Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de São Paulo PLANO DE CURSO



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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de São Paulo PLANO DE CURSO (De acordo com a Resolução CNE/CEB n.º 4/99, atualizada pela Resolução CNE/CEB n. 01/05) Área Profissional : INDÚSTRIA Habilitação : Técnico em Manutenção Mecânica SÃO PAULO - 2005

Plano do Curso Técnico de Manutenção Mecânica SENAI-SP, 2005 Diretoria Técnica Grupo de Planejamento: Coordenação Gerência de Educação Elaboração Gerência de Educação Gerência Regional 1 GR1 Escola SENAI Frederico Jacob - CFP 1.26 2

SUMÁRIO I JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS... 4 A) JUSTIFICATIVA... 4 B) OBJETIVOS... 8 II - REQUISITOS DE ACESSO... 9 III - PERFIL PROFISSIONAL DE CONCLUSÃO... 10 A) PERFIL DO TÉCNICO EM MANUTENÇÃO MECÂNICA... 10 B) PERFIL DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO.... 26 IV - ORGANIZAÇÃO CURRICULAR... 27 A) ESTRUTURA DO CURSO TÉCNICO EM MANUTENÇÃO MECÂNICA... 27 B) MATRIZ DO CURSO TÉCNICO DE MANUTENÇÃO MECÂNICA (HABILITAÇÃO E QUALIFICAÇÃO)... 28 C) ITINERÁRIO DO CURSO TÉCNICO EM MANUTENÇÃO MECÂNICA... 29 D) DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO DO CURSO... 30 E) EMENTA DE CONTEÚDOS... 37 F) ORGANIZAÇÃO DAS TURMAS... 49 G) ESTÁGIO SUPERVISIONADO... 49 V - CRITÉRIOS DE APROVEITAMENTO DE CONHECIMENTOS E EXPERIÊNCIAS ANTERIORES... 50 VI - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO... 51 VII - INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS... 52 VIII - PESSOAL DOCENTE E TÉCNICO... 54 IX - CERTIFICADOS E DIPLOMAS... 55 ANEXO I - COMITÊ DE ESPECIALISTAS PARA A PROSPECÇÃO DO PERFIL PROFISSIONAL... 56 ANEXO II - ANÁLISE DE COMPETÊNCIAS DO PERFIL PROFISSIONAL... 58 ANEXO III - CONTROLE DE REVISÕES... 72 3

I JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS a) Justificativa Nas atividades de manutenção, no Brasil, encontram-se práticas desde as puramente corretivas até as técnicas pró-ativas, ancoradas no uso de tecnologias e processos avançados. Estas últimas, presentes em alguns segmentos, resultam de condições de mercado que exigem maior competitividade e, em conseqüência, maior disponibilidade operacional e menor custo. A manutenção brasileira está sintonizada com essa evolução, o que permite antever potencial abertura de novas frentes de expansão para essas atividades, cujo papel estratégico tem sido mais evidenciado. Vem-se difundindo, paulatinamente, a consciência de que a falta de paradas programadas reduz a capacidade de produção e que a produtividade pode ser melhorada com a adoção de conceitos modernos de manutenção. A manutenção, assim, diz respeito a variáveis cruciais para a sobrevivência dos negócios em ambientes altamente competitivos. As transformações tecnológicas no segmento de bens de capital requerem análise apurada de seus impactos sobre as competências do fator humano também na gestão e operação dos processos de manutenção, em face da importância estratégica que estes assumem nas empresas, por sua função potencial de contribuir para a confiabilidade operacional como um todo. Por este motivo, a manutenção vem sendo cada vez mais valorizada nas organizações, isto sem falar em suas virtuais sinergias com as áreas de saúde ocupacional, meio ambiente, gestão da qualidade e logística. No contexto da difusão de sistemas integrados de gestão, a área de manutenção compartilha com as demais, de forma sistêmica, objetivos e metas de produtividade e qualidade e deixa de ser mero apêndice nas organizações. Esta visão vem ao encontro do conceito de manutenção como centro de negócios 1, em que o planejamento da manutenção deve ser parte integrante do planejamento estratégico da empresa e a execução, acompanhada, gerenciada e controlada por todos os níveis, guardando suas devidas competências. 2 1 ABRAMAN Associação Brasileira de Manutenção. REVISTA DE MANUTENÇÃO nº 96, matéria 4. Disponível na Internet em < www.abraman.org.br > Acesso em 10/7/2004. 2 De acordo com o diretor do Instituto de Engenharia de São Paulo, Dr. Valdir Cardoso de Souza, citado na mesma matéria supracitada. 4

No caso brasileiro, em que se têm registrado fracos investimentos em ativos fixos, decorrentes da incerteza com relação a alguns dos fatores que interferem nas decisões de investimento privado em particular a partir da segunda metade da década de 90, a manutenção se consolida como variável fundamental para o prolongamento da vida útil e para a otimização da produtividade de máquinas e equipamentos. Segundo a Associação Brasileira de Manutenção ABRAMAN, o efetivo próprio na área de manutenção tem apresentado forte crescimento nas empresas brasileiras, em particular na presente década em 2003, 29% do quadro permanente das empresas pesquisadas estavam alocados na área em pauta. O percentual de técnicos de nível médio alcança 15%, acompanhando nítida tendência a registrarem-se cada vez maiores níveis de qualificação em atividades de manutenção em 2003, 63% do pessoal apresentava alguma formação específica na área; em 1995, esta participação fora de apenas 37%. Vejam-se as tabelas a seguir. ANO Empregados próprios de manutenção Total das Empresas Total da Manutenção TM / TE 2003 109.974 31.504 28,69% 2001 159.454 33.015 20,71% 1999 133.650 26.257 19,65% 1997 154.250 30.750 19,94% 1995 320.650 63.375 21,01% Fonte: ABRAMAN - Documento Nacional 2003. A situação da manutenção no Brasil. ANO Nível Superior Qualificação do Pessoal de Manutenção (%) Técnico Nível Médio MOB Qualificada MOB Ñ Qualificada Não Classificados 2003 7,20 14,85 40,62 4,94 32,39 2001 7,64 14,81 38,72 7,63 31,20 1999 7,08 13,35 38,06 6,77 34,24 1997 6,18 14,78 40,63 8,07 30,34 1995 6,65 13,52 17,15 8,81 53,87 Fonte: ABRAMAN - Documento Nacional 2003. A situação da manutenção no Brasil. Este movimento reflete também a preocupação com a competitividade das empresas, já que, no Brasil, o custo da manutenção representa 4,27% do faturamento, pouco superior à média mundial, de 4,12%, ainda de acordo com a ABRAMAN. Como decorrência da ampliação de recursos destinados à manutenção na perspectiva de integração desta com a produtividade e a eficiência globais das organizações, a disponibilidade operacional de máquinas, equipamentos e instalações (operação sem 5

