R$ 7 milhões liberados para o Oswaldo Cruz O valor completa o montante de R$ 12 milhões de verbas do SUS previsto para o Huoc neste ano A Secretaria Estadual de Saúde (SES) liberou, ontem, quase R$ 7 milhões de verbas federais para o Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc). O valor completa o montante de R$ 12 milhões de verbas do SUS para 2015, que já deveriam ter sido direcionados à unidade. No último dia 17, a pasta fez o repasse de R$ 4,9 milhões para o Huoc. O recurso servirá para abastecer os estoques de remédios, insumos e almoxarifado, fazer o pagamento da produtividade dos servidores e quitar dívidas com alguns fornecedores. Com isso, a direção acredita que serviços possam ser retomados em sua totalidade. A difícil situação no hospital foi divulgada por médicos e farmacêuticos há quase um mês, quando foram suspensos novos pacientes no ambulatório de oncologia e na UTI. Os tratamentos de quimioterapia foram prejudicados e também algumas cirurgias. Falta de dinheiro foi apontada como causa do caos. Um remanejamento interno de finanças no complexo hospitalar da Universidade de Pernambuco (UPE) conseguiu um aporte de R$ 167 mil para o Huoc. Ontem, prazo final dado pela Justiça Federal para a regularização dos estoques, saiu o restante do dinheiro. A Justiça interveio após solicitação do Ministério Público de Pernambuco. Apesar do montante em caixa, as compras ainda podem demorar um pouco. Tudo vai depender do estágio em que se encontram as licitações desses produtos. Mas, de qualquer forma, consideramos positivo o repasse financeiro, comentou a promotora Ivana Botelho. A direção do Huoc e a superintendência do complexo hospitalar da UPE estiveram reunidos durante a tarde de ontem no encontro mensal do conselho administrativo do complexo e não comentaram a injeção de verba. Para o presidente do Sindicato dos Servidores da UP (Sindupe), José Rosa, o repasse total deve ser comemorado, mas com ressalvas. Sabemos que a crise não é de agora. Esse dinheiro que chegou não é recurso extra. É recurso federal ordinário. O hospital não tem condições de se manter apenas com verbas do SUS. Precisa de mais contrapartidas do Estado, afirmou. Os servidores realizaram pela manhã um ato em prol do Oswaldo Cruz e para reclamar da perda de R$ 23 no adicional de produtividade. De acordo com hospital, esse valor estava sendo pago por um erro de cálculo, já que incluía os serviços terceirizados.
Folha da Cidade Hemope precisa de sangue Com o estoque considerado crítico, a Fundação Hemope pede a ajuda dos pernambucanos para doarem sangue. De acordo com a unidade do Recife, neste mês de julho, a média de coletas caiu de 300 para 200 doações por dia. Possivelmente devido ao período de chuvas e das férias de meio do ano. A redução de doadores e de estoque de sangue chama atenção para outro agravante, a carência de todos os tipos e grupos sanguíneos. Deste modo, apenas os atendimentos das urgências estão sendo priorizados na capital. O Hemope reforça, ainda, que a atitude de doar sangue é de extrema importância para salvar a vida das pessoas que precisam desse gesto de solidariedade e cidadania. Então, pessoas aptas poderão se dirigir até a Fundação Hemope, na rua Joaquim Nabuco, nas Graças, de segunda a sábado, das 7h15 às 18h30, inclusive nos feriados, para fazer sua doação. Lembrando que para ser doador é preciso ter entre 16 e 67 anos, peso mínimo de 50 kg e estar com documento de identificação com foto. Medicina Universidades do Estado que possuem curso de medicina serão contempladas, hoje, com doação de simuladores cirúrgicos. Serão um total de 80 equipamentos doados pela empresa Pro Delphus dentro do seu projeto social Simuladores PE. Entre as universidades estão a UPE, UFPE, Univasf. CIRURGIAS O Ministério da Saúde vai liberar R$ 6,5 milhões para o Estado. Os recursos serão destinados à redução das filas no SUS. A portaria prevê estratégias para ampliação do acesso aos procedimentos cirúrgicos eletivos de média complexidade, como cirurgias de varizes, ortopédicas, de urologia e otorrinolaringologia, incluindo retirada de amígdalas. Com essa portaria, está previsto o fim de repasse por componentes. Nas regras anteriores, o gestor local só poderia receber novos recursos para cirurgias eletivas se tivesse gastado todo o montante passado para cada um deles. A nova portaria permite que os gestores locais remunerem de forma diferenciada os seus prestadores de serviço. Amedida possibilita a ampliação da oferta de procedimentos, reduzindo a espera. Mais Saúde Tumor de mama mata 600 Jornal do Commercio - PE 24/07/2015-08:17 Pernambuco registra por ano 600 mortes por câncer de mama. É uma das maiores taxas de mortalidade entre outras neoplasias. O número por si só justifica a luta que o médico Antônio Figueira, diretor da Faculdade de Ciências Médicas da UPE, travou em mais de três décadas dedicadas à saúde das mulheres. Implantou a disciplina de mastologia e criou a Revista Brasileira de Mastologia, que incentiva e divulga, até hoje, a produção científica do País em busca do melhor tratamento contra o câncer. Tota Figueira faleceu
