PREVALÊNCIA DE FATORES DE INFLUÊNCIA NA REALIZAÇÃO DE ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO POR UMA AMOSTRA DE MÃES DA CIDADE DE GUARAPUAVA-PR

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2 PREVALÊNCIA DE FATORES DE INFLUÊNCIA NA REALIZAÇÃO DE ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO POR UMA AMOSTRA DE MÃES DA CIDADE DE GUARAPUAVA-PR PREVALENCE OF THE FACTORS OF INFLUENCE IN THE PERFORMANCE OF EXCLUSIVE BREASTFEEDING IN A SAMPLE OF MOTHERS OF THE CITY OF GUARAPUAVA-PR RESUMO BENINCÁ, Simone Carla 1 FREITAS, Angelica Rocha de 2 O aleitamento materno é uma prática natural e saudável de alimentar a criança, pois fornece todos os componentes necessários ao desenvolvimento fisiológico do bebê. Este estudo foi realizado com mães na cidade de Guarapuava-PR, em que investigou-se fatores socioeconômicos, de identificação da mãe e da criança, informações relacionadas à gestação e ao parto, informações pertinentes ao nascimento da criança e antropometria da mãe. O objetivo foi verificar os fatores que influenciam o aleitamento materno exclusivo. A média de idade encontrada foi de 23,64±6,71 anos. No que se refere ao estado civil, 55,88% encontravam-se em união estável, 32,35% eram casadas e 11,76% solteiras. Quanto à etnia, 76,47% eram caucasianas. Em relação à escolaridade, 41,17% das mães e 35,29% dos pais possuiam o ensino fundamental incompleto. O tipo de moradia mais citada foi a casa própria (madeira = 11,76% e alvenaria = 47,05%). A renda familiar média per capita foi de 239,56 ± 138,21 e a média de pessoas por residência foi de 4,02 ± 1,38. No que se refere aos fatores de influência para o aleitamento materno exclusivo, a escolaridade dos pais, as condições de trabalho, a renda familiar e a ausência de comorbidades gestacionais influenciou significativamente (p<0,05) na presença de aleitamento materno exclusivo. Pode-se inferir que a prática do aleitamento materno exclusivo nesta população apresentou influências significativas pelos fatores acima citados, e é um desafio para os profissionais que trabalham na saúde pública tentar minimizar os efeitos destes fatores a fim de conscientizar a mãe para amamentar exclusivamente seu filho até os 6 meses, visando assim usufruir dos benefícios desse tipo de alimentação. Palavras-chave: aleitamento materno exclusivo, aleitamento materno complementar, condições socioeconômicas. ABSTRACT Breastfeeding is a natural and healthy practice. That provides all the necessary components to the baby s physiological development. Thus, this study was conducted with 34 mothers in the city of Guarapuava-PR, in order to verify the prevalence of factors of influence for exclusive breastfeeding. It was investigated socioeconomic factors and information related to pregnancy and childbirth, birth and anthropometry of the mother s. The average age was 23.64 ± 6.71 years. With regard to marital status, 55.88% were in stable union, 32.35% were married and 11.76% were single. Regarding education, 41.17% of mothers and 35.29% of dads hadn t complete primary education. The kind of housing its cited was the own house (wood = 1 Acadêmica do curso de Nutrição da Universidade Estadual do Centro-Oeste UNICENTRO 2 Docente do Departamento de Nutrição da UNICENTRO

3 11.76% and masonry = 47.05%). Median household income was R$ 239.56±138,21 and the persons per household number was 4.02 ± 1.38. With regard to the influence factors for exclusive breastfeeding, parents' education, working conditions, family income and the absence of comorbidities gestational was significant (p <0.05) in the presence of exclusive breastfeeding. It can be inferred that the practice of exclusive breastfeeding in this population showed significant influences by the factors mentioned above and its a challenge for professionals working in public health, to minimize the effects of these factors in order to educate mothers to exclusively breastfeed your child until the 6 months to enjoy the benefits of this kind of nutrition. Key-Words: exclusive breastfeeding, complementary breastfeeding, socio-economic conditions. INTRODUÇÃO O aleitamento materno traz inúmeros benefícios para a mãe e o bebê. No entanto, essa prática tem sido deixada de lado nas últimas décadas. Com a invenção e a explosão da industrialização do leite artificial no século XIX, muitas mulheres foram influenciadas a acreditar nas alterações da mama com a amamentação e que seu leite não era o ideal para seu filho, sendo este fraco e incapaz de suprir as necessidades fisiológicas do bebê. Esses são tabus que em algumas regiões ainda perduram (1). Além de nutrir e saciar a necessidade hídrica, o leite materno supre a carência afetiva e psicológica. Pelo leite materno se fornece imunoglobulinas e nutrientes, e forma-se o vínculo emocional, propiciando também condições ideais para um desenvolvimento motor, emocional, intelectual e social da criança amamentada (1). Segundo Campestrini (2), a substituição do aleitamento materno por leite artificial faz com que a cada ano 1,5 milhão de crianças venha a óbito no mundo, sendo a grande maioria por diarréia, devido à falta de água potável para o preparo das mamadeiras e falta de noções de higiene. Para Ungerer (3), um dos grandes e recentes avanços da neonatologia foi o reconhecimento de que a separação mãe-filho era não apenas desnecessária, mas altamente prejudicial ao desenvolvimento psicológico e bem-estar tanto da mãe quanto do bebê. Esta separação também pode interferir no padrão de comportamento entre mãe e filho e no desenvolvimento intelectual do bebê. Em 1990 em Florença na Itália, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) produziram um documento intitulado Aleitamento Materno na Década de 90: Uma iniciativa Global, chamado de Declaração de

