Congresso da Abag antecipa o debate eleitoral INFORMATIVO. 13º Congresso Brasileiro do Agronegócio CBA

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Transcrição:

INFORMATIVO Publicação da Associação Brasileira do Agronegócio n o 93 Ano 17 Jul Ago/2014 13º Congresso Brasileiro do Agronegócio CBA Congresso da Abag antecipa o debate eleitoral Um intenso debate sobre propostas para o agronegócio, que deverão pautar as agendas dos candidatos à Presidência da República, marcou o painel de encerramento do 13º Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA), realizado pela Abag, em São Paulo, no dia 4 de agosto. Neste mundo volátil, com riscos protecionistas externos, exposição a fatores macroeconômicos e cadeias produtivas em desequilíbrio, é fundamental que o governo se aproxime do agronegócio, que segue sendo a sustentação do país, resumiu o presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, dando o tom do encontro, que reuniu 800 pessoas, entre profissionais e lideranças do setor. Com a presença de representantes dos três candidatos melhor colocados nas pesquisas eleitorais, o debate, coordenado pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues e moderado pelo jornalista William Waack, girou em torno dos principais temas que dominam a agenda do agronegócio. O ponto mais controverso foi o da questão do etanol, em crise decorrente do represamento artificial dos preços dos derivados do petróleo. Esse caso foi um vexame, pois os empresários atenderam a um pedido do governo federal para investir na ampliação da produção e o resultado é que hoje temos 40 usinas quebradas no país, afirmou Xico Graziano, representante do candidato Aécio Neves. No mesmo tom seguiu o representante do então candidato Eduardo Campos, substituído agora por Marina Silva, o deputado Maurício Rands, para quem o setor não foi ouvido. Faltou senso de planejamento e de autonomia para as agências reguladoras. Com isso, além das usinas quebradas, há um prejuízo do ponto de vista ambiental, com a diminuição do uso de energia renovável, comentou. O representante da candidata Dilma Rousseff, Odacir Klein fez a defesa do governo, argumentando que a questão do etanol precisa ser analisada dentro do contexto geral da política energética. Outro aspecto que mereceu destaque no debate entre os representantes dos candidatos foi a da falta de unidade na política agrícola. Nesse aspecto, o consenso, inclusive do representante de Dilma Rousseff, foi resumido pelo coordenador do painel, ex-ministro Roberto Rodrigues. O ministério tem um corpo técnico da melhor qualidade. O que falta é coordenação e estratégia. A pasta tem apenas a função de ser executora da estratégia definida, afirmou.

13º Congresso Brasileiro do Agronegócio Mensagem dos candidatos A Abag solicitou aos três candidatos que enviassem vídeos respondendo algumas questões sobre o agronegócio para serem apresentados à plateia. Aécio salientou que se eleito, seu governo na área agrícola se baseará na simplificação da vida do produtor. Para o bem do País, o produtor precisa ser preservado. Para tanto vamos criar uma série de mecanismos, principalmente ligada às áreas de seguro, trabalhista e de segurança jurídica para ele continuar sendo um dos principais responsáveis pelo nosso crescimento, afirmou Aécio. Dilma Rousseff foi representada no evento pelo vicepresidente, Michel Temer. No seu pronunciamento, como ele próprio definiu, fez um relatório das ações realizadas pelo governo atual no campo da agricultura. Desde o governo Lula tivemos um forte crescimento do agronegócio no País e isso prossegue também no governo Dilma, afirmou o vice- presidente. Ele salientou ainda que, graças ao diálogo, foi na atual gestão que se conseguiu aprovar o Código Florestal, pactuado com os produtores rurais. O deputado Rands acrescentou que o programa de governo assumido por Marina acelera a formulação de acordos bilaterais para assegurar aumento nas exportações e manterá outro padrão na busca de consensos com as lideranças do setor. Todo esse debate entre os candidatos foi estimulado pelo envio de uma proposta do agronegócio, detalhada em matéria nessa edição. Além do debate com os candidatos, o Congresso da Abag teve ainda uma série de outras atividades. Tendo como tema principal Valorização e Protagonismo, o evento contou com a presença do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, além de várias autoridades federais e estaduais, assim como das principais lideranças do setor. O governador reafirmou, em seu Esq. p/ dir.: Odacir Klein, Xico Graziano e Mauricio Rands Vice-Presidente da República, Michel Temer Exibição do vídeo do candidato Aécio Neves 2