interrupção não-programada) tem aumentado ao longo dos últimos anos era de 85,8%, em média, em 1997, e atingiu 89,5% em 2003, segundo o mesmo órgão supramencionado. Cabe também destacar o esforço de qualificação de mão-de-obra, sobretudo no contexto do Programa Nacional de Qualificação e Certificação - PNCQ que tem no SENAI um de seus parceiros, com vistas à melhoria da qualidade e da produtividade dos serviços de manutenção no Brasil, dadas as notórias e rápidas mudanças tecnológicas nos equipamentos e sistemas produtivos, e a estreita relação das atividades de manutenção com o desempenho econômico-financeiro e os processos de melhoria contínua das empresas. Em que pese a participação significativa do SENAI, tanto no PNQC quanto por meio da oferta de cursos de qualificação, no que toca à formação de mão de obra, empresários, engenheiros e acadêmicos são unânimes em afirmar que boa parte da oferta de profissionais existente hoje no mercado brasileiro é treinada pelas próprias empresas (...) No caso da Manutenção, tanto os cursos de Engenharia, como os cursos Técnicos, abordam a Manutenção como uma disciplina no currículo escolar. 3 Os Técnicos de Mecânica 4 profissionais estreitamente envolvidos com atividades de manutenção (de máquinas, equipamentos, ferramentas etc.), somam cerca de 18 mil no Estado de São Paulo, segundo dados da RAIS/MTE - 2003, que se referem unicamente ao mercado de trabalho formal. Em sua maioria relativa (45%), os técnicos supracitados estão alocados em estabelecimentos de micro e pequeno porte (com até 99 empregados). Cerca de um terço é absorvido por unidades de grande porte (500 empregados e mais), e o restante (24%), por instalações de tamanho intermediário (100 a 499 empregados). Atualizados os dados da RAIS/MTE - 2003 para 31/05/2005, pelo CAGED Estatístico, observa-se que a expansão do contingente de trabalhadores com Ensino Médio completo supera a do total da mão-de-obra, no período citado, quer nas atividades que empregam Técnicos de Mecânica, quer no conjunto dos setores da economia no Estado de São Paulo: 3 ABRAMAN Associação Brasileira de Manutenção. A realidade e os desafios do ensino de manutenção in REVISTA DE MANUTENÇÃO nº 101, nov-dez 2004. Disponível na Internet em < www.abraman.org.br > Acesso em 13/07/2005. 4 Inclui as famílias ocupacionais de Técnicos em Mecatrônica, Técnicos em Eletromecânica, Técnicos Mecânicos na Fabricação e Montagem de Máquinas, Sistemas e Instrumentos, Técnicos Mecânicos (Ferramentas), Técnicos em Mecânica Veicular, Técnicos Mecânicos na Manutenção de Máquinas, Sistemas e Instrumentos. 6

! Atividades que empregam famílias ocupacionais dos Técnicos de Mecânica: Variação do contingente destes técnicos: +93,77% Variação do contingente com Ensino Médio completo: +96,28% Variação do total da mão-de-obra no segmento: +83,4%! Variação do total da mão-de-obra, no total das atividades econômicas: +83,7% Variação do contingente com Ensino Médio completo: +94,4% Tais dados refletem, provavelmente, os efeitos do aquecimento da atividade econômica a partir de 2004 e, não menos importante, a diversificação de atividades no setor de bens de capital, que passam a incluir um leque amplo de serviços: instalação, manutenção, inspeção e reparação de equipamentos, limpeza industrial, desmonte e reinstalação de equipamentos usados, serviços relacionados com o meio ambiente e gerenciamento e, por isso, envolvem conhecimentos técnicos mais amplos (mecânica, eletricidade, eletrônica, entre outros), até mesmo pelo caráter universal das ocupações que compõem a área de manutenção nas empresas, e pela tendência à progressiva integração entre as bases tecnológicas metalmecânica e eletrônica. Assim, considerando-se: " as perspectivas de expansão que despontam na indústria brasileira em geral, sinalizadas pelos recentes recordes nos níveis de produção e de utilização de capacidade instalada, apurados pelo IBGE 5, e no setor de máquinas e equipamentos em particular, reconhecido como estratégico nas diretrizes de política industrial em implantação, por seu caráter difusor de progresso técnico (paradigma eletrônico integrado com a mecânica) e os efeitos sistêmicos deste sobre a produtividade e a competitividade 6 ; " a crescente importância que vem assumindo a visão segundo a qual a manutenção deve estabelecer sinergia com os processos produtivos, de forma a compartilhar com a área de operação metas de produtividade e qualidade qualquer que seja o segmento da atividade econômica, e contribuir para os 5 A produção industrial brasileira ampliou-se 2,2% em maio/2004, pelo terceiro mês consecutivo. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a expansão da produção física da indústria foi de 7,8%. De abril para maio/2004, o segmento de máquinas e equipamentos cresceu 3,7%, variação superior à das demais categorias de bens. O nível de utilização da capacidade instalada alcançou 82,5% no referido mês. Folha Online, 07 e 08/7/2004. 6 A reestruturação por que passou a indústria brasileira de bens de capital durante os anos 90 foi bastante heterogênea, tendo a difusão do paradigma eletrônico se limitado, principalmente, às maiores empresas do setor. Conforme UNICAMP-IE-NEIT. "Estudo de Competitividade de Cadeias Integradas no Brasil - Cadeia: Bens de Capital". Campinas, dezembro de 2002. Disponível na Internet em < http://www.eco.unicamp.br/neit/estudo_compet.htm >. Acesso em 19/07/2005. 7

resultados das empresas, garantindo a disponibilidade dos equipamentos e reduzindo a um mínimo intervenções não-programadas; " o papel destacado da manutenção, nesta abordagem, como fator de competitividade; " a maior abrangência de requisitos de competências para profissionais da manutenção, entre eles o de atuar na prevenção e na solução de problemas, sem contudo negligenciar aspectos de segurança e meio ambiente, e o de executar, acompanhar e controlar atividades de manutenção e levantar indicadores de eficiência dos equipamentos, com visão estratégica de seus objetivos; " a elevação do grau de escolaridade na indústria como um todo sobretudo o crescimento do peso relativo do estrato de trabalhadores com Ensino Médio concluído. o Departamento Regional do SENAI-SP julga oportuna a implantação do Curso Técnico de Manutenção Mecânica, em face das tendências gerais de desenvolvimento das atividades de manutenção sucintamente apresentadas. b) Objetivos O Curso Técnico de Manutenção Mecânica tem por objetivo habilitar profissionais para planejar, executar e controlar a manutenção de sistemas, equipamentos e máquinas mecânicas, cumprindo a legislação e as normas técnicas, ambientais, da qualidade, de segurança e saúde e no trabalho. 8

