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Entrevista SÔNIA hess, presidente da dudalina, fala sobre empreendedorismo e sucessão familiar F e c o m é r c i o - R S BENS&SERVIÇOS Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul Número 96 / ABRIL 2013 tributos guerra fiscal ainda sem solução sustentabilidade Atitudes que fazem a diferença tendências As propriedades da nanotecnologia

Publicação mensal do Sistema Fecomércio-RS Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul Avenida Alberto Bins, 665 11º andar Centro CEP 90030-142 Porto Alegre/RS Brasil Fone: (51) 3284.2184 Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br ascom@fecomercio-rs.org.br www.revista.fecomercio-rs.org.br Presidente: Zildo De Marchi Vice-presidentes: Luiz Carlos Bohn, Ronaldo Netto Sielichow, Levino Luiz Crestani, Luiz Antônio Baptistella, Jorge Ludwig Wagner, Antônio Trevisan, André Luiz Roncatto, Arno Gleisner, Cezar Augusto Gehm, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi, Itamar Tadeu Barboza da Silva, Ivanir Antônio Gasparin, Joel Vieira Dadda, Leonardo Ely Schreiner, Leonides Freddi, Luiz Caldas Milano, Moacyr Schukster, Nelson Lídio Nunes, Olmar João Pletsch, Olmiro Lautert Walendorff, Julio Ricardo Andriguetto Mottin, Alécio Lângaro Ughini, Ibrahim Muhd Ahmad Mahmud, Renzo Antonioli, João Oscar Aurélio, Maria Cecília Pozza, Manuel Suarez Cacheiro, Joarez Miguel Venço, Ivo José Zaffari, Jaime Gründler Sobrinho, João Francisco Micelli Vieira Diretores: Adair Umberto Mussoi, Ary Costa de Souza, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio Müller, Cladir Olimpio Bono, Darci Alves Pereira, Edson Luis da Cunha, Edison Elyr dos Santos, Élvio Renato Ranzi, Francisco Squeff Nora, Gabriel de Oliveira Souto Jr., Gerson Nunes Lopes, Gerson Jacques Müller, Hélio Berneira, Henrique José Gerhardt, Isabel Cristina Vidal Ineu, Jamel Younes, Joel Carlos Köbe, Jorge Salvador, José Nivaldo da Rosa, Jovino Antônio Demari, Liones Oliveira Bitencourt, Luiz Carlos Dallepiane, Luiz Henrique Hartmann, Marco Aurélio Ferreira, Marcos André Mallmann, Marice Fronchetti, Milton Gomes Ribeiro, Paulo Roberto Kopschina, Paulo Renato Beck, Rogério Fonseca, Rui Antônio dos Santos, Sérgio José Abreu Neves, Sueli Lurdes Morandini Marini, Tien Fu Liu, Túlio Luis Barbosa de Souza, Walter Seewald, Zalmir Francisco Fava. Diretores Suplentes: Airton Floriani, Alexandre Carvalho Acosta, André Luis Kaercher Piccoli, Antonio Clóvis Kappaun, Arlindo Marcos Barizon, Carmen Zoleike Flores Inácio, Clobes Zucolotto, Daniel Miguelito de Lima, Dinah Knack, Eduardo Vilela Neves, Eider Vieira Silveira, Ernesto Alberto Kochhann, Everton Barth dos Santos, Francisco Amaral, Gilberto José Cremonese, Gilmar Tadeu Bazanella, Hildo Luiz Cossio, Janaína Kalata das Neves, Jair Luiz Guadagnin, Jarbas Luff Knorr, João Antonio Harb Gobbo, Jorge Alfredo Dockhorn, José Joaquim Godinho Cordenonsi, José Vilásio Figueiredo, José Vagner Martins Nunes, Juares dos Santos Martins, Jurema Pesente e Silva, Ladir Nicheli, Luiz Alberto Rigo, Luiz Carlos Brum, Marcus Luis Rocha Farias, Miguel Francisco Cieslik, Paulo Ganzer, Ramão Duarte de Souza Pereira, Régis Luiz Feldmann, Ricardo Pedro Klein, Romeu Maurício Benetti, Silvio Henrique Frohlich, Susana Gladys Coward Fogliatto, Valdir Appelt Conselho Fiscal Titulares: Rudolfo José Müssnich, Erselino Achylles Zottis, Fábio Norberto Emmel Suplentes: Luiz Roque Schwertner, Nelson Keiber Faleiro, Gilda Lúcia Zandoná Delegados Representantes CNC: Titulares: Zildo De Marchi, Moacyr Schukster Suplentes: Luiz Carlos Bohn e Ivo José Zaffari Conselho Editorial: Júlio Ricardo Andriguetto Mottin, Luiz Carlos Bohn e Zildo De Marchi Assessoria de Comunicação: Aline Guterres, Camila Barth, Caroline Santos, Catiúcia Ruas, Fernanda Borba, Fernanda Romagnoli, Liziane de Castro, Luana Trevisol e Simone Barañano Coordenação Editorial: Simone Barañano PRODUÇÃO E EXECUÇÃO: Temática Publicações Edição: Fernanda Reche (MTb 9474) CHEFE DE Reportagem: Luísa Kalil Reportagem: Andréa Lopes, Luísa Kalil, Marcelo Salton Schleder e Rafael Tourinho Raymundo Colaboração: Edgar Vasques, Günther Staub, José Carlos Ignácio, Luiza Muttoni e Priscilla Buais Avila Edição de Arte: Silvio Ribeiro Revisão: Flávio Dotti Cesa FOTO DE CAPA: Carlota Pauls Tiragem: 25,5 mil exemplares É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo. Impressão: Pallotti Selo FSC Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC (Forest Stewardship Council), que garante o manejo social, ambiental e economicamente responsável da matéria-prima florestal. EXPEDIENTE sumário agenda 06 palavra do presidente 07 notícias & negócios 08 sustentabilidade 12 guia de gestão 14 opinião 17 entrevista 18 recursos humanos 24 tributos 26 saiba mais 32 tendências 34 nicho personalidade 39 sesc senac negociação mais & menos 40 42 44 visão econômica 46 glossário 47 visão política negócios 36 48 49 50

