SALINIZAÇÃO E ALTERAÇÃO DOS ATRIBUTOS QUÍMICOS DE SOLOS DO PERÍMETRO IRRIGADO DE SÃO GONÇALO - PB Rosni de Souz Albuquerque (1) ; Vitori Mri Vieir Brito (2) ; Adrin Silv Lim (3) ; Rphel Moreir Beirigo (4) (1) Estudnte do curso de Engenhri Ambientl; Universidde Federl de Cmpin Grnde; Pombl, Príb; rosni_ip@hotmil.com; (2) Estudnte do curso de Engenhri Ambientl; Universidde Federl de Cmpin Grnde; (3) Professor Adjunt Microbiologi do Solo; (4) Professor Adjunto Gênese e Minerlogi do Solo; Universidde Federl d Príb. RESUMO: As precipitções bixs e, ou, ml distribuíds ns regiões árids ou semiárids fz com que os presentem lto risco de slinizção. Nests regiões s mudnçs no uso do solo nests regiões podem cusr os processos de slinizção e, ou sodificção.. A bordgem deste tendo o Homem (Orgnismo) como ftor de formção do solo, permite discriminr s cuss nturis ds ntrópics no processo de slinizção/sodificção. O objetivo de trblho foi por meio d crcterizção dos tributos químicos (extrto de sturção: ph, CE e RAS) e uso destes como indicdores de qulidde do solo dignosticr slinizção e, ou, sodificção de um Neossolo Flúvico, devido o cultivo de coco no Perímetro Irrigdo de São Gonçlo (PISG). Os resultdos preliminres são que os vlores de condutividde elétric são de 0,52 (áre de referênci), 0,79 (áre 1 cultivo de coco de 1 3 nos) e 1,02 (áre 1 cultivo de coco mis de 10 nos), os vlores de ph 6,60 (áre de referênci), 7,01 (áre 1) e7,08 (áre 2); e RAS 0,24 (áre de referênci), 0,61(áre 1) e 0,72 (áre 2). Mesmo os resultdos d CE não presentrem diferenç estttístic pelo teste de Scott-Knott, 5% de probbilidde, há um tendênci de umento d referênci, pr áre 1 e áre 2. Os vlores d RAS e ph presentrm diferenç d áre referênci pr s áres 1 e 2 com cultivo de coco.ode se concluir que o sistem de cultivo do coco irrigdo no PISG cus impctos mbientis, como o processo de slinizção e sodificção. Plvrs-chve: Solução do solo, vi de evolução slin, irrigção. INTRODUÇÃO A região semiárid do Nordeste brsileiro brnge um áre de proximdmente 900 mil km 2, cerc de 10 % do território brsileiro (SAMPAIO et l., 1995). As precipitção médi nul é de 886, com chuvs de verão concentrds nos meses de jneiro mio (Alvrez et l., 2013) e períodos cíclicos de sec sever de durção vriável (MENEZES et l., 2002). As tividdes grícols são à bse d economi pr cerc de 20 milhões de hbitntes e são bseds nos cultivos de subsistênci, no estbelecimento de pstgens e n explorção de espécies ntivs pr fins extrtivists, tods els, porém, de bix produtividde (SAMPAIO et l., 1995; FRAGA; SALCEDO, 2004). Porém os solos dests regiões presentm lto risco de slinizção e, ou sodificção. Pr um dequd vlição d qulidde do solo torn-se necessário identificção e vlição de indicdores que integrem e relcionem tributos físicos, químicos e biológicos (STENBERG, 1999). O processo de slinizção do solo em regiões sob clim árido ou semiárido ocorre devido cuss nturis (FANNING; FANNING, 1989; VAN BREEMEN; BUURMAN, 2002; BUOL et l., 2011). Segundo Oliveir, (1997) estim-se que, no Brsil, áre totl de solos slinizdos sejm superior 4.000.000 hectres.