4 Inocenti, que enfatiza o aleitamento materno exclusivo até seis meses e complementado com outros alimentos até 2 anos. A campanha intitulada Iniciativa Hospital Amigo da Criança, também contribuiu para a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, contemplando os 10 Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno (1). Rego (4) ressalta que, por possuir um sistema imune imaturo, o recém-nascido é mais suscetível a contrair infecções, e que para protegê-lo, a natureza sabiamente desenvolveu mecanismos de proteção adaptativa (representado principalmente por Linfócitos B e T), através da via transplacentária de anticorpos, fatores de resistência presentes no líquido amniótico, pelo colostro e leite materno, formando assim uma barreira contra as infecções. Pelo leite humano são transportados e repassados aos bebês as Imunoglobulinas A, G, M, D, E, linfócitos B e T, macrófagos, neutrófilos, ácidos graxos essenciais, fator Bifidus, gama interferon, lactoferina, entre outros. As vantagens do Aleitamento Materno na redução da morbimortalidade por doenças infecciosas têm sido amplamente demonstrada. A amamentação significa menor custo para o sistema de saúde, mesmo em países onde a mortalidade infantil é baixa. As internações hospitalares de crianças alimentadas artificialmente ocorrem cinco vezes mais do que para as amamentadas exclusivas ou parcialmente (5). No entanto, a prática do aleitamento materno não é realizada por todas as mulheres. Inúmeros são os motivos que levam a mãe a rejeitar a prática do aleitamento materno, destacando-se nível socioeconômico (6,7), grau de escolaridade da mãe (6,8,9), idade da mãe (8), trabalho materno (9), urbanização (6,8,10), condições de parto (8,9,11), incentivo do cônjuge e de parentes (12,13), e intenção da mãe de amamentar (12,8). O estado nutricional materno, com destaque ao peso pré-gestacional, o ganho de peso gestacional e o estado nutricional do neonato também podem influenciar o aleitamento materno exclusivo (14). Dessa maneira, o objetivo do estudo foi verificar os fatores que influenciam o aleitamento materno exclusivo. Pois, ressalta-se que, à medida que se conhecem os motivos que possam contribuir com o desmame precoce, pode-se atuar melhor no sentido de prevenir esses fatores de forma mais direcionada e mais eficaz. METODOLOGIA A amostra foi composta por 34 mulheres escolhidas de forma aleatória, com idades entre 14 e 42 anos, que se dispuseram participar voluntariamente da pesquisa e iniciaram a

5 gestação com Índice de Massa Corporal (IMC) variado (Baixo Peso, Eutrofia, Sobrepeso e Obesidade), e que assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice 1). A seleção das participantes deu-se através da Clínica da Mulher, localizada na cidade de Guarapuava/PR, nos meses de maio e junho de 2009. O trabalho foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste, por meio do protocolo número 03936/2009. Foi preenchida uma ficha inicial nos primeiros dias após o parto com dados socioeconômicos e nutricionais no local onde foi realizado o parto. Entre 30 a 60 dias após o parto, as mulheres que aceitaram participar do estudo foram visitadas em seus lares, para avaliação antropométrica e coleta de informações respectivas ao lactente e a mãe. Em relação à antropometria, realizou-se a pesagem da participante com auxílio de balança digital, e a estatura através de fita métrica inelástica, investigando-se o IMC no momento da visita. O IMC foi calculado considerando-se a razão peso atual (kg) e o quadrado da estatura (m 2 ). Para classificação e diagnóstico do estado nutricional segundo o IMC, foram utilizados os pontos de corte para adultos propostos pela Organização Mundial de Saúde (OMS/WHO) (15). A idade gestacional do parto também foi questionada. Em relação ao recém nascido verificou-se o gênero, o peso e a estatura ao nascimento utilizando para tanto o cartão da criança, a presença e o tipo de aleitamento utilizado foi verificado através da entrevista com a mãe. A idade gestacional da criança foi classificada pelo método de Capurro (16) em Pequeno para a Idade Gestacional (PIG), Adequado para Idade Gestacional (AIG) e Grande para Idade Gestacional (GIG). O formulário utilizado no estudo foi aplicado durante a abordagem na residência da mãe/lactante, e continha questões relacionada à identificação da mãe e da criança, dados socioeconômicos, informações relacionadas à gestação e ao parto e antropometria da mãe (Apêndice 2). No momento da coleta de dados e do estudo, as crianças apresentavam idades entre 30 e 60 dias. Os resultados encontrados foram expressos por meio de estatística descritiva através de médias, frequências, desvio-padrão e utilizou-se o teste de Qui-quadrado para comparação da prevalência dos fatores de influência no aleitamento materno exclusivo. Para tanto foi utilizado o software Microsoft Excel 2007.

