Mercados informação de negócios BRASIL Oportunidades e Dificuldades do Mercado Novembro 2010
Índice 1. Oportunidades 3 1.1 Comércio 3 1.2 Investimento de Portugal no Brasil 7 1.3 Investimento do Brasil em Portugal 8 1.4 Turismo 8 2. Dificuldades 9 2.1 Comércio 9 2.2 Investimento 10 2
1. Oportunidades 1.1 Comércio O Brasil é considerado actualmente a primeira economia da América Latina e ocupa o sétimo lugar no ranking das maiores economias mundiais. É de assinalar que, fruto do progresso alcançado com as reformas económicas, das condições extremamente favoráveis a nível internacional e do desenvolvimento de políticas sociais, a economia brasileira registou elevadas taxas de crescimento nos anos mais recentes, e bastante superiores às verificadas durante as últimas três décadas. O Brasil assume um lugar de alguma relevância no comércio mundial, ocupando, em 2009, a 24ª posição do ranking de exportadores, com uma quota de 1,2% e a 26ª enquanto importador, com uma quota de 1,1% (tendo sido em 2005, respectivamente, de 1,1% e 0,7%). Nos últimos anos, o Brasil desenvolveu uma política activa de diversificação dos parceiros comerciais a chamada nova geografia comercial com o objectivo de diversificar os países mais tradicionais no seu comércio externo. Por regiões de destino, destaque para a Ásia, para onde as vendas aumentaram 4,2%, colocando esta região na primeira posição de mercado comprador de produtos brasileiros, nos primeiros nove meses de 2009, superando a União Europeia e a América Latina e Caraíbas. Por outro lado, também começa a tornar-se evidente o grande interesse do Brasil por África, com valores assinaláveis a reforçar esta política. Depois da recessão de 2008-2009, tanto as importações como as exportações deverão iniciar uma recuperação em 2010, na sequência das expectativas de crescimento da economia brasileira e mundial, cuja evolução, segundo o EIU, deverá ser de 13,3% para o caso das exportações e de 32,2% para o das importações. Trata-se de uma recuperação que em 2011 e em 2012 se reflecte na balança comercial, de modo a apresentar saldos negativos, daí a evolução das exportações ser uma grande preocupação para o governo. Assim, para o caso concreto das exportações, espera-se que em breve o governo anuncie novas medidas para as estimular, com iniciativas que virão das áreas financeira, tributária e da tecnologia. Entre elas, está o financiamento para os compradores de bens de capital e máquinas fabricados no Brasil, de modo a facilitar as vendas, essencialmente, para países da América do Sul. No que se refere aos produtos mais comercializados pelo Brasil, o ano de 2009 trouxe várias alterações quer se trate de exportações, quer de importações: os cinco principais grupos de produtos exportados pelo Brasil minérios, combustíveis, grãos, sementes e frutos, carne e açúcar destronam alguns dos mais habituais produtos ultimamente exportados ou apresentam valores mais baixos, acompanhando a evolução global deste fluxo; assim, a exportação de minério baixou em 2009 cerca 22,8%, a exportação de combustíveis baixou 26,9%, enquanto os valores de exportação de grãos, sementes e frutos e de açúcar subiram, respectivamente, 4,2% e 50,4%. Para complementar, verifica-se que os veículos automóveis desceram 42,3 as suas exportações, assim como a maquinaria em 35,8% e ferro e aço em 3
47,7%. Estas oscilações, registadas face aos valores de 2008, mostram como se alterou a grelha das exportações brasileiras em 2009, em consonância com a quebra do valor total exportado, que se cifrou em 22,7%. Sobre as importações e face a 2008, as relativas aos combustíveis também assinalaram uma quebra (45,0%) (passando para 2º grupo de produto mais importante), subindo ao 1º lugar a maquinaria, não obstante também ter sofrido um baixa (18,1%); o valor de importação da maquinaria eléctrica baixou (22%), os veículos e suas partes (11,0%) e os químicos orgânicos (17,1%). Outros produtos importantes nas importações de 2008 não figuram nesta amostra, tais como os fertilizantes, cuja quebra foi (-58,1%). Resta também indicar que estas baixas assinaladas, também se encontram de acordo com a evolução das importações brasileiras em 2009, que face a 2008 baixaram no seu valor global (-26,3%). As relações