II - REQUISITOS DE ACESSO A inscrição e a matrícula no Curso Técnico de Manutenção Mecânica estão abertas a candidatos que comprovem estar cursando o ensino médio ou tê-lo concluído. Dependendo das circunstâncias, outros requisitos como idade, experiência e aprovação em processo seletivo podem também ser exigidos. 9

III - PERFIL PROFISSIONAL DE CONCLUSÃO O itinerário de formação do Técnico em Manutenção Mecânica inclui a seguinte Qualificação Profissional Técnica de Nível Médio, identificável no mercado de trabalho: Mecânico de Manutenção. São apresentados a seguir os perfis profissionais do Técnico e da Qualificação Profissional Técnica de Nível Médio. a) Perfil do Técnico em Manutenção Mecânica 7 Área Profissional: Indústria Segmento Tecnológico: Metal-mecânico Habilitação Profissional: Técnico em Manutenção Mecânica Nível de Educação Profissional: Médio Nível de Qualificação: Técnico 1. Competências Profissionais do Técnico em Manutenção Mecânica Competência Geral Planejar e controlar atividades relativas à manutenção mecânica, executando-as e participando da elaboração de projetos, seguindo normas técnicas, de qualidade, de preservação ambiental, de saúde e segurança no trabalho, procedimentos legais e objetivos da empresa. 7 Perfil Profissional estabelecido no âmbito do Comitê Técnico Setorial da área da manutenção mecânica que se reuniu na Escola SENAI Frederico Jacob nos dias 05 e 06 de outubro de 2004 empregando a metodologia SENAI-DN Competências: Formação e Certificação Elaboração de Perfis Profissionais. Sobre a composição do comitê, ver Anexo 1. 10

Relação das Unidades de Competência Unidade de Competência 1: Planejar atividades relativas à manutenção mecânica, seguindo normas técnicas, de qualidade, de preservação ambiental, de saúde e segurança no trabalho, procedimentos legais e objetivos da empresa. Unidade de Competência 2: Controlar atividades relativas à manutenção mecânica, seguindo normas técnicas, de qualidade, de preservação ambiental, de saúde e segurança no trabalho, procedimentos legais e objetivos da empresa. Unidade de Competência 3: Executar ações de manutenção mecânica, seguindo normas técnicas, de qualidade, de preservação ambiental, de saúde e segurança no trabalho, procedimentos legais e objetivos da empresa. Unidade de Competência 4: Participar da elaboração de projetos que envolvam a área de manutenção mecânica, seguindo normas técnicas, de qualidade, de preservação ambiental, de saúde e segurança no trabalho, procedimentos legais e objetivos da empresa. 11

Unidade de Competência n.º 1: Planejar atividades relativas à manutenção mecânica, seguindo normas técnicas, de qualidade, de preservação ambiental, de saúde e segurança no trabalho, procedimentos legais e objetivos da empresa. Elementos de Competência Padrões de Desempenho 1.1.1 Elaborando cronogramas 1.1.2 1.1 Programando parada de máquina. Aplicar ferramentas de planejamento. 1.1.3 Utilizando instrumentos de verificação e controle 1.1.4 Utilizando softwares dedicados 1.2.1 Dimensionando a mão de obra necessária 1.2.2 Elaborando orçamentos 1.2.3 1.2 Especificando ferramentas, materiais e Definir os recursos necessários à equipamentos manutenção (físicos, humanos e 1.2.4 financeiros). Especificando mão de obra necessária 1.2.5 Especificando infra-estrutura, logística, segurança e meio ambiente 1.2.6 Interagindo com outros setores 12

1.3 Elaborar o plano de manutenção. 1.3.1 Verificando históricos da manutenção 1.3.2 Consultando informações dos fabricantes 1.3.3 Definindo métodos de manutenção 1.3.4 Obedecendo normas e legislação 1.3.5 Elaborando cadastro técnico 1.3.6 Interagindo com outros setores 1.3.7 Seguindo procedimentos corporativos de manutenção 13

Unidade de Competência n.º 2: Controlar atividades relativas à manutenção mecânica, seguindo normas técnicas, de qualidade, de preservação ambiental, de saúde e segurança no trabalho, procedimentos legais e objetivos da empresa. Elementos de Competência Padrões de Desempenho 2.1.1 Tabulando dados 2.1.2 2.1 Elaborando gráficos Analisar indicadores de desempenho. 2.1.3 Identificando tendências 2.1.4 Utilizando softwares dedicados 2.2.1 Acompanhando o cumprimento do cronograma 2.2.2 2.2 Acompanhando equipes de trabalho Monitorar as atividades de manutenção. 2.2.3 Verificando a aplicação de materiais de acordo com o projeto 2.2.4 Acompanhando o cumprimento das instruções de trabalho 14

2.3 Realizar testes. 2.4 Desenvolver fornecedores. 2.3.1 Obedecendo normas técnicas e procedimentos operacionais de segurança no trabalho, de qualidade, de preservação ambiental, de saúde, procedimentos legais e objetivos da empresa 2.3.2 Utilizando instrumentos e padrões 2.3.3 Elaborando relatórios 2.3.4 Apresentando resultados 2.3.5 Acompanhando o comissionamento (Start- Up) 2.4.1 Realizando auditorias de fornecedores 2.4.2 Realizando testes em produtos e serviços 2.4.3 Emitindo laudos técnicos 2.4.4 Seguindo procedimentos de qualificação 15

Unidade de Competência n.º 3: Executar ações de manutenção mecânica, seguindo normas técnicas, de qualidade, de preservação ambiental, de saúde e segurança no trabalho, procedimentos legais e objetivos da empresa. Elementos de Competência Padrões de Desempenho 3.1.1 Interpretando laudos de ensaios 3.1.2 Realizando inspeção visual e sensorial 3.1.3 Utilizando instrumentos e aparelhos de medição 3.1.4 Realizando testes 3.1.5 3.1 Aplicando técnicas de detecção e análise de Diagnosticar defeitos e falhas. falhas 3.1.6 Registrando as avarias detectadas 3.1.7 Interagindo com outros setores 3.1.8 Seguindo procedimentos de manutenção 3.1.9 Identificando condições gerais de funcionamento de componentes elétricos e de automação 16

