NOÇÕES GERAIS Eticidade prestígio ao comportamento ético das pessoas, ou seja, boa-fé objetiva. Art. 5 º do NCPC: Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. Socialidade Prestígio à função social do direito, ou seja, rejeição à visão meramente egoísta do Código Civil de 1916. Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. Operabilidade É aquele que impõe soluções viáveis, operáveis e sem grandes dificuldades na aplicação do direito. A regra tem que ser aplicada de modo simples e com expressões genéricas para ser adaptado a realidade social.
BOA-FÉ OBJETIVA A boa-fé objetiva tem por finalidade analisar se a conduta da pessoa é compatível ou não com o padrão ético, por isso possui várias funções, dentre elas: interpretar, criar e suprimir direitos. Nesse sentido, a boa-fé objetiva classifica-se em: 1. Venire Contra Factum Proprium ou Princípio da Proibição do Comportamento Contraditório não se pode praticar um fato, criar legítima expectativa em outrem e, logo após, praticar outro fato, frustrando a expectativa inicial.
2. Supressio perda de um direito em razão de inércia prolongada com a capacidade de criar legítima expectativa em outrem. Ex. Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato. 3. Surrectio aquisição de direito em razão de condutas antijurídicas reiteradas com capacidade de criar legítima expectativa no agente. Ex. Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato. 4. Tu Quoque ninguém pode servir-se da própria torpeza, ou seja, praticar ato torpe e aproveitar-se dele. Ex. o município A contratou o servidor B para exercer cargo técnico sem prévia realização de concurso público. Como o vínculo de trabalho é ilegal, é correto afirmar que não são devidas as verbas remuneratórias ao servidor B? Devido à aplicação do tu quoque, a Administração não pode se beneficiar de seu comportamento ilícito
PESSOAS NATURAIS E SUJEITOS DE DIREITOS Entes personalizados: pessoas que têm personalidade jurídica naturais e jurídicas - aplica-se o princípio da legalidade ampla (tudo é permitido, salvo o que é proibido em lei). Entes despersonalizados: aqueles que não possuem personalidade jurídica, mas podem ter direitos e deveres - aplica-se o princípio da legalidade estrita (tudo é proibido, salvo leis ou costumes). Ex.: espólio/herança
A aptidão de ter direitos e deveres PERSONALIDADE JURÍDICA Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. Teoria natalista: inicio é com nascimento com vida nascituro é futura pessoa por isso protege os direitos de personalidade. Teoria concepcionista: início da personalidade jurídica a partir da concepção. Segundo esta teoria, o nascituro já seria considerado uma pessoa, tendo uma personalidade jurídica formal, não material. Teoria da Personalidade Condicional: a personalidade jurídica surge com a concepção, mas está sujeita a uma condição suspensiva (o nascimento com vida).
CAPACIDADE CAPACIDADE DE DIREITO: É a medida da personalidade jurídica Toda pessoa, necessariamente, tem capacidade de direito. Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO É a aptidão de exercer, por si só, atos da vida civil. Existem duas espécies de incapacidade: a incapacidade absoluta e a incapacidade relativa.
A CAPACIDADE DE FATO PRESCINDE DA CAPACIDADE DE DIREITO? A CAPACIDADE DE DIREITO PRESCINDE DA CAPACIDADE DE FATO? OU
INCAPACIDADE RELATIVA Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. teoria da actio libera in causa
PROTEÇÃO DO RELATIVAMENTE INCAPAZ Mecanismos de proteção para os relativamente incapazes: art. 171: prevê a anulabilidade dos negócios jurídicos. Para praticar negócios, o relativamente incapaz precisará de um representante ou de um assistente, a depender do caso. Nos casos que não são de menoridade, o representante ou assistente será um curador. Segundo o Estatuto da Pessoa com Deficiência, seria aplicável para outros casos, mas apenas para questões patrimoniais do curatelado (art. 5º, 83, 84 e 85 do Estatuto). O Estatuto da Pessoa com Deficiência também instituiu a chamada tomada de decisão apoiada (art. 1783-A, CC), que só se aplicaria a pessoas com deficiência. NÃO SE APLICA EM CASO DE INCAPACIDADE.