esta semana, num momento triste do Hospital Oswaldo Cruz (Huoc), em que pacientes com câncer de mama tiveram cirurgias e quimioterapias suspensas por falta de recursos. Antecipar o tratamento, garantir acesso a ele em todos os estágios da doença e facilitar a mamografia (foto) a partir dos 40 anos ainda são desafios atuais da mastologia no SUS. Quem explica JC - Qual a importância de Dr. Figueira e por que a mamografia deve ser a partir dos 40 anos? MARCOS ALMEIDA - Figueira foi pioneiro não só no ensino, mas também na reconstrução mamária. Não reduzimos ainda a mortalidade por câncer de mama porque muitos diagnósticos são tardios. Daí a importância em fazer a mamografia a partir dos 40. *Presidente local da Sociedade Brasileira de Mastologia.Veja vídeo no jc.com.br/maissaude Eu reclamo! No Posto Vereador Romildo Ferreira Gomes, na Imbiribeira, falta tudo há três meses. Não há fralda geriátrica, algodão nem gaze para os pacientes", denuncia José Gomes. Resposta A Secretaria de Saúde do Recife alega que o atraso na entrega das fraldas se deve a problemas com o antigo fornecedor. Prevê regularizar o serviço até a próxima semana, quando também o posto será reabastecido com algodão e gaze. Ambulância do Cisam ainda parada A Controladoria do Estado aprovou, afinal, o conserto de R$ 3.500 no único veículo do hospital. Mas a Secretaria de Administração não havia liberado até ontem. Internados têm que pegar remédio fora Isso acontece no Hospital Psiquiátrico Ulysses Pernambucano, denunciam médicos residentes. A droga fica presa na farmácia do Estado. Compartilhe HIV A profilaxia para barrar a infecção pelo vírus da aids após contato com secreção ou sangue contaminados vai mudar este mês. Novo protocolo clínico foi anunciado ontem pelo Ministério da Saúde. Reduz acompanhamento de seis para três meses. Ensino médico
Hoje, faculdades de medicina de Pernambuco recebem simuladores cirúrgicos. A doação fica por conta da empresa Pro Delphus, no seu centro de treinamento em Olinda. Serão 80 peças para ajudar na formação dos novos médicos no Recife e no interior. Jarbas e Anvisa A posse do pernambucano Jarbas Barbosa na diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, esta semana, tem apoio dos sanitaristas. Com perfil técnico, reforça a autonomia diante de pressões dos regulados. Agrotóxico O cidadão comum e os interessados têm até o dia 8 de setembro para opinar sobre o limite de resíduo de agrotóxico em vegetais in natura. A Anvisa abriu esta semana a Consulta Pública 57/2015, que trata do assunto. Norma está sendo construída em parceria com o Ministério da Agricultura. Fogo Cruzado SAÚDE Agrava-se a cada dia a situação da saúde pública em Pernambuco, e diante dos novos cortes orçamentários anunciados pela equipe econômica do governo Dilma a tendência do quadro é piorar. Mesmo assim o prefeito Geraldo Júlio promete entregar agora em dezembro o Hospital da Mulher, devidamente equipado para funcionar. Um novo protocolo anti-aids Ao invés de a profilaxia antirretroviral ser feita de acordo com cada grupo de risco, todos tomarão o mesmo coquetel O Ministério da Saúde aprovou um novo protocolo para o uso de medicamentos que podem evitar o contágio com HIV após uma possível exposição ao vírus. A aprovação do novo modelo de distribuição da PEP (profilaxia pós-exposição), também conhecia como pílula dos 28 dias seguintes, foi publicada na edição de ontem do Diário Oficial da União. O protocolo, agora atualizado, uniformiza o acesso aos medicamentos contra o HIV para os diferentes grupos aos quais a terapia é recomendada. A ideia é evitar o avanço da Aids no país, sobretudo entre jovens. Hoje, trabalhadores de saúde que podem ter tido contato com o HIV em casos e acidentes de trabalho, vítimas de violência sexual e pessoas que tiveram relações sexuais desprotegidas costumam ter acesso a tratamentos diferentes após a exposição ao
