ppolo passivo da relação processual, objetivando correção de rendimentos em cadernetas de poupança, são: o BACEN, como detentor dos ativos bloqueados, e o banco comercial, com o qual o investidor para anular a sentença extintiva, a fim de que o pedido seja examinado pelo mérito" (fl. 83/89). Ao final, requereu o provimento do recurso especial, a fim de reconhecer a eficácia preclusiva da coisa julgada quanto à legitimidade ad causam do Banco Central, ou, caso rejeitada a tese recursal, a remessa dos autos ao Juízo Estadual competente. Sem contra-razões (fl. 289), o recurso resultou admitido no Tribunal a quo, consoante despacho de fl. 292. Documento: 931791 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 02/02/2010 Página 4 de 9

O Ministério Público Federal, em manifestação apresentada às fls. 311/318, opina pelo desprovimento do recurso, verbis: "ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. Atuação do Estado no domínio econômico. Remuneração de ativos retidos. Plano verão. Ação ordinária de cobrança ajuizada em janeiro de 1994, contra o BACEN e o Banco Itaú S/A, visando à remuneração das cadernetas de poupança, com base no IPC de janeiro de 1989, referente ao período de 15.12.1998 a 15.1.1989. Processo extinto, em fevereiro de 1984, sem julgamento do mérito, face ao reconhecimento da ilegitimidade passiva ad causam do BACEN. Sentença anulada em junho de 1995,por Acórdão que reafirmou a legitimidade passiva ad causam do BACEN. Trânsito em julgado em dezembro de 1998. Nova sentença proferida pela procedência da ação. Recurso especial contra acórdão que deu provimento à Apelação do BACEN e à remessa necessária, para reconhecer a ilegitimidade passiva ad causam do BACEN e a incompetência da Justiça federal para o processo e julgamento do feito. Embargos de declaração rejeitados. Aplicação incorreta do direito. Alegada violação aos artigos 113, 2º e 473, do CPC. Prequestionamento verificado. Alegada preclusão da matéria referente à legitimidade do BACEN. Procedência. Trânsito em julgado do Acórdão que reconheceu a legitimidade passiva ad causam do BACEN seja reconhecida somente a partir da efetiva transferência em março de 1990. Plano Verão. Remuneração dos ativos referente ao mês de janeiro de 1989. Responsabilidade bancária em que os valores foram depositados. Precedentes do STJ. Afirmação da competência da Justiça Federal, em respeito à coisa julgada. Precedente do STJ. Recurso especial que deve ser conhecido e provido para declarar a competência da Justiça Federal para o processo e julgamento do feito." (fls. 312/313) É o Relatório. Documento: 931791 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 02/02/2010 Página 5 de 9

RECURSO ESPECIAL Nº 1.054.847 - RJ (2008/0099222-6) EMENTA PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. CONDIÇÕES DA AÇÃO. LEGITIMIDADE AD CAUSAM. BACEN. CORREÇÃO MONETÁRIA. PLANO COLLOR. CRUZADOS NOVOS RETIDOS. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 168/90 E LEI Nº 8.024/90. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. PRECLUSÃO PRO JUDICATO. INOCORRÊNCIA. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO COMPETENTE. 1. As condições da ação, como sói ser a legitimidade ad causam, encerram questões de ordem pública cognocíveis de ofício pelo magistrado, e, a fortiori, insuscetíveis de preclusão pro judicato. Precedentes do STJ: EREsp 295.604/MG, PRIMEIRA SEÇÃO, DJ 01/10/2007 e AgRg no Ag 669.130/PR, QUARTA TURMA, DJ 03/09/2007. 2. In casu, o acórdão recorrido reconheceu a incompetência da Justiça Federal, em razão da ilegitimidade passiva do Banco Central - BACEN, para responder pela correção monetária relativa a período anterior à transferência dos ativos retidos para o BACEN. 3. É que os bancos depositários são responsáveis pela correção monetária dos ativos retidos até o momento em que esses foram transferidos ao Banco Central do Brasil. Conseqüentemente, os bancos depositários são legitimados passivos quanto à pretensão de reajuste dos saldos referente ao mês de março de 1990, bem como ao pertinente ao mês de abril do mesmo ano, referente às contas de poupança cujas datas de aniversário ou creditamento foram anteriores à transferência dos ativos. Precedentes: REsp 637.966 - RJ, DJ de 24 de abril de 2006; AgRg nos EDcl no REsp 214.577 - SP, DJ de 28 de novembro de 2005; RESP 332.966 - SP; DJ de 30 de junho 2003. 4. Deveras, o reconhecimento da incompetência absoluta da Justiça Federal, em razão da ilegitimidade ad causam do Banco Central, impõe a anulação dos atos decisórios e, a fortiori, remessa dos autos à Justiça Estadual, a teor do que dispõe o art. 113, caput, e 2º, do CPC). 5. Recurso Especial parcialmente provido para determinar a remessa dos autos à Justiça Estadual (art. 113, caput, e 2º, do CPC). VOTO EXMO. SR. MINISTRO LUIZ FUX(Relator): Preliminarmente, conheço do Recurso Especial pela alínea "a", do permissivo constitucional, uma vez que os dispositivos legais, tidos por violados, foram efetivamente prequestionados. O cerne da irresignação recursal reside em saber se as condições da ação se Documento: 931791 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 02/02/2010 Página 6 de 9

