ISBN 978-85-7846-516-2 SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS: COMPREENSÃO DO CORPO DOCENTE NA SUA FINALIDADE DENTRO DO AMBIENTE ESCOLAR. Weslei Chaleghi de Melo UEL /UTFPR E-mail: weslei@alunos.utfpr.edu.br Renan Guilherme Pimentel - UENP E-mail: renangpimentel@gmail.com Eixo 2: Didática e formação de professores na Ed. Superior Resumo O presente trabalho circunscreve-se na área de Educação Especial e Inclusiva, abordando uma pesquisa comparativa realizadas entre duas escolas distintas sobre a utilização da Sala de Recurso Multifuncional (SRM). Trata-se de uma breve análise em relação aos dados, sobre a prática e as possibilidades que o corpo docente visualiza no atendimento especializado dentro do ambiente escolar. Parte-se do diagnóstico, proposto nos PCNs da Educação Especial, da necessidade de encontrar formas de o aluno com qualquer tipo deficiência possa usufruir o direito de lidar e exercitar seus processos de aprendizagem. Palavras-chave: Sala de Recurso Multifuncional, docentes, educação especial. Introdução O presente artigo foi desenvolvido, baseando-se nos resultados de uma pesquisa aplicada em duas escolas distintas, sendo uma a escola A que possui há quatro anos a Sala de Recursos Multifuncional (SRM) e a escola B que não possuía SRM de municípios diferentes, durante ano letivo de 2016 a junho de 2017 com a participação no total de oito professores de cada estabelecimento. Baseando-se nas dificuldades e na polêmica que envolve este tema em estabelecer o esclarecimento preliminar, sobre a responsabilidade de cada profissional no processo de aprendizagem, sócio-emocional e motor deste aluno com necessidades educacionais especiais, o artigo limita-se a algumas considerações sobre a inclusão de pessoas com necessidades especiais, atendimento educacional especializado, como cada profissional compreende a funcionalidade da SRM, com o qual se pretende focalizar algumas questões sobre o 591
trabalho do professora especializada com este aluno, sobre o aluno inserido dentro do ensino regular e sobre a avaliação deste aluno. Essa pesquisa buscou uma breve análise e reflexão sobre o Atendimento Educacional Especializado para alunos com necessidades educacionais especiais, levando em consideração os amparos legais, as diretrizes da educação especial e as recomendações nacionais e internacionais para essa modalidade de ensino. Aborda o desempenho, objetivos e a descaracterização do atendimento educacional especializado, e a ampla importância de tal atendimento para a inclusão escolar de alunos com necessidade educacionais especiais. Por fim, realizar uma análise sobre os esclarecimentos e/ou que os profissionais da educação possuem sobre esse atendimento dentro do ambiente escolar em que trabalha, fazendo comparação entre as mesmas. Desenvolvimento A pesquisa foi realizada em escolas distintas, sendo esta a escola A que possui uma SRM, e a escola B que não possui este atendimento especializado, também de cidades diferentes. Cada escola teve os mesmos números de participantes todos os professores de áreas de atuação e tempo de serviços diferentes, todos que trabalham exclusivamente no ensino regular sem especialização na área da educação especial. Cada professor respondeu quatro questões sobre a importância e utilidade da SRM, dentro do ambiente escolar e o processo da aprendizagem deste aluno. Deste modo, pesquisar significa, de forma bem simples, procurar respostas para indagações propostas no artigo. Temos as seguintes linhas de pensamento sobre a pesquisa sendo: Atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados. (MINAYO, 1993, p.23), Processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos (GIL, 1999, p.42), 592