Os solos slinos presentm condutividde elétric (CE) 4 ds/m, sendo subdivididos em slinos CE 4 e 7 ds/m e sálico CE 7 ds/m (EMBRAPA, 2013; RIBEIRO, 2010). Tis solos são gerlmente subdivididos em slino-sódicos, crcterizdos por presentr condutividde elétric 4 ds/m e ph < 8.5, e pens sódicos, com condutividde elétric < 4 ds/m e ph 8.5 (USSLS, 1954). A presenç de ltos teores de sis fet bsorção de águ e tmbém cusm distúrbios nutricionis como toxicidde e deficiêncis (USSLS, 1954; DIAS; BLANCO, 2010). O processo de slinizção do solo lter os tributos físicos e químicos em consequênci fet s proprieddes microbiológics do solo (PATHAK; RAO, 1998; YUAN et l.,2007), sendo os tributos microbiológicos mis sensíveis s lterções. Dentre s principis cuss d perd de qulidde do solo em perímetros irrigdos é o mnejo indequdo d irrigção, devido o uso de águs de bix qulidde e, ou, mnejo indequdo d irrigção (CARTER, 1975; PITMAN, LÄUCHLI, 2002; RIBEIRO, 2010b). Em relção o perímetro irrigdo de São Gonçlo, irrigção com águ de Poços Amzons, de pior qulidde, tem grvdo ind mis o problem d slinizção (RIBEIRO, 2010b; NETO, 2013). Neste sentido, torn-se importnte conhecer s relções existentes entre o sistem de uso d terr e os tributos do solo, os quis têm reflexos diretos n sustentbilidde e qulidde mbientl do ecossistem. Não obstnte, pr implntção de um progrm de resturção mbientl, é necessário conhecer o nível de degrdção em que ests áres se encontrm por meio do levntmento do meio físico, envolvendo determinção de tributos químicos, físicos e biológicos do solo, os quis podem se constituir em indicdores de qulidde do solo. Dinte do exposto, objetivou vlir os efeitos d slinidde dos solos no perímetro irrigdo de São Gonçlo-PB. MATERIAL E MÉTODOS Crterizção d áre de estudo O trblho foi relizdo em um áre do Perímetro Irrigdo de São Gonçlo (PISG), loclizdo no distrito de São Gonçlo (Sous-PB), coordends 06 45 39 S e 38 13 51 O (Figur 1). A áre de estudo está inserid n depressão sertnej, n bci sedimentr do rio do Peixe (Cretáceo), um mpl bixd, com ltitude médi de 225 m, origind por um retivção de flhs de rsgmento pré-cmbrino (Brsil, 1981 e 1984). A litologi é compost por cmds lternds de renito (Formção Antenor Nvrro e Formção Pirnhs) e folhelhos (Formção Sous), rgilitos, clcários, siltitos oliváceos com crbonto de cálcio. A tempertur médi nul é de 27 C, com mínim de 22 C e máxim de 38 C.
Figur 1 - Loclizção ds áres de estudo. Fonte Neto (2013). O clim d região é As (tropicl subúmido com chuvs de verão) segundo clssificção de Köppen (ALVAREZ et l., 2013), com precipitções irregulres, ocorrendo de jneiro mio, com precipitção médi em torno de 886 mm; evpotrnspirção é de 2.937 mm, com um déficit hídrico o redor de 2.050 mm. A vegetção predominnte é svn estépic. As 3 principis clsses de solos do PISG são Neossolos Flúvicos, Vertissolos e Argissolos (NETO, 2013). Seleção ds áres A prtir do estudo relizdo por Neto (2013) form selecionds 3 áres, mbs com solo d clsse dos Neossolos Flúvicos, sendo um áre de referênci com vegetção clssificd como svn estépic de cordo com IBGE (2012) com predomínio de jurem Mimos tenuiflor (Wild) Poir, áre 1 com cultivo de coco Cocos nucifer ( L., ) irrigdo por micro spersão com 3 nos de implntção e áre 3, com 7 nos de implntção. Análises dos tributos químicos do solo e d águ de irrigção Pr vlir lguns tributos ssocidos à slinizção dos solos será empregdo o método d pst sturd (USDA, 1996; EMBRAPA, 2011). O delinemento experimentl foi em inteirmente csulizdo, com três repetições. Form estudds três áres, sendo que cd áre foi dividid em qutro prcels, e ests em três subprcels, totlizndo 12 subprcels experimentis por áre. As áres do estudo form definids d seguinte form: um áre Cting ntropizd, com predominânci de jurem Mimos tenuiflor (Wild) Poir, não fetd por sis, definid como áre de referênci (AR); áre 1 com cultivo de coco Cocos nucifer ( L., ) irrigdo por micro spersão com 3 nos de implntção pouco fetd e áre 2, com 7 nos moderdmente fetd..
