O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO



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Transcrição:

O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO MODO DE PRODUÇÃO: Pode ser entendido com a estrutura econômica de uma sociedade. Incluem-se nessa noção a maneira como essa sociedade produz, distribui, consome e as relações que ela estabelece entre os seus membros durante esse processo. CAPITALISMO: Sistema econômico regulado pelo mercado e tem por base a propriedade privada, ou seja, a propriedade particular ou individual de um bem cujo objetivo final visa o lucro. AS FASES DO CAPITALISMO A primeira etapa do capitalismo estendeu-se do fim do século XV até o século XVIII e foi marcada pelo mercantilismo (comercial). A segunda etapa inicia-se no final do século XVIII, com a Revolução Industrial a segunda metade do século XIX (industrial). A segunda etapa surge no final do século XIX, passando a ser denominado de capitalismo financeiro ou monopolista. Alguns autores já consideram uma quarta etapa para o capitalismo, o denominado sistema técnico-cientifico-informacional. A PRIMEIRA GRANDE FASE DO CAPITALISMO A primeira etapa do capitalismo foi marcada pela expansão marítima das potências da Europa Ocidental em busca de novas rotas comerciais. A economia funcionava segundo a doutrina mercantilista, sendo identificada pelos seguintes aspectos: 1. Intervenção governamental nas relações comerciais, aumentando o poder dos Estados Nacionais (centralização). 2. A riqueza e o poder eram medidos pela quantidade de metais preciosos (balança comercial). O resultado desse processo foi:

a) Permitiu grande acúmulo de capitais nas mãos da burguesia através de um comércio altamente lucrativo. Isso foi possível mediante a exploração colonial. b) Surgiu a primeira Divisão Internacional do Trabalho, caracterizada pelo envio de matérias primas das colônias às metrópoles e de produtos manufaturados as colônias. A SEGUNDA GRANDE FASE DO CAPITALISMO A segunda etapa do capitalismo foi marcada principalmente pela Revolução Industrial no final do século XVIII e o aumento da capacidade de transformação da natureza por meio do uso de máquinas. Crescente aceleração da circulação de pessoas, da produção, de mercadorias e expansão das redes de transportes. Nessa nova fase, o lucro provinha basicamente da produção de mercadorias. Esse processo era possível mediante a relação de trabalho assalariado, aumentando os mercados consumidores. O resultado desse processo foi: 1. O Estado não mais intervinha na economia. A livre concorrência era a lógica do mercado (Liberalismo Econômico Laissez Faire, Laissez Passer). 2. O aumento rápido da produção industrial; aprofundava-se a Divisão Internacional do Trabalho (produção em série). ATERCEIRA GRANDE FASE DO CAPITALISMO Surge no final do século XIX, sendo marcante o processo de concentração e centralização de capitais. Empresas foram criadas e cresceram rapidamente: indústrias, bancos, casas comerciais e corretores. Uma das características mais importantes desse período foi a introdução de novas tecnologias e novas fontes de energia no processo produtivo (surge as multinacionais). Houve fusões e incorporações que resultaram na formação de monopólios ou oligopólios.

O crescente aumento da produção e a industrialização expandiram-se para outros países, acirrou-se a concorrência. Foi nesse contexto que ocorreu a expansão imperialista (neocolonialismo) na África e na Ásia conferência de Berlim (1884-1885), como forma de explorar matéria prima e novos mercados consumidores. Essa partilha imperialista consolidou a divisão Internacional do Trabalho, pela qual as colônias se especializaram em fornecer matérias primas baratas para os países que se industrializaram. Em contrapartida as ex-colônias da América (parte Latina), foram proibidas de se industrializarem. A CRISE DO SISTEMA CAPITALISTA A expansão do mercado de capitais foi um dos aspectos mais importantes do capitalismo financeiro (capital aberto) A primeira grande crise do capitalismo ocorreu com a Grande Guerra, provocada pelo imperialismo das grandes potências. Ressentimentos nacionalistas e rivalidades políticas e econômicas provocavam atritos permanentes. O progresso da indústria, a necessidade de escoar os produtos industrializados e a busca por novas matérias primas e alimentos contribuíram pelas novas conquistas coloniais. A internacionalização do capital, que atraiu a oposição do nacionalismo econômico. Esse processo abalou os fundamentos da civilização européia, pôs em risco sua hegemonia e abriu espaço para entrada de novos personagens no capitalismo mundial. A CRISE ECONÔMICA DE 1929 O enxugamento dos recursos financeiros internos provocou diminuição da quantidade de moeda corrente para compra de produtos. Houve aumento excessivo da produção por parte das empresas durante a década de 1920. Com o tempo, o mercado consumidor não era mais capaz de absorver a produção industrial o que levou a diminuição da produção e ao desemprego.