3.2 Desmontar e ou montar conjuntos e sistemas mecânicos, hidráulicos e pneumáticos. 3.2.1 Interpretando desenhos de peças, diagramas e esquemas de máquinas e sistemas 3.2.2 Utilizando ferramentas, equipamentos e dispositivos 3.2.3 Consultando catálogos e manuais 3.2.4 Preenchendo relatórios de manutenção 3.2.5 Obedecendo normas e procedimentos de segurança no trabalho, de qualidade, de preservação ambiental, de saúde, procedimentos legais e objetivos da empresa 3.2.6 Cumprindo instruções de trabalho 3.2.7 Elaborando croquis 3.2.8 Utilizando aparelhos e instrumentos de medição 3.2.9 Aplicando técnicas de lubrificação 3.2.10 Aplicando técnicas de balanceamento e alinhamento 3.2.11 Identificando elementos de máquinas e equipamentos 3.2.12 Seguindo procedimentos de manutenção 17

3.3 Reparar máquinas e equipamentos. 3.3.1 Ajustando peças e conjuntos 3.3.2 Utilizando instrumentos e aparelhos de medição 3.3.3 Substituindo peças, componentes e elementos padronizados 3.3.4 Interpretando desenhos, diagramas e esquemas de peças e máquinas 3.3.5 Seguindo procedimentos de manutenção 3.3.6 Capacitando o usuário quanto as modificações implementadas 3.3.7 Realizando adequações / adaptações em máquinas, equipamentos e sistemas 3.3.8 Implementando melhorias em máquinas e equipamentos. 18

Unidade de Competência n.º 4: Participar da elaboração de projetos que envolvam a área de manutenção mecânica, seguindo normas técnicas, de qualidade, de preservação ambiental, de saúde e segurança no trabalho, procedimentos legais e objetivos da empresa. Elementos de Competência Padrões de Desempenho 4.1.1 Especificando materiais, peças, componentes, máquinas, equipamentos e sistemas 4.1.2 Identificando a necessidade de componentes sobressalentes 4.1.3 Identificando a oportunidade de nacionalização de componentes, lubrificantes e outros 4.1.4 4.1 Identificando pontos de difícil acesso para Contribuir com informações técnicas na manutenção aquisição de máquinas e equipamentos. 4.1.5 Identificando a necessidade de capacitação de profissionais para manutenção 4.1.6 Solicitando a realização de comissionamento da máquina, equipamento e sistema 4.1.7 Identificando as informações técnicas sobre a infra-estrutura necessária 4.1.8 Identificando a necessidade de alteração do leiaute 19

4.2 Contribuir na elaboração de procedimentos de manutenção. 4.3 Elaborar projetos de melhoria. 4.2.1 Elaborando instruções de trabalho 4.2.2 Especificando ferramentas, equipamentos e máquinas 4.2.3 Capacitando equipes para aplicação de procedimentos 4.2.4 Identificando o método de manutenção apropriado 4.3.1 Elaborando desenhos de projetos 4.3.2 Propondo modificações técnicas 4.3.3 Adequando o equipamento às normas e legislação vigentes 4.3.4 Incorporando novas tecnologias em máquinas, equipamentos e sistemas, sempre que possível 4.3.5 Especificando materiais, peças, componentes, máquinas, equipamentos e sistemas 4.3.6 Elaborando justificativas, objetivos e memorial descritivo 4.3.7 Interagindo com outros setores 4.3.8 Coletando informações do operador ou usuário 20

2. Contexto de Trabalho da Qualificação Profissional Meios (equipamentos, máquinas, ferramentas, instrumentos, materiais e outros.) Equipamentos de laboratório e instrumentos de medição, verificação e controle (analisador de vibração, câmara termográfica, rugosímetro, endoscópio, alinhador laser, durômetro, viscosímetro, projetor de perfil, paquímetro, micrômetro,...) Acessórios e componentes de manutenção Elementos de Máquinas (acoplamentos, engrenagens, etc) Ferramentas manuais e portáteis Elementos de plantas de processo ( bombas, válvulas, redutores, etc) Equipamentos para soldagem Sistemas de Automação (controladores programáveis - CLP, IHM - inversores de freqüência, servo-motores, motores de passo, motores de corrente contínua e de corrente alternada, sensores) Sistemas pneumáticos e hidráulicos (sistemas robóticos, manipuladores) Máquinas operatrizes convencionais e a controle numérico computadorizado CNC Ferramentas de corte Recursos de movimentação interna de máquinas e equipamentos: esteiras, pallets, empilhadeiras Amostras de matérias-primas e acessórios Material de desenho técnico Equipamentos de proteção individual e coletiva (EPI e EPC) Softwares da área da Manutenção (gerenciamento, lubrificação, desenho assistido por computador e outros dedicados...) Publicações do setor ( revistas técnicas, catálogos de máquinas, equipamentos, componentes) Legislações, trabalhistas, ambiental, de saúde e segurança etc. Normas técnicas Visitas técnicas (empresas, feiras e congressos,...) Internet Computadores Máquina fotográfica e filmadora 21

Métodos e Técnicas de Trabalho Métodos de Manutenção (corretiva, preditiva, preventiva, TPM, RCM,...) Administração e controle da manutenção (logística, indicadores de manutenção,...) Técnicas de desmontagem, montagem e movimentação de cargas Técnicas de ensaios dos materiais Métodos e técnicas de lubrificação Técnicas de soldagem Controle dimensional Técnicas de gestão de pessoas ( liderança, criatividade,...) Sistemas de gestão ambiental Gestão da qualidade (5S, PDCA, CEP, ferramentas da qualidade) Técnicas de segurança e organização no trabalho (aplicação de normas, higiene e segurança no trabalho) Técnicas de Leitura e Interpretação de Desenho Técnico Informática aplicada à manutenção Condições de Trabalho Utilização de máquinas e equipamentos com diferentes graus de periculosidade Uso de Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva (EPI e EPC) Ambientes de produção, laboratórios e escritórios Ambientes com ruído, umidade, variações térmicas, partículas em suspensão, insalubre Contato e/ou inalação de produtos químicos Observação a normas de segurança (luminosidade, ruído, ergonomia, sinalização) e organização do trabalho Equilíbrio entre criatividade e produtividade estabelecida pela empresa Condições ergonômicas variáveis Disponibilidade de horário, trabalho em turnos, viagens, feiras e treinamentos Trabalho sob tensão emocional Atividades rotineiras Esforço físico 22