comerciais entre Portugal e o Brasil têm registado algumas flutuações, essencialmente no que se refere à posição do Brasil como cliente de Portugal, sendo que o ano de 2009 apresenta uma melhoria de 5 pontos no respectivo ranking (11ª posição), quando comparado com 2005 (16ª). O Brasil como fornecedor de Portugal assume quotas de mercado mais elevadas, bem como os respectivos rankings. Os principais capítulos de importação brasileira são os capítulos 84 e 85 - a maquinaria, reactores, motores, máquinas eléctricas, que representam, respectivamente, 16,5% e 12,2% do total, o capítulo 27 - petróleo e seus derivados que representa 14,8% do total e o cap. 87 - veículos automóveis que representa 9,0%. Em termos de oportunidades de exportação de produtos e após análise e cruzamento entre a procura brasileira e a oferta portuguesa, existem 7 capítulos de produtos com grande potencial para as exportações portuguesas: Produtos com Oportunidade de Exportação para o Brasil HS 84 27 85 87 Descrição Reactores nucleares, caldeiras, máq., ap.,etc. Combustíveis/óleos minerais e prod. destilação, etc. Máquinas, apar. e mat. eléctricos, e s/partes Veículos automóveis, tractores, ciclos, etc. IMP Brasil Mundo (milhões USD) 2009 EXP Portugal para Brasil (milhões USD) 2009 Quota (%) EXP Portugal Mundo (milhões USD) 2009 % EXP Port Mundo vs IMP Brasil Mundo 21.021,79 44,57 0,21 3.295,28 15,68 18.864,68 5,15 0,03 2.266,77 12,02 15.580,92 28,93 0,19 3.922,14 25,17 11.455,98 11,61 0,10 4.941,84 43,14 29 Prod. químicos orgânicos 6.970,33 0,19 0,00 491,32 7,05 90 Instrumentos óptica, fotografia, etc. 4.873,56 1,88 0,04 431,35 8,85 39 Plásticos e suas obras 4.790,18 13,22 0,28 1.952,58 40,76 TOTAL 83.557,45 105,55 0,13 17.301,28 20,71 Fontes: Aicep, WTA 4
IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DO MUNDO (milhões USD) HS Descrição 2007 2008 2009 84 27 85 87 --World-- 120.620,88 173.196,63 127.647,33 Reactores nucleares, caldeiras, máq., ap.,etc. Combustíveis/óleos minerais e prod. destilação, etc. Máquinas, apar. e mat. eléctricos, e s/partes Veículos automóveis, tractores, ciclos, etc. Taxa Crescimento 2007-2008 Taxa Crescimento 2008-2009 18.468,32 25.651,18 21.021,79 38,89-18,05 22.320,30 34.288,17 18.864,68 53,62-44,98 14.824,83 19.968,20 15.580,92 34,69-21,97 8.263,55 12.874,10 11.455,98 55,79-11,02 29 Prod. químicos orgânicos 6.376,53 8.411,95 6.970,33 31,92-17,14 90 Instrumentos óptica, fotografia, etc. 4.563,79 5.989,15 4.873,56 31,23-18,63 39 Plásticos e suas obras 4.223,75 5.760,14 4.790,18 36,38-16,84 TOTAL 79.041,08 112.942,88 83.557,45 42,89-26,02 Fontes: Aicep, WTA Acerca destes 7 capítulos gostaríamos de realçar que são capítulos em que o Brasil é forte importador (cerca de 83,5 mil milhões de dólares em 2009) e em que Portugal é competitivo a nível mundial (exportou 17,3 mil milhões de dólares em 2009), sendo que em qualquer um destes capítulos, as nossas exportações foram superiores a 431 milhões de dólares. No conjunto destes 7 capítulos, Portugal só exportou para o Brasil 105,5 milhões de USD, o que representa uma quota de mercado de 0,13% do total. Este rácio mostra claramente o ainda baixo grau de penetração dos nossos produtos no mercado brasileiro. De realçar outros sectores de oportunidade para Portugal no mercado brasileiro, sendo de destacar, no seu conjunto: Azeite o azeite português é o mais vendido no mercado brasileiro e continua a ser visto pelo consumidor como um azeite de grande qualidade. As exportações de azeite virgem português cresceram, e em 2006. cerca de 34% em valor e 30% em volume. Em relação ao total de azeites portugueses exportados para o Brasil, em 2006, o crescimento foi de 56% em valor e 50% em volume. Castanhas o Brasil tem aumentado as suas importações de castanhas. Apesar de possuir alguma produção deste fruto, a sua qualidade ainda não é do agrado dos consumidores que continuam a preferir castanhas importadas. A castanha portuguesa é das mais apreciadas pelo consumidor. Frutos secos dentro do grupo dos frutos secos os que o Brasil mais importa, por não ter produção interna são, entre outros, amêndoas, avelãs, uvas passas, nozes e figos. 5