BENS & SERVIÇOS Tributos 26 ofensiva para um estado competitivo Melhorias sinalizam o avanço no embate travado entre estados. Mesmo assim, ainda há muito a ser feito para combater a guerra fiscal multiplicando ações em prol do meio ambiente Uma postura sustentável pode contribuir tanto quanto ações já conhecidas pelas empresas. Ir além de práticas como a coleta seletiva enriquece a vida dentro e fora do escritório sustentabilidade 05 12 a líder que veste a camisa À frente da Dudalina, Sônia Hess fala sobre a importância da transparência e profissionalização nas empresas hoje e como está preparando a sua sucessão entrevista 18 tecnologia em escala atômica De que forma a nanotecnologia influenciará nossa rotina e como ela começa a se fazer presente nos mais diferentes campos: da indústria automotiva até o vestuário tendências 34

A G E N D A 10/04 Inauguração O Sistema Fecomércio-RS realiza a inauguração das instalações do Balcão Sesc/Senac em Guaíba e do Sindilojas Guaíba (Av. Nestor de Moura Jardim, 1250). Serão oferecidos cursos de qualificação nas áreas de Gestão, Idiomas, Informática e Saúde. Interessados também terão acesso aos cursos gratuitos oferecidos por meio do Pronatec. 14/04 CIRCUITO DE CORRIDAS A Etapa Camaquã do Circuito Sesc de Corridas 2013 já tem data marcada. As inscrições podem ser feitas junto às unidades e balcões Sesc/Senac do município, ou pelo site www.sesc-rs.com.br/ circuitodecorridas. Até 14/04 Loucura por sapatos Senac Novo Hamburgo participa da feira que terá, entre outras atrações, desfiles de moda com as roupas da Chocofest 2013. Durante a programação da feira, o Senac também oferecerá serviços gratuitos de Cabelo, Maquiagem, Manicure, Oficinas de Moda e Customização. Mais informações no telefone (51) 3594-6133 ou pelo site: http://www. feiradaloucuraporsapatos.com.br. 15/04 Frederico Westphalen Sistema Fecomércio-RS inaugura a Unidade Operacional do Sesc Frederico Westphalen, que contará com o Espaço do Saber, Academia de Ginástica e Musculação, consultório odontológico e serviços de Turismo Social e ações de programas como o Maturidade Ativa e Arte Sesc. 17/04 PALCO GIRATÓRIO Lançamento do 8º Festival Palco Giratório Sesc POA na Cafeteria do Sesc, em Porto Alegre. O evento reunirá a classe artística, parceiros e imprensa. Divulgação Senac-RS 23/04 Centro Histórico Senac promove inauguração da unidade Centro Histórico, em Porto Alegre, onde serão disponibilizados cursos de formação e aperfeiçoamento nas áreas de Moda, Beleza, Idiomas e Saúde. Telefone para contato: (51) 3226-2883 ou informações pelo site www.senacrs.com.br/centrohistorico. abril 17 a 20/04 Exposição de Videogames Unidade Senac 24h promove evento gratuito, na sede da escola. A exposição ficará aberta aos visitantes das 10h às 18h. É na avenida Assis Brasil, 3522, sala 137, em Porto Alegre. Mais informações no site: www.senacrs.com.br/24horas. De 19/04 a 8/05 Certificação Internacional Ocorre em Gramado a certificação em Pro Chef I para docentes do Senac Brasil. Quatro profissionais da região Sul estarão entre os participantes: Gustavo Ruffato, Ana Loureiro, Letícia da Silva e Gabriel Rossi. Na ocasião, também estarão presentes profissionais da Culinary Institute of America (CIA) para a certificação. A unidade do Senac Gramado fica na rua São Pedro, 663. Informações para contato: (54) 3286-4445. 24/04 SAÚDE PREVENTIVA Lançamento da Unidade Sesc de Saúde Preventiva em Condor. A unidade móvel disponibilizará exames gratuitos, entre eles mamografias, ultrassom, exames oftalmológicos e citopatológicos de colo de útero. 24 A 28/04 ALDEIA SESC CAPILÉ A 8ª Aldeia Sesc Capilé, em São Leopoldo, conta com apresentações de artes cênicas, música, oficinas e exposições de artes visuais. 06

Palavra do Presidente Divulgação/ Fecomércio-RS Zildo De Marchi Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac Àespera de um novo cenário A guerra fiscal não é um assunto novo entre o empresariado gaúcho. Aliás, não é novidade para a sociedade brasileira de forma geral. O ponto delicado com relação ao empreendedorismo é ver milhares de profissionais sedentos por um país que estimule o desenvolvimento e a inovação acima de tudo. Ao final, o cenário com o qual nos deparamos é uma carga tributária elevadíssima, sem nenhuma garantia de retorno em infraestrutura e demais necessidades básicas. A urgência de uma reforma tributária é inquestionável; é uma bandeira que jamais devemos nos desestimular a erguer. No entanto, vemos um empresariado gaúcho preocupado em cumprir as regras ao máximo e, infelizmente, obtendo retornos mínimos, para não dizer nulos. Para somar, o Rio Grande do Sul acarreta prejuízos provocados por decisões imaturas de outros estados. A guerra fiscal entre os estados, como qualquer guerra, é um embate exaustivo e, sem dúvidas, desnecessário. A esperança de um ponto final não será destruída, mas a longa espera provoca inevitavelmente o desgaste de quem trava essa batalha continuamente. Nós, do Sistema Fecomércio-RS/ Sesc/Senac, ansiamos por um tratado que estabeleça o que poderemos, talvez, chamar de paz fiscal. Será o dia em que assumir riscos em nome do empreendedorismo será unicamente um desafio saudável, e não uma ponte para uma burocracia pesada, envelhecida. Será o dia em que fazer o certo terá resultados visíveis a todos, não apenas aos empresários contribuintes. Será o dia em que olharemos para trás e teremos a certeza de que a guerra fiscal não será mais um ponto de discussão, mas, sim, apenas um momento de nossa história. 07

N O T Í C I A S & 08 Edgar Vasques Brasil sedia congresso global de empreendedorismo Após ter passado pelas cidades de Kansas City, nos Estados Unidos, Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Xangai, na China, e Liverpool, na Inglaterra, o Global Entrepreneurship Congress (Congresso Global de Empreendedorismo, em português) chegou ao Rio de Janeiro. Entre os dias 18 e 21 de março, investidores, pesquisadores, empresários e governantes de 125 países debateram sobre políticas públicas e mudanças necessárias para estimular o empreendedorismo no Brasil. Promovido pela Endeavor Brasil, Semana Global do Empreendedorismo e Kauffman Foundation, o evento foi transmitido ao vivo pelo site www.endeavor.org.br. Foi a primeira vez que um país da América Latina recebeu o Congresso. Logomarca do Senac conquista prêmio internacional O case da nova logomarca do Senac Nacional foi o vencedor na categoria Mais Notável do prêmio Rebrand. A conquista traz reconhecimento internacional para o Senac. A logomarca lista entre as 100 marcas de maior destaque mundial no reposicionamento e redesenho de sua identidade visual. Lançada em agosto de 2012 e usada em 27 departamentos regionais da instituição, a nova logomarca do Senac foi inspirada em conceitos como leveza, alegria, liberdade e inovação. O escritório de design Packaging Brands foi o responsável pela inscrição no prêmio. Saiba mais sobre a premiação no site www.rebrand.com/notable-senac

