CASOTECA DIREITO GV PRODUÇÃO DE CASOS 2011



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Transcrição:

CASO CIDADE LIMPA NOTA DE ENSINO 3 TEORIA DA IMPREVISÃO NOTA DE ENSINO APRESENTAÇÃO Esta nota de ensino tratará de parte do Caso Cidade Limpa, para investigar a possibilidade de aplicação da teoria da imprevisão aos contratos celebrados antes da promulgação da Lei 14.233/2006, especialmente os aqueles celebrados pelas empresas ligadas ao ramo de anúncio publicitários. PÚBLICO ALVO O público alvo deste caso são os alunos de graduação em Direito. OBJETIVO PEDAGÓGICO CENTRAL O objetivo pedagógico central desta atividade, em termos de conteúdo, é o estudo dos requisitos que permitem a mitigação do princípio da força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda) pela a aplicação da teoria da imprevisão, consagrada legalmente pelo art. 478 do Código Civil de 2002, à luz de casos concretos relacionados à promulgação da Lei Cidade Limpa, em que se pleiteou a aplicação da referida teoria para requerer judicialmente a resolução do contrato. METODOLOGIA A dinâmica disposta no item abaixo descreve a aplicação de mais de uma metodologia de ensino: (i) role-play; (ii) exercício e (iii) análise de julgados. Trata-se de role-play pois é previsto que os alunos interpretem um personagem (magistrado) e exercício pois prevê leitura prévia, preparação de uma apresentação e posterior elaboração de sentença. 1

ATIVIDADE PROPOSTA Sugerimos que o professor divida os alunos em duas equipes, para que cada uma delas analise um dos dois julgados envolvendo este tema, que surgiram no decorrer da pesquisa jurisprudencial do Caso Cidade Limpa. Os casos deverão ser apresentados por membros dos grupos e debatidos por toda a classe. Ao final da atividade os alunos deverão posicionar-se, como se magistrados fossem, sobre o cabimento da aplicação da Teoria da Imprevisão em cada caso especifico, explicitando se estão ou não presentes os pressupostos que autorizam o juízo a resolver o contrato, segundo doutrina, jurisprudência e legislação. 1. Em resumo, o primeiro caso 1 consiste em ação revisional de contrato de financiamento no âmbito do SFH (Sistema Financeiro da Habitação), em que o autor alegou ter sofrido considerável perda de renda com o advento da lei, por ser sócio de pessoa jurídica voltada à exploração de painéis publicitários, razão pela qual defendeu a aplicação da teoria da imprevisão para pleitear a revisao judicial do contrato de financiamento para a compra de imóvel. 2. No segundo caso 2, a sentença rejeitou os embargos monitórios e constituiu de pleno direito o título executivo judicial oriundo de contrato de veiculação de publicidade em táxi. A apelante-ré (empresa especializada em publicidade exterior em táxis) alegou que as empresas de propaganda foram afetadas pela lei, o que caracteriza fato imprevisível e extraordinário, e onerosidade excessiva do contrato, a autorizar sua resolução. MATERIAL DE APOIO AO PROFESSOR 1 TJSP - Agravo de instrumento, autos n. 0092904-64.2008.8.26.0000, Rel. Des. Cerqueira Leite, julgado em 29/04/2009. 2 TJSP, Apelação, autos n. 9205292-82.2007.8.26.0000, Des. Rel. Clóvis Castelo, julgado em 26/11/2007. 2

Neste item, sintetizamos como apoio ao professor, os argumentos jurisprudenciais, doutrinarios e legais que permitem a identificação dos requisitos necessários a aplicação da Teoria da Imprevisão, cuja existência ou não os alunos deverão verificar em cada caso para fundamentarem seu posicionamento. A doutrina e os tribunais brasileiros têm sido rigorosos quanto à aplicabilidade da teoria da imprevisão apresentando três pressupostos autorizadores de sua incidência no caso concreto 3 : 1) Alteração radical no contrato, em razão de circunstâncias imprevistas e imprevisíveis (álea extraordinária): é necessário que o evento alterador das circunstâncias inicias do contrato seja excepcional, imprevisto e imprevisível, de modo a modificar sensivelmente a situação inicial. O Superior Tribunal de Justiça apresenta inúmeros precedentes em que há rejeição da aplicação da teoria da imprevisão a casos de reajustes de preços decorrentes do fenômeno inflacionário, considerado, na época, uma infeliz realidade. Igualmente, não se admite a teoria da imprevisão no caso de compra de safra futura de soja 4, em que há variações no preço. 2) Enriquecimento inesperado e injusto por um dos contratantes, com prejuízo ao outro: é necessário que o enriquecimento seja indevido e injustificável, de modo a resultar no empobrecimento sensível de um contratantes. Assim, a teoria revisionista do contrato, inspirada no princípio rebus sic stantibus, deve ter atuação moderada, para, efetivamente, encontrar o enriquecimento sem causa 5. 3 AZEVEDO, Álvaro Villaça, Contratos: disposições gerais, princípios e extinção, in AZEVEDO, Antonio Junqueira de; TÔRRES, Heleno Taveira; e CARBONE, Paolo (coords.), Princípios do novo Código Civil brasileiro e outros temas: homenagem a Tullio Ascarelli, 2ª ed., São Paulo, Quartier Latin, 2010, pp. 47-77. 4 A variação do preço da saca da soja ocorrida após a celebração do contrato não se consubstancia acontecimento extraordinário e imprevisível, inapto, portanto, à revisão da obrigação com fundamento em alteração das bases contratuais. Trecho de ementa, STJ, REsp 849.228/GO, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 03/08/2010, DJe 12/08/2010. 5 Decisão do Tribunal de Alçada Civil de São Paulo, 6ª Câmara, julgado em 05/12/1989, Rel. Des. Evaldo Veríssimo, JTACSP, Lex 122/86, citado por AZEVEDO, Álvaro Villaça, Contratos: disposições gerais, princípios e extinção, in AZEVEDO, Antonio Junqueira de; TÔRRES, Heleno Taveira; e CARBONE, Paolo (coords.), Princípios do novo Código Civil brasileiro e outros temas: homenagem a Tullio Ascarelli, 2ª ed., São Paulo, Quartier Latin, 2010, pp. 47-77, especialmente p. 61. 3