discurso, o compromisso com o apoio e estímulo ao agronegócio. Em seu pronunciamento inicial, o presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho salientou a necessidade de se fazer alterações na prioridade dada pelo governo federal ao agronegócio nos últimos anos. Segundo ele, a partir de 2007 começou a haver uma forte relação entre os preços do petróleo e dos alimentos. O impacto em um, gera em cadeia, impactos significativos nos demais, forçando mudanças essenciais no Brasil, um País que tem no agronegócio as bases de seu desenvolvimento e que deverá ter neste setor uma plataforma de importância geopolítica global, disse Carvalho. Para tanto, ele salienta que é necessário que seja dada a prioridade que o setor necessita e merece. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, que também participou do evento, enfatizou os esforços da pasta para dar suporte ao produtor rural brasileiro. Tanto no aumento da liberação de crédito a juros reduzidos, quanto no encaminhamento das questões ligadas a seguro rural e a modernização da infraestrutura, nós temos procurado alinhar as ações do ministério com as necessidades apontadas pelas diversas lideranças do setor, afirmou. Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, discursa na abertura do evento O primeiro Painel do Congresso, coordenado pelo jornalista Heródoto Barbeiro, abordou o Agronegócio e as Novas Mídias. Entre os debatedores estavam, o jornalista Rodrigo Mesquita, a professora Elizabeth Saad Corrêa, da Escola de Comunicação e Artes da USP; e o engenheiro Demi Getschko, professor da PUC-SP. A proporção total de domicílios com acesso à Internet em 2013 foi de 43%, correspondendo a 27,2 milhões em números absolutos, tendo 51% da população como usuária. Nas áreas urbanas, a proporção de domicílios com acesso à Internet é de 48%, enquanto nas áreas rurais é de 15%. Explicou Demi Getschko sobre os dados do IBGE. Quando falamos em rede, podemos temer, idealizar e articular, só não podemos ignorar. O agronegócio especialmente está na rede em todos os seus aspectos. Falamos de detratores, advogados e neutros. Esse conceito impera para quem trabalha com a rede, disse Rodrigo Mesquita durante sua apresentação. 3

13º Congresso Brasileiro do Agronegócio Agronegócio Brasileiro 2015-2022: Proposta de Plano aos Presidenciáveis Durante o 13º Congresso Brasileiro do Agronegócio foi debatido o documento chamado Agronegócio Brasileiro 2014-2022 Proposta de Plano de Ação aos Presidenciáveis. Elaborada por um grupo de sete técnicos com vasta experiência acadêmica e governamental e coordenada pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, a proposta, que foi submetida ao crivo de 40 entidades de classe, está baseada em cinco princípios: Desenvolvimento Sustentável Em termos de sustentabilidade, o agronegócio deve se orientar com base em três vértices: econômico, social e ambiental. O econômico garante rentabilidade para o agricultor incorporar tecnologias mais eficientes na produção. O social se baseia na geração de 27 milhões de empregos ligados à cadeia produtiva Já a sustentabilidade ambiental significa a adoção das boas práticas de produção agropecuária e agroindustrial, de modo a preservar os recursos naturais. Competitividade As políticas de estado requerem novas bases de sustentação para um planejamento estratégico com visão de futuro, continuidade da gestão e meritocracia. Existem dois componentes fundamentais para a competitividade. O primeiro na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Nesse ponto, os concorrentes do agronegócio brasileiro investem pesadamente em biotecnologia e nanotecnologia. O segundo, relativo à estrutura sanitária, se torna fundamental diante do impacto das doenças e pragas. Orientação a mercados Em função de o Brasil ter se transformado no terceiro maior exportador agrícola do mundo, a ordem está na agregação de valor, com a verticalização das cadeias produtivas, a adoção de boas práticas, a descarbonização da produção, o uso eficiente dos recursos naturais e a inclusão social. Outra estratégia é valorizar a marca Brasil nas exportações. Evento reuniu a nata do mundo político brasileiro, além das principais lideranças do setor e atraiu um público de mais de 800 pessoas em São Paulo 4

