Cartas de suscetibilidade: contexto e utilização no planejamento municipal e regional; Campinas.

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Transcrição:

COMUNICAÇÃO TÉCNICA Nº 175953 Cartas de suscetibilidade: contexto e utilização no planejamento municipal e regional; Campinas Omar Yazbek Bitar Sofia Julia Alves Macedo Campos Ana Cândida Melo Cavani Monteiro Marcelo Fischer Gramani Palestra apresentada na Encontro Técnico: Cartas de Suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa e inundações: bases geotécnicas para o Planejamento Territorial da Macrometrópole Paulista/ Campinas, 2018, Campinas. A série Comunicação Técnica compreende trabalhos elaborados por técnicos do IPT, apresentados em eventos, publicados em revistas especializadas ou quando seu conteúdo apresentar relevância pública. Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A - IPT Av. Prof. Almeida Prado, 532 Cidade Universitária ou Caixa Postal 0141 CEP 01064-970 São Paulo SP Brasil CEP 05508-901 Tel 11 3767 4374/4000 Fax 11 3767-4099 www.ipt.br

ENCONTRO TÉCNICO - Cartas de suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa e inundações: bases geotécnicas para o planejamento territorial da Macrometrópole Paulista/Campinas Cartas de suscetibilidade: contexto e utilização no planejamento municipal e regional Omar Yazbek Bitar, Sofia J.A.M. Campos, Ana Cândida M.C. Monteiro e Marcelo Fischer Gramani Universidade de Campinas Unicamp Campinas, SP - 14 de março de 2019

Sumário 1. Cartas geotécnicas 2. Requisitos específicos 3. Cartas de suscetibilidade 4. Cartas de aptidão à urbanização 5. Cartas de risco 6. Utilização das cartas

Sumário 1. Cartas geotécnicas 2. Requisitos específicos 3. Cartas de suscetibilidade 4. Cartas de aptidão à urbanização 5. Cartas de risco 6. Utilização das cartas

O que é Carta Geotécnica CG? Ferramenta de planejamento desenvolvida no País desde a década de 1970, com métodos que variam de acordo com a finalidade da carta. Sintetiza características do meio físico (geo) numa dada área e indica medidas (técnica) para uso adequado do solo. É geralmente composta de carta síntese, quadro-legenda e texto explicativo. Aptidão Física Áreas Favoráveis Áreas com Restrições Localizadas Áreas Passíveis de Ocupação com Sérias Restrições Áreas com Severas Restrições Colinas Predominam Amplitudes de 40m e Declividades de até 20% 2 Morrotes Predominam Amplitudes de 60m e Declividades de 20% 3 Morros Baixos Predominam Amplitudes de 100m e Declividades de 30% 4 Planícies Aluviais Unidades Homogêneas Relevo Aptidão Física 1 Áreas Favoráveis Áreas com Restrições Localizadas Predominam Declividades Inferiores a 5% Litologia tc xt mg gr af qz tc xt mg gr af ca qz tc xt mg gr af ca qz al mg São Paulo RMSP Sedimentos da Formação São Paulo e Correlatos Xisto e Filito Migmatito Relevo Granito e Gnaisse Anfibolito Quartzito 1 Sedimentos da Formação São Paulo e Correlatos Xisto Colinas e Filito Migmatito Granito e Gnaisse Anfibolito Calcáreo Quartzito Sedimentos da Formação São Paulo e Correlatos Xisto e Filito Migmatito Granito 2 e Gnaisse Anfibolito Calcáreo Quartzito Morrotes Aluvião Migmatito Brasil Predominam Amplitudes de 40m e Declividades de até 20% Predominam Amplitudes de 60m e Declividades de 20% São Paulo RMSP Unidades Homogêneas Litologia Brasil tc Sedimentos da Formação São Paulo e Correlatos xt Xisto e Filito mg Migmatito gr Granito e Gnaisse af Anfibolito qz Quartzito tc Sedimentos da Formação São Paulo e Correlatos xt Xisto e Filito mg Migmatito gr Granito e Gnaisse af Anfibolito ca Calcáreo qz Quartzito Apresenta o zoneamento das unidades geotécnicas, considerando as limitações e potencialidades dos terrenos e as recomendações ao uso do solo. 5 Áreas Impróprias 8 Morrotes Baixos Isolados, em Meio a Planícies Aluviais Áreas Passíveis Predominam Amplitudes 40m e Declividades de Maiores Ocupação que 30% com Sérias 6 Restrições Morrotes Altos Predominam Amplitudes de 80m e Declividades Entre 30 e 40% 7 Morros Altos Predominam Amplitudes de 150m e Declividades Maiores que 30% Áreas com Severas Restrições Serras e Escarpas Predominam Amplitudes de 300m (Serras) e de 100m (Escarpas), e Declividades Maiores que 30% tc xt mg gr af tc xt mg gr af ca tc xt mg gr af ca qz tc xt mg gr af qz Sedimentos da Formação São Paulo e Correlatos Xisto e Filito Migmatito Granito e Gnaisse Anfibolito 3 Morros Baixos Sedimentos da Formação São Paulo e Correlatos Xisto e Filito Migmatito Granito e Gnaisse Anfibolito de 30% Calcáreo Predominam Amplitudes de 100m e Declividades Sedimentos da Formação São Paulo e Correlatos Xisto e Filito Migmatito Granito e Gnaisse Anfibolito Calcáreo Quartzito 4 Sedimentos da Formação São Paulo e Correlatos Xisto e Filito Migmatito Granito e Gnaisse Anfibolito Quartzito Planícies Aluviais Predominam Declividades Inferiores a 5% tc Sedimentos da Formação São Paulo e Correlatos xt Xisto e Filito mg Migmatito gr Granito e Gnaisse af Anfibolito ca Calcáreo qz Quartzito al Aluvião mg Migmatito 5 Morrotes Baixos Isolados, em Meio a Planícies Aluviais Predominam Amplitudes tc Sedimentos da Formação São Paulo e Correlatos xt Xisto e Filito mg Migmatito gr Granito e Gnaisse af Anfibolito