N E G Ó C I O S Sesc apresenta balanço do Sorrindo para o Futuro O 8º Encontro Estadual do Programa Sesc Sorrindo para o Futuro apresentou o balanço da iniciativa a centenas de profissionais da saúde e professores de escolas públicas do Estado. O evento aconteceu no Centro de Eventos do Plaza São Rafael, em Porto Alegre, no dia 19 de março. Entre os dados, um alerta: 49% dos 93 mil estudantes avaliados no ano passado precisam de tratamento clínico odontológico. Porém, também há boas notícias. Segundo estimativas da entidade, 74% dos alunos de escolas públicas participantes apresentaram melhoria ou mantiveram boa condição de saúde bucal. Os municípios de Agudo, Formigueiro, Mormaço, Viamão e Xangri-Lá receberam os troféus do prêmio Destaque em Melhoria na Saúde Bucal. Atualmente, são 244 mil alunos de mais de 3 mil escolas em 409 municípios participantes. O Rio Grande do Sul é contemplado pelo programa desde 2003. A ação visa à melhoria das crianças a partir da formação de hábitos saudáveis. João Alves/Divulgação Sesc-RS Economia em 2013: um ano bom Patrícia Palermo, economista-chefe da Fecomércio-RS, afirmou que 2013 será um ano bom: Os salários continuarão crescendo acima da inflação, principalmente nas faixas de renda mais baixas. A constatação foi feita durante o Café com Lojistas, promovido pelo Sindilojas Porto Alegre. Para ela, os motivos para o otimismo são o baixo índice de desemprego no Estado e o menor endividamento das famílias. Para driblar a escassez de mão de obra, Patrícia defendeu que o empregador deve aumentar o salário dos que têm qualificação, exigindo, porém, que a produtividade também cresça. Se os salários sobem e a produtividade diminui, o custo do lojista aumenta e resulta em um preço final maior para o consumidor, disse. E com o aumento dos custos surge também a preocupação com as compras parceladas. Segundo a economista, o papel de informar a sociedade quanto ao uso do crédito é do empresário. O lojista pode criar um material informativo sobre o assunto, por exemplo. Entregar ao consumidor essa informação e ajudá-lo a planejar o tipo de crédito que utiliza é de grande valia para a economia. Fecomércio realiza fórum de gestão No dia 22 de março, a Fecomércio realizou o 24º Fórum Estadual de Gestão, no Teatro do Sesc, em Porto Alegre. Pela manhã, foi oferecido aos sindicatos das empresas do comércio de bens, serviços e turismo um acompanhamento das diretrizes de gestão. No período da tarde, o público presente teve a oportunidade de conferir um workshop para executivos. O evento contou ainda com a palestra Os desafios dos líderes para esta década, ministrada por Danilo Talanskas, que atuou como CEO em diversas multinacionais. Mais benefícios ao consumidor No Dia do Consumidor, celebrado em 15 de março, a presidente Dilma Rousseff anunciou a criação do Plano Nacional de Consumo e Cidadania (Plandec). Entre os seus benefícios está a Lei de Fortalecimento dos Procons, que permite a determinação de medidas corretivas às empresas. Alguns exemplos comuns são a restituição de cobranças indevidas, a substituição ou reparação de produtos e a prestação adequada de informações. O e-commerce também ganhou regulamentações específicas. A partir de agora, os sites de vendas deverão prestar informações claras sobre os produtos, e o consumidor terá direito de arrependimento. Outra mudança é que o Conselho Monetário Nacional (CMN) passa a requerer das instituições financeiras informações sobre a diferença de custos nas tarifas bancárias. Elas precisarão destacar a composição dos custos nas operações de crédito e câmbio. As empresas de telecomunicações, por sua vez, terão os serviços regulamentados e os canais de atendimento ampliados, oferecendo mecanismos para comparação de planos. 09 Jacqueline Oliveira/Sindilojas Porto Alegre

N O T Í C I A S & Divulgação/Senac-RS Guaíba recebe novas instalações do Balcão Sesc/Senac No dia 10 de abril, às 19h, será inaugurada a nova sede do Balcão Sesc/Senac em Guaíba. Visando ampliar os atendimentos em áreas como Esporte, Turismo e Educação, entre outras, o novo espaço oferece 263 m 2 e está localizado na Avenida Nestor de Moura Jardim, 1250. Dirigentes estaduais da Fecomércio-RS/ Sesc/ Senac e outros convidados devem presenciar a cerimônia de inauguração. Com investimento total de R$ 300 mil, a nova sede deve realizar mais de 2,5 mil atendimentos ao ano. Amplamente equipado, o balcão contará com duas salas de aula, laboratório de informática e área administrativa. Também serão oferecidos cursos de qualificação nas áreas de gestão, idiomas, informática e saúde, bem como cursos gratuitos por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). A comunidade local permanecerá tendo acesso a atividades de saúde, esporte, lazer, saúde, cultura, maturidade ativa e turismo social oferecidas pelo Sesc. Além de Guaíba, o balcão atenderá a mais dez municípios da área de abrangência. Mais informações sobre os cursos e atividades realizadas no local podem ser obtidas pelo telefone (51) 3402-2106. Adesão dos municípios à Lei Geral ainda é baixa Segundo estimativas do Governo do Estado, menos de 20% dos municípios brasileiros aderiram à Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. O projeto, que entrou em vigor em 2006, busca possibilitar uma maior participação das MPEs em compras públicas. Até agora, 25% das cidades do país já implementaram normas próprias para colocar o regulamento em ação. Entre os municípios gaúchos, 70 aderiram à lei e 429 desenvolveram legislações próprias para regulamentá-la. Para promover a aplicação da Lei Geral, o Sebrae e os tribunais de contas estaduais realizaram um seminário em 20 capitais brasileiras, em março. Em Porto Alegre, o Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS) sediou o evento. 10 Fecomércio-RS lança Monitor de Juros No mês de maio, a Fecomércio-RS inova mais uma vez com o lançamento de um novo produto, o qual promete facilitar o dia a dia dos empresários. É o Monitor de Juros, publicação mensal que tem por objetivo auxiliar as empresas no processo de tomada de crédito, disseminando informações coletadas pelo Banco Central junto às instituições financeiras. O Monitor de Juros contribuirá com o acesso às informações necessárias ao compilar as taxas de juros médias praticadas pelos bancos com maior abrangência territorial no Rio Grande do Sul, para modalidades de crédito à pessoa jurídica. errata Bob Sousa/Divulgação Sesc-RS Palco Giratório Sesc acontece em maio O mês de maio será movimentado para os amantes da cultura. Durante 25 dias de 3 a 28 acontecerá o 8º Festival Palco Giratório Sesc POA, na capital gaúcha. Fazem parte da programação do evento espetáculos culturais, atividades formativas, palestras e exposições. Além disso, o Arte Sesc Cultura por toda parte, realizador da iniciativa, promove a integração dos participantes com o público, através de conversas, oficinas e debates sobre artes cênicas. Entre os grupos que se apresentarão já estão confirmadas as bandas Latão e Galpão. As peças apresentadas serão: Luis Antônio Gabriela, A divina comédia, História de lenços e ventos, As quatro chaves, O miolo da história, Insone, Aventuras do fundo do mar, Coração randevu, Landel de Moura, O mundo de Camila e La perseguida. Na edição do ano passado, 43 mil pessoas passaram pelo local do evento. Diferentemente do que foi publicado na edição de nº 94 (fevereiro/2013), na página 11, Ronald Degen implantou o primeiro curso de empreendedorismo no Brasil em 1980, e não em 2000. E na edição de nº 95 (março/2013), na página 38, o nome correto do sócio-proprietário do Bom Fim Hostel é Cristiano Zanin, e não Ganin.