Pesquisa é um conjunto de ações, propostas para encontrar a solução para um problema, que têm por base procedimentos racionais e sistemáticos. A pesquisa é realizada quando se tem um problema e não se têm informações para solucionálo. Sendo assim, a seguir descrevem-se as questões apresentadas aos professores, bem como uma reflexão sobre os resultados obtidos: QUESTÃO 1: Em relação aos alunos do ensino regular, quais podem frequentar a SRM? Acertaram Erraram Deste modo, por esta questão foi possível verificar que os docentes ainda possuem dúvidas sobre qual é o público que necessita deste atendimento, mesmo na escola que existe a SRM não existe uma certeza absoluta, muitos profissionais confundem dificuldade de aprendizagem, que deveria ser encaminhada para uma Sala de Apoio a Aprendizagem (SAA), com alunos com necessidades educacionais especializadas, sendo estes com devidos laudos, abrangendo as áreas: deficiências física neuromotora, transtornos globais de desenvolvimento (TGD), transtornos funcionais específicos (TFE), altas habilidades/superdotação e deficiência intelectual. QUESTÃO 2: Qual a importância do professor AEE, na formação acadêmica deste aluno? 593
Total Parcial Nenhuma Nesta questão, os docentes ainda possuíram muitas dificuldades em estabelecer a responsabilidade de cada um na formação deste aluno, há quem acredita que o professor AEE tem que ensinar o conteúdo especifico de cada disciplina, mesmo não tendo formação acadêmica me todas as áreas do ensino regular, para este aluno com responsabilidades únicas principalmente na escola que não possuía SRM. Na escola A essa responsabilidade ainda se confunde até onde cabe a cada profissional, mas já adquiriram a concepção é existe uma parceria entre os dois profissionais. QUESTÃO 3: O aluno que recebe atendimento na SRM, merece uma avaliação diferenciada? Total Parcial Nenhuma Desta maneira, foi possível verificar que na escola A os docentes já incorporaram as noções que estes alunos terão que ser avaliados continuamente e que pode ser forma diferenciada, muitos chegaram a afirmar na qualidade e não na quantidade, porém a escola B ficou praticamente igualada essa questão, muitos responderam no acho, ou seja, no talvez e não se baseando na realidade e/ou na legislação que garante um ensino de qualidade para este aluno de inclusão. 594
QUESTÃO 4: Acredita que é possível fazer a inclusão dos alunos com necessidades educacionais, de forma que abrangem todas as suas necessidades, assim não ocorrendo a exclusão? Total Parcial Nenhuma Portanto, por mais que trabalhamos e/ou estudamos a inclusão destes alunos é já esteja ocorrendo muitos docentes, durante a entrevista admitiram que vários fatores interferem no seu trabalho com aluno, como falta de conhecimento, falta de tempo, pré-conceitos pela deficiência que o aluno possui e dificuldades de estabelecer metodologias diferenciadas. Conclusão A SRM é mais uma ferramenta para este processo que foi no caso da escola A e irá ser no caso da escola B, sem ter realizados estudo ou treinamento com os professores sobre sua utilidade para os alunos e como o professor AEE pode ajudar o professor do ensino regular. Portanto, sem investimento tanto financeira e acadêmico (conceituais), a implantação de programas, envio de matérias para escola sem mostrar que a partir de processos educacionais e culturais, e investimento na formação dos profissionais da educação, a inclusão será parcialmente realizada. Durante a pesquisa foi possível verificar que nas duas escolas existem professores são bastante resistentes às inovações educacionais, como a inclusão. A maioria dos professores tem uma visão funcional do ensino e tudo o que ameaça romper o esquema de trabalho prático que aprenderam a aplicar em suas salas de aula é rejeitado. Também foi possível verificar que as inovações educacionais abalam a identidade profissional, e o lugar conquistado por eles atentando contra a experiência, os conhecimentos e o esforço que fizeram para adquiri-los. 595
Referências Bibliográficas BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes nacionais para a educação especial na educação especial na educação básica. Brasília: MEC, 2001. BRASIL. Ministério da Educação. Educação inclusiva: atendimento educacional especializado para a deficiência mental. Brasília: MEC, 2006. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais: adaptações curriculares. Brasília: MEC, 1998. MONTREAL. Declaração de Montreal sobre a deficiência intelectual. 2004. Disponível em: <http://www.defnet.org.br/decl_montreal.htm>. Acesso em: 20 fev. 2017.. UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Salamanca, 1994. ROYO. Maria Àngeles Lou; URQUIZAR, Natividade Lopes (coord). Bases psicopedagógicas da Educação Especial. Petrópolis. Editora Vozes, 2012. 596