Sumário 1. Cartas geotécnicas 2. Requisitos específicos 3. Cartas de suscetibilidade 4. Cartas de aptidão à urbanização 5. Cartas de risco 6. Utilização das cartas

Previsão de Cartas Geotécnicas (CGs) em políticas públicas vigentes No Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257/2001), estabelecendo a obrigatoriedade de plano diretor nos municípios que possuem áreas suscetíveis a processos geológicos ou hidrológicos que podem gerar desastres naturais e, ainda, que a identificação e o mapeamento de áreas de risco levem em conta as CGs. Na Lei Lehmann (Lei Federal 6.766/1979), que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano, vinculando a aprovação de novos projetos (loteamento e/ou desmembramento) ao atendimento da CG de aptidão à urbanização. A PNPDEC (2012) estabeleceu regra de transição com carência de 2 (dois) anos para que os municípios se adaptassem. Na Lei Federal 12.340/2010, que dispõe sobre a transferência de recursos da União para que os estados e municípios do cadastro nacional (CPRM:>1.200) atuem na gestão de riscos e prevenção de desastres, fixando cinco requisitos, que envolvem a elaboração de CGs:

Requisitos aos municípios para obtenção de recursos (R$) e CGs correspondentes:

Tipos de CGs requeridas pela PNPDEC, segundo a escala e abrangência territorial Fonte: IPT (2015), baseado em Fell et al. (2008), Diniz (2012), Sobreira e Souza (2012) e outros, bem como em discussões de vários encontros técnicos no âmbito do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Respostas a Desastres Naturais PNGRRDN (2012)

Tipos de CGs requeridas pela PNPDEC, segundo a escala e abrangência territorial

Sumário 1. Cartas geotécnicas 2. Requisitos específicos 3. Cartas de suscetibilidade 4. Cartas de aptidão à urbanização 5. Cartas de risco 6. Utilização das cartas