N E G Ó C I O S Porto Alegre: a capital dos serviços A capital do Rio Grande do Sul figura como um polo de oportunidades para investidores do ramo de serviços. Enquanto a parcela de alvarás ativos para empresas do setor equivale a 59,76% do total registrado em Porto Alegre, apenas 1,35% é referente à atividade industrial. Os dados são da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic). Dos 1.434 alvarás industriais ativos, 357 representam a confecção de roupas; 60, a impressão gráfica e 56, a indústria metalúrgicoserralheira. Conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), há 14.906 estabelecimentos industriais em Porto Alegre, os quais representam 14 tipos de atividades neste âmbito. Economistas apontam que a valorização do setor de serviços na Capital em substituição à atividade industrial, a qual tende a migrar para cidades menores, é um processo natural. O foco do desenvolvimento econômico de Porto Alegre hoje está no setor de serviços, aifrmou o secretário-adjunto da Smic José Peres. Turismo e Hotelaria são atividades em alta no setor. Encontro Nacional dos Sindicatos acontece em maio Empresários, dirigentes, executivos e assessores jurídicos de sindicatos do comércio de bens, serviços e turismo de todo o país estão convidados a participar do 29º Encontro Nacional dos Sindicatos Patronais (ENSP). O evento acontece entre os dias 15 e 17 de maio, no Expo Unimed Curitiba, em Curitiba (PR). Na programação, diversos debates e painéis estão sendo preparados para os participantes, a fim de fomentar a troca de conhecimentos e a análise de temas ligados ao desenvolvimento das entidades. Também serão entregues os prêmios Lair Montenegro, ao melhor trabalho apresentado em reuniões dos setores, e Paulo Braga, destinado aos advogados dos sindicatos. O ENSP é promovido pelo Sindicato dos Representantes Comerciais do Paraná (Sirecom-PR) e pelo Sindilojas Curitiba. Conta com o apoio da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e da Fecomércio-PR. três perguntas Divulgação/Positivo Informática Ele começou como professor de Informática para o Ensino Superior e hoje preside o Grupo Positivo e a Positivo Informática, que atua nas áreas de tecnologia e educação. Hélio Rotenberg ganhou o mérito Executivo de Valor na categoria Tecnologia da Informação/Indústria pelo jornal Valor Econômico seis vezes consecutivas. Graduado em Engenharia Civil, é também Mestre em Informática. Qual é a estratégia para se manter como um Executivo de Valor por seis anos consecutivos? Rotenberg A cada ano, aumenta a satisfação com esse reconhecimento, sobretudo porque mostra o quanto a Positivo Informática está bem posicionada no mercado e que temos uma equipe capacitada e comprometida com a manutenção desta posição. Para isso é preciso tomar decisões rapidamente e estar atento às oportunidades de mercado. Essa visão nos levou a diversificar os negócios da companhia nos últimos dois anos para muito além da fabricação e venda de computadores e de soluções em tecnologia educacional. Nós estreamos nos segmentos de tablets, smartphones e celulares no Brasil, e investimos em outros mercados, com o início da operação na Argentina, o que nos deixa bastante otimistas para os próximos períodos. Quais os desafios do mercado de TI, cada vez mais competitivo, daqui para frente? Rotenberg O mercado de TI se mostra a cada dia mais competitivo e a liderança do mercado de computadores nos impõe condições únicas. Entender o consumidor e traduzir isso em produtos adequados se tornam obrigações do dia a dia. Buscar soluções inovadoras e apropriadas ao nosso mercado nos faz trabalhar cada vez mais. Como é possível alcançar o êxito aliando educação, tecnologia e inovação? Rotenberg É impossível de se obter êxito sem a união desses três conceitos, especialmente no mercado em que a companhia está inserida. De maneira geral, o conjunto dessas palavras está intrinsecamente ligado à evolução da Positivo Informática nos últimos anos. Como costumo dizer, a educação sempre fez parte de todos nós, já que a companhia teve origem no Grupo Positivo. 11

