ARCELITA KOSCHECK HORA DO CONTO E SEU REFLEXO NA EDUCAÇÃO INFANTIL



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Transcrição:

1 ARCELITA KOSCHECK HORA DO CONTO E SEU REFLEXO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Monografia apresentada para obtenção do titulo de graduada em Pedagogia, na Universidade Regional Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Orientadora: Profa. Ms. Cláudia Maria Seger Santa Rosa 2015

2 ARCELITA KOSCHECK HORA DO CONTO E SEU REFLEXO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Monografia apresentada para obtenção do titulo de graduada em Pedagogia na Universidade Regional Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Banca Examinadora:... Profa. Ms. Cláudia Maria Seger UNIJUÍ... Profa. Dra. Hedi Maria Luft - UNIJUÍ Nota:... Santa Rosa,... de... de...

3 Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê. Monteiro Lobato

4 AGRADECIMENTOS A Deus, o autor da minha vida. A todas às pessoas que direta ou indiretamente colaboraram comigo, pois cada uma acrescentou de seu modo, algo importante para a minha vida. Meu muito obrigado a minha família, amigos, professores e colegas, que de alguma maneira participaram desse momento que vai ficar gravado para sempre em meu coração.

5 RESUMO O trabalho em estudo tem como finalidade demonstrar uma reflexão sobre a hora do conto e análise da necessidade da leitura na educação infantil. A escola pesquisada demonstra estar envolvida com a formação dos futuros leitores, assim os professores trabalham a literatura na sala de aula, permitindo ao leitor ou ouvinte viajar no mundo do sonho, da fantasia e da imaginação. A pesquisa possibilita compreender que podemos utilizar a literatura infantil como um recurso indispensável na educação infantil e como ela pode ser significativa para a aprendizagem das crianças. Sendo fundamental formar leitores desde cedo, incentivando-os a ler através de variadas formas, assim desenvolvendo a imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa para promover a criatividade dos alunos. Sabendo da necessidade da literatura infantil no espaço escolar e na vida do ser humano, além de ser um campo fértil para se produzir e despertar o gosto pela leitura, estimular os alunos é essencial. Contar histórias sempre foi e sempre será necessário, pois é uma forma de incorporar a arte à vida e encarar os livros como fonte de prazer. Palavras-chave: literatura infantil; aprendizagem; educação infantil; leitura.

6 RESUMEN El estudio del trabajo tiene como objetivo demostrar una reflexión sobre la literatura infantil, de su historia en los últimos años, centrándose en el análisis en relación con el reflejo de la lectura en la educación infantil. La escuela buscado demuestra estar involucrados en la educación de los futuros lectores, por lo que los maestros trabajan literatura en el aula, lo que permite al lector o al oyente a viajar en el mundo de los sueños, la fantasía y la imaginación. La investigación permite entender que podemos utilizar la literatura infantil como un recurso indispensable en la educación infantil y cómo puede ser importante para el aprendizaje de los niños. Es de forma fundamental los primeros lectores, alentándolos a leer a través de diversas formas, en desarrollo los imaginación, las emociones y sentimientos de manera placentera y significativa para promover la creatividad de los estudiantes. Conociendo la necesidad de la literatura infantil en la escuela y en la vida del ser humano, además de ser un terreno fértil para la producción y despertar el gusto por la lectura, estimulan a los estudiantes es esencial. Contar una historia siempre ha sido y siempre será necesario, ya que es una manera de incorporar el arte a la vida y mirar los libros como fuente de placer. Palabras clave: la literatura infantil; el aprendizaje; la educación de la niñez; la lectura.

7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...8 1. ROMPENDO AS BARREIRAS DO TEMPO...10 1.1 O PROCESSO DA LEITURA NA HISTÓRIA...10 1.2 A FORMAÇÃO DE LEITORES NA EDUCAÇÃO INFANTIL...12 2. HORA DO CONTO: UMA EXPERIÊNCIA ENCANTADORA NO ESPAÇO ESCOLAR...17 2.1 CONTANDO E ENCANTANDO ATRAVÉS DA HORA DO CONTO...17 2.2 A NECESSIDADE DAS HISTÓRIAS INFANTIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL...19 2.3 A HORA DO CONTO E A INTERFERENCIA NA APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL...23 3. UMA PROPOSTA DE INCENTIVO À LEITURA...27 3.1 O PROFESSOR COMO MEDIADOR PARA A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS...27 CONSIDERAÇÕES FINAIS...30 REFERÊNCIAS...32