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na população estudada, a média de idade encontrada foi de 23,64±6,71 anos, em que a maioria das avaliadas (47,05%) possuía entre 20 e 29 anos. Porém encontravam-se muitas mães ainda adolescentes, com idades entre 14 e 19 anos (32,35%). Apenas 17,64% estavam na faixa etária dos 30 aos 39 anos e 2,94% na faixa de 40 a 49 anos. Quanto à etnia, os relatos das entrevistadas foram que 76,47% eram caucasianas, 20,58% afro-descendentes e 2,94% indígenas. No que se refere ao estado civil 32,35% eram casadas e 11,76% solteiras, sendo que 55,88% encontravam-se em união estável e a maioria diz estar nesta condição pela ocorrência da gravidez. Tanto as casadas quanto as que se encontravam em união estável moravam com os parceiros. Em relação à escolaridade da mãe, 41,17% possuíam o ensino fundamental incompleto, 8,82% fundamental completo, 11,76% o ensino médio incompleto, 26,47% ensino médio completo, 2,94% superior incompleto e 8,82% superior completo. Tratando-se do trabalho, 23,52% trabalhavam, o restante (76,47%) realizava trabalhos domésticos e, segundo elas, cuidavam dos filhos. A escolaridade paterna mais citada foi o ensino fundamental incompleto (35,29%), seguido pelo ensino médio completo (26,47%). Chamou a atenção o fato de que 8,82% das mães não souberam dizer a escolaridade dos pais dos seus filhos pelo contato insuficiente com os mesmos. O tipo de moradia mais citada foi à casa própria (madeira = 11,76% e alvenaria = 47,05%), seguido por moradia de aluguel (29,41%). A renda familiar per capita média foi de 239,56±138,21 reais e a média de pessoas por residência foi de 4,02±1,3. Esses dados descritivos e socieconômicos da amostra estudada podem ser verificados na tabela 1. Tabela 1 Dados descritivos e socioeconômicos da amostra estudada DADOS MÃES n = 34 (100%) DADOS MÃES n = 34 (100%) 14 a 19 anos = 11 (32,35%) Analfabeto = 1 (2,94%) Idade 20 a 29 anos = 16 (47,05%) Não sabe = 3 (8,82%) 30 a 39 anos = 6 (17,64%) Fundamental Incompleto = 12 (35,29%) 40 a 49 anos = 1 (2,94%) Escolaridade do Pai Fundamental Completo = 5 (14,70%) Média de Idade (anos) 23,64±6,71 Médio Incompleto = 2 (5,88%) Caucasiana = 26 (76,47%) Médio Completo = 9 (26,47%) Etnia Afro-descendente = 7 (20,58%) Superior Incompleto = 1 (2,94%) Indígena = 1 (2,94%) Superior Completo = 3 (8,82%) Casada = 11 (32,35%) Condição de Trabalho Trabalham = 8 (23,52%) Estado Civil União Estável = 19 (55,88%) Não trabalham = 26 (76,47%)