As áres form dimensionds com 100x100 m, onde s prcels continhm 50x50m. Cd prcel ds áres, form dividids em,subprcels de tmnhos iguis. Ns subprcels form coletds cinco mostrs simples n cmd de 0-20 cm, pr formr um mostr compost. Ns mostrs d solução do solo (extrto d pst sturd) form determindos os teores de ph, C.E, C, Mg, N e K, SO 4, Cl -, lclinidde (CO 3 e HCO 3- ) segundo Prron et l., (2011) e USSLS, 1954 e prtir dos resultdos clculdo rzão de dsorção de sódio (RAS). com bse n equção desenvolvid pelo U.S. Slinity Lbortory Stff (USSLS) e dptd por Ayers e Westcot (1991). Os ddos form submetidos à nálise d vriânci plicndo-se o teste F 5 % de probbilidde, hvendo efeito significtivo, s médis dos trtmentos form comprds pelo teste de Scott-Knott, 5% de probbilidde. A esttístic foi relizd com o uxílio do sistem de nálise esttístic SISVAR, versão 5.6 (FERREIRA, 2011). RESULTADOS E DISCUSSÃO A prtir d interpretção ds teores de cátions e ânions do extrto d pst sturd (tbel 1), verific-se que os solos seguem um vi de evolução slin lclin sódic. Onde os vlores d lclinidde (Alclinidde =[(HCO 3 - + CO 3 + OH - H + )] são > os de C 2+ e os teores de N > SO 4. Tbel 1 - Vlores de ph, C.E., teores de cátions e ânions e RAS dos solos ds três áres. C.E. C 2+ Mg 2+ N + K + SO4 CO3 Cl - HCO3 - Áre ph ds m -1 mmolc dm -3 RAS Referênci 6,60 0,52 0,12 0,25 0,10 0,10 0,05 0,00 0,40 0,33 0,24 1 - Pouco slin 7,08 1,02 0,19 0,35 0,37 0,08 0,01 0,00 0,85 0,58 0,72 2 - Moderdmente slin 7,10 0,79 0,16 0,30 0,29 0,05 0,02 0,00 0,64 0,61 0,61 C.E.= condutividde elétric e RAS = rzão de dsorção de sódio. Os vlores de ph (Figur 2) d de áre de referênci (R) presentou diferenç significtiv )(5% de probbilidde) em relção os vlores ds áre 1 e 2 (A1 e A2). O que confirm vi de evolução slin lclin sódic.