Pêra fresca as exportações de peras frescas para o mercado brasileiro têm vindo a aumentar nos últimos anos e Portugal continua a manter a posição de segundo maior fornecedor desta fruta para o Brasil, A pêra portuguesa é muito apreciada pelos consumidores brasileiros. Queijos os queijos tradicionais portugueses, sobretudo o queijo da serra tem vindo a ganhar um destaque especial pelos apreciadores deste produto no Brasil, tendo vindo a aumentar a sua procura. Têxteis (vestuário social masculino e estilistas) embora o Brasil seja um grande produtor têxtil, no segmento do vestuário masculino social, há oportunidades de crescimento das exportações portuguesas. Portugal tem uma boa oferta com qualidade, sendo fornecedor de várias das principais marcas internacionais, enquanto que o Brasil não dispõe de produção de alta qualidade. Já há iniciativas implantadas (showroom Art & Moda) e nota-se o interesse manifestado por algumas empresas em passar a operar neste mercado. Têxteis-lar Portugal já esteve presente neste mercado com alguma força, principalmente com roupa de cama (colchas). Há alguns anos, por condições adversas do mercado (câmbio, altas taxas de importação, concorrência local e falta de apoio), os produtos deixaram de estar presentes no Brasil. Apesar das dificuldades enumeradas (hoje o câmbio já está numa situação mais favorável para as importações), há mercado para os produtos de alta gama, onde o Brasil tem pouca oferta. Gift as porcelanas, cerâmicas, vidros, cutelaria, já estiveram presentes com maior ênfase neste mercado, ao longo dos anos 90. Portugal possui uma boa oferta e da mesma forma que nos outros produtos, sofre com as dificuldades que o mercado oferece para os produtos importados. No entanto, há mercado a ser conquistado. Temos o exemplo da Vista Alegre instalada há alguns anos no Brasil e mais recentemente a Faiart, que através da sua marca argentina Verbano está a começar a entrar no mercado. Cortiça/rolha (capítulo 45 da NC) apesar da já significativa presença deste produto no mercado brasileiro e de algumas empresas já se encontrarem instaladas no Brasil, a perspectiva de crescimento da produção vinícola brasileira nos próximos anos, abre excelentes oportunidades para a exportação deste tipo de produtos. Bens de equipamento o estudo de mercado recentemente elaborado sobre oportunidades de exportação de produtos portugueses para o Brasil (disponível no site da AICEP www.portugalglobal.pt) identifica 205 produtos em que Portugal possui um bom potencial exportador e cuja procura brasileira é significativa. São oportunidades claramente subaproveitadas, visto que o market-share de Portugal destes produtos nas importações totais brasileiras é bastante reduzido, não superando 1% na maioria dos casos. Dos produtos identificados destacam-se os capítulos Máquinas e materiais eléctricos e Máquinas e instrumentos mecânicos. 6
Componentes auto (capítulo 87 da NC) também neste caso existe margem para crescer. Portugal já exporta estes produtos para o Brasil, mas devido à dimensão do mercado, ao peso da indústria automóvel no Brasil e aos volumes totais de importações deste tipo de produtos, há oportunidades a explorar. Software/TI s (capítulo 84 da NC) existem boas perspectivas para todo o tipo de software (gestão empresarial, sector financeiro, etc.). 1.2 Investimento de Portugal no Brasil O investimento directo estrangeiro (IDE) tem desempenhado um papel determinante no desenvolvimento económico recente do Brasil, país que se converteu num importante destino do IDE a nível mundial (11º em 2008). A maior atractividade do país na captação de capitais decorre, em grande medida, da situação criada no âmbito do Plano de Estabilização (Plano Real), do Programa Nacional de Privatizações, da implementação de reformas económicas e da maior flexibilidade da legislação relativa ao investimento estrangeiro. Entre 2000 e 2005, o país atraiu mais de 100 mil milhões de USD de investimento directo estrangeiro, ainda que em 2002 e 2003 se tenha registado uma diminuição significativa dos valores, em virtude da incerteza gerada pela transição presidencial e por uma forte retracção do investimento na América do Sul. De acordo com o World Investment Report 2010, publicado pela UNCTAD, verifica-se uma tendência de crescimento dos valores de IDE, a partir de 2005, tendo-se registado um