7 Solteira = 4 (11,76%) Fundamental Incompleto = 14 (41,17%) Média da renda familiar per capita (R$) 239,56±138,21 Renda familiar média (R$) 870,588 ± 400,192 Fundamental Completo = 3 (8,82%) N de Pessoas na Casa 4,02±1,38 Escolaridade da Mãe Médio Incompleto = 4 (11,76%) Aluguel = 10 (29,41%) Médio Completo = 9 (26,47%) Tipo de Moradia Própria (madeira) = 4 (11,76%) Superior Incompleto = 1 (2,94%) Própria (alvenaria) = 16 (47,05%) Superior Completo = 3 (8,82%) Emprestada (sogra) = 2 (5,88%) Escobar et al. (17) em um estudo sobre condições socioeconômicas-culturais, levando em consideração os fatores que levam ao desmame precoce, encontrou que a idade da maioria das mães encontrava-se nos intervalos de 20-29 anos (43,9%) e 30-39 anos (35,2%) e 12,3% tinha menos de 21 anos. A maioria das mães eram donas de casa (46%) ou estavam empregadas (40%). Em relação à escolaridade 2,3% eram analfabetas e 50,8% não completaram o primeiro grau. Em relação aos pais 4,2 % eram analfabetos, 50% tinham o primeiro grau incompleto, 17,3% o primeiro grau completo, 8,3% o segundo grau incompleto, 15,2% o segundo grau completo e 4,9% o nível superior. A renda familiar média foi de 5,16 salários mínimos. Em cada casa observou-se uma média de quatro habitantes, sendo que 95,5% das casas eram de alvenaria, 9,8% da população moravam em favelas e 2,8% em cortiços. Esse estudo assemelha-se ao que foi realizado, diferindo apenas na renda familiar média, onde o achado no presente estudo foi de 870,58±400,19 reais (aproximadamente 2 salários mínimos) contra 5,16 salários mínimos verificados por Escobar et al. (17). Na tabela 2 estão dispostos os tipos de alimentação que as crianças recebiam. Notou-se que a prática do Aleitamento Materno Exclusivo (AME) é a mais citada (47,05%). Porém, o aleitamento materno junto com fórmula (26,47%) ou com chá (14,70%) ou mesmo em conjunto com os dois (5,88%) esteve presente. Leite de vaca e chá ou fórmula e vitamina A e D são utilizadas por 2,95% das mães. Tabela 2 Tipo de Alimentação fornecida às crianças com idades entre 30 e 60 dias Tipo de Alimentação n % Aleitamento Materno Exclusivo (AME) 16 47,05 Aleitamento Materno + Chá (AMCH) 5 14,70 Aleitamento materno + Fórmula (AMF) 9 26,47 Aleitamento Materno + Fórmula + Chá (AMFCH) 2 5,88 Leite de Vaca + Chá (LVCH) 1 2,95 Fórmula + Vitamina A e D (FVITAD) 1 2,95 TOTAL 34 100

8 O aleitamento materno traz indiscutíveis benefícios à saúde, seja em curto ou longo prazo. No que concerne ao risco cardiovascular futuro para a criança, o aleitamento materno mostra-se importante. Singhal et al. (18), estimou que a queda de apenas 2 mmhg na pressão diastólica decorrente da amamentação reduza a prevalência de hipertensão em 17%, doença coronariana em 6% e acidentes vasculares cerebrais em 15%. De forma semelhante, a redução de 10% nos níveis de colesterol promovida pelo aleitamento materno deve provocar queda de 25% na incidência de doenças cardiovasculares e de 14% na mortalidade pelas mesmas. É importante definir os motivos que levam ao desmame precoce, sendo que entre os principais fatores relacionados cita-se nível socioeconômico, grau de escolaridade e idade da mãe, trabalho materno, condições de parto, dentre outros (17). Por meio da tabela 3 pode-se constatar que o AME é praticado principalmente pelas mães com idades entre 20 e 29 anos (47,25%) e que estão em união estável (55,88%) ou casadas (32,35%). Já o AMCH é mais encontrado nas mulheres com idades entre 14 e 19 anos (32,35%) e que também se encontram em união estável (55,88%) ou casadas (32,35%). O AMF é verificado naquelas com idades entre 20 e 29 anos (47,05%) e união estável (55,88%). O AMFCH foi verificado em mulheres em idades tanto de 20 a 29 anos (47,05%) quanto de 30 a 39 anos (17,64%), ambas casadas (32,35%). O LVCH e o FVITAD são utilizados por mães de 20 a 29 anos (47,05%) tanto casadas (32,35%) como em união estável (55,88%). Em todos os tipos de alimentação, na questão número de gestações, a maioria das mães encontravam-se na primeira gestação. Isso se deve ao fato de 22 (64,70%) das entrevistadas serem prímiparas. Tabela 3 Distribuição do tipo de alimentação fornecida segundo número de gestações, idade e estado civil das mães Tipo de Alimentação Número de Gestações Idade (anos) Estado Civil 1 2 3 8 N % 14 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 n % Casada União Estável Solteira n % AME 9 3 3 1 16 47,05 5 7 3 1 16 47,05 6 8 2 16 47 AMCH 4 0 1 0 5 14,7 3 1 1 0 5 14,7 2 2 1 5 15 AMF 5 1 3 0 9 26,47 3 5 1 0 9 26,47 0 8 1 9 26 AMFCH 2 0 0 0 2 5,88 0 1 1 0 2 5,88 2 0 0 2 5,9 LVCH 1 0 0 0 1 2,95 0 1 0 0 1 2,95 0 1 0 1 3 FVITAD 1 0 0 0 1 2,95 0 1 0 0 1 2,95 1 0 0 1 3 TOTAL 22 4 7 1 34 100 11 16 6 1 34 100 11 19 4 34 100 Notas: AME = Aleitamento Materno Exclusivo; AMCH = Aleitamento Materno + Chá; AMF = Aleitamento Materno + Fórmula; AMFCH = Aleitamento Materno + Fórmula + Chá; LVCH = Leite de vaca + Chá; FVITAD = Fórmula + Vitamina A e D.