Nota Técnica e conceitos adotados Evento: acontecimento, caso, circunstância ou episódio relacionado à ocorrência de um fenômeno/processo em determinado local e/ou data. Suscetibilidade: propensão/predisposição ao desenvolvimento de um determinado fenômeno ou processo em uma dada área; Ameaça: fenômeno ou processo cuja dinâmica pode gerar consequências negativas (perdas e danos) em relação a elementos expostos (pessoas, bens); Vulnerabilidade: grau de perdas e danos associados aos elementos expostos (0 a 1); quanto maior o grau, maior a vulnerabilidade; Severidade: capacidade de um evento para a geração de perdas e danos; magnitude do evento; Perigo: condição com potencial para a geração de perdas e danos num dado período de tempo; periculosidade ou perigosidade; Risco: uma medida da ameaça e das consequências (financeiras, bens, vidas) que esta poderá causar num dado intervalo de tempo; Desastre natural: ruptura da dinâmica socioeconômica decorrente de evento associado a fenômeno ou processo natural; e Resiliência: capacidade da comunidade exposta ao perigo e ao risco em se preparar e recuperar-se das consequências de um desastre natural.

Decreto Estadual 57.512/2011 PROGRAMA ESTADUAL DE PREVENÇÃO DE DESASTRES NATURAIS E DE REDUÇÃO DE RISCOS GEOLÓGICOS PDN 2012: elaboração do Plano de Trabalho do PDN de curto e médio prazo. 2015: atualização do PDN com foco na Macrometrópole Paulista, onde deslizamentos e inundações afetam a urbanização, infraestrutura e industrialização.

Ações Prioritárias do PDN (revisão 2015) EIXOS AÇÕES METAS INSTITUIÇÕES INDICADORES IG e CPLA nº de municípios 4. Mapa de Perigos do Estado (1:75.000) Estado todo mapeados 2 PLANEJAMENTO/ ORDENAMENTO TERRITORIAL 5. Inclusão de cartas geotécnicas e cartas de suscetibilidade a escorregamentos e inundações (1:25.000) já elaboradas pelo IPT no DATAGEO 6. Elaboração de cartas de suscetibilidade a escorregamentos e inundações (1:25.000), referentes aos municípios da Macrometrópole Paulista ainda não mapeados nessa escala, contemplando corrida de massa e enxurrada 7. Elaboração de cartas geotécnicas de aptidão à urbanização (1:10.000) em 19 municípios do ESP 8. Definição de políticas, diretrizes e estruturação institucional e metodológica para a elaboração do ZEE do Estado de São Paulo, 9. Elaboração do ZEE do Estado de São Paulo por meio da aplicação da metodologia de forma participativa seguindo as diretrizes do Decreto 4297/2002 - MMA 63 cartas geotécnicas e 47 cartas de suscetibilidade 108 municípios 19 IPT, CPLA. IPT (CEDEC e SDECTI/PATEM) IPT, (CPRM/MCidades e SDECTI/PATEM). nº de mapas/ cartas nº de municípios mapeados nº de municípios mapeados ESP SMA A definir ESP Instituições governamentais e sociedade civil A definir

Plano de execução da Ação 6 (Eixo 2 do PDN) pelo IPT 4 anos: 2017 a 2020

Municípios com cartas de suscetibilidade elaboradas na Macrometrópole Paulista até 2018 Fonte: IPT e CPRM Sub-região, de acordo com a sequência de mapeamento Municípios Municípios mapeados entre 2013 e 2018 * Municípios a mapear em 2019 e 2020 Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) 39 39 0 Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS) 9 9 0 Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN) 39 39 0 Região Metropolitana de Campinas (RMC) 20 15 5 Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) 27 4 23 Aglomeração Urbana de Jundiaí (AUJ) 7 2 5 Aglomeração Urbana de Piracicaba (AUP) 23 7 16 Micro Região Bragantina (MRB) 10 6 4 Total 174 121 53

Municípios com cartas de suscetibilidade elaboradas na Macrometrópole Paulista até 2018 Fonte: IPT e CPRM