aumento de 30,0% em 2008 (em 2006 o Brasil recebeu 1,3% do IDE global e em 2008 captou 2,7% do mesmo), cifrando-se em 45,1 mil milhões de USD. Para além do caminho já percorrido, continuam a existir amplas oportunidades para o seu crescimento, principalmente nas seguintes áreas: energia (distribuição, geração. comercialização), extracção de petróleo e combustíveis alternativos (Etanol, Bio diesel, etc.), turismo/hotelaria, PPP - parcerias públicoprivadas (rede viária, metro, tratamento de resíduos, construção civil, aeroportos, etc.). TIE s e agronegócio. O quadro de referência com as prioridades de investimento do Governo Brasileiro para os próximos anos identifica as seguintes áreas: Construção e ampliação da rede de linhas de transmissão eléctrica; Construção de centrais hidroeléctricas. pequenas centrais hidroeléctricas. e termoeléctrica; Construção e renovação de rodovias e ferrovias; Unidades de energia eólica; Refinaria e exploração de petróleo; 7
Construção e ampliação da rede de abastecimento de água e saneamento; Ampliação de portos e aeroportos; Ampliação da rede de gasodutos; Construção e ampliação da rede de metro; Construção e reformas de plataformas petrolíferas e navios petroleiros. 1.3 Investimento do Brasil em Portugal Relativamente a oportunidades para o investimento brasileiro em Portugal estas podem surgir nas seguintes áreas: Indústria pesada algumas empresas brasileiras já se encontram em Portugal e usufruem do know- -how e experiência adquirida no mercado brasileiro para entrarem no mercado europeu (ex. CSN. Embraer). Franchising O Brasil já tem marcas que constituem casos de sucesso ao nível do franchising internacional. Algumas marcas já se encontram em Portugal mas existe espaço para muitas outras. Novas tecnologias possibilidade de se estabelecerem parcerias com empresas portuguesas. 1.4 Turismo O turismo é uma actividade de importância fundamental para a economia do país, devido não só à sua contribuição para o crescimento do PIB, como também pelo potencial que oferece na criação de emprego e consequente acréscimo de rendimento, com impactos muito positivos na melhoria da qualidade de vida da população. O Plano Nacional de Turismo (PNT), 2007-2010, cujo sentido profundo é a inclusão social, destaca a perspectiva do Brasil se converter num dos principais destinos turísticos mundiais e o Programa de Regionalização do Turismo mapeou 200 regiões turísticas no país e seleccionou os roteiros e regiões que apresentam condições de serem trabalhados, para adquirirem um padrão de qualidade internacional, retribuindo em empregos, desenvolvimento e inclusão social. O Ministério do Turismo pretende captar 7,9 milhões de turistas em 2010 e colocar o Brasil entre os primeiros vinte destinos turísticos até 2020. Neste sentido, está a ser desenvolvido um processo de reestruturação do sector, com destaque para o crescimento da hotelaria, com importantes entradas de capital estrangeiro 1, e a melhoria das infraestruturas, serviços básicos e gestão ambiental. 1 Dos 130 países analisados no Relatório de Competitividade de Viagens e Turismo 2008, divulgado pelo Fórum Económico Mundial, o Brasil é considerado o 49º país mais atractivo do mundo para investimentos no sector do turismo. 8
Apesar da Europa continuar a ser o destino mais procurado pelos brasileiros, a procura pelo destino EUA aumentou consideravelmente até 2005. Em 2006, excepcionalmente, este mercado mostrou uma redução. As razões deste aumento de procura têm a ver essencialmente com preço (é mais barato viajar para os EUA do que para a Europa) e com o aumento da oferta/capacidade aérea para aquele País (vários dos voos cancelados por companhias americanas após o 11 de Setembro estão a ser retomados). Estes dois factores têm feito com que os operadores brasileiros reavaliem a oferta do mercado da América do Norte. A escalada do preço do petróleo nos mercados internacionais tem vindo a afectar as tarifas aéreas e deverá ser um importante factor a ter em consideração na evolução do mercado turístico (outbound) brasileiro. A existência de uma média anual 2 de 63 voos directos por semana com destino a Portugal facilita o transporte de turistas brasileiros para o nosso país e vice-versa, tornando-se também o Brasil um destino privilegiado para os turistas portugueses. A nível de oportunidades para o mercado português. os produtos turísticos em que se deve continuar a apostar é o fly & drive pela facilidade de comunicação, com ênfase no turismo cultural, no turismo enogastronómico e no turismo religioso. 