ABERTURA DO ANO OPERACIONAL 19 DE NOVEMBRO 2015



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Transcrição:

1 ABERTURA DO ANO OPERACIONAL 19 DE NOVEMBRO 2015 Senhor Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Senhor Almirante Saldanha Lopes meu ilustre antecessor Senhor General Chefe da Casa Militar de Sua Exa. o Presidente da República, Senhor Almirante Vice-Chefe do Estado-Maior da Armada, Ilustres Autoridades, Senhores Almirantes e Senhores Generais, Senhores Comandantes de Unidades Navais, de Fuzileiros e de Mergulhadores, e da Polícia Marítima, Senhores oficiais, sargentos, praças, militarizados e civis da Marinha Distintos Convidados, Minhas Senhoras e meus Senhores,

2 Na sequência do balanço efetuado pelo Comandante Naval da atividade realizada, é o momento de se reconhecer publicamente o trabalho efetuado pelos que no mar, a partir do mar, no litoral, e nos serviços em terra, dão o melhor do seu esforço e dedicação ao País e à Marinha. Há cerca de 25 anos a incorporação das fragatas Vasco da Gama no dispositivo, marcou uma nova era na história recente da nossa marinha. Estas, deram início a uma nova forma de estar no mar, lançando a Marinha para um novo espaço de realização e desempenho. Este facto marcante estará certamente no ADN da maioria dos que aqui hoje estão presentes. Será importante, quando nos aproximamos da celebração desta data, que sejamos capazes de dar continuidade a este impulso, mantendo a modernidade na Marinha.

3 Reconheço o trabalho e esforço por todos desenvolvido ao longo do último ano e meio, num período difícil de restrições financeiras, com repercussões significativas na atividade da Marinha, mas também nas famílias dos militares militarizados e civis que servem esta secular instituição. O acrescer de sacrifícios, por vezes diários, foi bravamente combatido por uma atitude de disponibilidade, dedicação desinteressada e do empenho, sem condições, dos nossos homens e mulheres. É pois minha obrigação garantir-vos que continuarei, diariamente, com os instrumentos de que disponho, a trabalhar para criar as condições necessárias para que a Marinha cumpra as suas missões de forma completa, eficiente e eficazmente. Faço-o totalmente consciente de que é minha obrigação garantir uma Marinha capaz no presente e preparada para o futuro. Para isso, será necessário que as novas gerações tenham oportunidade para navegar e executar operações, pois só a experiência

4 absorvida nas idades e postos adequados garantirá a Portugal uma Marinha com futuro e de qualidade. Portugal, um país relativamente pequeno, ganha dimensão através do seu posicionamento geográfico e do vasto espaço marítimo de que dispõe, que para além de representar uma janela de oportunidade económica, confere profundidade ao território Português, liberdade de ação e tem um enorme valor geopolítico que importa concretizar. Para isso, é essencial garantir a ocupação efetiva dos espaços sob soberania e jurisdição nacional, evitando vazios que outros tenderão a preencher. Só assim, poderá Portugal assegurar a concretização desse enorme potencial económico e impedir o desenvolvimento de ameaças à soberania e aos interesses legítimos portugueses. Este fenómeno é visível em áreas de relevante interesse estratégico para Portugal onde esses vazios de autoridade existem, nomeadamente no Golfo da Guiné (GoG). Neste espaço, atualmente desprovido de controlo efetivo, grassam atividades ilícitas que

5 devem, a proveito da comunidade internacional, ser combatidos. Portugal e a Marinha, com uma larga experiência de cooperação internacional, fruto das suas alianças e postura na União Europeia e na NATO, pode, em colaboração com atores relevantes na cena internacional, desenvolver soluções baseadas na experiência do seu modelo de duplo uso, no seu conhecimento da área e nas relações fortes com os países da região, nomeadamente aqueles que integram a CPLP. O recentemente reformulado modelo de duplo uso atribui ao Comando Naval um papel de relevo no apoio às funções e tarefas da Autoridade Marítima. Este permitirá, no respeito das respetivas competências, uma melhor articulação das diversas áreas de atuação do estado no mar, alavancando capacidades, através de uma permanente partilha de informação, conhecimento, meios humanos e materiais. Vivemos, atualmente, numa fase dinâmica e de alguma forma desestabilizadora da ordem

6 internacional, bem patente nos recentes desenvolvimentos nas fronteiras sul, leste da Europa e mesmo dentro desta; observamos, em simultâneo, significativas alterações na forma de atuar de relevantes atores e interesses internacionais num mundo cada vez mais caracterizado pela mudança e pela incerteza. Temos, obrigatoriamente, que nos adequar para dar resposta aos novos desafios; Porém será fundamental ponderar as mudanças a efetuar, garantindo a sua apropriada formulação e implementação. Nesse sentido, para que a Marinha não saia fragilizada, é imperativo que seja sempre tido em consideração o saber filtrado na experiência acumulada e a necessidade de se obter um rácio eficiência / eficácia melhorado após cada mudança. A Marinha não muda por mudar, mas muda quando é preciso e aí de forma decidida. É ainda vital, que os valores que cimentam a instituição secular que somos - a Disciplina, a Lealdade, a Honra, a Integridade e a Coragem -

7 imperem, mantendo a coesão necessária para garantir Uma Marinha pronta e credível para defender os interesses de Portugal no Mar!. Por isso, deixo-vos a certeza de que serei sempre intransigente com atos que considere que possam, de alguma forma, pôr em causa a nossa coesão, o nosso cimento, a ética e a vontade altruísta de servir Portugal no Mar. Finalmente, expresso-vos a minha convicção num Portugal que se virará cada vez mais para o mar, para esse espaço de oportunidade que se nos abre. A geografia assim nos exige e a história assim nos lembra e por isso estou confiante que a Marinha será sempre indispensável para a afirmação e prestígio de Portugal.