39 municípios mapeados na Macrometrópole Paulista em 2018 Fonte: IPT e CPRM Elaboradas pelo IPT (28): Aparecida, Arapeí, Areias, Bananal, Cachoeira Paulista, Canas, Cosmópolis, Cruzeiro, Engenheiro Coelho, Holambra, Hortolândia, Jaguariúna, Jambeiro, Lagoinha, Lavrinhas, Lorena, Morungaba, Natividade da Serra, Nova Odessa, Paraibuna, Paulínia, Pedreira, Piquete, Queluz, Redenção da Serra, Roseira, Santo Antônio de Posse, São José do Barreiro e Silveiras. Elaboradas pela CPRM (10): Caçapava, Joanópolis, Potim, Pindamonhangaba, Piracaia, Santo Antônio do Pinhal, São Bento do Sapucaí, São Caetano do Sul, Taubaté e Tremembé. Total: 39 municípios (IPT + CPRM)

Disponibilização em sites na internet CPRM/Serviço Geológico do Brasil Defesa Civil do ESP Datageo/Sima-SP Idesp/Emplasa Plataforma IPT Municípios

Sumário 1. Cartas geotécnicas 2. Requisitos específicos 3. Cartas de suscetibilidade 4. Cartas de aptidão à urbanização 5. Cartas de risco 6. Utilização das cartas

Requisitos aos municípios para obtenção de recursos (R$) e CGs correspondentes: Fonte: IPT (2015) www.ipt.br V - elaborar carta geotécnica de aptidão à urbanização, estabelecendo diretrizes urbanísticas voltadas para a segurança dos novos parcelamentos do solo e para o aproveitamento de agregados para a construção civil. (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)

Guia para a elaboração da CGAU UFOP/MCidades Fonte: Coutinho et al. (2013) Fonte: Sobreira e Souza (2013)

Guia para a elaboração da CGAU UFOP/MCidades Figura - Sequência simplificada de atividades para elaboração da CGAU frente aos desastres, conforme adotada pelo MCidades. Fonte: Batista et al. (2015).

Guia para a elaboração da CGAU - UFOP CGAU em área piloto de Ouro Preto/MG. Fonte: Sobreira e Souza, 2013.

CGAU de Rio Grande da Serra/SP - 1:10.000 UFABC (carta detalhada)

CGAU de Rio Grande da Serra/SP - 1:10.000 UFABC (carta síntese semafórica )

CGAU de Magé/RJ - CPRM (carta integrada: detalhada e síntese)

CGAU de Praia Grande/SP IPT (detalhada e síntese - 2016)

Sumário 1. Cartas geotécnicas 2. Requisitos específicos 3. Cartas de suscetibilidade 4. Cartas de aptidão à urbanização 5. Cartas de risco 6. Utilização das cartas

Carta de risco setorização de áreas de risco: escala 1.2.000

Sumário 1. Cartas geotécnicas 2. Requisitos específicos 3. Cartas de suscetibilidade 4. Cartas de aptidão à urbanização 5. Cartas de risco 6. Utilização das cartas

Resultados mostram a distribuição das áreas que devem merecer atenção especial no planejamento Incidência municipal de áreas de alta suscetibilidade é maior a deslizamento. Em áreas urbanizadas é a inundação e/ou alagamento. Espera-se que a expansão urbana seja dirigida para baixas suscetibilidades. Ocupação em alta e média suscetibilidade deve ser gerida para reduzir riscos.

Classes e indicadores: deslizamentos Figura 21 - Ilustração da estrutura geral adotada para apresentação do quadro-legenda de suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa.

Diretrizes a desenvolver para Deslizamentos: 1. Identificar perigos e estimar riscos...; 2. Identificar perigos e, onde necessário, estimar riscos e elaborar carta de risco e plano de gerenciamento...; 3. Avaliar influência da ocupação e, onde necessário, identificar perigos, estimar riscos e elaborar carta de risco e plano de gerenciamento...; 4. Não ocupar ou, caso necessário, para usos não urbanos, ocupar mediante avaliação geotécnica,...; 5. Ocupar mediante avaliação geotécnica,...; e 6. Ocupar com medidas geotécnicas convencionais,...

Classes e indicadores: inundações Figura 22 Ilustração da estrutura geral adotada para apresentação do quadro-legenda de suscetibilidade a inundações, focalizando as áreas de planícies e terraços.