S ustentabilidade multiplicando ações em prol do meio ambiente Adotar ações sustentáveis no dia a dia, em empresas e residências, é mais fácil do que se imagina. É possível ir além das regras da empresa, levando do trabalho para casa (e vice-versa) conhecimentos que podem fazer a diferença para o meio ambiente Texto: Andréa Lopes Asustentabilidade virou um dos temas mais apregoados nas empresas. Ser sustentável é ser moderno. O tema rende prêmios e reconhecimentos, justos, a instituições e corporações que se preocupam com a questão e a difundem entre seus funcionários e parceiros por meio de atitudes e ações efetivas. Mas e a equipe, o que faz para garantir a sobrevivência de bens naturais como a água, por exemplo, no seu dia a dia, em casa, no trabalho, na faculdade? Primeiro é preciso saber que ser sustentável é uma cultura, um hábito, que ainda não está arraigado no cotidiano das pessoas. A questão é tratada de forma mais eficaz nas empresas e em pequenos grupos que têm mais acesso à informação, afirma Willian Siqueira, sócio responsável pela unidade KeySul da Keyassociados, líder no mercado brasileiro de desenvolvimento de soluções sustentáveis para as áreas pública e privada há mais de 15 anos. Há leis que obrigam instituições e corporações a seguirem e aplicarem determinadas regras de conduta, o que ajuda a disseminar atitudes sustentáveis, mas é preciso fazer muito mais. Siqueira resume o conceito de forma simples e clara: Sustentável é aquilo que você tirou ou usou e pode repor ou reaproveitar de alguma forma, nem que seja transformando em outra coisa, sem esquecermos que para cada ação há uma reação. Um pensamento perene a respeito do não desperdício e do reaproveitamento tem tudo a ver com uma atitude sustentável. Temos a criatividade e Josué Claudio Metz, da AES Sul: a educação para a sustentabilidade começou em casa Divulgação/AEs Sul a tecnologia como grandes aliadas nessa tarefa, assinala. E ser sustentável tem a ver não só com a fauna e a flora, como se associava há alguns anos. Ser sustentável é uma ação também social. Veja quantas famílias se mantêm com a reciclagem, por exemplo. Atitude que vem de casa Josué Claudio Metz, 34 anos, é formado em Ciências Biológicas e sempre teve preocupação e atenção com o meio ambiente. Aprendi com minha mãe a separar o lixo seco do orgânico e a desligar luzes, televisão e torneira quando não as estivesse utilizando. São medidas simples que promovem economia financeira e também ajudam a poupar o meio ambiente, ensina. Ele não se intimida e incentiva os colegas a tomarem atitudes simples. Com o passar do tempo passei a ficar incomodado com a falta de cuidado que colegas, e mesmo amigos e familiares, tinham com questões básicas como a separação de resíduos, o desper- 12

dício da água e da energia elétrica. Eu procuro conversar com todos e tento influenciar para pensarem no que fazem e que podem fazer diferente. Metz trabalha há 14 anos na AES Sul. Reconhece o incentivo da empresa no que se refere a questões sustentáveis e à promoção de eventos e atividades que estimulam o pensamento e a ação ambiental em seus funcionários. Quem não traz o hábito de casa acaba incorporando na empresa mesmo, conta. Interessante é que a maioria das pessoas apoia e se preocupa com a causa ambiental, mas não consegue enxergar o que faz contra essa mesma bandeira no seu dia a dia. Isso porque as ações inadequadas, muitas vezes, são hábitos adquiridos na infância. Por isso que esse trabalho de educação é contínuo, um trabalho de formiguinha mesmo. E nisso a empresa pode contribuir e muito. Metz foi sustentável até no casamento, realizado em abril de 2012. Nos preparativos para a festa, os noivos evitaram o uso de materiais descartáveis e produziram a menor quantidade possível de resíduos. Utilizamos garrafas usadas de vidro na decoração com as flores, toalhas laváveis, bebidas servidas em garrafas retornáveis e, como lembranças para os convidados, distribuímos sacolas retornáveis de algodão, produzidas pela minha avó, relata, orgulhoso. Os resíduos de metal e vidro foram encaminhados para uma cooperativa de reciclagem. No momento do discurso ainda fiz questão de falar para os convidados que tivemos este cuidado para com o meio ambiente, na tentativa de incentiválos a pensar mais em sustentabilidade e levá-la, de fato, para o dia a dia. Agora o casal se prepara para mudar para o apartamento novo. Vou precisar comprar alguns eletrodomésticos e fazer umas reformas. Nesta etapa estou atentando para equipamentos com selo A do Procel, o que indica eficiência energética. Para os móveis quero saber se a empresa que vai instalar os tampos das pias possui licença ambiental e saber se a madeira tem o certificado da origem. O novo apartamento fica próximo ao trabalho de Josué Metz e ele já providenciou uma bicicleta e umas caronas dos amigos para economizar combustível e colaborar para a redução da poluição e dos engarrafamentos. Estas atitudes às vezes implicam um investimento levemente maior, mas que com o tempo se paga com economia no consumo de água ou energia. Entendo que temos que valorizar as empresas que investem em qualidade ambiental, propõe. Mesmo com toda essa dedicação, o biólogo acredita que pode fazer mais. Ainda preciso avançar na utilização do carro particular, reduzindo seu uso, e observar a origem dos gêneros alimentícios, priorizando aqueles produzidos sem defensivos agrícolas e em regiões próximas aos supermercados, evitando que os alimentos façam longas viagens. Ele deu as dicas. Agora é só praticá-las. 13

G uia de Gestão FALANDO dentro dos padrões Capacidade de comunicar-se bem é uma qualidade procurada pela maioria das empresas. Para que isso aconteça, é necessário ter desempenho satisfatório no domínio da língua-mãe um esforço que parte tanto dos colaboradores quanto dos gestores Acomunicação é feita de linguagem, seja oral ou escrita. A chamada norma culta de uma língua a maneira correta de se expressar no idioma nada mais é que uma tentativa de padronização, de maneira que indivíduos de diferentes círculos sociais possam se entender. Gírias, regionalismos, jargões e até palavrões são comuns, dependendo do momento. Contudo, no meio empresarial, procura-se utilizar os termos mais socialmente aceitos, por uma questão de respeito e formalidade. A relações-públicas e cerimonialista Camila Quintana trabalha com organização de eventos. Em meio a detalhes operacionais e rotinas do protocolo, um fator importante para que tudo corra bem são as pessoas. Colaboradores preparados para exercer suas funções são essenciais para que as cerimônias ocorram como o planejado e os convidados ou participantes tenham uma boa impressão do encontro. A apresentação das pessoas a serem contratadas é inevitável, diz Camila. Vestir-se e, principalmente, comportarse de acordo com a ocasião são características procuradas em qualquer profissional da área. Discrição e dinamismo são algumas das qualidades apontadas pela cerimonialista. Porém, de nada adianta uma postura condizente com a função a ser exercida, se faltar uma comunicação adequada, ou uma linguagem correta. Concordância, uso correto do plural e conhecimento de vocabulário, inclusive técnico, são fatores que influenciam em contar com esta pessoa ou não, enumera Camila. A relações-públicas também destaca os pontos negativos, em se tratando de comunicação oral e escrita. As gírias, por exemplo, são vetadas. É horrível ver as pessoas falando gírias em ambientes profissionais. Essas palavras não se inserem neste contexto tampouco abreviações, como se usa em e- mail. Ambiente profissional requer uma linguagem formal. Isso muda tudo em relação à credibilidade de um serviço. Camila também alerta que um vício de linguagem comum, mas que deve ser evitado, é o uso constante do né : Além de ser irritante, demonstra que a pessoa tem pouca linguagem e uma necessidade excessiva de concordância com o que fala. Cansa o ouvido e esgota qualquer paciência com o bom português. E esse é apenas um caso. Aprimorar a capacidade de falar bem e comportar-se adequadamente com o público, para Camila, vem com a 14