POSIÇÃO NO PROCESSO PRODUTIVO Contexto Profissional Setores secundário e terciário Empresas de pequeno, médio e grande porte, micro-empresas Ambientes de produção Vendas /compras técnicas Pós-venda e suporte técnico Funcionário ou prestador de serviços Contexto Funcional e Tecnológico Coordenação de equipes de trabalho Visão sistêmica Polivalência e multifuncionalidade Capacidade de resolução de problemas e de enfrentar situações novas e diferentes Capacidade de negociação Capacidade de comunicação oral e escrita Alto grau de responsabilidade e autonomia Flexibilidade / versatilidade/ criatividade Treinamento de pessoas Organização industrial Controle de máquinas e equipamentos Logística Atividade autônoma individual ou em grupo Pró-atividade Foco em resultado Ética profissional Uso de manuais Planejamento Administração do tempo Usuário de micro-informática Uso freqüente da língua inglesa 23

Mecânico de Manutenção Saída para o Mercado de Trabalho Evolução da Habilitação Novas tecnologias (materiais, técnicas, produtos,...) Novos mercados Melhoria do processo de manutenção para o aumento da produtividade em resposta a um mercado altamente competitivo Melhoria do processo produtivo Automação de processos industriais Sistemas de gestão: qualidade, meio ambiente e segurança Atuação no cumprimento de normas e procedimentos relativos à qualidade, segurança e meio ambiente Evolução dos meios tecnológicos e da informática Atuação no cumprimento de normas e procedimentos relativos à qualidade, segurança e meio ambiente Geração, transmissão, distribuição e usos de energia Educação Profissional Relacionada com a Habilitação Administração Engenharia Elétrica Tecnologia Elétrica Engenharia Eletrônica Tecnologia Eletrônica Engenharia Mecatrônica Tecnologia Mecatrônica Engenharia de Produção Tecnologia de Produção Tecnologia em Automação Industrial Tecnologia de Controle de Processos Curso Técnico de Mecatrônica Curso Técnico de Mecânica Curso Técnico de Eletromecânica Curso Técnico de Desenho de Projetos Curso Técnico em Projetos Mecânico Curso Técnico de Desenho de Projetos de Mecânica 24

Cursos de qualificação profissional na área de manutenção Qualificação de nível básico: pneumática, hidráulica, eletropneumática, usinagem e manutenção Curso de Aprendizagem Industrial Manutenção e metal mecânica INDICAÇÃO DE CONHECIMENTOS REFERENTES AO PERFIL PROFISSIONAL Unidade de Competência Conhecimentos Informática Matemática Normas técnicas e de segurança Unidade de Competência Legislação ambiental e de segurança n.º 1: (UC1) Métodos de manutenção Gestão de manutenção Gestão de projetos Informática Técnicas de gestão Normas técnicas e de segurança Unidade de Competência Legislação ambiental e de segurança n.º 2: (UC2) Instrumentos de medidas Grandezas físicas Ferramentas da qualidade Grandezas físicas Instrumentos de medidas Métodos de manutenção Unidade de Competência Técnicas de manutenção n.º 3: (UC3) Desenho técnico mecânico e elétrico Ferramental mecânico Lubrificantes Elementos de máquinas Tecnologia dos materiais Desenho técnico mecânico, elétrico e civil Ferramental mecânico Métodos de manutenção Unidade de Competência Normas técnicas e de segurança n.º 4 (UC4) Legislação ambiental e de segurança Informática Gestão de projetos Elementos de máquinas 25

- Em síntese: Habilitação: Técnico em Manutenção Mecânica. Competência Geral: Planejar e controlar atividades relativas à manutenção mecânica, executando-as e participando da elaboração de projetos, seguindo normas técnicas, de qualidade, de preservação ambiental, de saúde e segurança no trabalho, procedimentos legais e objetivos da empresa. Unidades de Competência que agrupa: UC1, UC2, UC3 e UC4. Contexto de Trabalho da Habilitação: de acordo com o disposto no item 2 do perfil profissional do Técnico em Manutenção Mecânica. b) Perfil da Qualificação Profissional Técnica de nível médio. O perfil da qualificação Mecânico de Manutenção está contido no perfil do Técnico em Manutenção Mecânica e compreende as unidades de Competência 2 e 3, como a seguir se demonstra: Área Profissional: Indústria Segmento Tecnológico: Metal-mecânico Qualificação Profissional de Nível Médio: Mecânico de Manutenção Nível de Educação Profissional: Médio Nível de Qualificação: Técnico Unidade de Qualificação: Mecânico de Manutenção Competência Geral: Executar atividades relativas à manutenção mecânica, seguindo normas técnicas, de qualidade, de preservação ambiental, de saúde e segurança no trabalho, procedimentos legais e objetivos da empresa. Unidades de Competência que agrupa: UC2 e UC3. Contexto de Trabalho da Habilitação: de acordo com o disposto no item 2 do perfil profissional do Técnico em Manutenção Mecânica. 26

IV - ORGANIZAÇÃO CURRICULAR a) Estrutura do Curso Técnico de Manutenção Mecânica LEGISLAÇÃO COMPONENTES CURRICULARES CARGA HORÁRIA TOTAL (HORAS) Comunicação Oral e Escrita 45 Desenho Técnico 75 Controle de Medidas 60 Usinagem 120 Lei Federal n o 9394/96 Decreto Federal n o 5.154/04 Resolução CNE/CEB n o 4/99, Atualizada pela Resolução CNE/CEB n. 01/05 Eletrotécnica 60 Hidráulica e Pneumática 60 Lubrificação 60 Tecnologia Mecânica 120 Técnicas de Manutenção 240 Processos Mecânicos 60 Eletrohidráulica e Eletropneumática 60 Ensaios Tecnológicos 60 Gerenciamento da Manutenção 90 Projetos 90 TOTAL 1200 Estágio Supervisionado 400 TOTAL GERAL 1600 27

b) Matriz do Curso Técnico de Manutenção Mecânica (Habilitação e Qualificação) Componentes Curriculares Módulo Básico Módulo Específico Módulo Final Habilitação e Qualificação Profissional Técnica de Nível Médio 28 Carga Horária Comunicação Oral e Escrita Desenho Técnico Controle de Medidas Usinagem Eletrotécnica Hidráulica e Pneumática Lubrificação Técnicas de manutenção Tecnologia Mecânica Processos Mecânicos Eletrohidráulica e Eletropneumática Ensaios Tecnológicos Gerenciamento da Manutenção Projetos Estágio Carga Horária 45 75 60 120 60 60 60 240 120 60 60 60 90 90 400 Mecânico de Manutenção (UC 2 e UC3) Técnico em Manutenção Mecânica (UC 1, UC 2, UC3 e UC4) 900!!!!!!!!!! 1600!!!!!!!!!!!!!!!