8 INTRODUÇÃO Trabalhar com a criança é enriquecer nossa experiência de vida, devido aos desafios encontrados no espaço escolar. Nesse contexto, a leitura iniciada na educação infantil com as crianças abre espaço para a busca do prazer de ler. Acredito que o ato do professor contar histórias para as crianças pode desenvolver diversas formas de linguagem, ampliando seu vocabulário. A leitura proporciona a ela viver seu imaginário de forma lúdica e prazerosa. O presente trabalho traz uma pesquisa realizada em uma Escola Municipal de Educação Infantil do município de Santa Rosa RS, em relação à hora do conto e seu reflexo na educação infantil. Esta pesquisa relata o processo da leitura na história, considerando a literatura infantil, uma das formas fundamentais para a inicialização do gosto pela leitura, contribuindo assim para a aquisição de novas aprendizagens, recreação, informação e interação, que auxiliam para despertar o gosto pelos livros. Portanto, percebe-se a necessidade da aplicação coerente de atividades que realmente despertem o prazer de ler, e estas precisam estar presentes diariamente na vida das crianças, desde pequenas. O objetivo geral deste estudo é mostrar sobre a necessidade e a utilidade das histórias contadas na educação infantil para o desenvolvimento da aprendizagem da criança. Relacionar a contação de histórias e a aprendizagem na educação infantil, mostrando habilidades consideradas necessárias ao professor/a para mediar às histórias. A leitura de histórias é um momento em que a criança pode conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não o seu. A partir daí ela pode estabelecer relações com a sua forma de pensar e o modo de ser do grupo social que ela pertence. Ainda permite à criança entrar no mundo da imaginação, aprender e construir seu conhecimento e suas referências para a vida. O primeiro capítulo faz um breve resgate em relação ao processo da leitura no decorrer dos anos, permitindo assim, conhecer melhor o universo da leitura e da contação de histórias, assim reconhecendo a criança como um ser humano que participa e contribui nas transformações ocorridas na sociedade. Sobre a formação de leitores na educação infantil, é necessário destacar que, é desde pequenos que as crianças precisam estar em contato com a literatura infantil, por meio de livros e histórias contadas. A leitura na educação infantil é fundamental para estimular nas crianças a conhecer um novo mundo, possibilitando a criação, construção e a transformação, por meio da sua imaginação. No segundo capítulo, trata sobre uma experiência encantadora, a hora do conto na educação infantil, a pesquisa destaca a necessidade das histórias infantis no espaço escolar.

9 Contribuindo como fonte de recurso, a interferência na aprendizagem, enriquecedora de experiências que podem ser vivenciadas de forma lúdica, como o mundo da fantasia e do faz de conta. Nesse contexto ouvir histórias é fundamental na formação de qualquer criança, é o inicio da aprendizagem para ser um leitor e, ao mesmo tempo começar a compreender e interpretar o mundo. A hora do conto é uma fonte que interfere na aprendizagem dos alunos, é por meio dela que podemos desenvolver e aperfeiçoar conhecimentos, por meio de interpretações das leituras. No terceiro capítulo, cabe ao professor estabelecer uma reflexão sobre a prática educativa que respeite a criança com a sua bagagem cultural. Essa prática planejada e desenvolvida em torno da ludicidade pode tornar a escola um espaço recheado de criações e emoções. Desta forma, o professor, como mediador da literatura infantil e suas histórias, desenvolve muito mais do que uma arte. É necessário considerar a leitura como um todo, atribuindo uma prática de aprendizagem que considere também todo o contexto em que este aluno está inserido. A hora do conto é um recurso fundamental para o incentivo à leitura prazerosa, na qual está presente um mundo de fantasia, que suscita a imaginação e desperta à criança para o mundo do faz-de-conta. A literatura além de proporcionar a diversão e entretenimento, também pode ampliar o conhecimento de mundo da criança, que por sua vez, vivencia a leitura como parte de sua realidade. Ter acesso à boa literatura é dispor de uma informação cultural que alimenta a imaginação e desperta o prazer pela leitura. A intenção de fazer com que as crianças, desde cedo, apreciem o momento de sentar para ouvir histórias exige que o professor/a, como leitor, preocupe-se em lê-la com interesse, criando um ambiente agradável e convidativa a escuta atenta, mobilizando a expectativa das crianças, permitindo que elas olhem o texto e as ilustrações enquanto a história é lida. Quem convive com crianças sabe o quanto elas gostam de escutar a mesma história várias vezes, pelo prazer de reconhecê-la, de apreendê-la em seus detalhes. Logo, isso evidencia que a criança escuta muitas histórias, e pode construir um saber sobre a linguagem.

10 1. ROMPENDO AS BARREIRAS DO TEMPO 1.1 O PROCESSO DA LEITURA NA HISTÓRIA Sabe-se que na antiguidade os povos, desenvolviam algum tipo de linguagem, e para se comunicarem com outros seres sociais usavam as imitações, na qual a aprendizagem se dava basicamente por imitação. No decorrer dos anos, a leitura era uma ação que acontecia naturalmente, através das explicações ou histórias contadas pelos mais velhos, que costumavam relatar suas experiências de vida. Mais precisamente era feita uma leitura do mundo ao qual pertenciam e a partir disso buscavam a melhor forma para sobreviver, ou seja, para eles a leitura era vista como forma de defesa e inserção ao seu meio. Segundo Ferreira (2001, p. 18) o mundo natural era seu acervo literário, a leitura era uma interação homem mundo. Era uma necessidade de expressar-se, de ouvir e contar histórias, sendo essa a única forma de relação que se dava entre o ser e o mundo natural. Como naquela época o conhecimento era transmitido oralmente pelos mais velhos, a arte da oratória passou a ser a base dos ensinamentos, sendo ela transmitida por meio do diálogo, assim os mestres ensinavam os aprendizes. Com a dificuldade de publicar e divulgar as obras escritas, o leitor era um ouvinte, na qual os leitores e não leitores tinham mais contato no sentido de ressignificar os textos. Os textos eram escritos em volumes ou rolos de papiros, os papiros foram um dos primeiros meios de registrar os pensamentos. A leitura e a contação de histórias naquela época estavam muito restritos a poucos privilegiados. Na Grécia, os beneficiados eram os filósofos e os aristocratas, enquanto na Roma era uma forma de garantir os direitos dos patrícios as propriedades. Na Idade Média, uma minoria era alfabetizada, dentre deles eram as igrejas, os mosteiros e as abadias (uma comunidade cristã), os quais eram os únicos centros da cultura letrada. Assim nos mosteiros e nas abadias se encontravam as únicas escolas e bibliotecas da época, e era lá que se preservavam e restauravam textos antigos dos gregos na Grécia. Com essas comunidades cristãs, surge o cristianismo, a leitura, antes vista como uma ação natural, passou a ser acessada por poucos, pois segundo Ferreira (2001, P.21) ler torna-se uma espécie de militância da fé: há leitura para compreender melhor esta origem e pode reforçar a fé. Ou seja, os cristãos liam somente o que era permitido, uma vez que precisavam preparar a sua alma, passando a interpretar a leitura como sagrada, entendida como uma força divina assim salvando a sua alma. Já Luzuriaga (1990, p.71), surge,