leitura: Quem lê sempre terá bons argumentos e um diálogo apropriado com o local que se encontra, além de melhores condições de se comunicar, o que é o diferencial em qualquer atendimento nos dias de hoje. Ler é o melhor remédio para escrever e falar corretamente. Ela lembra, ainda, uma sugestão que costuma passar para suas equipes: Não precisamos ser um dicionário ambulante, mas é preciso ir atrás das palavras que não conhecemos. Se não sabemos corretamente a sua pronúncia, melhor nem a citarmos. A prática livra o profissional daquelas gafes causadas pelo excesso de formalismo e pela pretensão de usar os termos mais pomposos, mesmo quando não se tem segurança sobre o significado deles. Linguagem correta A comunicação é fundamental para a empresa ir bem. É isso que afirma Adriana Cardoso, gerente de Recursos Humanos e headhunter da Prisma RH. Escrever e falar com clareza e seguindo a norma culta do português garante um diálogo mais efetivo entre pares e com os clientes. É algo que tem de estar na base da formação não só de gerentes e diretores, mas de todos os profissionais. Muitas pessoas fazem curso de inglês sem saber a própria língua-mãe. Em entrevistas, pedimos que os candidatos escrevam uma redação. A dificuldade é imensa, mesmo para pessoas com nível superior de ensino, garante Adriana. A headhunter acredita que esta dificuldade já vem da escola. Os alunos não são estimulados a falar em voz alta, nem a fazer ditados ou resumir um livro. São atividades básicas e simples, mas que auxiliam no desempenho futuro do jovem no mercado de trabalho. Outro problema apontado pela profissional de RH é o costume de se utilizar os sites de redes sociais. Muitos jovens não conseguem separar a linguagem da internet da do ambiente de trabalho. Criar um e- mail à diretoria ou direcionado a toda a empresa, digamos, é difícil. Eles abreviam muito e não se fazem entender. Muitas dessas competências já são notadas durante a seleção para um emprego. Na entrevista ou na dinâmica de grupo já dá para saber se o candidato é mais introspectivo ou se tem facilidade para expor suas ideias. É claro que cada 15

G uia de Gestão um tem sua personalidade, mas, no ambiente corporativo, algumas características devem ser trabalhadas. A pessoa tem que buscar ser comunicativa, recomenda Adriana. A empresa espera do profissional que ele se relacione bem e, para isso, ele tem que se comunicar de forma objetiva e clara, transmitir suas ideias claramente. Para tanto, além das competências técnicas, ela precisa falar e escrever bem. No entanto, não cabe somente ao colaborador fazer tal esforço. Os empregadores também podem estimular seus funcionários de diferentes maneiras. Empresas de grande porte têm universidade corporativa, aulas online, várias metas comunicacionais. Os gestores priorizam isso, lembra Adriana. Já empreendimentos menores não precisam ficar atrás. Podem ser realizadas dinâmicas de grupo e reuniões periódicas em que todos os indivíduos sejam incentivados a falar. Disponibilizar jornais, ou mesmo uma biblioteca para os momentos de intervalo, por sua vez, ajuda a instigar à leitura. Outback prioriza a hospitalidade e o respeito entre os colaboradores Comunicação além da linguagem Embora a linguagem seja a base da comunicação, ela não é tudo. Além de utilizar os termos adequados para cada situação, a pessoa tem que se sentir à vontade para apresentar suas ideias e expor problemas, quando necessário. O funcionário não pode ter medo de se expressar. Ele tem que ter meios para isso, indica Adriana. Essas ferramentas podem ser desde caixas de sugestões a reuniões de feedback. O líder e suas equipes têm de interagir todos os dias. O colaborador deve poder dar ideias, receber elogios e um retorno construtor. Neste ponto, é importante que todos conheçam a visão, a missão e os valores da empresa. Quando se tem em mente os objetivos da organização, é mais fácil encaixar-se na cultura corporativa. Ao mesmo tempo, segundo Adriana, deve haver padrões para atividades do dia a dia, como o palavreado empregado numa mensagem interna ou o padrão de atendimento para ligações telefônicas. O segredo é orientar as equipes. É isso que acontece nos restaurantes da rede de comida australiana Outback. Os colaboradores são treinados de acordo com os princípios e crenças da empresa, sendo que o primeiro deles é o da hospitalidade. Quem chega ao local sejam executivos em happy hour, sejam famílias com crianças pequenas deve ser tratado com respeito e cordialidade. Servir é encantar o cliente, conectarse, agradar, realmente se doar, afirma Rita Mauro, gerente de treinamento. A comunicação exerce um papel fundamental no processo. Apesar de ser um ambiente informal, o uso de gírias não é recomendado. Também procuramos orientar os colaboradores a identificar qual é a forma com que eles vão ter de apresentar o cardápio, explica Rita, referindo-se aos diferentes públicos atendidos pelo restaurante. Acima de tudo, vem o respeito ao outro, que se estende não só aos clientes, mas também entre colegas e gerências. A relação entre colaborador e sócio tem que ser um elo, para ter credibilidade. No momento da contratação, entre algumas características, é avaliada a energia da pessoa, se ela conseguirá se adaptar à filosofia do Outback. O perfil mais procurado são os estudantes universitários. Não à toa, o grau de instrução dos colaboradores contribui para uma melhor comunicação. Divulgação/Outback 16