2. Dificuldades 2.1 Comércio Apesar do crescimento das exportações portuguesas para o mercado brasileiro, estas encontram-se ainda aquém do desejável, ficando a dever-se, em grande medida, aos seguintes factores: Altas taxas de importação - o Brasil é um dos países do mundo que apresenta maiores taxas à importação de produtos. Esta é a maior barreira à entrada de produtos neste mercado. Os países do Mercosul não pagam impostos e os países associados do Mercosul (ex: Chile) gozam de condições aduaneiras privilegiadas, que tornam os seus produtos mais competitivos em relação à oferta portuguesa, e em termos gerais da oferta europeia. Licenças de importação de produtos alimentares de um modo geral a grande dificuldade que se coloca à exportação de produtos alimentares para o Brasil está relacionada com o processo burocrático na autorização para a exportação e às constantes alterações na lei que se aplica à importação de produtos alimentares. 2 Fonte: ANA Média anual calculada engloba as épocas de Inverno e Verão IATA e foram retiradas as cidades de origem que registam médias inferiores a 1 voo semanal; os dados apresentados englobam voos charters, 9
Grande burocracia da alfândega brasileira existem uma série de dificuldades, nomeadamente na legislação e nos procedimentos de desalfandegamento que podem provocar complicações tais como atrasos e prejuízos. Tendência para a depreciação do Real - embora o Real se tenha valorizado face ao USD e ao Euro durante 2005 e 2006, a tendência da moeda a longo prazo é para se desvalorizar face às moedas fortes a nível mundial. Este factor torna os produtos importados menos competitivos quando comparados com os nacionais. Identificação de um parceiro adequado dada a dimensão do mercado e todas as suas particularidades/dificuldades, a escolha de um parceiro adequado tem sido uma das grandes dificuldades encontradas pelos empresários portugueses. Falta de imagem dos produtos portugueses no Brasil com excepção de alguns (poucos) produtos na sua grande maioria bens de consumo, existe falta de imagem dos produtos portugueses, o que prejudica a sua penetração no mercado. Condições pouco favoráveis de financiamento à aquisição de produtos portugueses no mercado local no Brasil o acesso ao crédito (financiamento) é muito difícil devido às elevadíssimas taxas de juro praticadas (taxa básica de 15% / ano). Falta de interesse dos empresários portugueses/distância do mercado por ser um mercado distante com algumas particularidades e dificuldades de acesso, a grande maioria dos empresários portugueses não olha para o Brasil como um mercado prioritário, preferindo apostar nas relações comerciais intracomunitárias. 2.2 Investimento Na área do investimento, o estudo realizado pela Delegação em S.Paulo intitulado Os investimentos portugueses no Brasil apontou alguns dos principais obstáculos ou dificuldades ao investimento português no Brasil: Debilidades ao nível da administração pública (lentidão, burocracia) Complexidade do sistema fiscal Complexidade do sistema judiciário Problemas ao nível da segurança pessoal e violência Dificuldade de acesso ao sistema financeiro brasileiro 10
Outro aspecto relevante deste estudo é que 70% das empresas que responderam ao estudo informaram ter obtido lucros superiores ao ano anterior, sendo que deste conjunto 10% aumentaram em mais de 50% os seus lucros. Por outro lado, 71,4% das empresas responderam estar em processo de ampliação das suas actividades, enquanto que 89% manifestaram interesse em ampliarem as suas actividades no mercado brasileiro. Estes dados vieram, após alguns anos de resultados menos positivos no início dos processos de internacionalização, confirmar que as empresas alinharam-se e beneficiaram com o bom desempenho da economia brasileira. Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 aicep@portugalglobal.pt www.portugalglobal.pt Capital Social 110 milhões de Euros Matrícula CRC Porto Nº 1 NIPC 506 320 120 11