Diretrizes a desenvolver para Inundações: 1. Identificar perigos e estimar riscos...; 2. Identificar perigos e, onde necessário, estimar riscos...; 3. Avaliar a influência da ocupação e, onde necessário, identificar perigos, estimar riscos...; 4. Não ocupar ou, caso necessário, para usos não urbanos, ocupar somente com medidas fundamentadas em avaliação hidrológico-hidráulica...; 5. Ocupar somente com medidas fundamentadas em avaliação hidrológico-hidráulica...; e 6. Ocupar com medidas hidrológicohidráulicas convencionais...

Corridas de massa e enxurradas

Diretrizes a desenvolver para Corridas e Enxurradas: 1 e 2 - Identificar perigos e estimar riscos na bacia de drenagem e em terrenos a jusante...; e 3 e 4 - Realizar mapeamento detalhado do provável desenvolvimento dos processos na bacia de drenagem, incluindo terrenos a jusante...

Exemplos de uso das cartas de suscetibilidade Planejamento municipal: Base para a CGAU (Lei Lehmann - Praia Grande;...). Plano Diretor Municipal (Praia Grande; Rio Grande da Serra; Mogi das Cruzes; Monteiro Lobato; Campos do Jordão;...). Lei de Uso e Ocupação do Solo (Santos; Praia Grande;...). Planejamento regional: Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano - PDUI (RMSP: Emplasa;...). Planejamento de infraestrutura (Transportes: DER-Bird-IG/Sima; Habitação: CAIXA; CDHU;...). Zoneamento Ecológico-econômico ZEE (SIMA/SP) Estudos ambientais: empresas; institutos; ONGs;... Teses, Dissertações e TCCs: universidades; institutos;...

Integração entre as CGs na revisão do plano diretor de Praia Grande/SP - 2016 Com diretrizes gerais voltadas para a segurança dos novos parcelamentos do solo e para o aproveitamento de agregados para a construção civil (brita e areia) Escala: Inundação e/ou alagamento Indicação de áreas de atingimento

Fonte: http://www.praiagrande.sp.gov.br/arquivos/leisdecretos/lc727/02%20-%20carta%20oficial%20de%20t%c3%adtulo%20- %20Diretrizes%20de%20Ordenamento%20Territorial%20(Reduzida).pdf

Situação geral das CGs requeridas pela PNPDEC na RMSP (total de 39 municípios) Fonte: Dados da CTMGRAU RMSP (data base: 2018) Tipo de CG Suscetibilidade (1:25.000) Aptidão à urbanização (1:10.000) Risco (PMRR, cadastro, setorização,...) (1.2.000) Municípios mapeados (n o ) Execução 39 CPRM/IPT 9 39 UFABC, Pref./IPT CPRM, IG, IPT, consultoras, prefeituras, Unesp, USP,... Obs.: Até o final de 2018 Até o final de 2017 Maior parte com data > 1 ano