c) Itinerário do Curso Técnico de Manutenção Mecânica O itinerário do Curso Técnico de Manutenção Mecânica está organizado de forma a permitir que um aluno o freqüente de forma integral, matriculando-se na Habilitação Profissional, como separadamente, matriculando-se na Qualificação Profissional de Nível Médio que integra essa Habilitação. O itinerário modularizado desse curso é apresentado a seguir: 300 h 600 h MÓDULO BÁSICO Comunicação Oral e Escrita - 45 h Desenho Técnico - 75 h Controle de Medidas - 60 h Usinagem 120 h MÓDULO ESPECÍFICO Eletrotécnica - 60 h Hidráulica e Pneumática 60 h Lubrificação 60h Tecnologia Mecânica - 120 h - Técnicas de Manutenção - 240 h Processos Mecânicos 60 h MECÂNICO DE MANUTENÇÃO - 900 h MÓDULO FINAL Eletrohidráulica e Eletropneumática - 60 h Ensaios tecnológicos - 60 h Gerenciamento da Manutenção - 90 h Projetos - 90 h 300 h Estágio ( 400 h ) TÉCNICO EM MANUTENÇÃO MECÂNICA - 1600 h 29

d) Desenvolvimento metodológico do curso O Curso Técnico de Manutenção Mecânica deverá propiciar o desenvolvimento das competências constitutivas do perfil profissional estabelecido pelo Comitê Técnico Setorial, tanto para a habilitação completa - Técnico em Manutenção Mecânica, quanto para a qualificação técnica de nível médio Mecânico de Manutenção contida nesse mesmo perfil. Esses perfis profissionais foram estabelecidos com base em metodologia desenvolvida pelo SENAI 8 para o estabelecimento de perfis profissionais baseados em competências, tendo como parâmetro a análise funcional, centrando-se, assim, nos resultados que o Técnico em Manutenção Mecânica deve apresentar no desempenho de suas funções. É fundamental, portanto, que a ação docente se desenvolva tendo em vista, constantemente, o perfil profissional de conclusão do curso. Toda ação pedagógica se orienta por esse conjunto de informações trazidas pelo mundo do trabalho, em termos das competências requeridas pelo setor da manutenção mecânica industrial, numa visão atual e prospectiva, bem como o contexto de trabalho em que esse profissional se insere, situando seu âmbito de atuação, tal como apontados pelo Comitê Técnico Setorial. Vale ressaltar que, na definição do perfil profissional do Técnico em Manutenção Mecânica, o Comitê teve como referência essencial a caracterização e as competências profissionais gerais da área da indústria, estabelecidas na legislação vigente 9. Além disso, é necessário que o docente: tenha um claro entendimento da expressão competência profissional, aqui definida nos mesmos termos estabelecidos pela legislação educacional vigente, ou seja, capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação valores, conhecimentos e habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas pela natureza do trabalho 10 ; analise o perfil profissional de conclusão, constituído pela competência geral da habilitação, suas unidades de competência e correspondentes elementos de competência, bem como os padrões de desempenho a eles relacionados e o contexto de trabalho da habilitação; reconheça a pertinência do componente curricular que irá ministrar no Curso Técnico em Manutenção Mecânica, principalmente em relação ao seu objetivo e ao perfil profissional de conclusão, contidos neste Plano de Curso; 8 Metodologia de Avaliação e Certificação de Competências: SENAI DN, Brasília, 2002. 9 Art. 5º da Resolução CNE/CEB nº 04/99. 10 Art. 6º da Resolução CNE/CEB nº 04/99. 30

considere as competências básicas, específicas e de gestão 11 decorrentes do perfil profissional, relacionadas no anexo 2 desse documento, em especial aquelas relacionadas ao componente curricular que irá ministrar, discriminadas neste Plano de Curso, na ementa de conteúdos, como fundamentos técnicos e científicos, capacidades técnicas e capacidades sociais, metodológicas e organizativas, respectivamente; planeje o ensino estabelecendo as relações entre os fundamentos técnicos e científicos, capacidades técnicas e capacidades sociais, metodológicas e organizativas, contemplados na ementa de conteúdos de cada componente curricular, fruto da análise do perfil profissional estabelecido, e os conhecimentos selecionados para embasar o desenvolvimento das competências; domine os pressupostos teóricos gerais para formação e avaliação baseadas em competências. Esse curso técnico tem uma organização curricular composta pela integração de 3 módulos um Básico, um Específico, que corresponde à qualificação profissional de nível técnico, e um Final e pela conclusão de estágio supervisionado obrigatório. No Módulo Básico serão ministrados os componentes curriculares Comunicação Oral e Escrita, Desenho Técnico, Controle de Medidas e Usinagem. A partir do resultado da Análise do Perfil Profissional 12, os Fundamentos Técnicos e Científicos necessários ao Técnico em Manutenção Mecânica foram identificados e constituídos nos componentes curriculares desse módulo. O Módulo Básico, assim como os componentes curriculares que o compõem fornecem a base para o desenvolvimento dos Módulos Específico e Final. Comunicação Oral e Escrita deve favorecer o desenvolvimento das habilidades de leitura, interpretação e composição de textos técnicos além das técnicas de apresentações necessárias à exposição de resultados e condução de reuniões e treinamentos. O uso das ferramentas de informática é imprescindível no desenvolvimento das aulas. Desenho Técnico é o componente que introduz o aluno nas técnicas e normas de representação gráfica dos componentes e conjuntos mecânicos. Seu desenvolvimento será inteiramente com a utilização dos recursos de um CAD - ferramenta de desenho assistido por computador. 11 Para mais informações consultar Metodologia de Avaliação e Certificação de Competências: SENAI DN, Brasília, 2002 e a análise do perfil profissional, no ANEXO 2. 12 Ver Anexo 2, no final desse documento. 31