11 contudo, pouco a pouco, uma forma própria de ensino, não de caráter pedagógico, mas religioso, direcionadas às leituras para a vida religiosa. Conforme Ferreira (2001, p.27), somente a partir do século IX é que o ato de ler tornou-se individualizado, sendo possível ler e pensar, sem dar satisfações sobre o que estava pensando. A leitura se expandiu na sociedade, surgindo novos suportes para a contribuição da expansão da mesma, principalmente após a invenção da imprensa, divididos em duas etapas, as formas independentes como os autores escrevem, encontrando assim a melhor maneira de atrair o leitor para as publicações. Aumentando a procura pelos livros, houve o aumento de produção dos mesmos, e quanto mais eram lidos mais autonomia os homens desenvolviam, ampliando assim seus conhecimentos e a preocupação em ensinar a ler. Com a chegada da Revolução Industrial, a leitura passou a ser vista de outra forma, conforme Ferreira (2001, p.30), os poemas, os romances de cavalaria, grandes clássicos, passaram a ser formas de lazer permitidas. Nesse contexto os livros tornaram-se de alto valor, poucos tinham acesso aos mesmos, mas para que ocorresse a maior procura era necessário baixar os preços, assim produzindo mais, barateando os valores. Continuando esse percurso histórico, pode-se afirmar que é a Revolução Industrial e suas consequências o maior incentivo para o atrelamento entre leitura e a escola (a partir deste momento modelada conforme se conhece até hoje), entre o livro literário e o processo pedagógico. Afirmam alguns autores que ao condicionar o processo de letramento a leitura e alguns livros, predeterminados, a escola acabou a formalizar o ato de ler e torná-lo uma dificuldade a ser vivenciada na escalada da aprendizagem. Após este momento, a leitura esteve presente embutida na ideia de escolarização, a ponto de um leitor autodidata ser considerado uma exceção. (FERREIRA, 2001, p. 33) No século XIX, a literatura passou a ser utilizada para a formação de leitores de acordo com as exigências sociais como: necessidades de comunicação entre as pessoas, resolução de problemas, explicações sobre os avanços tecnológicos, trabalhos em equipe, assim tornando-se mais acessível às pessoas que buscavam novas informações sobre as mudanças sociais que aconteciam na época, aperfeiçoando seus conhecimentos, já que a classe superior era a mais favorecida e já tinha acesso a muito mais tempo antes do que a classe mais simples. No século XX, a leitura começou a ser utilizada para o desenvolvimento do imaginário e a criatividade do leitor, tornando o momento de leitura também um momento de discussão e reflexão ao mesmo tempo. Portanto, durante muito tempo, a leitura era direcionada somente aos cristãos, com o passar do tempo foi-se dando oportunidades às demais pessoas, como das classes inferiores,

12 que na época eram bastante discriminados pelas suas condições sociais. Foi a partir da década de 1990, que a literatura infantil brasileira tomou outros rumos, inicialmente com o autor Monteiro Lobato. Ele preocupava-se em escrever histórias para as crianças. Uma de suas primeiras obras foi no ano de 1920, e teve como titulo, A Menina do Narizinho Arrebitado. Mais tarde o autor escreveu outras obras literárias para as crianças e os adultos, tornando-se um grande escritor, com escritas direcionadas para todas as idades. 1.2 A FORMAÇÃO DE LEITORES NA EDUCAÇÃO INFANTIL Nos dias atuais, nós como adultos temos pouco tempo para a leitura, devido aos nossos inúmeros compromissos. Dessa forma, há uma grande necessidade de se repensar esse aspecto, para que na infância haja muito mais contato com a leitura, assim conhecendo a variedade de opções e sua diversidade. Pois os livros de literatura infantil permitem oportunidades à criança de sair de sua realidade e conhecer outros mundos, outras realidades. Foi com esse intuito de descobrir o mundo através da hora do conto, que irei analisar neste capítulo um projeto realizado em uma escola de Educação Infantil da Rede Municipal de Santa Rosa. A escola traz nesse projeto a necessidade da hora do conto na Educação Infantil e suas vantagens para a constituição da criança enquanto sujeito que está descobrindo o mundo. Acreditando que o incentivo à literatura infantil proporciona grande parte dessas descobertas. É na arte de contar histórias que professoras e alunos se envolvem, trazendo um valioso meio no processo educativo, de forma lúdica e divertida. O leitor estabelece uma relação dinâmica entre a fantasia, encontrada nos universos dos livros e a realidade encontrada em seu meio social. Percebe-se na escola pesquisada, que todas as crianças participam da hora do conto, desde as turmas dos berçários até a pré escola, as professoras possuem o desafio de introduzir a hora do conto durante suas atividades diárias, algumas turmas possuem na sua rotina, um dia por semana a hora do conto. Os momentos de contação de histórias são esperados com entusiasmo das crianças, elas gostam de participar e assistir as apresentações. Os alunos da escola pesquisada levam suas experiências para suas famílias, ocorrendo um processo de socialização. Os pais parabenizam frequentemente o trabalho realizado pela direção. Todos os envolvidos sentemse mais motivados a continuar nesse projeto quando são estimulados com palavras de animo e agradecimento, percebendo o quanto é fundamental o reconhecimento, principalmente dos profissionais envolvidos que trabalham com as crianças.