CE (ds/m) e RAS Figur 2. Potencil hidrogeniônico (ph) do extrto d pst sturd ds áres com cultivo de coco de 3 e 7 nos (A1 e A2), e áre de referênci dos solos do PISG. Os vlores de condutividde elétric (C.E. ) e de RAS (rzão de dsorção de sódio) ds áres cultivds com coqueiro, mesmo não presentndo diferenç esttístic 5% de probbilidde pelo teste de Scott-Knott, tem um tendênci de umento d áre de referênci pr s áre com cultivo de coco (Figur 3). 1.2 CE RAS 1 0.8 0.6 b 0.4 0.2 0 A1 A2 R Figur 3. Condutividde elétric e RAS d solução do solo ds áres pouco fetd por sis (A1), e moderdmente fetd ( A2) e áre de referênci (R) no PISG. Enqunto os vlores d RAS d áre de referênci presentm diferenç significtiv em relção os ds áres 1 e 2 (pouco fetd por sis e moderdmente fetd). CONCLUSÃO O mnejo indequdo d irrigção é um dos principis ftores que grvm slinizção dos solos dess região, representndo um impcto mbientl negtivo, reduzindo e cusndo perd de lgums funções mbientis do solo. É necessári vlição dos horizontes subsuperficiis dos solos (40-60 cm de profundidde), pois quebr de cpilridde dos solos fvorece que slinizção/sodificção sej mis
intens nestes horizontes. O uso de gesso grícol (CSO 4) pode ser um prátic eficiente n remedição do processo de sodificção dos solos estuddos. REFERÊNCIAS ALVARES, C.A., STAPE, J.L., SENTELHAS, P.C., GONÇALVES, J.L.M.; SPAROVEK, G. Köppen s climte clssifiction mp for Brzil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013.AYERS, R.S.; WESTCOT, D.W. Wter qulity for griculture. Rome: FAO, 1985. 174p. Irrigtion nd dringe. Pper n.29 BARBIERO, L.; REZENDE FILHO, A.; FURQUIM, S.A.C; FURIAN, S.; SAKAMOTO, A.; VALLES, V.; GRAHAM, R.; FORT, M.; DIAS FERREIRA, R.P.; QUEIROZ NETO, J.P (2008) Soil morphologicl control on sline nd freshwter lke hydrogeochemistry in the Pntnl of Nhecolândi, Brzil. Geoderm. 148:1-16. BRASIL. Ministério d Agricultur. Levntmento explortório: reconhecimento de Solos do Estdo d Príb. Rio de Jneiro: MA/CONTAP/USAID/SUDENE, 1972. 670p. (Boletim Técnico, 15). BREJDA, J. J.; KARLEN, D. L.; SMITH, J.L.; ALAN, D. L. Identifiction of regionl soil qulity fctors nd indictors: II. Northern Mississippi Loess Hills nd Pulose Pririe Soil Sci. Soc. Am. J. v. 64, p. 2125-2135, 2000. BRESLER, E.; McNEAL, B. L.; CARTER, D. L. Sline nd sodic soils: Principles, dynmics nd modeling. Advnced series in Agriculturl Sciences, 10. Springer-Verlg, New York, 1982. 236 p. CARTER, D. I. Problems of slinity in griculture. In: POLJAKOF-MAYBER, A., GALE, J. Plnts in sline environments. New York: Springer-Verlg, 1975. p. 25-35. 213 p. EMBRAPA. Centro Ncionl de Pesquis de Solos (Rio de Jneiro, RJ). Mnul de métodos de nálise de solo. 2ªedição (revisd e tulizd). Rio de Jneiro, 2011, 225 p. EMBRAPA. Sistem Brsileiro de Clssificção. 3ª edição revist e mplid. Brsíli. 2013. 353p. FANNING, D.S.; FANNING, M.C.B. (1989) Soil, morphology, genesis, nd clssifiction. New York: John Wiley & Sons, 1989, 395p. FRAGA, V.S.; SALCEDO, I.H. Declines of orgnic nutrient pools in tropicl semi-rid soils under subsistence frming. Soil Sci. Soc. Am. J. 68:215-224. 2004. IBGE - Instituto Brsileiro de Geogrfi e Esttístic. Mnul Técnico d Vegetção Brsileir. 2ª edição (revisd e mplid). 2012. 271p. MARTINS, C. R., JESUS JÚNIOR, L. A.; Evolução d produção de coco no Brsil e o comércio interncionl: pnorm 2010 Arcju : Embrp Tbuleiros Costeiros, 2011. 28 p. il.; color. (Documentos / Embrp Tbuleiros Costeiros, ISSN 1517-1329; 164). Disponível em http://www.cptc.embrp.br/publiccoes_2011/doc_164.pdf. Acesso em 09 de Fevereiro de 2014. MENEZES, R.S.C.; SALCEDO, I. H.; ELLIOTT, E. T. Microclimte nd nutrient dynmics in silvopstorl system of semirid northestern Brzil. Agroforestry Systems. v. 56, n. 1, p. 27-38, 2002.