Nº 05/2019 13 de maio de 2019 NEWSLETTER 1. CISÃO PARCIAL RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DE SOCIEDADE QUE ABSORVE PATRIMÔNIO DE OUTRA Tribunal de Justiça de Minas Gerais entende que a responsabilidade das empresas que absorvem parte do patrimônio social da empresa cindida é solidária em relação às obrigações anteriores à cisão. 2. PRESCRIÇÃO DIREITO DE INCLUIR SOCIEDADE DO MESMO GRUPO ECONÔMICO NO POLO PASSIVO EM AÇÃO DE COBRANÇA De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, o direito de incluir sociedade do mesmo grupo econômico da devedora principal no polo passivo de ações de cobrança não prescreve. 3. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA IMPOSSIBILIDADE DE RESPONSABILIZAÇÃO DE SÓCIO MINORITÁRIO QUE NÃO EXERCIA FUNÇÃO DE GESTÃO Tribunal de Justiça de Minas Gerais reconhece que sócio minoritário sem poderes para gerenciar sociedade por quotas de responsabilidade limitada não pode ser atingido em razão da desconsideração da personalidade jurídica.
1 CISÃO PARCIAL RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DE SOCIEDADE QUE ABSORVE PATRIMÔNIO DE EMPRESA CINDIDA O Tribunal de Justiça de Minas Gerais entendeu que a responsabilidade das empresas que absorvem parte do patrimônio social da empresa cindida é solidária em relação às obrigações anteriores à cisão. O entendimento foi firmado em Ação Anulatória de Registro Público cuja controvérsia teve origem num contrato de compra e venda de imóvel celebrado pela sociedade parcialmente cindida antes da cisão. O promitente comprador não conseguiu registrar o imóvel em seu nome em razão de sua transferência para terceiro, resultante da cisão e, ainda, da utilização do imóvel para integralização do capital social de uma outra sociedade. A decisão reconheceu que, havendo alienação do mesmo imóvel para duas pessoas diferentes, a propriedade é de quem primeiro a registra. Todavia, em caso de transferência do imóvel em decorrência de cisão parcial da promitente vendedora, entendeu-se que a responsabilidade das empresas que absorvem parte do patrimônio social da sociedade cindida é solidária em relação às obrigações anteriores à cisão, por força do art. 223, 1º, da Lei de Sociedades Anônimas. Deste modo, o Tribunal anulou a segunda transferência do imóvel e declarou o promitente comprador, autor da ação, como único proprietário. 02
2 PRESCRIÇÃO DIREITO DE INCLUIR SOCIEDADE DO MESMO GRUPO ECONÔMICO NO POLO PASSIVO EM AÇÃO DE COBRANÇA De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, o direito de incluir sociedades do mesmo grupo econômico da devedora principal no polo passivo de ações de cobrança não prescreve. A discussão ocorreu em ação de cobrança de dívida que tramita desde 1992. O credor pretendeu a desconsideração da personalidade jurídica da devedora principal para atingir outras sociedades do mesmo grupo econômico. Em primeira instância, o pedido foi rejeitado ao fundamento de que a questão já estaria preclusa. Todavia, o credor recorreu ao tribunal sob o fundamento de que os efeitos da interrupção da prescrição em relação ao devedor principal também se estendem aos devedores solidários (art. 204, Código Civil). E, no caso em questão, houve interrupção do prazo prescricional com o ajuizamento da ação (art. 240, 1º, Código Civil). A tese foi acolhida pelo TJSP, que entendeu que houve confusão patrimonial e sucessão entre as sociedades que se pretendia incluir no polo passivo da ação e a devedora, afastando-se a prescrição. 03
3 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA IMPOSSIBILIDADE DE RESPONSABILIZAÇÃO DE SÓCIO MINORITÁRIO QUE NÃO EXERCIA FUNÇÃO DE GESTÃO Tribunal de Justiça de Minas Gerais reconhece que sócio minoritário sem poderes para gerenciar sociedade por quotas de responsabilidade limitada não pode ser atingido em razão da desconsideração da personalidade jurídica. A controvérsia surgiu em incidente de desconsideração da personalidade jurídica, que visava a atingir bens particulares de sócio minoritário, com participação de 2% do capital social, em ação de execução originariamente proposta contra a sociedade por quotas de responsabilidade limitada. De acordo com o TJMG, não se pode imputar responsabilidade ao sócio minoritário que não tenha infringido qualquer norma legal e, sobretudo, não exerça as funções de gerência ou de representação da pessoa jurídica. Deste modo, entendeu-se que, em tais casos, o sócio minoritário que não exerce gestão não responde pelas dívidas da sociedade e, portanto, não possui legitimidade para figurar no polo passivo da demanda. 04
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