submetem à eficácia preclusiva da coisa julgada. As condições da ação, como sói ser a legitimidade ad causam, encerram questões de ordem pública cognocíveis de ofício pelo magistrado, e, a fortiori, insuscetíveis de preclusão pro judicato. Com efeito, a preclusão tem como escopo conduzir o processo a uma solução final e opera-se em relação àquelas matérias disponíveis, de sorte que o processo não pode ter uma solução de mérito "a qualquer preço". Por isso, não obstante saneado o feito, é possível constatar-se, excepcionalmente, que essa declaração formal não corresponde ao panorama processual existente. Sustenta, assim, da inexistência de preclusão nessa hipótese, tanto mais que as condições da ação representam matéria conhecível de ofício pelo juiz, e, portante, inalcançável pela preclusão pro judicato. Aliás, é exatamente a natureza pública em que se confina a matéria relativa às condições da ação que permite ao juiz conhecê-las de ofício, razão pela qual a iniciativa oficial não faz com que o julgador perca a sua imparcialidade (art. 267, º, do CPC). Sob esse enfoque confiram-se, à guisa de exemplo, julgados que traduzem a hodierna jurisprudência desta Corte, verbis: "PROCESSUAL CIVIL EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA REMESSA NECESSÁRIA EFEITO DEVOLUTIVO CONDIÇÃO DA AÇÃO LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM INSTÂNCIA ORDINÁRIA PRECLUSÃO NÃO-OCORRÊNCIA. 1. A remessa necessária devolve ao Tribunal de Apelação o exame de toda a matéria discutida nos autos. 2. Conforme orientação jurisprudencial desta Corte, o órgão judicial pode e deve conhecer de ofício das questões relacionadas às condições da ação, dentre as quais se insere a legitimidade passiva ad causam, nos termos do art. 267, 3, do CPC. Não ocorrência de preclusão. 3. Embargos de divergência conhecidos e providos, determinando o retorno do autos à Primeira Turma para exame do especial por inteiro." (EREsp 295.604/MG, Rel. Ministra ELIANA CALMON, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/09/2007, DJ 01/10/2007 p. 203) PROCESSUAL CIVIL. MULTA CONTRATUAL. REDUÇÃO. POSSIBILIDADE. LEGITIMIDADE DE PARTE. MATÉRIA Documento: 931791 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 02/02/2010 Página 7 de 9

DE ORDEM PÚBLICA. PRECLUSÃO PRO JUDICATO. IMPOSSIBILIDADE. (...) 2 Legitimidade de parte é matéria de ordem pública, analisável em qualquer grau de jurisdição. Inexistência de preclusão pro judicato. 3 - Agravo regimental não provido." (AgRg no Ag 669.130/PR, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, QUARTA TURMA, julgado em 21/08/2007, DJ 03/09/2007 p. 180) É que os bancos depositários são responsáveis pela correção monetária dos ativos retidos até o momento em que esses foram transferidos ao Banco Central do Brasil. Conseqüentemente, os bancos depositários são legitimados passivos quanto à pretensão de reajuste dos saldos referente ao mês de março de 1990, bem como ao pertinente ao mês de abril do mesmo ano, referente às contas de poupança cujas datas de aniversário ou creditamento foram anteriores à transferência dos ativos. Precedentes: REsp 637.966 - RJ, DJ de 24 de abril de 2006; AgRg nos EDcl no REsp 214.577 - SP, DJ de 28 de novembro de 2005; RESP 332.966 - SP; DJ de 30 de junho 2003. In casu, o acórdão recorrido reconheceu a incompetência da Justiça Federal, em razão da ilegitimidade passiva do Banco Central - BACEN, para responder pela correção monetária relativa a período anterior à transferência dos ativos retidos para o BACEN. Deveras, o reconhecimento da incompetência absoluta da Justiça Federal, em razão da ilegitimidade ad causam do Banco Central, impõe a anulação dos atos decisórios e, a fortiori, remessa dos autos à Justiça Estadual, a teor do que dispõe o art. 113, caput, e 2º, do CPC). Ex positis, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Especial para determinar a remessa dos autos à Justiça Estadual (art. 113, caput, e 2º, do CPC). É como voto. Documento: 931791 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 02/02/2010 Página 8 de 9

CERTIDÃO DE JULGAMENTO PRIMEIRA TURMA Número Registro: 2008/0099222-6 REsp 1054847 / RJ Números Origem: 200002010288541 9400052103 9502019245 PAUTA: 24/11/2009 JULGADO: 24/11/2009 Relator Exmo. Sr. Ministro LUIZ FUX Presidente da Sessão Exma. Sra. Ministra DENISE ARRUDA Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. EDILSON ALVES DE FRANÇA Secretária Bela. BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA RECORRENTE ADVOGADO RECORRIDO REPR. POR RECORRIDO ADVOGADO AUTUAÇÃO : TEREZINHA FUNKLER : LÍDIA MARIA SCHIMMELS E OUTRO(S) : BANCO CENTRAL DO BRASIL : PROCURADOR-GERAL DO BANCO CENTRAL : BANCO ITAÚ S/A : RAUL QUEIROZ NEVES E OUTRO(S) ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Intervenção no Domínio Econômico - Expurgos Inflacionários / Planos Econômicos - Poupança CERTIDÃO Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, por unanimidade, deu parcial provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Teori Albino Zavascki, Denise Arruda (Presidenta), Benedito Gonçalves e Hamilton Carvalhido votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília, 24 de novembro de 2009 BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA Secretária Documento: 931791 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 02/02/2010 Página 9 de 9