PDUI - RMSP Grupo de Trabalho Gestão de Riscos CADERNO DE PROPOSTAS - CAPÍTULO 1.2.4: GESTÃO DE RISCOS - ESTRATÉGIAS Áreas Não Ocupadas Tabela 1 - Estratégia para a Ação Metropolitana - Gestão de Riscos Geológicos Matriz de Cruzamentos - Macrozonas - Exemplo Tipologias de Suscetibilidade ou Risco Áreas Ocupadas MACROZONAS Alta suscetibilidade para Inundação ou escorregamento Média Suscetibilidade para Inundação ou escorregamento Baixa Suscetibilidade para Inundação ou escorregamento Alto Risco para inundação e escorregamento Médio Risco para inundação e escorregamento Baixo Risco para inundação e escorregamento Preservação Ambiental Observar legislação pertinente Observar legislação pertinente Observar legislação pertinente Observar legislação pertinente Observar legislação pertinente Observar legislação pertinente Diversificação de Interesse Ambiental Não ocupar ou, caso necessário, para usos específicos e não urbanos, ocupar somente mediante execução de medidas fundamentadas em rigorosa avaliação hidrológico-hidráulica ou geotécnica, restringindo-se as modificações que possam afetar a dinâmica de escoamento local ou a geometria e a estabilidade dos terrenos Ocupar somente mediante execução de medidas fundamentadas em rigorosa avaliação hidrológico-hidráulica ou geotécnica, restringindo-se as modificações que possam afetar a dinâmica de escoamento local ou a geometria e a estabilidade dos terrenos Ocupar mediante execução de medidas hidrológico-hidráulicas ou geotécnicas convencionais, restringindo-se as modificações que possam afetar a dinâmica de escoamento local ou a geometria e a estabilidade dos terrenos. Condições de risco inaceitáveis: promover a redução do risco em curto prazo, por meio de planos de gerenciamento de riscos, incluindo a execução de medidas preventivas estruturais e não estruturais e mesmo remoção da ocupação (eliminar o risco). Condições de risco moderadas: promover a redução do risco em médio prazo, por meio de planos de gerenciamento de riscos, incluindo a execução de medidas preventivas estruturais e não estruturais (reduzir o risco). Condições de risco baixas: promover a redução do risco em médio/longo prazo, por meio de planos de gerenciamento de riscos, incluindo a execução de medidas preventivas estruturais e não estruturais (reduzir o risco). Urbanização em Área de Proteção aos Mananciais Observar legislação pertinente. Analisar situações específicas e definir diretrizes para a ocupação Observar legislação pertinente. Analisar situações específicas e definir diretrizes para a ocupação Observar legislação pertinente. Analisar situações específicas e definir diretrizes para a ocupação Observar legislação pertinente. Analisar situações específicas e definir diretrizes de recuperação Observar legislação pertinente. Analisar situações específicas e definir diretrizes de recuperação Observar legislação pertinente. Analisar situações específicas e definir diretrizes de recuperação Consolidação da Urbanização Diversificação e Adensamento Não ocupar ou, caso necessário, para usos específicos e não urbanos, ocupar somente mediante execução de medidas fundamentadas em rigorosa avaliação hidrológico-hidráulica ou geotécnica, restringindo-se as modificações que possam afetar a dinâmica de escoamento local ou a geometria e a estabilidade dos terrenos Ocupar somente mediante execução de medidas fundamentadas em rigorosa avaliação hidrológico-hidráulica ou geotécnica, restringindo-se as modificações que possam afetar a dinâmica de escoamento local ou a geometria e a estabilidade dos terrenos Ocupar mediante execução de medidas hidrológico-hidráulicas ou geotécnicas convencionais, restringindo-se as modificações que possam afetar a dinâmica de escoamento local ou a geometria e a estabilidade dos terrenos. Condições de risco inaceitáveis: promover a redução do risco em curto prazo, por meio de planos de gerenciamento de riscos, incluindo a execução de medidas preventivas estruturais e não estruturais e remoção (eliminar o risco). Condições de risco moderadas: promover a redução do risco em médio prazo, por meio de planos de gerenciamento de riscos, incluindo a execução de medidas preventivas estruturais e não estruturais (reduzir o risco). Condições de risco baixas: promover a redução do risco em médio/longo prazo, por meio de planos de gerenciamento de riscos, incluindo a execução de medidas preventivas estruturais e não estruturais (reduzir o risco).

CGs CGs: base ao planejamento

Resumindo... As cartas geotécnicas são instrumentos fundamentais para conhecimento dos riscos; Elas são requeridas hoje de maneira direta e indireta pela legislação federal (PNPDEC, EC, Lei Lehman e Lei de R$); Cartas de suscetibilidade tem sido utilizadas especialmente no planejamento territorial; Todos os municípios com áreas suscetíveis devem obter as cartas e utilizar as diretrizes urbanísticas no planejamento urbano, gestão de riscos e prevenção de desastres; e Há programas federais e estaduais em andamento para fomentar a elaboração/revisão e a disponibilização das CGs.

http://www.ipt.br/centros_tecnologicos/ctgeo/laboratorios_e_sessoes/43- laboratorio_de_recursos_hidricos_e_avaliacao_geoambiental labgeo.htm

Agradecimentos Casa Militar/Defesa Civil do ESP Prefeituras e Defesas Civis Municipais CPRM/Serviço Geológico do Brasil IPT/SDE

Grato pela atenção! omar@ipt.br Universidade de Campinas Unicamp Campinas, SP - 14 de março de 2019