Conversas de Fim de Tarde 2014 A CONTRATUALIZAÇÃO INTERNA Modelo de Contratualização no Centro Hospitalar de Leiria Licínio Oliveira de Carvalho Figueira da Foz, 19 de Setembro de 2014 1
Enquadramento Sistema de financiamento dos hospitais públicos Desenvolvimento de mecanismos internos que orientem a atividade da instituição para os compromissos assumidos A contratualização interna, enquanto modelo de responsabilização, é o processo que permite alinhar a missão institucional às orientações estratégicas para o sistema de saúde 2
Contratualização Interna: o que se pretende? Envolver cada vez mais os serviços na negociação e acompanhamento da execução do Contrato Programa e no planeamento comum de objetivos, indicadores e metas Monitorizar e acompanhar de forma periódica o desempenho dos serviços de prestação de cuidados do CHL Identificar desvios e implementar ou propor medidas corretivas 3
Transpor alguns dos indicadores com os quais a instituição se compromete no âmbito do CP ou que são acompanhados pela ACSS no âmbito do Benchmarking Hospitalar Incentivar a eficiência Objetivos Desenvolver uma cultura de responsabilidade, de descentralização e de trabalho em equipa Potenciar a governação clínica e a melhoria da performance dos serviços Para a consecução destes objetivos definiu-se uma bateria de indicadores por linha de produção, agrupados em 5 dimensões distintas: (1) Produção, (2) Eficiência/Produtividade, (3) Económico-Financeira, (4) Qualidade e (5) Acesso 4
Indicadores Produção Doentes saídos s/ transferências internas Transferências internas Consultas médicas: total, primeiras, subsequentes, observações internas Cirurgias por tipo Nº sessões hospital de dia Partos por tipo Nº atendimentos na urgência sem internamento Nº de atos produzidos internamente Nº de atos realizados no exterior Nº de visitas domiciliárias Nº de doentes tratados no domicílio Nº de doentes que deixaram de estar em tratamento no domicílio Nº atendimentos na urgência 5
Indicadores Eficiência/Produtividade Demora média Taxa de ocupação em internamento % Cirurgias realizadas em ambulatório no total de cirurgias programadas (GDH) para procedimentos ambulatorizáveis Doentes saídos por cama % Doentes saídos com cirurgia realizada Taxa de ocupação global do bloco Taxa de ocupação efetiva do bloco Nº visitas domiciliárias por doentes tratado % Atendimentos urgentes com internamento % Atendimentos urgentes c/ prioridade verde/azul/branca % Desmarcação de consultas médicas % Consultas não realizadas por não comparência do utente Tempo médio de duração de consulta Unidades produzidas por médico ETC Unidades produzidas por enfermeiro ETC Unidades produzidas por técnico ETC Tempo médio de duração de visita domiciliária Média diária de doentes socorridos na urgência 6
Indicadores Económico-Financeira Custos com produtos farmacêuticos Custos com produtos farmacêuticos por unidade produzida Custos com material consumo clínico Custos com material consumo clínico por unidade produzida Custos com pessoal por unidade produzida Total custos com pessoal e consumíveis Total custos com pessoal e consumíveis por unidade produzida Custos com outros consumíveis Custos com outros consumíveis por unidade produzida Custos com pessoal 7
Indicadores Qualidade % Partos por cesariana Taxa de registo de utilização da lista de verificação de segurança cirúrgica indicador referente à cirurgia segura (%) % Partos realizados com analgesia epidural % Internamentos com demora superior a 30 dias Taxa de isolamentos de bactérias multirresistentes Taxa de mortalidade Taxa de mortalidade em doentes com idade >= 65 anos % Fraturas da anca com cirurgia efetuada nas primeiras 48h % Cirurgias canceladas Taxa de transferências inter-hospitalares (hospitais diferenciados) % Utentes com tempo de permanência no serviço de urgência > 24h Tempo médio de permanência no serviço de urgência Taxa de mortalidade em doentes com idade < 65 anos 8