9 50% 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% 50% 33,33% Santos et al. ( 19) 16,67% 0% 0% 27,78% 25% 22,22% 6,25% 18,75% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 1 2 3 4 5 6 7 8 Mães AME relata em seu estudo que 80,5% das mães eram casadas ou estavam em união estável. Dessas, apenas 19,4% praticaram alimentação artificial, enquanto 80,6% amamentaram, sendo que 51,5% por aleitamento natural exclusivo nos primeiros seis meses de vida do seu bebê. Esses dados contradizem aos do presente estudo, onde a variável estado civil não influenciou na presença do aleitamento materno. Gigante et al. (20) evidenciou prevalências de amamentação significativamente maiores conforme aumentou a idade materna. Em relação à paridade demonstrou que as primíparas amamentaram por menos tempo. Alguns estudos (20,21) sobre alimentação nos primeiros anos de vida da criança realizados de forma aleatória na população, mostraram que a maioria das mães estão na faixa entre 20 e 34 anos, sendo que desse grupo as de maior idade geralmente amamentam seus filhos e por um período de maior duração do que as mães adolescentes ou mais jovens. No presente estudo a idade materna não diferiu na presença do aleitamento materno exclusivo. Na figura 1 fez-se a comparação entre a escolaridade dos pais e o tipo de aleitamento, dividindo-se em 2 grupos, o AME (Aleitamento Materno Exclusivo) e o AMC (Aleitamento Materno Complementar, englobando todas as outras formas de aleitamento). Destaca-se assim que o ensino superior incompleto ou completo está presente somente entre os pais (pai e mãe) do grupo AME. No item ensino médio incompleto ou completo, o grupo AMC está mais presente. Porém no quesito fundamental incompleto, a porcentagem maior encontra-se entre as mães AME, e iguala-se entre os pais e mães AMC. No ensino fundamental completo os pais (pais e mães) AMC são maioria. Escobar et al. (17) encontrou em seu estudo que quanto maior a escolaridade materna, maior o tempo de aleitamento. Mães AMC 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% 33,33% 25% 18,75% 11,11% 11,11% 0% 33,33% 18,75% 6,25% 18,75% 0% 0% 1 2 3 4 5 6 7 8 Pais AME Pais AMC Figura 1 Distribuição do tipo da alimentação fornecida segundo escolaridade dos pais 0% 12,50% 5,56% 5,56% Notas: 1 = Fundamental Incompleto; 2 = Fundamental Completo; 3 = Médio Incompleto; 4 = Médio Completo; 5 = Superior Incompleto; 6 = Superior Completo; 7 = Não Estudou; 8 = Não Sabe

10 Santos et al. (19) ao estudar a relação entre o tipo de alimentação fornecida às crianças e o grau de escolaridade das mães verificou que 51% (n=76) das mães que tinham apenas o ensino fundamental incompleto, 18,4% deram alimentação artificial ao seu bebê, enquanto as restantes (81,56%) amamentaram, sendo 49,98% de forma exclusiva até o sexto mês de vida. Dentre 48,99% (n=73) das mães com escolaridade entre ensino médio completo e parte do superior (76,71%) ou superior (23,28%) amamentaram. Destas, 42,46% praticaram aleitamento materno natural exclusivo pelo menos nos seis primeiros meses de vida do seu bebê. Alguns estudos brasileiros (22,23,24,25) evidenciaram a prevalência maior de AME nas mulheres mais instruídas: 0,6 meses nas crianças cujas mães tinham pouca ou nenhuma escolaridade e de 1,2 meses com mães mais instruídas. Esse estudo reforça o encontrado no presente trabalho de que mães e pais com maior escolaridade fazem uso do aleitamento materno exclusivo. Apenas 23,52% (n=8) das mães entrevistadas trabalham, destas 25% encontram-se em AME e 37,5% em AMF. Das mães que não trabalham fora de casa 53,85% (n=14) estão em AME, 23,07% (n=6) em AMF e 15,38% (n=4) em AMCH. Dados estes não satisfatórios, pois nota-se que o aleitamento materno está pouco presente, levando em consideração que se trata do período entre o primeiro e o segundo mês de vida da criança. Destaca-se ainda que, nesta amostra quanto menor a renda familiar (Menor que R$ 300,00) mais esteve presente o AME. Quanto ao número de pessoas na residência, as famílias com 3 a 4 indivíduos apresentam maior índice de AME, conforme demonstrado na tabela 4. Tabela 4 Distribuição do tipo de alimentação fornecida segundo condição de trabalho das mães, renda familiar e número de pessoas na residência Tipo de Alimentação Condição de Trabalho Renda Familiar per capita (R$) Não Menor De 201 De 301 a Trabalham Trabalham n % que 200 a 300 400 Número de Pessoas na Residência Acima de 401 n % 3 4 5 6 7 9 n % AME 2 14 16 47,05 8 5 0 3 16 47,05 8 4 1 1 1 1 16 47,05 AMCH 1 4 5 14,7 2 2 1 1 6 17,64 3 1 1 0 0 0 5 14,7 AMF 3 6 9 26,47 3 3 2 1 9 26,47 2 3 3 1 0 0 9 26,47 AMFCH 1 1 2 5,88 0 0 1 0 1 2,95 2 0 0 0 0 0 2 5,88 LVCH 0 1 1 2,95 1 0 0 0 1 2,95 0 1 0 0 0 0 1 2,95 FVITAD 1 0 1 2,95 0 1 0 0 1 2,95 1 0 0 0 0 0 1 2,95 TOTAL 8 26 34 100 14 11 4 5 34 100 16 9 5 2 1 1 34 100 Notas: AME = Aleitamento Materno Exclusivo; AMCH = Aleitamento Materno + Chá; AMF = Aleitamento Materno + Fórmula; AMFCH = Aleitamento Materno + Fórmula + Chá; LVCH = Leite de vaca + Chá; FVITAD = Fórmula + Vitamina A e D.