Controle de Medidas é o componente curricular em que os alunos têm contatos com os instrumentos de medidas utilizados na área mecânica assim como das normas de tolerância necessárias aos sistemas de controle de qualidade. Usinagem é componente curricular do Módulo Básico que leva os alunos à prática de operação de máquinas industriais. Essa prática introduz todos o ambiente industrial onde se dá a manutenção mecânica. Nesse componente também se desenvolvem as noções de organização de uma planta industrial e as normas de segurança. Para todos esse componentes estão definidas as competências de gestão mais recorrentes na Análise do Perfil Profissional. Estas devem ser desenvolvidas por meio de estratégias de ensino adequadas. No Módulo Específico serão ministrados os componentes curriculares Hidráulica e Pneumática, Lubrificação, Eletrotécnica, Tecnologia Mecânica, Processos Mecânicos e Técnicas de Manutenção. Esse módulo garante o desenvolvimento das competências profissionais do Mecânico de Manutenção. Essa qualificação profissional técnica de nível médio está prevista no itinerário formativo do Curso Técnico de Manutenção Mecânica. A ênfase desse módulo recai sobre as capacidades técnicas, sociais, metodológicas e organizativas necessárias à manutenção de equipamentos mecânicos industriais. Esse módulo corresponde às Unidades de Competência 2 e 3. Tecnologia Mecânica enfoca a tecnologia dos materiais mecânicos e os elementos de máquinas. Também é fundamental à prática da manutenção pois garante a aquisição das competências necessárias à avaliação da qualidade de peças e subconjuntos. Requer Desenho Técnico como pré-requisito. O componente curricular Processos Mecânicos tem como objetivo o desenvolvimento das competências relativas ao emprego de ferramental mecânico assim como das operações manuais e de soldagem. Ofertado em paralelo com Tecnologia Mecânica fundamenta o perfil mecânico do Técnico em Manutenção formado por esse curso. No componente Hidráulica e Pneumática se trabalham as habilidades e os conhecimentos dos componentes e circuitos hidráulicos e pneumáticos, fundamentais para automação industrial. Sugere-se iniciar com pneumática pois esse disciplina tem tópicos que servem de pré-requisito para hidráulica. 32

Lubrificação é o componente curricular que viabiliza a aquisição das competências relativas aos lubrificantes e às técnicas de lubrificação necessárias à manutenção preventiva e corretiva de máquinas industriais. Sua oferta em paralelo com Hidráulica e Pneumática, Tecnologia Mecânica e Processos Mecânicos favorece a interdisciplinaridade e simplifica o desenvolvimento das competências específicas do Técnico Mecânico Eletrotécnica é o componente curricular que dá ao Técnico em Manutenção Mecânica capacidade para interagir com a manutenção elétrica de uma planta industrial, sem objetivar desenvolver competências para a manutenção elétrica ou eletroeletrônica. Pode ser ofertada a qualquer momento ao longo do módulo específica já que não tem inter-relação de dependência ou de requisito direto com os outros componentes curriculares do módulo. Por fim, Técnicas de Manutenção é componente curricular que fecha o módulo específico por indicar as práticas empregadas na manutenção das máquinas industriais mecânicas. Se ofertado em paralelo com os outros componentes curriculares desse módulo, deve-se cuidar para que nenhum tópico seja abordado sem que tenha sido previamente desenvolvido nos componentes correlacionados. O Módulo Final é composto dos componentes curriculares Eletrohidráulica e Eletropneumática, Ensaios Tecnológicos, Gerenciamento da Manutenção e Projetos. Esse módulo atende às Unidades de Competência 1 e 4. A ênfase desse módulo é o desenvolvimento das competências gerenciais incluída aí a de participar no desenvolvimento de projetos de manutenção. Além disso, completa a formação escolar do Técnico em Manutenção Mecânica. Eletrohidráulica e Eletropneumática requer Hidráulica e Pneumática e Eletrotécnica como pré-requisitos. Esse componente, ministrado no módulo final, conclui o desenvolvimento das competências relativas à automação de equipamentos industriais pois aplica comandos elétricos e controladores programáveis no acionamento da circuitos de ar e óleo comprimidos. Ensaios Tecnológicos é o componente curricular que aplica os conceitos físicos cinemáticos e estáticos nos processos de teste não destrutivos de materiais e equipamentos mecânicos. Requer Tecnologia Mecânica como pré-requisito. Gerenciamento da Manutenção aborda as técnicas de manutenção, os indicadores de desempenho, as normas de qualidade e meio ambiente e a logística de materiais 33

voltada à manutenção. Seu lugar no módulo final é determinado por fazer parte do perfil específico do técnico de nível médio. O componente curricular Projetos possibilita o desenvolvimento das competências relativas à participação na elaboração de projetos de manutenção. Inclui as normas de confecção de documentação técnica e as técnicas necessárias à apresentação de produtos, estudos e projetos. Seu lugar no módulo final também é determinado por fazer parte do perfil específico do técnico de nível médio. Ao planejar e desenvolver as aulas dos diferentes componentes, os docentes devem dar ênfase aos fundamentos e às capacidades explicitadas na Ementa de Conteúdos deste Plano de Curso. É importante reiterar que os conhecimentos propostos para os componentes têm a função de dar suporte ao desenvolvimento de tais fundamentos e capacidades e que as capacidades sociais, organizativas e metodológicas indicadas devem ser desenvolvidas com a utilização de diferentes estratégias, técnicas e dinâmicas a serem implementadas no processo de ensino e aprendizagem, uma vez que serão imprescindíveis para o desempenho dos futuros profissionais. Encontram-se aí os elementos que influenciam o meio ambiente. O Técnico em Manutenção Mecânica deve ter em mente que meio ambiente inclui também o homem, os recursos naturais e as questões sócio-políticas que os envolvem. Dessa forma, o curso, desde o módulo básico, além das capacidades referentes à técnica e à tecnologia da área, deve enfatizar a segurança e a saúde ocupacional do trabalhador, a preservação dos recursos naturais, a diminuição de riscos e impactos ambientais, a legislação pertinente e a responsabilidade social do profissional em seu âmbito de atuação. Embora o curso seja modularizado, ele deve ser visto como um todo pelos docentes, especialmente no momento da realização do planejamento de ensino, de modo que as finalidades de cada módulo sejam observadas, bem como dos seus componentes curriculares sem, no entanto, acarretar uma fragmentação do currículo. Para tanto, a interdisciplinaridade deve-se fazer presente no desenvolvimento do curso, por meio de formas integradoras de tratamento de estudos e atividades, orientados para o desenvolvimento das competências objetivadas. Assim, o desenvolvimento metodológico deste curso deve assentar-se sobre uma proposta didático-pedagógica que se constitua em fio condutor, perpassando cada um dos módulos do básico ao final. Para isso, o conjunto de docentes e a coordenação da escola devem definir um ou mais projetos integradores com complexidade tal que permitam envolver módulo a módulo todos os componentes curriculares e o maior 34