vírus. O objetivo do novo modelo é eliminar essas três categorias e adotar um esquema único de antirretrovirais, o que pode facilitar a prescrição e ampliar o acesso aos medicamentos, sobretudo entre pessoas que fizeram sexo sem proteção. Além de estender o acesso à pílula, o protocolo também prevê uma redução no tempo de acompanhamento dos pacientes, de seis para três meses. O tratamento deve ser iniciado em até 72 horas após a exposição ao vírus. A diferença é que, ao contrário do modelo anterior, que previa medicamentos diferentes para cada situação de risco, será recomendado para todos os grupos o uso dos mesmos quatro medicamentos antirretrovirais por 28 dias seguidos (tenofovir, lamivudina e atazanir com ritonavir). Até dezembro de 2013, apenas quem tinha carga viral alta podia iniciar o tratamento. Segundo o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, no ano passado, 40% dos novos tratamentos foram iniciados em pessoas que não se encaixariam no antigo protocolo. A estimativa é que, a cada ano, surjam 39 mil casos de aids. Os medicamentos estarão disponíveis em serviços especializados no tratamento contra a Aids e em alguns postos de saúde. O Ministério da Saúde finaliza a elaboração de um aplicativo, que deve informar sobre os pontos de distribuição. Com a mudança nas regras, o governo pretende ampliar o acesso aos medicamentos também em serviços de emergência, que ficam abertos durante a noite. Em 2014, foram ofertados 22 mil tratamentos em todo o país, segundo o Ministério da Saúde. AVANÇO Desde os anos 1980, foram notificados 757 mil casos de Aids no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Apesar de apresentar índices estáveis, o avanço da epidemia entre os jovens têm preocupado o governo. Jovens têm hoje a maior taxa de detecção da doença no país, um índice que vêm crescendo nos últimos dez anos. Em 2003, a taxa de detecção da Aids entre os jovens era de 9,6 a cada 10 mil habitantes. Em 2013, ano dos últimos dados disponíveis, essa taxa passou par 12,7. Comprimido para matar larvas Após nos de pesquisa, um composto desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), destinado a combater o mosquito da dengue está pronto para ser colocado no mercado pela BR3, empresa associada o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec). Para que isso ocorra, é necessária a aprovação do comprimido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O modelo tecnológico que permitiu a criação do comprimido foi desenvolvido pela pesquisadora Elisabeth Sanchez, da Fiocruz. A drágea contém um microorganismo chamado Bacillus thuringiensis israelensis (Bti) que, quando ingerido pelas larvas do mosquito transmissor da doença, impede sua proliferação. O composto, colocado em um recipiente com água, inviabiliza o criadouro do mosquito por um período de 60 dias. O comprimido se dissolve e libera microorganismos que intoxicam a larva do mosquito da dengue, explicou Rodrigo Perez, diretor da BR3, em entrevista à Agência Brasil. A substância, segundo ele, poderia até ser usada em água potável, mas isso ainda
depende de aprovação da Anvisa. Esse bacilo, segundo a OMS [Organização Mundial da Saúde], não é perigoso a humanos, disse o diretor da empresa. O microorganismo é inofensivo ao homem e não deixa o mosquito resistente. Com inseticidas, os [mosquitos] ficam mais resistentes. Por conta disso e pela segurança que esse produto oferece, o [comprimido] poderá ser vendido em supermercados, disse Perez. O preço estimado do produto, na fase inicial, é R$ 30 por dez doses. Cada dose pode ser usadas para tratar 50 litros de água que já tenha a larva. Um comprimido em 50 litros de água provoca a morte da larva em 24 horas. Vacina de HPV para meninos Diário de Pernambuco - PE 24/07/2015-08:05 O presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Mauro Romero, defendeu que os meninos sejam também vacinados contra o HPV, que é um vírus transmitido pelo contato com a pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual, atualmente um dos principais responsáveis pelo câncer de colo de útero em mulheres. O HPV foi reconhecido pelo governo como um problema de saúde pública. Como é um vírus de pele de mucosa, ele é transmissível por sexo oral. Com o contato direto com a área infectada, a transmissibilidade acontece. Jornal do Commercio - PE 24/07/2015-08:17 Aids: novo protocolo para o dia seguinte PREVENÇÃO Pessoas que podem ter tido contato com o vírus podem, em até 72 horas, ter acesso a tratamento profilático. Novas regras uniformizam o acesso a medicamentos O Ministério da Saúde aprovou um novo protocolo para o uso de medicamentos que podem evitar o contágio com o HIV após