11 Alguns estudos (26,27) revelaram uma média de 3,9 meses de amamentação exclusiva entre crianças, cujas famílias ganhavam até um salário mínimo e de 5,3 meses para aquelas com renda familiar maior que 10 salários mínimos, contrariando os resultados encontrados pelo presente estudo, onde quanto menor a renda familiar mais esteve presente o aleitamento materno exclusivo. Porém Santos et al. (19), comparando a renda familiar com o tipo de alimento fornecido ao bebê no primeiro semestre de vida, observaram que das 80,34% (n=94) das mães com renda entre um e dois salários mínimos, 21,27% não amamentaram e 52,13% praticaram aleitamento materno exclusivo. Já entre 19,65% (n=23) das mães com maior renda familiar mensal, isto é, sete ou mais salários mínimos, 34,78% não amamentaram e 39,13% amamentaram de forma exclusiva. No presente estudo, a maioria das mães que praticaram o AME não apresentaram comorbidades na gestação, representando 35,29% (n=12). Pois quanto menos comorbidades gestacionais mais as mães amamentaram. Em relação ao tipo de parto, 44,44% (n=8) que praticaram AME fizeram cesárea e 50% (n=8) parto normal. Ainda no quesito tipo de parto, destaca-se no parto normal o fato de que 25% (n=4) e 18,75% (n=3) estão em AMCH e AMF, respectivamente e em cesárea 33,33% (n=6) encontram-se em AMF. E 2,95% das mulheres que fizeram cesárea utilizam LVCH e a mesma porcentagem utilizou-se de FVITAD. Porém destaca-se que neste estudo não realizou-se a separação entre cesárea eletiva e de emergência. As comorbidades gestacionais mais citadas foram aumento ou diminuição da pressão arterial, diabetes mellitus e anemia, como demonstrado na tabela abaixo (Tabela 5). Tabela 5 Distribuição do tipo de alimentação fornecida segundo comorbidades gestacionais e tipo de parto Tipo de Alimentação Comorbidades Gestacionais Tipo de Parto Não PA PA Anemia PA/Anemia DM e PA n % Normal Cesárea n % AME 12 2 0 0 1 1 16 47,05 8 8 16 47,05 AMCH 4 1 0 0 0 0 5 14,7 4 1 5 14,7 AMF 4 2 1 1 0 1 9 26,47 3 6 9 26,47 AMFCH 2 0 0 0 0 0 2 5,88 1 1 2 5,88 LVCH 0 0 0 1 0 0 1 2,95 0 1 1 2,95 FVITAD 0 1 0 0 0 0 1 2,95 0 1 1 2,95 TOTAL 22 6 1 2 1 2 34 100 16 18 34 100 Notas: AME = Aleitamento Materno Exclusivo; AMCH = Aleitamento Materno + Chá; AMF = Aleitamento Materno + Fórmula; AMFCH = Aleitamento Materno + Fórmula + Chá; LVCH = Leite de vaca + Chá; FVITAD = Fórmula + Vitamina A e D. PA = Aumento da Pressão Arterial; PA = Diminuição da Pressão Arterial; DM = Diabetes Mellitus. Narchi et al. (28), ao comparar os tipos de parto com o aleitamento materno demonstrou que houve diferença significativa apenas no primeiro período após o parto (0-30 dias), no qual