13 Para o estímulo da leitura, as crianças trazem livros de casa, e socializam entre os colegas e a professora. As histórias são trabalhadas primeiramente na sala de aula, e posteriormente em grande grupo. As crianças participam de forma positiva, o qual contribui para o processo da formação de leitores, assim, quando são designadas para determinado fato, como trazer algum livro de literatura para socializar na escola, anteriormente irão ler com sua família, fazendo com que os pais participem desse processo na escola, trazendo livros que possuem algum significado. De acordo com Goes ( 1991, p.22) destaca a finalidade dos livros infantis, bem como para que serve: O ideal da Literatura Infantil é deleitar, entreter, instruir e educar as crianças, e melhor ainda, se as quatro coisas de uma vez... repetindo: educar, instruir e distrair, sendo que o mais importante é a terceira. O prazer deve envolver tudo e mais. Se não houver arte que produza prazer, a obra não será literária e, sim didática. Se a criança for incentivada a ler desde o início de sua infância, e ao mesmo tempo sendo auxiliada por um adulto, terá um estímulo muito maior para gostar e querer conhecer novas histórias. Assim terá um repertório mais amplo de informações e de conhecimento. Portanto, é na escola que as crianças que não possuem acessos aos livros em casa, irão ter. Este contato com os livros na escola é necessário para a criança conhecer e também aprender a cuidar dos livros. As professoras da escola de pesquisa realizam um planejamento semanal, um planejamento voltado ao projeto desenvolvido, de forma significativa e construtiva para as crianças. É necessário levar em conta de que, o livro de literatura infantil além de oferecer prazer, também é fonte de aprendizagens e conhecimentos, nesse sentido, precisa-se conhecer antes o livro, saber sua história, finalidade, para assim poder realizar um trabalho com resultados grandiosos. É desde pequena que a criança, precisa estar em contato com livros, mas com os livros bons, que lhe ajudarão no seu crescimento. Com certeza as dúvidas surgirão no decorrer de toda a etapa escolar. É a partir de então que o professor/a usando seus métodos criativos, despertando a vontade dos alunos assimilarem através de dramatizações, contos, histórias promovendo a vontade e curiosidade de que seu aluno seja cada vez mais independentes, buscando algo de sua preferência. Mas para que esse crescimento aconteça, dependerá da nossa atitude como professor/a, pois através de nós poderão ter o gosto, e ainda mais, farão da leitura uma arte. A interação entre as crianças é fundamental para o seu desenvolvimento e ao contar uma história para ela, tem-se a oportunidade de compartilhar emoções, despertar o prazer de

14 escutar o outro e de estar em convivência com o grupo. Para tanto, faz necessário que haja maior preocupação por parte dos professores em selecionar uma literatura infantil que trata de temas julgados como sendo do interesse da criança e também aquelas consideradas fundamentais na contribuição de aprendizagens para o aluno. É relevante também considerar o caráter estético, lúdico e reflexivo da literatura infantil, uma vez que proporciona a articulação entre a linguagem verbal, escrita e a visual (imagem), a valorização do imaginário e o estabelecimento de relações com o real. Percebeuse que na escola que as professoras selecionam com cuidado os livros que irão explorar e trabalhar com os alunos, de forma a auxiliar de forma positiva no trabalho que será desenvolvido. Essa escolha dos livros de literatura infantil necessita um olhar especial, um olhar pedagógico, que de fato chame a atenção do aluno e cative o mesmo a conhecer a história, visando que, a história tenha sentido com o que se pretende trabalhar na sala de aula. Para isso é necessário que o professor trabalhe muitas histórias com seus alunos, de diversas formas e diferentes tipos de textos, para que também a criança saiba reconhecer as suas diferenças, mas a sua mesma finalidade de transmitir a ideia, como exemplo, textos poéticos, musicados, entre outros. Segundo Abramovich, (1999, p.16): Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser um leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo (...) é também suscitar o imaginário e ter a curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, é encontrar outras ideias para solucionar questões (...) é uma possibilidade de descobrir o mundo imenso de conflitos, dos impasses, das soluções que todos vivemos e atravessamos. A função dos livros de literatura não se reduz somente à brincadeira, lúdico e a fantasia. Sendo também função educativa. São indispensáveis para a formação intelectual, afetiva e cultural da criança. Assim, é fundamental sua valorização no cotidiano escolar, pois será este o meio responsável pela leitura a ser interpretada pelas crianças. O material utilizado para a leitura em sala de aula ou extraclasse é variado, como: jornais, revistas, cartazes, periódicos, livros, também se enfatiza a manipulação de histórias lidas, ouvidas ou criadas por adultos ou pelos próprios alunos e reformulados. Contar histórias não é apenas decodificação das palavras, mas converter-se num processo compreensivo que deve chegar às ideias centrais, a descoberta é algo significante no processo sócio educativo da criança, fazendo com que a mesma socialize as suas descobertas com os colegas. Na escola pesquisada ocorre a socialização das descobertas por meio de rodas de conversas, e registros.