Uma onda de especulação nas bolsas de valores. Os investidores eram atraídos por lucros que não eram mais gerados no sistema produtivo. Cada um comprava as ações pela certeza que as venderia por um preço mais elevado. OS EFEITOS DA CRISE Em outubro de 1929, ocorreu a quebra da bolsa em New York: Os preços das ações despencaram. Os investidores correram para se desfazer de seus papéis, a qualquer preço. A crise de 1929 foi o marco inicial de um período de recessão econômica e desemprego que se estendia em todo mundo. Em muitos países, o Estado passou a interferir na economia. O New Deal (novo acordo), programa econômico e social, voltado ao combate ao desemprego e á ajuda aos carentes. Na Europa cria-se o Estado do bem-estar social. Uma política de garantia de saúde, educação e aposentadoria aos cidadãos. AS PRATICAS DO CAPITALISMO FINANCEIRO CARTEL Conjunto de empresas que atuam no mesmo setor da economia e estabelece acordos visando à ampliação de suas margens de lucro. TRUSTE É o resultado de processos de concentração e centralização de capitais, que levam a fusões e incorporações de uma mesma cadeia produtiva em determinado setor da produtividade. HOLDING Conjunto de empresas dominadas por uma empresa central que detém a maioria ou parte significativa das ações das subsidiárias (formam os conglomerados). Os maiores conglomerados do mundo são norte americano e japonês. General Eletric / General Motors Estados Unidos. Sony Japão. Fiat Itália.

MONOPÓLIOS Situação em que uma única empresa domina a oferta de determinado produto ou serviço. Quando o mercado é dominado por uma estrutura monopolista, os preços são fixados pela empresa monopolizadora e não pelas leis de mercado, garantindo-lhe superlucros. OLIGOPÓLIOS Conjunto de empresas que domina determinado setor da economia ou produto colocado no mercado. Em geral, impõe preços abusivos e elimina a possibilidade de concorrência, através da aquisição de pequenas empresas. Verifica-se oligopolização no setor automobilístico farmacêutico e química fina estabelecendo cotas de produção em áreas que exigem grandes investimentos. A REORDENAÇÃO ECONÔMICA DO PERIODO PÓS SEGUNDA GUERRA MUNDIAL Na conferência de Bretton Woods em julho, de 1944 nos Estados Unidos lançou-se um plano que visava garantir a reconstrução e a estabilidade da economia mundial.

Durante a conferência foram constituídos dois organismos atuantes no cenário político econômico e financeiro mundial: BIRD Financiar a reconstrução dos países devastados pela guerra; visa também o desenvolvimento dos países membros. FMI Zelar pela estabilidade financeira mundial, garantir empréstimos a curto prazo aos países que estivessem com dificuldades para fechar seu balanço de pagamento. O FMI zelaria também pela estabilidade das taxas de câmbio e pelo padrão de referência do dólar. Para completar as medidas econômicas foi constituído em 1947 o GATT que mais tarde passou a ser denominado de OMC. O objetivo estimular o comércio mundial combatendo medidas protecionistas. ONU Criada com o objetivo de preservar a paz e a segurança no mundo. Além de promover a cooperação internacional para resolver questões econômicas, sociais, culturais e humanitárias. O órgão de maior poder da ONU é o conselho de segurança, formado por delegados de 15 países membros, dos quais cinco são permanentes: E.U.A, Reino Unido, França, Rússia e China. O conselho pode investir disputas e conflitos internacionais ou no interior de um país, propor soluções visando acordos de paz e adotar sanções diplomáticas e bloqueio econômico