12 as mulheres que tiveram parto normal apresentaram maior chance de manter aleitamento materno exclusivo quando comparadas as que se submeteram a parto operatório, semelhante ao encontrado por Figueiredo et al. (29) em pesquisa realizada em município do interior paulista, no qual as crianças nascidas por cesarianas apresentaram maior risco para o desmame. Ao contrário desses autores, Santos et al. (19) verificaram que o tipo de parto não influenciou na condição do bebê receber ou não aleitamento materno, resultado esse, análogo ao encontrado no presente estudo. O tabagismo e o etilismo estiveram pouco presente na amostra estudada, sendo 9 (26,47%) e 2 (5,88%), respectivamente. Porém, não constituíram empecilho para o aleitamento materno exclusivo, pois 5 (55,56%) tabagistas e 1 (50%) etilista pertencem ao grupo AME, como pode ser verificado na tabela 6. Porém as mães que não praticaram tabagismo e etilismo amamentaram mais. Tabela 6 Distribuição do tipo de alimentação fornecida segundo presença de tabagismo e etilismo Tipo de Alimentação Tabagismo Etilismo Sim Não n % Sim Não n % AME 5 11 16 47,05 1 15 16 47,05 AMCH 1 4 5 14,7 0 5 5 14,7 AMF 2 7 9 26,47 0 9 9 26,47 AMFCH 0 2 2 5,88 0 2 2 5,88 LVCH 1 0 1 2,95 1 0 1 2,95 FVITAD 0 1 1 2,95 0 1 1 2,95 TOTAL 9 25 34 100 2 32 34 100 Notas: AME = Aleitamento Materno Exclusivo; AMCH = Aleitamento Materno + Chá; AMF = Aleitamento Materno +Fórmula; AMFCH = Aleitamento Materno + Fórmula + Chá; LVCH = Leite de vaca + Chá; FVITAD = Fórmula + Vitamina A e D. Gigante et al. (20), em um estudo de coorte em Pelotas-RS, encontraram em sua amostra (977 mães), que um terço destas fumaram na gestação, e a associação entre fumo durante a gestação e prevalência de amamentação esteve no limiar da significância, com maiores prevalências entre as não-fumantes. Em contradição, os dados analisados estatisticamente neste estudo, mostraram que a presença de tabagismo não impediu o aleitamento materno. Ao verificar o estado nutricional das crianças no pós-parto, por meio do método de Capurro (16), encontrou-se que 70% nasceram adequadas para a idade gestacional (AIG), 18% grande para a idade gestacional (GIG) e 12% pequenos para a idade gestacional (PIG). Para tanto, considerou-se adequado o AIG e inadequado o PIG e o GIG. Após averiguar o estado nutricional das mães no momento da coleta dos dados através do IMC (15), verificou-se que 68% encontravam-se adequadas, 29% com sobrepeso e 3% com obesidade grau III. Para as

13 mães considerou-se adequado e inadequado (quando encontravam-se em sobrepeso e obesidade). Esses dados podem ser verificados na Figura 2. Estado Nutricional da Criança ao Nascer Estado Nutricional Materno 18% 12% 3% 29% PIG AIG GIG 68% Adequado Sobrepeso Obesidade Grau III 70% Figura 2 Estado nutricional da criança ao nascimento e da mãe no momento da entrevista O peso inadequado ao nascer é uma das grandes preocupações da saúde pública devido ao aumento da morbimortalidade no primeiro ano de vida e ao maior risco de desenvolver doenças na vida adulta, tais como síndrome metabólica, nos casos de baixo peso, e diabetes e obesidade, nos casos de macrossomia (30). Ao analisar a tabela 7 verifica-se que o número de gestações não influenciou a presença do aleitamento materno exclusivo (p=0,36). A idade materna (p=0,39) e o estado civil (p=0,39) também não foram significativos (p<0,05). Já a escolaridade da mãe influenciou no AME (p<0,01), em que as mães que possuíam escolaridade até ensino médio incompleto utilizam outras fontes de alimentação para o bebê ao invés do aleitamento materno exclusivo. A escolaridade paterna, assim como a materna, influenciou no aleitamento materno, em que os pais com escolaridade acima do ensino médio completo apresentaram índices de aleitamento materno exclusivo maior (p<0,01) que os que tinham abaixo ou igual a médio incompleto. Alguns estudos como o de Giugliane et al., (31) em Porto Alegre, constatou que, mesmo habitando um país em desenvolvimento, as mães seguiam o modelo dos países desenvolvidos, ou seja, aquelas com maior nível de escolaridade amamentaram por mais tempo. No que diz respeito às condições de trabalho, as mães que não trabalham amamentam mais exclusivamente (p<0,01) em comparação com as que trabalham fora de casa. A renda familiar per capita mais baixa propiciou maiores índices de aleitamento materno exclusivo (p<0,01). Já o número de pessoas na residência não representou influência na presença de aleitamento materno exclusivo (p=0,37).