Arquivo pessoal Günther Staub Diretor da Staub Comunicação e Marketing Houve desgauchização no comércio, na indústria, na agricultura, na saúde, nas exportações, na educação, na segurança pública, no saneamento básico. D esenvolvimento do Rio Grande Ao final da década de 1950, o empresário Paulo Velinho deu uma entrevista ao Diário de Notícias que foi manchete de capa: O Rio Grande precisa crescer ao ritmo de Brasília. Isso em plena época dos 50 anos em 5 de Juscelino Kubitschek. Naquela entrevista, Velinho enfatizou a necessidade de o Rio Grande do Sul aumentar sua velocidade de crescimento, pois estava ficando para trás em relação a outros estados. Em meados da década de 1960, o jornalista Franklin de Oliveira escreveu uma série de artigos que depois foram reunidos em um livro, intitulado Rio Grande do Sul: um novo Nordeste. No livro, ele mostrava sua preocupação sobre a menor taxa de desenvolvimento do Rio Grande frente a outros estados, o que estava acarretando um empobrecimento tal que levaria o Estado a um estágio de subdesenvolvimento muito grande. Nesse longo intervalo de tempo, o Rio Grande não conseguiu atingir níveis de excelência em vários aspectos, realmente perdendo posições na indústria. Houve desgauchização no comércio, na indústria, na agricultura, na saúde, nas exportações, na educação, na segurança pública, no saneamento básico. Mas o mais grave foi a grande fuga de talentos, pelo fato de aqui faltarem oportunidades. Com as más administrações Opinião 17 públicas que tivemos e estamos tendo, nossa taxa de investimentos caiu para 5% e, segundo as estatísticas, somos hoje um dos piores estados brasileiros nesse quesito, e, pelo que se observa, continuaremos por algum tempo nessa triste posição. Efetivamente, temos muito a fazer, incluindo investimento e qualificação da educação, maturidade política para evitar rivalidades e rancores e para promover a união das classes em torno de um só objetivo: aumentar os investimentos e a produtividade do setor público e privado por meio da educação. Mas, de fato, quem pode encabeçar essas iniciativas? Sem dúvida contamos com a totalidade da classe política (todos os partidos), a totalidade da classe empresarial da indústria, comércio, agricultura e serviços e todas as entidades que representam esses segmentos. Incluem-se, ainda, universidades, sindicatos de empresas, empregados e empresários, judiciário, forças de segurança e entidades profissionais (mais de 50, ao todo), líderes religiosos e meios de comunicação. É necessário que todos deixem de lado suas rivalidades políticas, religiosas, regionais, raciais, culturais e futebolísticas e se unam em torno de um só objetivo: desenvolver o Rio Grande do Sul. Vamos começar agora? Nós ainda temos ótimos recursos humanos.

Sônia Hess FOTOs: divulgação/dudalina

E N T R E V I S T A A líder que veste a camisa Sônia Hess é uma empreendedora nata. O gosto pelo trabalho e a sede por desafios não negam, é uma brasileira admirável. Em sua trajetória, a presidente da Dudalina faz uso de uma receita simples: amor às pessoas, humildade e aprendizado contínuo A senhora acompanha a empresa da família desde a infância. De que forma isso influenciou na sua forma de administrar a companhia? Sônia Sou filha de uma mulher superempreendedora. Foi minha mãe quem começou a empresa, com 16 filhos e muita garra. Meu pai era poeta, trabalhador, mas não empreendedor. E quando você tem muitos irmãos, a questão de empreender se torna necessária. É quase como uma forma de sobrevivência: todo mundo tem que se virar. O empreendedorismo acaba acontecendo inevitavelmente. Quais são suas lições sobre empreendedorismo a partir da experiência em outras empresas do setor têxtil? Sônia Vamos retomar um pouco a história. A Dudalina nasceu dois anos depois de mim, e vivi na empresa até meus 21 anos. Então, fui convidada para trabalhar fora, em uma empresa de confecção de Minas Gerais. Fiquei trabalhando lá até o final de 1983 e decidi que queria me mudar pra São Paulo, procurar um emprego, me virar. Nesse momento, meus irmãos, que estavam à frente da Dudalina, me convidaram para aceitar um novo desafio: a expansão da empresa para o sudeste do país. Então eu abri esse mercado, e há mais de 30 anos voo toda a semana para Blumenau (onde fica a sede da empresa). Acabou acontecendo que eu passei pela área comercial, pela área de produtos, de marketing, e no final de 2002 o Conselho de Administração me convidou para ser a presidente da 19

Entrevista empresa. Eu aceitei, e estou como presidente da empresa até hoje. Meu aprendizado nas outras empresas foi, primeiramente, de que eu não precisaria depender da minha família para criar uma carreira ou para ser empreendedora. Eu poderia, talvez, ter seguido outros caminhos como empreendedora, e que era um dos meus sonhos, o de realmente começar um negócio só meu. Mas a vida vai contando outras histórias, então voltei para o negócio da família. Tive um aprendizado antes de me mudar para Minas Gerais: era diretora de uma empresa pequena, mas já tinha um cargo importante. Poderia estar em uma zona de conforto, quando recebi o convite para voltar à Dudalina. E na época, lembro que me aconselhei com um amigo que disse: Se você for, você pode vir a se arrepender, mas se não for, vai se arrepender para o resto da vida. Então, nunca me arrependi e acho que essa frase foi muito importante, porque tem algumas horas da sua vida em que a decisão é muito difícil e você se acovarda por esse medo do desconhecido. Na realidade, eu enfrentei esse desconhecido e estou muito feliz com isso, porque acredito que conquistei um espaço bem interessante. A senhora assumiu a Dudalina em 2003 e já tem projetos para deixar o comando executivo e ingressar no Conselho de Administração. Quando isso deve acontecer e como? Sônia Primeiramente, já estou preparando um sucessor. Em qualquer empresa, depois de um certo tamanho, tem que ter muito respeito pela empresa, porque todo mundo é finito. Então, todos as pessoas da nossa empresa que estiverem em cargo de gerência têm que ter um sucessor. Minha meta é: quando a empresa faturar seu primeiro bilhão, ir para o Conselho de Administração e continuar ligada, mas muito mais à estratégia que à parte executiva. Acredito que isso acontecerá em três ou quatro anos. Quando você tem muitos irmãos, a questão de empreender se torna necessária. É quase como uma forma de sobrevivência: todo mundo tem que se virar. O próximo presidente não deve ser um membro da família. Como foi realizada a escolha do próximo líder? Sônia O processo de escolha é algo natural. Temos uma liderança 20