número possível de fundamentos técnicos e científicos e capacidades técnicas, sociais, organizativas e metodológicas, definidos para cada um deles. Além dos conhecimentos técnicos e tecnológicos da área mecânica, o curso visa levar os alunos a proporem soluções para a manutenção mecânica que estejam fundamentados numa visão global destes área. Portanto, uma base tecnológica sólida, aliada ao desenvolvimento de situações práticas, acrescidos do uso de linguagem técnica, como base para a comunicação entre os diferentes níveis hierárquicos da área, da capacidade de pesquisar, do cuidado com instalações e equipamentos, do trabalho em equipe e do respeito a higiene, saúde, segurança e preservação ambiental são parâmetros a serem privilegiados pelos docentes nas propostas de solução de problemas. Neste sentido, o planejamento de ensino deverá compreender a proposta de atividades que se traduzam em desafios significativos, exigindo do aluno pesquisa, seja de campo, dadas pelas características da área mecânica, seja bibliográfica, propiciadas pelo incentivo a leituras técnicas e pesquisas, incluindo-se o uso da internet, com largo uso de trabalho em grupo. Por meio dessas estratégias deverão ser exercitados o desenvolvimento da iniciativa, tomada de decisão, criatividade, relacionamento, liderança e ética contribuindo para o desenvolvimento das competências de gestão, identificadas claramente no perfil profissional que foi estabelecido para o Técnico em Manutenção Mecânica. Como preconiza a legislação vigente, não há dissociação entre teoria e prática 13. Dessa forma, a prática se configura não como situações ou momentos distintos do curso, mas como metodologia de ensino que contextualiza e põe em ação o aprendizado 14. Nesse sentido, os conteúdos teóricos e práticos serão ministrados, por meio de estratégias diversificadas que facilitem sua apreensão, possibilitando ao aluno perceber a aplicabilidade dos conceitos em situações reais, contextualizando os conhecimentos apreendidos. Além disso, deverão ser desenvolvidos por meio de estratégias que possibilitem a realização individual de atividades, ao longo de todo o curso, incluindo o desenvolvimento de projetos, o conhecimento de mercado e de empresas e o estágio supervisionado a ser desenvolvido durante ou ao final do curso. Essa forma de desenvolvimento curricular alicerça a avaliação por competências tanto a formativa quanto a somativa - devendo, igualmente, privilegiar a proposta de situações-problema, simuladas ou reais, que exijam a mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes. Faz-se necessário ressaltar que a avaliação deve ter como parâmetros gerais as competências do perfil profissional, em especial os padrões de 13 Parecer CNE/CEB nº 16/99. 35

desempenho nele apontados pelo Comitê Técnico Setorial. A avaliação da aprendizagem é considerada meio de coleta de informações para a melhoria do ensino e da aprendizagem, tendo as funções de orientação, apoio, assessoria e nunca de punição ou simples decisão final a respeito do desempenho do aluno. Dessa forma, o processo de avaliação deverá, necessariamente, especificar claramente o que será avaliado, utilizar as estratégias e instrumentos mais adequados, possibilitar a autoavaliação por parte do aluno, estimulá-lo a progredir e a buscar sempre a melhoria de seu desempenho, em consonância com as competências explicitadas no perfil profissional de conclusão do curso. No decorrer do processo formativo, os seguintes critérios serão observados: a avaliação não tem um fim em si mesma, mas insere-se como estratégia fundamental para o desenvolvimento de competências; a avaliação não enfocará aspectos isolados da teoria desvinculada da prática, sem estabelecer relações entre elas. Fomentará a resolução de problemas em que seja necessário mobilizar conhecimentos, habilidades e atitudes. Dessa forma, deverá enfatizar a proposição de situações, hipotéticas ou não, de ordem teórica e prática, que envolvem elementos relevantes na caracterização de desempenho profissional do Técnico em Manutenção Mecânica; os resultados das avaliações deverão ser sempre discutidos com os alunos, para que haja clareza sobre o pretendido e o alcançado. 14 Parecer CNE/CEB n.º16/99. 36

e) Ementa de conteúdos 15 Considerando a metodologia de formação para o desenvolvimento de competências, a ementa de conteúdos apresenta, para o desenvolvimento de cada componente curricular, os fundamentos técnicos e científicos ou as capacidades técnicas, as capacidades sociais, metodológicas e organizativas além dos conhecimentos a estes relacionados. MÓDULO BÁSICO COMPONENTE CURRICULAR: COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA Fundamentos técnicos e científicos: 1. Comunicar-se com clareza, oralmente e por escrito. 2. Elaborar relatórios. 3. Ter domínio 16 sobre técnicas de apresentação. 4. Ler, interpretar e elaborar textos técnicos. 5. Ter domínio sobre editor de textos e planilhas eletrônicas. 6. Ter domínio sobre informática básica Capacidades sociais, organizativas e metodológicas: 1. Ter iniciativa; (26) 17 2. Ter concentração; (21) 3. Ter responsabilidade; (13) 4. Ter ética profissional; (13) 5. Ter visão sistêmica; (13) 6. Ter organização; (13) 7. Interagir com outras pessoas; (12) 8. Argumentar tecnicamente. (11) Competências Básicas e de Gestão Conhecimentos: Comunicação: processo, níveis de fala; Técnica de intelecção de texto: análise textual, análise temática, interpretação; Parágrafo: estrutura interna, unidade interna, tipos; Descrição: de objeto, de processo, de ambiente; Texto dissertativo e argumentação; Estrutura padrão; Relatório: estrutura, tipos; Fundamentos da computação; Editor de texto; Formas de apresentação; Planilha eletrônica. 15 Encontra-se, em cada unidade escolar o documento Elementos Curriculares, constituído pelos objetivos e conteúdos programáticos de cada componente curricular e pelas diretrizes metodológicas que orientam o trabalho docente, com vistas a garantir a intercomplementaridade dos diversos componentes curriculares. 16 A expressão Ter domínio deve ser interpretada a partir da Taxionomia de Objetivos Educacionais domínio cognitivo, de Bloom (ver o documento DITEC008, na intranet), devendo o docente estabelecer o nível de desempenho desejado para o desenvolvimento dos fundamentos técnicos e científicos, tendo em vista as capacidades técnicas a serem adquiridas nos módulos seguintes. Ou seja, cuidar para que ocorram a interdisciplinaridade e a transferência de aprendizagens. 17 O número entre parênteses indica (em todos os componentes curriculares) a recorrência do fundamento técnico e científico e ou da capacidade técnica, social, organizativa e metodológica, quando da análise de competências do perfil profissional, apontando assim, sua maior ou menor relevância no contexto do perfil profissional e, por conseqüência, do curso. 37