14 No estudo realizado por Escobar et al. (17) as mães que trabalham fora de casa amamentaram durante maior período de tempo. Esses dados são controversos, pois as mães que trabalham fora de casa são as de escolaridade maior e consequentemente de maior renda e amamentam mais. Para tanto, em nosso estudo verificou-se que quanto maior a escolaridade maior é a presença de aleitamento materno, e em relação ao trabalho e a renda materna encontrou-se que, quanto menor a renda e na ausência do trabalho materno o aleitamento materno exclusivo é mais presente. Tabela 7 Comparação entre AME e outros tipos de alimentação com relação à prevalência dos fatores de influência para escolha do tipo alimentação pelos pais FATORES DE INFLUÊNCIA AME OUTROS TIPOS DE ALIMENTAÇÃO VALOR DE p Número de Gestações % % Menor que 3 35,29 41,17 0,36 Maior que 3 13,6 13,6 Idade Materna Abaixo de 20 14,7 17,64 Acima de 20 32,35 35,29 0,39 Estado Civil Casada + União Estável 41,17 47,05 Solteira 5,88 5,88 0,39 Escolaridade da Mãe Até 10 anos de estudo 23,52 38,23 Acima de 10 anos de estudo 23,52 14,7 <0,01 Escolaridade do Pai Até 10 anos de estudo 20,58 38,23 Acima de 10 anos de estudo 26,47 14,7 <0,01 Condições de Trabalho Não Trabalham 41,17 35,29 Trabalham 5,88 17,64 <0,01 Renda Familiar per capita (R$) Abaixo de R$ 300,00 38,23 35,29 Acima de R$ 300,00 8,82 17,65 <0,01 Número de Pessoas na Residência 4 ou Menos 35,29 38,23 Mais que 4 11,76 14,7 0,37 Comorbidades durante a gestação Sem Comorbidades 35,29 29,41 Com Comorbidades 11,76 23,52 <0,01 Tipo de Parto Normal 23,52 23,52 Cesárea 23,52 29,41 0,28 Tabagismo Presença 14,7 11,76 Ausência 32,35 41,17 0,1 Etilismo Presença 2,94 2,94 Ausência 44,11 50 0,4 Estado Nutricional Materno Adequado 32,35 14,7 Inadequado 35,29 17,64 0,39 Estado Nutricional da Criança ao Nascer Adequado 26,47 47,05 Inadequado 20,58 5,88 <0,01

15 Em relação às comorbidades apresentadas, quanto menos comorbidades gestacionais mais as mães amamentaram exclusivamente (p<0,01). Isso deve-se ao fato de que quando ocorre algum incidente na gestação ou até mesmo no parto, a mãe e a criança muitas vezes ficam separadas por um período pós-parto, podendo dificultar ou mesmo impedir a prática do aleitamento. Os outros fatores, como tipo de parto (p=0,28), tabagismo (p=0,10), etilismo (p=0,4) e o estado nutricional materno (p=0,39) não apresentaram influência significativa na realização do aleitamento materno exclusivo. Estudo realizado na Austrália (32), ao contrário do estudo proposto que não teve significância, mostrou que excesso de peso materno, um mês depois do parto, determinado pelo índice de massa corporal acima de 26 kg/m 2 foi fator de risco para desmame precoce. Por outro lado, tem sido mostrado que perda de peso e até mesmo déficit nutricional materno não afetam a lactação (33). O estado nutricional da criança ao nascer apresentou influência na escolha do AME, sendo que as crianças que nasceram com estado nutricional adequado foram mais frequentemente alimentadas com outros tipos de alimentação (p<0,01). Ao contrário, as que nasceram com estado nutricional inadequado (PIG e GIG) são alimentadas com aleitamento materno exclusivo. Esse fato pode ser considerado relevante, pois, quando a criança nasceu apresentando peso inadequado, as orientações e benefícios do aleitamento materno podem ter sido mais frisadas. Dessa maneira discute-se o fato de que mais ênfase sobre o aleitamento materno exclusivo deva ser dada pelos profissionais de saúde no acompanhamento gestacional. De acordo com alguns estudos (34,35), o peso de nascimento é um fator preditivo da mortalidade e morbidade perinatal. As crianças com baixo peso ao nascer (<2500 g) apresentam uma maior mortalidade nas primeiras semanas de vida. O baixo peso ao nascer pode ser devido à prematuridade, ao retardo de crescimento intra-uterino ou a uma combinação de ambos, os quais apresentam etiologias e consequências diferentes. CONCLUSÃO Partindo dos resultados encontrados, pode-se inferir que por se tratar do período entre o primeiro e o segundo mês de vida da criança o aleitamento materno exclusivo esteve pouco presente, sendo que os fatores de influência significativos para a realização de tal prática foram a escolaridade dos pais, condições de trabalho da mãe, renda familiar e ausência de comorbidades gestacionais.

16 Sendo assim, é importante caracterizar os fatores que interferem para visar políticas públicas mais eficientes e direcionadas para aumentar os índices de amamentação exclusiva, principalmente nos primeiros seis meses de vida da criança levando em consideração os benefícios do mesmo.

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