% Primeiras consultas médicas no total de consultas médicas Indicadores Acesso % Doentes muito prioritários atendidos acima do tempo máximo de espera (CTH) Taxa de abandonos no serviço de urgência Demora média entre a admissão e a triagem do utente Demora média entre a triagem e a observação médica inicial do utente % Episódios de urgência com tempo até 1ª observação médica superior ao recomendado pelo Sistema de Triagem de Manchester Taxa realização de consultas médicas Tempo médio de resposta ao pedido para 1ª consulta médica (CTH) % Utentes referenciados para consulta externa (CTH) atendidos em tempo adequado Data do pedido mais antigo para 1ª consulta médica, por marcar % Doentes sinalizados para RNCCI em tempo adequado % Inscritos LIC com TE TMRG % Inscritos LIC com TE 120 dias Tempo médio de espera para cirurgia (em meses) Data mais antiga em lista de espera para cirurgia Nº de utentes em lista de espera para cirurgia Nº novos doentes tratados no domicílio 9
Fases do Processo 1) Negociação 2) Monitorização e Acompanhamento 3) Avaliação 10
1)Negociação Reuniões de negociação das metas de cada indicador ou de um conjunto de indicadores: 1ª fase: Diretores de Serviço e Serviço de Planeamento e Informação para a Gestão 2ª fase: Diretores de Serviço e Conselho de Administração Metas definidas tendo por base capacidade instalada nos serviços, otimização dos recursos existentes e as necessidades da população que servimos Consulta Externa: potencial agendamento x semanas úteis, ajustadas de acordo com a dimensão e antiguidade da lista de espera para primeira consulta Atividade Cirúrgica: nº cirurgias por período (tendo por base otimização da ocupação dos blocos 80% Ambulatório; 85% - Central) x períodos por ano, ajustadas de acordo com dimensão e antiguidade da lista de espera cirúrgica Internamento: doentes que se prevê intervencionar + doentes do foro médico que se prevê internar, ajustados de acordo com lotação existente Urgência: tendo por base população que servimos e evolução histórica da procura Assinatura do Acordo de Contratualização Interna pelas partes envolvidas: Diretores de Serviço Conselho de Administração Fases do Processo (cont.) 11
Fases do Processo (cont.) 12
Fases do Processo (cont.) 13
Fases do Processo (cont.) 2) Monitorização e Acompanhamento Acompanhamento do grau de cumprimento dos compromissos assumidos: Mensalmente com o Serviço de Planeamento e Informação para Gestão Trimestralmente com Conselho de Administração Esta fase deve ser suportada em informação tempestiva e fiável e centrar-se na análise dos desvios e adoção ou proposta de medidas corretivas 14
Fases do Processo (cont.) 15
Fases do Processo (cont.) 16
Fases do Processo (cont.) 17
Fases do Processo (cont.) 3)Avaliação No final de cada ano o Serviço de Planeamento e Informação para a Gestão deverá: Realizar uma avaliação global do desempenho de cada serviço e reportar as principais conclusões ao Conselho de Administração Avaliar e rever o Modelo, caso se identifiquem situações de melhoria ou caso a metodologia do Contrato Programa o justifique. 18
PONTOS FORTES: Análise SWOT Envolvimento dos serviços no processo Modelo replica objetivos de qualidade e eficiência definidos em sede de Contrato Programa (Contratualização externa) Acompanhamento mensal que permite a tomada de medidas corretivas em tempo oportuno Modelo dinâmico 19
OPORTUNIDADES: Análise SWOT (cont.) Desenvolver um sistema de informação que suporte na totalidade o processo de contratualização interna e respetivo acompanhamento Implementar sistema de incentivos e penalizações Alargar modelo aos serviços de gestão e logística e de suporte à prestação de cuidados 20
PONTOS FRACOS: Análise SWOT (cont.) Modelo não prevê consequências Contratualização Interna não é ajustada à Contratualização Externa Limitações no acesso a um conjunto de informação que inviabiliza a definição de metas e consequente monitorização de diversos indicadores Modelo abrange apenas serviços de prestação de cuidados 21
Análise SWOT (cont.) AMEAÇAS: Desmotivação das equipas e descrédito na eficácia do processo Perda de autonomia na contratação de recursos Restrições económico-financeiras Restrições na elaboração do Contrato Programa, com limitada condição negocial 22
Considerações Finais A eficácia do processo está dependente de um conjunto de fatores: Existência de um sistema de informação robusto que permita que todos os dados necessários sejam fiáveis, atempados e de fácil acesso Reforço do know-how das equipas (principalmente das partes envolvidas no processo) e das suas competências de gestão Incentivo ao desenvolvimento e implementação de um bom plano de comunicação interno Modelo só funcionará e produzirá os efeitos desejados se for dinâmico, ao permitir uma melhoria e aperfeiçoamento contínuo, descentralizado, envolvendo todos os profissionais, levando a que estes se revejam nele 23