Segurança Jurídica A Constituição Brasileira optou por uma economia de mercado com setor produtivo baseado na iniciativa privada. Na agricultura, isso inclui a posse da terra com função social, bem como decisões relativas à produção e comercialização. Não obstante, as intervenções intempestivas no mercado pelo Poder Público geram incertezas e afastam os investimentos. A evolução do agronegócio não foi acompanhada por mudanças em marcos legais importantes como nos casos do Estatuto da Terra, Sistema Nacional de Crédito Rural, Lei Agrícola e a Legislação Trabalhista no campo. Governança Institucional Como o agronegócio funciona integrado por diferentes elos entre as cadeias produtivas, as políticas públicas não podem ser administradas de forma estanque. O desafio é levar tecnologia e corrigir imperfeições de mercados, em que pequenos produtores são onerados na venda e na compra de insumos. O Brasil é um dos países mais burocratizados do mundo. O excesso de burocracia onera os pequenos e médios produtores, sem condições de atender as exigências legais e normativas criadas por diferentes órgãos. Como tudo isto dificulta investimentos e ganhos de produtividade, é fundamental remover estes entraves. Foto: Samuel Zanello Milléo Filho Homenagens Durante o 13º Congresso da Abag foram entregues ainda os prêmios Ney Bittencourt de Araújo e Norman Borlaug. O primeiro foi concedido para João Paulo Koslovski, presidente do Sistema Ocepar 0rganização das Cooperativas do Paraná e o segundo ao presidente do Conselho da Agroceres, Urbano Campos Ribeiral. ABAG defende terceirização no Supremo A ABAG ajuizou na última semana de agosto documento de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) no Supremo Tribunal Federal (STF), em decorrência de decisões judiciais proferidas pela Justiça do Trabalho, que resultam na restrição, limitação e impedimento à liberdade da contratação de serviços terceirizados, em prejuízo de empresas atuantes, não apenas nos setores representados pela entidade, mas em vários outros. O ajuizamento dessa medida é uma tentativa da ABAG de que sejam estabelecidos critérios objetivos, claros e precisos para se qualificar como lícita ou ilícita a terceirização. O recurso extraordinário permite a análise das questões mais profundas que permeiam o assunto, ajudando a avaliar o real impacto econômico e na vida dos milhares de trabalhadores que prestam serviços terceirizados. Além do cerceamento da liberdade, há disparidade de critérios usados nas diversas decisões, que se utilizam erroneamente da Súmula 331/TST, para limitar e/ou suprimir inteiramente a terceirização, em casos em que não há o mais leve indício de precarização das relações de trabalho. Segundo análise de Luiz Cornacchioni, diretor executivo da ABAG, diversos setores ligados ao agronegócio tem respondido a ações civis públicas, que têm resultado em condenações milionárias. Há uma insegurança jurídica muito grande por não haver uma regulamentação sobre a terceirização, o que traz impacto para todas as atividades, diz. Evento promovido no dia 14 deste mês pela OAB/SP Pinheiros, com o apoio do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP) e da OAB/SP, defendeu a terceirização como fundamental para o sistema econômico brasileiro atual e debateu as possíveis implicações de sua vedação nas empresas. Autoridades e personalidades do universo jurídico apoiaram veementemente a terceirização e defenderam uma legislação adequada para solucionar as diversas divergências que permeiam o assunto. EXPEDIENTE Publicação oficial da Associação Brasileira do Agronegócio - ABAG. Presidente: Luiz Carlos Corrêa Carvalho. Vice-presidente: Francisco Matturro. Diretores: Alexandre Enrico Silva Figliolino, Almir Dalpasquale, André Souto Maior Pessoa, César Borges de Sousa, Christian Lohbauer, Eduardo Daher, Ingo Plöger, Luiz Lourenço, Marcello Brito, Mario Fioretti, Urbano C. Ribeiral, Valmor Schaffer e Weber Porto. Diretor Executivo: Luiz Cornacchioni. Jornalista Responsável: Gislaine Balbinot, MTB065/MS. Apoio: Mecânica de Comunicação. Fotos: Gerardo Lazzari. Projeto Gráfico: Mister White. Impressão Gráfica: HRosa. Tiragem: 1.600 exemplares. CONTATO ABAG: Av. Paulista 1754 cj 147 São Paulo/SP 01310-200 Fone/Fax (11) 3285-3100 E-mail: abag@abag.com.br Site: www.abag.com.br twitter: @abag_brasil Facebook: Congresso Brasileiro do Agronegócio 5

13º Congresso Brasileiro do Agronegócio Pesquisa Abag/ESPM 84,3% dos entrevistados dos grandes centros elegeriam um candidato comprometido com o agronegócio Pesquisa encomendada pela ABAG e pelo Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM para detectar a percepção da população urbana sobre o agronegócio e divulgada no 13º Congresso Brasileiro do Agronegócio, revelou que 84,3% dos entrevistados em algumas capitais brasileiras disseram que preferem um candidato que tenha uma política de apoio para a agricultura e a produção de alimentos. Além disso, o levantamento, feito pelo Instituto de Pesquisa IPESO, constatou que 83,7% votariam em um candidato a presidente que desse mais atenção aos agricultores brasileiros. A pesquisa, que ouviu 600 pessoas de cinco capitais (Belém, Salvador, Goiânia, São Paulo e Porto Alegre), também apurou que nada menos do que 91,9% dos entrevistados consideram que o agronegócio gera empregos também nas cidades, além dos postos de trabalho mantidos no campo. Outra constatação é a de que a maioria dos brasileiros dos centros urbanos compreende que as dificuldades enfrentadas pelos produtores também atrapalham suas vidas. Isso fica claro, por exemplo, quando 86,4% dos entrevistados concordam que o fato de o país ter estradas mal conservadas aumenta o custo dos José Luiz Tejon Megido, diretor do Núcleo de Agronegócio da ESPM, apresenta a pesquisa durante o 13º CBA 6

alimentos. Um percentual semelhante, 86,3%, entende que os portos brasileiros, antigos e mal gerenciados, igualmente prejudicam o agronegócio. Outra constatação feita pela pesquisa encomendada pela ABAG/ESPM é a de que está realmente incorporado na mentalidade da população urbana brasileira o reconhecimento da importância dos combustíveis a base de biomassa. Um exemplo é que 89,9% consideram que o Brasil precisa usar mais a energia renovável que vem da agricultura como o etanol e o biodiesel. Para 86,3% o uso de combustíveis alternativos contribui para diminuir a poluição nas cidades. Para ex-ministro, pesquisa Abag/ espm constata que população reconhece a modernização do campo Entre as várias constatações que podem ser tiradas da pesquisa ABAG/ESPM e feita pelo Instituto IPESO, o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, destaca o fato de a maioria da população dos grandes centros reconhecer a importância do agronegócio na economia, na renda e na geração de empregos, olhando o setor de forma positiva. De maneira geral, a modernização do campo é reconhecida, diz Rodrigues, salientando que os barões de café, os senhores de engenho, coronéis e caudilhos são imagens do passado. Um indicativo dessa visão, de acordo com o ex-ministro, se traduz, do ponto de vista eleitoral, pelo desejo dos entrevistados de que o próximo presidente da República se comprometa com temas cruciais para o agro, como logística. Também o vínculo entre agro e qualidade de vida ficou claramente demonstrado, principalmente na questão da redução das emissões de CO2, em função do etanol e do biodiesel, comenta Rodrigues. No geral, o ex-ministro considera ainda que a pesquisa da ABAG/ESPM fornece uma interessante numerologia para os candidatos às eleições de outubro. Uma grande curiosidade percebida na maioria dos entrevistados é o destemor quanto à possibilidade de falta comida no Brasil. Os cidadãos urbanos assumem, desta forma, que os produtores rurais serão capazes de prover as mesas de todos os brasileiros, diz. Tal percepção, segundo Rodrigues pode passar a impressão de que políticas públicas, para garantir o suprimento interno gerando renda rural e excedentes, não sejam necessárias. 83,7% dos entrevistados votariam em um candidato a presidente que desse mais atenção aos agricultores 91,9% 86,4% dos entrevistados pensam que as estradas mal conservadas aumentam o custo dos alimentos 86,3% dos entrevistados disseram que o uso de combustíveis alternativos contribui para diminuir a poluição 89,9% dos entrevistados consideram que o Brasil precisa usar mais a energia renovável dos entrevistados consideram que o agronegócio gera empregos também nas cidades 86,3% dos entrevistados acham que os portos brasileiros, antigos e mal gerenciados, prejudicam o agronegócio 7

Agronegócio Brasileiro: Valorização e Protagonismo 13º Congresso Brasileiro do Agronegócio A Abag encerra a 13ª edição do Congresso Brasileiro do Agronegócio com grande sucesso. O evento possibilitou um intenso e proveitoso debate sobre as propostas para o futuro do agronegócio. Diante da repercussão do evento, agradecemos, mais uma vez, a participação do público e a confiança depositada pelos associados e patrocinadores. #AquiTemAgro www.abag.com.br