15 Durante as rodas de conversa, surgiram inúmeras descobertas nas falas das crianças, elas guardam tudo na sua memória, lembram quando aconteceu tal fato, e querem saber o porquê do acontecimento, questionam se por acaso poderia ter outro fim, ou continuação. O aluno Marcos 1 (4 anos) na roda de conversa disse que: mas por que a chapeuzinho era vermelho, ela não poderia ser azul chapeuzinho azul? Eu gosto da cor azul, eu sou do grêmio. Percebe-se que o aluno quis associar o seu gosto preferido com a cor que relata na história. A professora Betina (Pré-Escola A) em seguida complementou que sim, poderiam existir outras cores de chapeuzinho, e que era só a turma criar uma nova história e ela poderia ser dramatizada para as turmas da Escola. As crianças adoraram a ideia, e passaram a dar sugestões de como isso poderia acontecer, ou seja, começaram a criar a sua história. Isso demonstra o quanto às crianças usam sua imaginação. Marcos (4 anos) demonstrou ser um aluno questionador, sendo este um dos principais resultados a serem alcançados, motivar os alunos a questionarem, interpretarem, usarem sua imaginação pra novas situações de vivencias, como exemplo a criança de outro personagem. Foi partir dessa conversação que surgiu a ideia da nova história: Chapeuzinho Colorido, cada criança tinha uma cor diferente e dramatizaram. Foi bastante gratificante, diz a professora Márcia (Maternal III): Meus alunos estão produzindo conhecimento, e eu me sinto realizada, quando vejo que consigo alcançar o objetivo da Hora do Conto, a Hora do Conto é um momento para as crianças conhecerem as histórias, questionar, socializar as aprendizagens e após construir uma nova versão para dramatização e apresentação. Despertar entre os alunos a curiosidade, criatividade, a imaginação, proporcionando momentos em que os alunos se sintam motivados a cada nova história trazida para a sala de aula, para conhecer e descobrir novas formas de criação, por meio da imaginação, incentivando a produção individual e coletiva. Contar histórias é uma ótima fonte para despertar nos alunos o gosto pelo livro e pelas histórias. Nas histórias infantis encontra-se um mundo maravilhoso. É o faz de conta que, ao mesmo tempo encanta com a fantasia e se reproduz na imaginação fértil da criança e serve de referencial para a realidade que elas vivem. As histórias fascinam e atraem as crianças de tal maneira que elas se imaginam no papel dos personagens principais, e por isso, muitas vezes, se identificam e vivenciam os mesmos. A história da literatura infantil precisa ser para o aluno uma fonte de prazer, para proporcionar à criança diversos momentos de sentimentos. Não há como exigir de um aluno, 1 Os nomes utilizados ao longo do texto são fictícios para preservar a identidade dos pesquisados.

16 que nunca leu para que ele tenha a mesma capacidade de expressar-se e entender a história, como aquele mesmo aluno que não possui o hábito diário da leitura. É através da leitura de histórias infantis que a criança pode descobrir bons modelos para seguir, referências sobre os quais pode criar e estabelecer para si própria uma linha de conduta. Neste contexto, é interessante que o professor proporcione várias sugestões inovadoras, procurando conhecer os gostos de seus alunos e a partir daí escolher um livro ou uma história que vá ao encontro das necessidades da criança, adaptando o seu vocabulário. Acredita-se que a proposta de atividades variadas é de grande valor para o processo de construção, cada atividade possui um objetivo diferente da outra, permitindo o entendimento da leitura por meio de diferentes formas, e não somente na hora do conto, pois permite que a criança aperfeiçoe seus conhecimentos, amplie suas aprendizagens e construa novos saberes, que constituirão a formação da criança. Assim, notei na escola que os professores estão sempre em busca de contos e histórias que estejam relacionados com a realidade dos seus alunos. O que qualifica as aprendizagens desenvolvidas em sala de aula, sempre na medida do possível trabalhando a interdisciplinaridade. A qualidade das histórias infantis é parte fundamental do processo da formação de leitores na educação infantil. Sendo que é através da literatura infantil que as crianças conhecerão o desconhecido, irão aprender a ouvir, interpretar e reconhecer personagens das histórias, além de recontar a história. A criança que vive o mundo da imaginação gostará muito mais de ler. A imaginação facilita a compreensão das crianças, pois se aproxima mais da maneira como veem o mundo, já que ainda não são capazes de compreender respostas realistas. As crianças dão vida a tudo. Para elas, o sol é vivo. A lua é viva, assim como todos os outros elementos do mundo da natureza e da vida. As histórias ouvidas pelas crianças, muitas vezes, ficam em sua mente até mesmo, em sua fase adulta, e às vezes são usadas como inspiração para suas atitudes na interação com o meio e a sociedade. Uma história ou uma hora de conto bem contada e interpretada pode ajudar o aluno a interessar-se pela aula e pela atividade na qual está se realizando. Permite em geral a auto identificação e ajudando a resolver conflitos. Agrada a todos sem fazer distinções de idades, de classe social e de circunstâncias de vida. Formar leitores na Educação Infantil contribui à criança para que no momento em que ela comece a frequentar o ensino fundamental esteja sem dificuldades, mas com facilidade para a aprendizagem da leitura escrita, tornando-se um sujeito criativo, inventivo e descobridor. Além de desenvolver habilidades criticas e ativas, e fundamentalmente na construção da autonomia.