Ano: 2018 Banca: FUMARC Órgão: PC-MG Prova: Delegado de Polícia Substituto Amanda tem 15 anos de idade. Mateus, por deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática pessoal dos atos da vida civil. Tício é excepcional, sem desenvolvimento mental completo. De acordo com o Código Civil e o Estatuto da Pessoa com Deficiência, considera(m)-se absolutamente incapaz(es) de exercer, pessoalmente, os atos da vida civil: a) Amanda e Mateus; b) Amanda; c) Mateus e Tício; d) Mateus
Ano: 2018 Banca: FUMARC Órgão: PC-MG Prova: Delegado de Polícia Substituto Amanda tem 15 anos de idade. Mateus, por deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática pessoal dos atos da vida civil. Tício é excepcional, sem desenvolvimento mental completo. De acordo com o Código Civil e o Estatuto da Pessoa com Deficiência, considera(m)-se absolutamente incapaz(es) de exercer, pessoalmente, os atos da vida civil: a) Amanda e Mateus; b) Amanda; c) Mateus e Tício; d) Mateus
Ano: 2018 Banca: NUCEPE Órgão: PC-PI Prova: Delegado de Polícia Civil Fernando, atualmente, com 17 (dezessete) anos de idade, nasceu sem o movimento das pernas. Quanto a personalidade e capacidade de Fernando, podemos afirmar: a) que Fernando possui incapacidade absoluta, o que acarreta a proibição total do exercício dos atos da vida civil, por si só; b) a personalidade jurídica e capacidade de fato de Fernando tiveram início no dia que este nasceu com vida; c) possui incapacidade relativa apenas em razão do critério etário; d) sendo Fernando uma pessoa moral passou a ter personalidade jurídica no dia do registro no cartório que confeccionou sua Certidão de Nascimento; e) possui incapacidade absoluta em virtude de ser pessoa com deficiência
Fernando, atualmente, com 17 (dezessete) anos de idade, nasceu sem o movimento das pernas. Quanto a personalidade e capacidade de Fernando, podemos afirmar: a) que Fernando possui incapacidade absoluta, o que acarreta a proibição total do exercício dos atos da vida civil, por si só; b) a personalidade jurídica e capacidade de fato de Fernando tiveram início no dia que este nasceu com vida; c) possui incapacidade relativa apenas em razão do critério etário; d) sendo Fernando uma pessoa moral passou a ter personalidade jurídica no dia do registro no cartório que confeccionou sua Certidão de Nascimento; e) possui incapacidade absoluta em virtude de ser pessoa com deficiência Comentário: O art.3º do Código Civil dispõe que são considerados absolutamente incapazes apenas os menores de 16 anos. Por outro lado, o art. 4º, I, dispõe que os maiores de 16 e menores de 18 anos completos são considerados relativamente incapazes. De qualquer modo, ainda que a deficiência de Fernando afetasse sua capacidade de discernimento, o rapaz seria considerado relativamente incapaz, conforme dispõe o art. 4º.
LEGITIMAÇÃO É a exigência de requisitos específicos para determinados atos jurídicos. Ex. 1.647CC necessidade de consentimento do cônjuge para fiança Tornar capaz o menor. Existem três espécies de emancipação: EMANCIPAÇÃO a) voluntária: quando o menor tiver a partir de 16 anos e, por vontade dos pais, é emancipado por meio de escritura pública. Possíveis utilidades: quando o filho for estudar fora, em caso de inventário extrajudicial, entre outros. b) judicial: menor, a partir de 16 anos, que esteja sob tutela. Nesse caso, a emancipação será decidida por um juiz. c) legal: casamento (a partir de 16 anos, com autorização dos pais; a menina, a partir de 14 anos, se estiver grávida); colação de grau no ensino superior; para exercício de emprego público efetivo, economia própria (admitido apenas para maior de 16 anos), entre outros casos
MORTE CIVIL A morte civil não está necessariamente vinculada à morte biológica. É uma hipótese de extinção da personalidade jurídica da pessoa natural. Espécies (arts. 6º e 7, CC): Real: coincidente com a morte biológica (morte encefálica). Presumida a) sem declaração de ausência (art. 7º): hipóteses de extrema probabilidade da morte da pessoa (perigo de vida ou combatente desaparecido 2 anos após o fim da guerra/campanha, declarado o fim das buscas e expedida sentença com data provável de morte). b) com declaração de ausência: a certidão de óbito poderá ser lavrada quando a lei autorizar a sucessão definitiva (art. 6º do CC).