muito interessante na empresa. É um executivo que está conosco há quase 30 anos, conhece a empresa profundamente e fez sua carreira lá dentro. Ele está sendo preparado, e sabe disso. É interessante quando o sucessor também aceita que isso levará um tempo e não cria a expectativa de que é amanhã. Se acontecer de amanhã cair um avião em que eu esteja viajando, eu tenho alguém. E tenho um irmão na empresa que é um excelente executivo mas não almeja o posto, e é necessário respeitar cada pessoa. Desta forma, meu sucessor não deverá ser um membro da família. Hoje não dá mais para você crescer e ter uma empresa decente no mercado se ela não tiver transparência. Existe fórmula para uma sucessão familiar bem-sucedida? Qual? Sônia Você pode ter várias fórmulas. Se for uma empresa de grande porte, normalmente se procura ajuda de coaching, de consultoria, e tudo o mais. Quando é uma empresa do tamanho da nossa, em que temos uma gestão muito compartilhada, ela é mais natural. Não existe uma fórmula pronta, cada empresa tem que procurar a sua. O que sempre sugiro para as empresas familiares, hoje, é que façam primeiramente um acordo de acionistas muito bem feito. Em segundo lugar, que tenham uma boa governança. Terceiro: criem sucessores claros, num processo transparente, e não aquele jogo de esconde-esconde. Hoje não dá mais para você crescer e ter uma empresa decente no mercado se ela não tiver transparência. Qual a importância da profissionalização da gestão em empresas familiares? Sônia Total. A única forma de perenizar uma empresa familiar é profissionalizando. É como falei: tendo governança e profissionalizando, senão, não pereniza. Quantas empresas já vimos, que eram potências, gigantes, perfeitas e lindas enquanto seus fundadores estavam vivos e atuando, e depois começam as próximas gerações. Aí a tendência a ter outras interferências fica muito grande e acaba criando problemas muito sérios. Entre 16 irmãos (11 homens e cinco mulheres), há apenas dois membros da família atuando na empresa. Como foi esse processo? Sônia Meu irmão é diretor de Varejo. É algo que foi acontecendo. Todos são empreendedores e não há espaço para os 21

Entrevista 16 dentro de uma empresa do tamanho da nossa. Logo, cada um foi procurar aquilo que lhe interessava. Tem advogado, médico, dentista, cada um foi procurar o interesse na sua maturidade, e a empresa ficou com dois dos acionistas na executiva e os demais são sócios. O projeto de sustentabilidade da Dudalina é uma de suas prioridades. Fale sobre isso. Sônia Minha mãe sempre foi uma pessoa muito à frente do seu tempo, então ela começou a utilizar os retalhos e, em vez de jogarmos fora, ela começou a bordar, a fazer patchwork com esses retalhos. E com o tempo isso se tornou um projeto do instituto que temos na empresa, o Instituto Dona Adelina. No ano passado deixamos de jogar no lixo 32 toneladas de retalhos, mais os plásticos que são os forros das sacolas, e construímos em torno de 300 ONGs espalhadas pelo Brasil inteiro. Construímos esse projeto de sustentabilidade que é o aproveitamento desses retalhos. Uma das iniciativas importantes que nós temos é a sacola social, que é uma ação mais específica, pois tem vários outros trabalhos, e que ensinamos a fazer: doamos as máquinas, doamos o material e compramos a sacola de volta. É um trabalho de sustentabilidade, de reciclagem, de geração de renda e de inclusão social, porque ele é feito em clube de mães, em institutos, ONGs. São várias instituições que fazem essa sacola. Quais são suas outras prioridades como executiva da empresa? Sônia Minha prioridade hoje é: crescer. Nós geramos mais de 2,3 mil empregos e, como diz o nosso slogan, Com amor à camisa e às pessoas. Isto é, crescer de uma forma sustentável, respeitando todas as instituições: governo, sociedade, pessoas, e tornar a Dudalina a empresa de moda mais admirada do Brasil. Isso está na nossa ideologia. Qual a origem do apelido embaixatriz da paz? Acredito que quando as pessoas compartilham, o resultado vem. Sônia Era algo que meus pais falavam, porque eu sempre fui muito de unir os irmãos, ficava sempre muito disponível, fui a primeira a sair de casa. Se viajava ao exterior, sempre levava alguém junto. Sempre tive um relacionamento muito bom com todos, e por isso meu pai falava que eu seria embaixatriz da paz. Mas é um compromisso muito mais dele que meu (risos). Eu tento, mas nem sempre é possível agradar a todos. 22

Qual a maneira Dudalina de manter a equipe engajada? Sônia Compartilhando, repartindo. Temos a nossa participação nos lucros e este ano devemos restituir seis salários para cada pessoa, do resultado do ano passado. Acredito que quando as pessoas compartilham, o resultado vem. Se a pessoa sabe o nível de responsabilidade que ela tem quando ajuda a empresa a gerar lucro, e ela participa nele, ela tem muito mais a responsabilidade, cada um é dono de um pouco que é o todo. Compartilhar, portanto, é muito importante e fortalece isso. E gostar de gente, seguir adiante e construir, realmente, uma marca poderosa. A moda é muito rápida, perecível, então você tem que criar não o que as pessoas querem, mas sim o que elas não sabem que querem. Onde a senhora busca inspiração para a criação de coleções da Dudalina Feminina? Sônia No mundo todo, nas pessoas, em tudo. Não há um padrão, eu viajo três, quatro vezes por ano, temos uma equipe fantástica na área de Pesquisa & Desenvolvimento, na área de Inovação, que faz pesquisas fora, tem sites. Temos que estar ligados 24h por dia, porque o que hoje é novo amanhã já deixa de ser. A moda é muito rápida, perecível, então você tem que criar não o que as pessoas querem, mas sim o que elas não sabem que querem. Sua rotina é extensa: das 7h às 20h. O que a senhora faz para manter a energia e disposição? Sônia Gostar do que faz e ter uma responsabilidade gigante que é a nossa empresa de 2,3 mil colaboradores, e mais 5 ou 6 mil indiretos. Manter o pique das pessoas e da própria empresa também. Sempre fui muito ativa, trabalho muito, gosto muito do que faço. E quando você gosta do que faz e acredita no seu trabalho, essa energia aparece. Se em algum momento parece que está caindo, olho para frente, rezo um pouco. Sempre digo que tenho dois anjos no céu, que são meus pais, e espero que eles continuem dizendo amém. Como está sendo realizado o processo de internacionalização da marca? Sônia Um aprendizado, pois ainda é um processo muito recente. Estamos aprendendo a vender nossas marcas lá fora, dando um passo por vez, com muita humildade. E está sendo uma grande experiência! 23