17 Tanto a escola como os professores cada vez mais estão preocupados com o processo da leitura dos seus alunos, buscando sempre a melhor forma de acompanhar as constantes transformações da sociedade. Pois somente a aprendizagem e o conhecimento que possuem a função de dar continuidade deste processo de construção. De acordo com o pensamento de Coelho (2000, P.71): É ao livro, a palavra escrita, que atribuímos a maior responsabilidade na formação da consciência de mundo das crianças e dos jovem. É desde a infância que vamos assimilando a ideia de mundo, suas evoluções, ou seja, o desenvolvimento se dá aos poucos, e vai se aperfeiçoando na educação infantil. É fundamental essa fase inicial, pois ela tem papel fundamental de iniciar um processo de formação de um leitor. 2. HORA DO CONTO UMA EXPERIÊNCIA ENCANTADORA NO ESPAÇO ESCOLAR 2.1 CONTANDO E ENCANTANDO ATRAVÉS DA HORA DO CONTO Muitos são os motivos que nos levam a contar histórias, como o clima de alegria e interesse que elas despertam. Também são vários os seus objetivos como: formar o gosto pela leitura, divertir e estimular o desenvolvimento da imaginação, atenção, observação, memória e reflexão. Ouvir a leitura de histórias leva os alunos a perceberem as características da língua escrita e da linguagem oral. É nessa prática que podemos perceber que não só o conhecimento da língua pode ser enriquecido no contato com a literatura, mas também é uma forma de descoberta do mundo. No entanto, as histórias depois de contadas são dramatizadas para as crianças das demais turmas da escola. Os alunos participam do processo de dramatização, montam o cenário com objetos que tem em sala de aula, apesar de serem tão pequenos, usam a imaginação e a criatividade de forma empolgante interpretando os personagens. A professora Betina (Pré-Escola A) destaca que: "Sendo assim, escolhemos para dramatizar a história do Chapeuzinho Vermelho, as crianças estavam bastante empolgadas para apresentar, fizemos ensaio e montamos um cenário. Percebe-se que as crianças têm fascinação por histórias que possuem personagens como o lobo mau, elas gritam, vibram, e sentem-se dentro da história, sendo este um momento em que a história sai do livro para o meio da roda. Esse é o mundo da fantasia que a criança vive, faz com que ela estimule e desperte sua imaginação, destacando que ela pode criar, ou recriar fatos, é desta forma que as crianças interagem e revelem as suas emoções, o entusiasmo pela história e demonstração de afeto

18 entre os colegas. Nenhum ser humano nasce pronto, no entanto estamos em constante aperfeiçoamento e transformação. O ser humano está sempre em busca da aprendizagem, e na maioria das vezes aprende aquilo que mais necessita no momento, necessárias para o nosso dia a dia. A criança necessita de auxílio, precisa ser motivada para realizar determinada tarefa. Na maioria das vezes quando a criança é estimulada, revela-se, destacando suas preferências. Em outro momento de conversa com a professora Jandira (coordenadora pedagógica) diz que: contar histórias é compreendido como uma possibilidade bastante rica de estratégias alternativas, as quais contribuem significativamente no aperfeiçoamento das aprendizagens, ajudando a criança a desmistificar que o livro é somente ler, assim ela pode contar e encantar que a assiste. Acreditando no resultado que pode trazer o faz de conta, da fantasia, do encantamento da hora do conto para o desenvolvimento da criança, a cada quinze dias uma turma da Educação Infantil da Escola observada, apresenta uma história para as demais turmas. São nove turmas no total, fazendo um rodízio. As professoras têm o desafio de proporcionar aos seus alunos, a história, e a partir disso os mesmos, contam em forma de apresentação o que mais chamou a atenção. Assim elabora-se a hora do conto contada pelos alunos, com o auxilio da professora titular. São momentos agradáveis de aprendizagem e transmissão de conhecimentos. São vivências e experiências adquiridas por meio da leitura individual e coletiva, e posteriormente compartilhada com as demais turmas da escola. O público que assiste as apresentações, atentamente observa as cenas dos colegas, na sala de aula, os professores das turmas realizam questionamentos e trabalhos relacionados às histórias. Sendo estes trabalhos exposto nos corredores da escola para socialização. Toda história lida ou contada, é uma experiência nova para a criança. No primeiro dia da hora do conto, na escola em questão, as crianças acharam estranho, ficaram bastante inquietas e questionadoras, não queriam ficar assistindo, pois sabemos que a primeira experiência nem sempre poderá dar certo, mas não devemos desistir da primeira experiência. No segundo dia, as crianças já estavam mais calmas e prestaram mais atenção na apresentação, ainda pediram para repetir a mesma história. A repetição da história é sempre positiva, a criança sempre observa algo novo na contação. Quanto mais a criança for incentivada e inserida ao meio da leitura, mais vai se familiarizando e criando vínculos pelo gosto da mesma. No entanto, além de acreditar no poder da história e sua magia de encantamento que o contador exerce sobre seus ouvintes, muitos estudos relatam a sua rele o seu valor no desenvolvimento infantil. Isso acontece por ela ser recreativa, educativa, construtiva e