uma possível exposição ao vírus. A aprovação do novo modelo de distribuição da profilaxia pós-exposição (PEP), também conhecida como pílula dos 28 dias seguintes, foi publicada ontem no Diário Oficial da União. O protocolo, agora atualizado, uniformiza o acesso aos medicamentos contra o HIV para os diferentes grupos aos quais a terapia é recomendada. A ideia é evitar o avanço da Aids no país, sobretudo entre jovens. Hoje, trabalhadores de saúde que podem ter tido contato com o HIV em casos de acidentes de trabalho, vítimas de violência sexual e pessoas que tiveram relações sexuais desprotegidas costumam ter acesso a tratamentos diferentes após a exposição ao vírus. O objetivo do novo modelo é eliminar essas três categorias e adotar um esquema único de antirretrovirais, o que pode facilitar a prescrição e ampliar o acesso aos medicamentos, sobretudo entre pessoas que fizeram sexo sem proteção. Além de estender o acesso à pílula, o protocolo também prevê uma redução no tempo de acompanhamento dos pacientes, de seis para três meses. O tratamento deve ser iniciado em até 72 horas após a exposição ao vírus. A diferença é que, ao contrário do modelo anterior, que previa medicamentos diferentes para cada situação de risco, será recomendado para todos os grupos o uso dos mesmos quatro medicamentos antirretrovirais por 28 dias seguidos (tenofovir, lamivudina e atazanir com ritonavir).
Os medicamentos estarão disponíveis em serviços especializados no tratamento contra a Aids e em alguns postos de saúde. O Ministério da Saúde finaliza a elaboração de um aplicativo, que deve informar sobre os pontos de distribuição. Com a mudança nas regras, o governo pretende ampliar o acesso aos medicamentos também em serviços de emergência. Em 2014, foram ofertados 22 mil tratamentos em todo o país, segundo o Ministério da Saúde. Editorial Fim da aids até 2030 Jornal do Commercio - PE 24/07/2015-08:17 É a ONU quem prevê o fim da aids e relata os grandes avanços alcançados em todo mundo. Os números positivos ficaram mais convincentes, no informe da semana que passou, através do sorriso de felicidade com que o diretor executivo do programa das Nações Unidas para criar soluções e ajudar as nações no combate à pandemia, o africano Michel Sidibé, anunciou as conquistas e os testemunhos de sucesso em todo mundo. A previsão do fim da aids cobre uma geração inteira desde que em junho de 2001 a ONU realizou assembleia geral especial de que saiu o compromisso de combate à doença como marco histórico, "com destaque para o fato de, em apenas 20 anos, a pandemia de HIV/aids ter causado indizível sofrimento e morte em todo o mundo, destruindo comunidades inteiras, desfazendo os ganhos de desenvolvimento, representando uma ameaça grave para continentes inteiros". Havia, então, a consciência de que a epidemia global era uma emergência, afetando todos os níveis da sociedade, mas a assembleia das nações adicionou um termo que levou ao atual relatório: esperança. Para transformá-la em conquista, porém, era preciso uma ação planetária contraposta a uma crise global. Para isso, foram estabelecidas cinco metas: garantir que todos saibam o que fazer para evitar a infecção, conter a mais trágica forma de transmissão do HIV, de mãe para criança, fornecer tratamento a todos os infectados, redobrar a busca por uma vacina e pela cura, cuidar de todos cujas vidas estavam devastadas pela Aids, particularmente 13 milhões de órfãos. Há muito caminho pela frente, ainda, para se concretizarem inteiramente essas cinco metas, apesar de todos os avanços. Basta ver que um dos pontos tratados em 2001 - a eliminação da transmissão vertical, de mãe para filho - só foi alcançado por uma nação até hoje: Cuba. Os demais objetivos continuam como desafios a serem vencidos, agora com muito mais possibilidades, considerando-se os avanços científicos e, sobretudo, a disponibilidade de recursos, um dos motivos da alegria de Sidibé, ao enfatizar o erro de quem não acreditava que haveria os meios necessários para o combate. Apesar do informe animador da ONU sobre os avanços e a perspectiva de eliminação do mal do século 20 - como a tuberculose foi o mal do século 19 -, o caminho só estará realmente limpo quando outras grandes metas gerais forem alcançadas: zero de novas infecções por HIV, zero de discriminação e zero de mortes relacionadas à aids. Significa dizer: há de se registrar os avanços como conquistas diante de uma pandemia extremamente complexa, mas não há como se minimizar a gravidade de um mal que matou mais de um milhão de pessoas em 2014.