3) Onerosidade excessiva sofrida por um dos contratantes: a execução contratual deve tornar-se insuportável para o prejudicado. Os três requisitos acima foram bem sintetizados nos seguintes acórdãos: (trechos de ementas grifos nossos) SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. CONTRATO ADMINISTRATIVO. PLANO REAL. CONVERSÃO EM URV. TEORIA DA IMPREVISÃO. INAPLICABILIDADE AO CASO. 1. [...] 2. Esta Corte já se pronunciou que a instituição da Unidade Real de Valor URV, se consubstanciou, em si mesma, cláusula de preservação da moeda. Sendo assim, in casu, não se aplica a teoria da imprevisão, uma vez que este Tribunal entende não estarem presentes quaisquer de seus pressupostos. 3. É requisito para a aplicação da teoria da imprevisão, com o restabelecimento do equilíbrio econômicofinanceiro do contrato, que o fato seja imprevisível quanto à sua ocorrência ou quanto às suas consequências; estranho à vontade das partes; inevitável e causa de desequilíbrio muito grande no contrato. E conforme entendimento desta Corte, a conversão de Cruzeiros Reais em URVs, determinada em todo o território nacional, já pressupunha a atualização monetária (art. 4º da Lei n. 8.880/94), ausente, portanto, a gravidade do desequilíbrio causado no contrato. 4. Recurso especial não provido. (STJ, REsp 1129738/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/10/2010, DJe 21/10/2010) TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL. APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. VEDAÇÃO AO COMPORTAMENTO CONTRADITÓRIO. [...] 3- Teoria da imprevisão: a teoria da imprevisão busca remediar a alteração objetiva, imprevista e imprevisível das contingências existentes no momento da contratação, contra a onerosidade excessiva, traduzida no 4

desequilíbrio prestacional, e contra o enriquecimento de um dos contratantes, com prejuízos do outro, não previstos no negócio jurídico. No caso em exame, não há reunião dos requisitos autorizadores da aplicação da teoria da imprevisão. Isso porque, é imprescindível a existência de um lapso temporal entre a contratação e o cumprimento da obrigação, isto é, entre a formação do vínculo e o implemento da prestação, o que, salvo melhor juízo, não se verifica no caso concreto. Ademais, não há notícia de prestação excessivamente onerosa a uma das partes e extrema vantagem a outra parte. Ainda, não se pode apurar a existência de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, a autorizar o pleito de resolução contratual. Portanto, não atendidos os requisitos autorizadores da teoria da imprevisão, a improcedência do pleito é medida imperativa. Apelo desprovido. (Apelação Cível Nº 70028262566, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Umberto Guaspari Sudbrack, Julgado em 04/11/2010) Esses mesmos requisitos foram reiterados pelo art. 478 do Código Civil de 2002 ao acolher a teoria da imprevisão (grifo nosso): Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. PRODUTOS Podem ser produtos finais, alternativos ou cumulativos: (i) Apresentação oral dos argumentos favoráveis ou contrários a aplicação da teoria em cada caso; 5

(ii) Memorandos contendo os argumentos favoráveis ou contrários a aplicação da teoria em cada caso. SUGESTÃO DE AVALIAÇÃO A avaliação será realizada com base nas apresentações orais e no conteúdo dos memorandos. Os alunos deverão ser previamente informados dos requisitos da avaliação. Na análise dos memorandos, serão levados em consideração a verificação de cada um dos requisitos que autorizam a aplicacao da Teoria da Imprevisão. Nas apresentações orais, os alunos serão avaliados pelos seguintes critérios: a) participação no debate; b) clareza na exposição dos argumentos durante o debate; c) argumentação lógica e embasada e d) respeito pelos argumentos contrários e capacidade de contradizê-los ainda que por argumentos não expostos em seus memorandos. Sugere-se que a nota seja composta pela avaliação da minuta apresentada e da apresentação do aluno. Sugere-se ainda que a composição seja realizada na proporção de, ao menos 50% para a minuta apresentada e 50% para postura individual do aluno em sala de aula. Essa proporção visa a não prejudicar em demasia o aluno tímido que participa menos intensamente da aula ou simplesmente não participa, mas ao mesmo tempo a incentivá-lo a manifestar-se, uma vez que terá sua nota diminuída se optar por não fazer parte da discussão em sala. 6