NEWSLETTER TRIBUTÁRIO

Transcrição

1 Nº 09/ de outubro de 2018 NEWSLETTER 1. PLANEJAMENTO CARF VALIDA PLANEJAMENTO REALIZADO EXCLUSIVAMENTE PARA REDUZIR TRIBUTOS CARF publica acórdão validando planejamento tributário de contribuinte realizado com o único objetivo de economia tributária. 2. EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL RECEITA FEDERAL DETERMINA QUE RECEITAS DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL DEVEM COMPOR LUCRO PRESUMIDO Receita Federal emite solução de consulta determinando a inclusão das receitas decorrentes de participações societárias em outras empresas na composição do Lucro Presumido. 3. ANTIELISÃO CARF DECIDE QUE AUTUAÇÕES FISCAIS NÃO PODEM SER FUNDADAS UNICAMENTE NO ARTIGO 116 DO CTN CARF decide, de forma unânime, que auto de infração que desconsidera atos ou negócios jurídicos com fundamento exclusivo no artigo 116 do CTN deve ser cancelado, em razão da inexistência de lei ordinária regulamentando o dispositivo. 4. PLANOS DE STOCK OPTIONS JUSTIÇA FEDERAL AFASTA COBRANÇA DE IRPF SOBRE COMPRA DE AÇÕES POR STOCK OPTIONS De acordo com o TRF-2, o programa de stock options constitui relação jurídica distinta da relação de emprego, de forma que não há rendimento tributável pelo Imposto de Renda.

2 1 PLANEJAMENTO CARF VALIDA PLANEJAMENTO TREALIZADO EXCLUSIVAMENTE PARA REDUZIR TRIBUTOS O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais ( CARF ) publicou, no último dia 10, acórdão validando planejamento tributário feito por contribuinte com o objetivo exclusivo de redução da carga tributária. O caso julgado teve início em 2010, quando as autoridades fiscais concluíram que uma empresa deixou de contabilizar o ganho de capital na venda de participações em outras sociedades e, com isso, teria reduzido de forma indevida o lucro sujeito à tributação. No entanto, os conselheiros da sessão de julgamento afirmaram que inexiste regra na legislação que considere inválidos os negócios jurídicos praticados unicamente com motivações de economia tributária, afastando qualquer possibilidade de alegação de que esses negócios jurídicos sejam ilícitos. Por essa razão, a tese de que negócios jurídicos motivados por economia tributária não possuiriam propósito negocial não encontra respaldo legal e deve ser afastada. A decisão, que foi unânime, dá indícios de que o CARF pode fixar seu posicionamento no sentido de que o planejamento tributário dos contribuintes é uma medida lícita, que deve ser respeitada pelo Fisco, na medida em que a busca pela redução da carga tributária, por si só, já seria suficiente para a caracterização do propósito negocial. Para ter acesso à íntegra da decisão, clique aqui. 02

3 2 EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL RECEITA FEDERAL DETERMINA QUE RECEITAS DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL DEVEM COMPOR LUCRO PRESUMIDO A Receita Federal do Brasil publicou a Solução de Consulta COSIT nº 138/2018 na qual determinou que as receitas de equivalência patrimonial das empresas devem ser consideradas na composição do limite de receita total de R$ ,00 (setenta e oito milhões de reais) do Lucro Presumido. Dessa forma, as sociedades devem incluir os resultados obtidos nas avaliações dos investimentos que possuem em outras pessoas jurídicas no cálculo das receitas brutas sujeitas à aplicação do percentual de presunção. Caso o limite de R$ ,00 seja ultrapassado, as empresas estarão obrigadas a apurar o imposto de renda com base no Lucro Real. O tema gera muitas dúvidas aos contribuintes, na medida em que o Regulamento do Imposto de Renda (Decreto nº 3.000/99) determina que os resultados de equivalência patrimonial obtidos pelos ajustes do valor do investimento na sociedade investida não são considerados para fins de apuração do IRPJ/CSLL da sociedade investidora, seja no Lucro Real ou Lucro Presumido. Para acessar a íntegra da Solução de Consulta, clique aqui. 03

4 3 ANTIELISÃO CARF DECIDE QUE AUTUAÇÕES FISCAIS NÃO PODEM SER FUNDADAS UNICAMENTE NO ARTIGO 116 DO CTN A 1ª Turma do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais ( CARF ) decidiu, de forma unânime, cancelar auto de infração que desconsidera atos ou negócios jurídicos com fundamento exclusivo no artigo 116 do Código Tributário Nacional. Segundo os conselheiros, em razão da inexistência de lei ordinária regulamentando o dispositivo, as autuações fundadas unicamente nessa norma poderiam representar usurpação da competência do legislador. O parágrafo único do artigo 116 do CTN representa a chamada norma antielisiva, que permite a desconsideração de atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária, que até o momento não foi editada. Caso o entendimento proferido pelo CARF na decisão seja mantido, os contribuintes poderão, ainda que de forma incipiente, atuar com mais segurança jurídica na estruturação de planejamentos tributários. Confira aqui a decisão proferida pela 1ª Turma do CARF. 04

5 PLANOS DE STOCK OPTIONS JUSTIÇA FEDERAL AFASTA COBRANÇA DE IRPF SOBRE COMPRA DE AÇÕES POR STOCK OPTIONS 4 O Tribunal Regional Federal da 2ª região, com jurisdição sobre os estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, afastou a cobrança de Imposto de Renda (IRPF) sobre compra de ações realizada por meio de programa de stock options. É a primeira decisão de segunda instância no país envolvendo essa discussão. Até então, a maioria das decisões judiciais de primeira instância e das decisões administrativas envolvendo a questão sob os aspectos fiscais e tributários aplicavam um entendimento de que os valores decorrentes do programa representariam remuneração pelo trabalho, sobre os quais incidiriam Imposto de Renda e Contribuição Previdenciária. No entanto, o relator do processo, desembargador Marcus Abraham afirmou que o acréscimo patrimonial decorre da relação de um contrato mercantil, e não está diretamente vinculado à remuneração. Para o desembargador, a relação jurídica existente no programa de stock options é distinta da relação de emprego, já que a adesão depende da voluntariedade dos empregados interessados em assumir o risco do mercado e do desempenho da empresa. A decisão é relevante na medida em que indica um potencial entendimento favorável àqueles funcionários que optam pela compra das ações, qual seja, de que os valores decorrentes do programa não são tributados como verbas de natureza salarial, mas sim como ganho de capital no momento de eventual venda das ações. Entretanto, é importante ressaltar que cada programa de stock options deve ser analisado individualmente, de modo que suas características específicas é que definem se os valores envolvidos são vistos como integrantes da remuneração do funcionário ou como decorrentes de contrato mercantil. Veja mais informações aqui. 05

6 Este material tem caráter apenas informativo, não constituindo opinião legal para qualquer operação ou negócio específico. Para indicar outros destinatários que podem se interessar por este conteúdo, envie o nome completo e endereço de para contato@freitasferraz.com.br Para maiores esclarecimentos sobre o conteúdo deste informativo, visite nosso website com.br ou entre em contato com a nossa equipe de Direito Tributário: THIAGO BRAICHI thiago.braichi@freitasferraz.com.br SÃO PAULO Rua Leopoldo Couto de Magalhães Jr. nº º andar Itaim Bibi São Paulo, SP Brasil CEP BELO HORIZONTE Rua Santa Rita Durão nº º andar Savassi - Belo Horizonte, MG Brasil CEP Confira também: