FORMAÇÃO DOCENTE, A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA COLABORATIVA Adelina Braga Matsuda Unifesp

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Transcrição:

FORMAÇÃO DOCENTE, A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA COLABORATIVA Adelina Braga Matsuda Unifesp adelinamatsuda@gmail.com Introdução O trabalho, aqui apresentado, surge da inquietação frente à atual política de formação proposta pela SEE/SP (Secretaria Estadual de Educação de São Paulo). Uma vez que esta não tem atendido às realidades e necessidades de um contingente grande de escolas. As ações formativas produzidas em escala verticalizada, ou seja, dos órgãos centrais às escolas pouco tem contribuído para a real melhoria da aprendizagem. Configura-se, primordialmente, em descrédito pelo professor e desgaste frente às formações continuadas, sendo assim temos como objetivo apresentar uma proposta de grupo colaborativo numa escola da rede pública estadual, situada na Cidade Tiradentes (zona leste da cidade de São Paulo) para a construção coletiva de ações, de fato, formativas, rompendo com a estrutura atual verticalizada. 9659

2 Procedimento Metológicos: A iniciativa para a criação deste grupo surgiu, a partir das discussões realizadas com os alunos do Mestrado Profissional Formação de Formadores da PUC/SP juntamente com a Professora Laurizete Ferragut Passos, em sua disciplina eletiva: Grupo Investigativo no Interior das Escolas. Nas reflexões e leituras realizadas na disciplina, fomos instigados a construir uma proposta reflexiva de intervenção em nosso espaço de atuação e que pensássemos nas reais necessidades dos sujeitos que poderiam estar envolvidos nesse processo. Assim, organizamos uma ação que atendesse aos coordenadores pedagógicos e diretores, como uns dos principais agentes de formação docente. Sendo assim, pensamos num plano em que pudéssemos criar, no espaço ao qual lecionamos, um Grupo Colaborativo. Nesse sentido, buscamos parceria com outra docente da U.E., também Mestranda, no entanto, do Grupo de Educação e Saúde da Unifesp e, a partir de então pensamos nos dias e horários em que pudéssemos propor um encontro presencial com os sujeitos mencionados anteriormente. Combinamos que organizaríamos 6 encontros. O primeiro marcado para o dia 11 de setembro e o último para o dia 27 de novembro. Todos aconteceriam das 19h às 22h. Assim, com as datas, previamente estabelecidas, solicitamos ao Diretor da Unidade Escola, à qual atuamos, que nos cedesse uma sala de aula do espaço escolar, bem como, os equipamentos de áudio e som. A solicitação foi muito bem recepcionada pelo Diretor da U.E. que, gentilmente, cedeu o espaço e equipamentos necessários. Logo em seguida, já contávamos com os participantes: 1 Coordenadora Pedagógica atuante na Escola à qual atuamos como professoras (Escola X), 1 Coordenadora Pedagógica aposentada que já atuou nessa mesma escola, mas que atualmente não desenvolve nenhuma atividade vinculada à educação, 2 Vice-diretoras da mesma U.E., 2 Diretores, sendo uma de Centro de Educação Infantil e 3 professores, sendo uma PEB I atuante da Escola X, 1 PEB II de uma escola vizinha (Escola Y) e 1 PEB II da (Escola Z). Os nomes das devidas U.E. foram preservados. Como os encontros aconteciam, quinzenalmente, com apenas três horas de duração, tempo pequeno para tantas necessidades, partimos da premissa da escuta ativa das demandas de cada um dos envolvidos e articulação teórica das necessidades para a busca de uma discussão em que pudéssemos não trazer respostas prontas, mas aprender juntos, cada um colaborando com a sua experiência. Discutimos, inicialmente, o contexto de grupos colaborativos e, nesse sentido, buscamos referências consistentes para tal. Damiani (2008), foi de suma relevância para uma compreensão, apoiada na revisão de literatura, sobre a conceitualização de grupos colaborativos na escola. Também, nos debruçamos sobre Terzi (2008) a partir da sua proposta de aprendizagem, por meio de grupos. Como estamos nos referindo à formação continuada docente, alguns pressupostos foram levados em consideração: Formar para quê? Formar para quem? Formar onde? Formar sob quais condições? A formação deverá ocupar um espaço de significado para o formador ou para o formado ou aquele em processo de formação? 9660

3 Ao refletir sobre o processo de formação de um sujeito adulto, sobretudo, professor muitas coisas devem ser levadas em consideração: a interação deste com outros, com experiências colocadas em evidência, a sua formação, enquanto ser humano e, para tanto, a exploração de sua memória, subjetividade, metacognição e saberes da docência (Placco e Trevisan 2006). Nos demais encontros focamos nosso olhar para um aspecto escolhido pelos envolvidos que, no caso, daquele grupo era a garantia da formação, qualitativa, dos professores. Os gestores, sobretudo, a equipe pedagógica sentia a necessidade de implementar uma ação formativa, de fato, significativa ao contexto escolar e aos professores envolvidos. Os professores, por sua vez, também sentiam a necessidade de uma formação que atendesse às suas reais necessidades docentes. Discussões dos Resultados Diante de todas as necessidades apontadas pelos envolvidos tivemos de priorizar algumas ações dado ao pouco tempo de encontro. Partindo da premissa apontada por Tardif (2010), buscamos compreender os nossos saberes e a relevância deles para a nossa prática cotidiana. E nos encontros obtivemos as seguintes ações: Conhecer o trabalho docente e, para tanto, estar mais próximo, a partir de encaminhamentos mais eficazes; Ter um planejamento de ações a serem exequíveis; Neste planejamento, validar tempo para a autoformação. Reuniões de planejamento com a equipe gestora. A ideia da reunião de planejamento surgiu dos participantes que, sobretudo, acreditam num trabalho colaborativo e construído de forma coletiva. Diante de todas as ações mensuradas e estudadas no pouco tempo de ação do grupo colaborativo alguns resultados foram sistematizados. As avaliações propostas e respondidas pelos participantes via Serveymonkey (um software para propostas avaliativas), bem como as discussões realizadas nos grupos apontam que ações como planejamento e reuniões com a equipe gestora, a partir de uma ação mais colaborativa, na escola, estão sendo incorporados na rotina de trabalho dos participantes, a necessidade de um estudo mais sistematizado e, prioritariamente, a divulgação da proposta para mais sujeitos se envolverem. Vale lembrar que a ação do grupo continuará em 2016, principalmente por solicitação dos próprios participantes. Sendo assim, resultados mais consistentes serão expostos a partir dessa segunda etapa de ação. Nesta segunda etapa, a ação contará com a mesma parceria da escola e seus gestores, no entanto, ampliaremos a divulgação e convite para professores da própria Unidade à qual realizamos a ação, bem como das Unidades Escolares próximas. 9661

4 Conclusão Acreditamos num espaço de formação que promova o exercício da reflexão. Um espaço que seja significativo às necessidades docentes para que, de fato, tenhamos salas de aulas recheadas de ações promotoras de aprendizagem. O que temos visto, sobretudo, são ações centralizadas e verticalizadas de formação em que o professor é apenas um agente executor de políticas públicas, na sua maioria, descontextualizadas. Essas políticas públicas, por vezes, vinculam-se aos interesses políticos partidários e, portanto, o ciclo da descontinuidade é tão evidente nessas ações. Tão logo, não podemos pensar a formação a partir de roteiros simples e com manuais de instruções prontos e fechados presumindo que todos os docentes estejam sob a mesma condição de aprendizagem. Cada ser é singular neste processo, sendo assim, aprende de uma forma diferente e requer para a sua constituição algo diferente. Assim, Carlos Marcelo e Vaillant (2009) apontam que a nossa identidade é uma resposta à pergunta sobre: quem somos nós hoje? Esse advérbio, hoje, nos permite marcar a transitoriedade desse processo, pois nossa identidade será marcada pelo processo evolutivo de interpretações e reinterpretações que as experiências vão assumindo em cada momento de nossas vidas. Sendo assim, não há como pensar em formação sem desconsiderar todas as dimensões apontadas por Placco (2006), são elas: técnico-científica, formação continuada, trabalho coletivo e construção coletiva da PPP, saberes para ensinar, críticoreflexiva, avaliação, ética e política, estética e cultural. 9662

5 Referências CLEIDE, do Amaral. Processo de aprender a estudar em grupo de educadores. In: PLACCO, V. M. N. de S., ALMEIDA L. R. (orgs.). O Coordenador Pedagógico e os desafios da educação. São Paulo, Loyola, 2008. DAMIANI. Magda Floriana. Entendendo o trabalho colaborativo em educação e revelando seus benefícios. Educar, n. 31. Curitiba, 2008.TERZI. MARCELO, Carlos. VAILLANT, Denise. Desarrollo Profesional Docente Cómo se aprende a enseñar Narcea, S.A. Ediciones: Madrid. 2009. PLACCO, Vera Maria de Nigro Souza. TREVISAN, Vera Lucia de Souza. Aprendizagem do Adulto Professor. Edições Loyola: SP. 2006. 9663