19 afetiva, além de ser uma atividade interativa que potencializa a linguagem infantil. Uma história bem contada tem o poder de agradar a qualquer sujeito sem distinção de idade, pois a fantasia existe para quem quiser e souber vivê-la. Portanto pode-se dizer que a história é um meio educativo que atende às necessidades humanas em todos os seus aspectos. GOES (1991, p.23) diz que: Os leitores infantis devem atender as necessidades fundamentais da infância (...). Assim, é importante que os assuntos escolhidos correspondem ao mundo da criança e ao seu interesse, facilitem progressivamente suas descobertas e sua entrada social e cultural no mundo dos adultos e lhe forneça elementos de julgamento nesse campo, levam em conta as condições de vida da criança e a diversidade de regiões, países. Dessa forma, é necessário várias as estratégias de contação de historias, pois quando repetidas da mesma forma, deixam de despertar a atenção das crianças, fazendo com que elas percam o foco do momento. É preciso desfrutar de meios e materiais que estejam presentes no cotidiano da criança. As crianças gostam de conhecer aquilo que já conhecem, mas de outras maneiras. Para facilitar o processo de construção da aprendizagem, o professor precisa escolher assuntos de interesse e do gosto dos seus alunos. E assim realizar um trabalho satisfatório e gratificante para todos aqueles que estão envolvidos no espaço escolar. 2.2 A NECESSIDADE DAS HISTÓRIAS INFANTIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Qualquer pessoa em algum momento da vida já ouviu ou contou alguma história, pois as mesmas sempre existiram desde que o ser humano iniciou sua fala. As histórias nasceram da necessidade do homem contar suas experiências. Assim a quem conte histórias para destacar mensagens, transmitir conhecimentos, ampliar as aprendizagens. Sabendo da importância das histórias infantis desde o início da infância, como professores da educação infantil, temos o compromisso de trabalhar com as crianças a literatura infantil através da hora do conto. Para deixá-la mais atrativa, pode-se realizar a confecção de materiais para o uso da contação de histórias, ou seja, diversificar ao máximo para prender a atenção dos ouvintes. É através das histórias infantis que a criança tem a compreensão de que podemos criar, construir e recriar o que já existe. Pode-se fazer a interpretação, assim como a escola pesquisada faz. Na escola pesquisada, os professores seguem rigorosamente a ideia de diversificar os materiais utilizados na hora do conto, bem como as histórias tornando os momentos mais atrativos e construtores de conhecimento. Os professores preparam o cenário com muito gosto, pois segundo relato da professora Adriana (Pré-Escola B), é a preparação do ambiente,

20 assim mudam os tons de vozes de acordo com os personagens, criam momentos de conversação e troca de ideias em grupo, produzem trabalhos para socialização para as outras turmas, também falou que as crianças que tem contato frequente com as histórias desenvolvem mais a imaginação, a criatividade e a capacidade de discernimento e crítica, na medida em que se tornam ouvintes e leitores. Ouvir histórias é fundamental na formação de qualquer criança, é o inicio da aprendizagem para ser um leitor. É começar a compreender e interpretar o mundo. Por isso que Abramovich (1999, p.17) diz que se precisa... ler histórias para as crianças, sempre, sempre.... O exercício de contar histórias possibilita debater diversos aspectos do dia a dia das crianças. Contar histórias é também uma forma de ensinar temas éticos e de cidadania e de propiciar um mundo imaginário que encanta a criança. Por isso penso que a literatura infantil deve ser trabalhada, sobretudo na sala de aula, a fim de permitir ao leitor ou ouvinte viajar no mundo do sonho, da fantasia e da imaginação. A leitura é uma atividade prazerosa e poderosa, pois desenvolve uma enorme capacidade de criar, traz conhecimentos, promovendo uma nova visão de mundo. Para Abramovich (1999, p.23), a importância de se contar histórias para as crianças reside no fato de que escutá-las é o inicio da aprendizagem para ser um leitor, é também suscitar o imaginário, é ter a curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, é encontrar outras ideias para solucionar as questões. Na educação infantil, as histórias despertam nas crianças gostos e valores para as suas vidas, fazendo com que ela interfira na sua personalidade, além de ela ser uma atividade lúdica, amplia a imaginação e ajuda a criança a organizar sua fala, através da coerência e da realidade. Contar histórias é uma experiência de interação, constitui em um relacionamento cordial entre a pessoa que conta e aqueles que ouvem. As histórias enriquem o nosso espírito, iluminam nosso interior, e ao mesmo tempo, auxilia na resolução dos problemas e aceitação de diferenças. A escola pesquisada traz no seu projeto pedagógico o incentivo à literatura infantil como fonte de prazer em vários sentidos dentre deles o divertimento, pois é na infância em que a criança está na fase de desenvolvimento, cada uma no seu tempo, além de descobertas que se deve proporcionar-lhes este contato com os livros, fazendo com que ela perceba que através deles ela pode aprender outras formas de linguagens. Também é através das histórias que a criança sente diferentes emoções como alegria, medo, insegurança, tristeza, bem estar, assim ela poderá aprender a lidar com seus sentimentos. É por meio das histórias infantis que a criança terá muito mais oportunidades de interagir no mundo, aprendendo a se defender e a fazer suas próprias escolhas. Conforme Bettelheim (2009, p.13) destaca que:

21 A vida é com frequência desconcertante para a criança, ela necessita mais ainda que lhe seja dada a oportunidade de entender a si própria nesse mundo complexo com o qual deve aprender a lidar. Para que possa fazê-lo, precisa que a ajudem a dar um sentido coerente ao seu turbilhão de sentimentos. Necessita de ideias sobre como colocar ordem na sua casa interior, e com base nisso poder criar ordem na sua vida. Durante a pesquisa pude perceber que a contação de histórias na educação infantil é de extrema necessidade para os professores. Uma vez que elas incentivam as crianças desde cedo a gostar de ouvir histórias. Assim, cria-se a possibilidade dessas crianças tornarem-se adultos que também gostarão de ouvir e contar histórias. Do mesmo modo, é provável que sejam leitores frequentes. O ato da contação de histórias possibilita debater importantes aspectos do dia-a-dia das crianças. Contar histórias é também uma forma de ensinar temas éticos e cidadania, além de propiciar um ambiente cheio de aprendizagens por meio do encantamento para as crianças. A criança necessita ouvir histórias para desenvolver sua imaginação, a observação, bem como o prazer pela arte, a habilidade de dar lógica aos acontecimentos, assim estimulando o interesse pela leitura. A cada quinze dias uma turma da educação infantil da escola observada, apresenta uma história para as demais turmas. São nove turmas no total, fazendo um rodízio de apresentações. Os professores têm o desafio de proporcionar aos seus alunos, uma história qualquer, e a partir disso os alunos, contam em forma de apresentação fatos ou momentos em que mais chamou a atenção na história. Isso se caracteriza como uma hora do conto diferenciada, elaborada pelas próprias crianças. São momentos agradáveis de aprendizagem e compartilhamento de conhecimentos. Além de vivências e experiências adquiridas por meio da leitura individual e coletiva, e posteriormente divida com os colegas da escola. Também é através das histórias que a criança sente diferentes emoções como alegria, medo, insegurança, tristeza, bem estar, assim ela poderá aprender a lidar com seus sentimentos. É necessário considerar que a criança precisa ser respeitada no seu espaço, necessita de regras e limites para aprender a conviver em um mundo tão complexo. A criatividade, a imaginação e o raciocínio se sobrepõem diante deste magnífico cenário, criando um palco de possibilidades para aprendizagens. Através da contação de histórias, é possível a construção da aprendizagem relacionada à competência cognitiva da criança, propiciando a elaboração de conceitos, compreendendo a sua atitude no mundo, e se identificando com papéis sociais que exercerá ao longo de sua existência. Para que isso aconteça às histórias devem acontecer dentro de um contexto simples e adequado ao entendimento da criança. O professor sendo um contador de histórias transforma-se em um mediador privilegiado dentro do contexto da educação quando leva o

22 aluno a pesquisa e a novas produções. A história passa a ser reinventada pela criança através de um desenho, uma pintura, ou mesmo através de uma fala com enfoque pessoal. Uma das práticas pedagógicas que destaco é o estímulo dado às crianças para contar o que aprenderam na escola em casa para sua família. Esse é um meio de recriação ou reprodução da história, fazendo com que a ela pratique o que vivenciou, consequentemente sua aprendizagem acontecerá por meio da experiência. Para Abramovich (1999, p.16): O ouvir historias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ver de novo a mesma historia ou outra. Afinal, tudo pode nascer de um texto!. Qualquer tipo de texto pode ser usado para desenvolver a imaginação e a criatividade das crianças, desde que seja explorado nas mais diversas das suas opções. Concordo com a professora Carine (Maternal II), quando a mesma diz que: As histórias têm formas diferentes de expressar ideias, mostrando sentidos profundos e inesperados às crianças e as auxiliam a compreender a sua condição humana e a lidar com os conflitos a ela interessantes, pois as histórias, de uma forma mágica, tem o poder de mexer com os nossos sentimentos mais íntimos e verdadeiros. Por meio deles as crianças se identificam com as situações vividas pelos personagens como se fosse sua própria vida, de acordo com os acontecimentos no decorrer da história, são perceptíveis as reações das crianças. Esses conflitos, vividos por meio do imaginário, são capazes de auxiliar muito no desenvolvimento emocional e humano das crianças, ajudando-as a entender, de forma mais acessível, os acontecimentos da sua vida real. A literatura infantil é um processo desafiador e motivador, que transforma uma pessoa completamente, ajudando-a a ser mais responsável e crítica. É na hora do conto que a escola poderá desenvolver na criança o gosto pela leitura. A criança quando possui contato com bons modelos literários, não só desperta a sua imaginação, como também facilita a expressão de ideias e a expressão corporal. Também é bom frisar o fascínio que a criança tem pelas ilustrações, estas são um convite para um mergulho no universo lúdico. Observa-se como é fácil perceber o entusiasmo que os alunos demonstram pelas cores e riquezas das cenas, também imitam e representam personagens das histórias, se colocando no lugar dos personagens, das fábulas e dos contos de fadas. A contação de histórias provoca nas crianças a imaginação, prazer, amor, a observação, cria experiências, gosto pela arte, cria vínculos entre a fantasia e o real. Em relação à experiência, as histórias tem a capacidade de dar sequência lógica aos

23 acontecimentos, dando sentido ao desconhecido, esclarecendo dúvidas, desenvolvendo a atenção, ampliação do vocabulário, estimulando o interesse pela leitura. Já nas turmas dos berçários, a leitura e a contação de histórias é desenvolvida de forma lúdica e dinâmica, que auxiliam no processo de desenvolvimento da criança, pois este é desafiador e motivador, levando as crianças a inúmeras descobertas de um mundo ainda desconhecido. A professora Luana (Berçário I) destaca que: os momentos de leitura e contação de histórias na sala do berçário I são muito esperados pelos bebês, pois eles observam as gravuras, a entonação de voz e expressam as mais variadas reações. Ainda, percebe-se que nessa turma o gosto e observação de imagens se dão através do manuseio e apresentação dos materiais, como por exemplo: livros, fantoches, fichas, cantigas, entre outros. É fundamental a atenção dos professores com as crianças, pois os mesmos necessitam de muito auxílio. Ao narrar de forma lúdica estamos dedicando nossa voz e nossas brincadeiras sonoras as crianças. Ao ouvir histórias a criança percebe que a palavra do adulto está sendo dirigida a ela não como palavra de ordem, mas como palavra de amor, por isso contar histórias é uma prova de carinho com as crianças. Esse vínculo de afeto, pressupõe o envolvimento, diálogo, escuta, afeição e aceitação incondicional. Enquanto dura a contação da história, por alguns instantes os adultos se desligam do mundo adulto e se conectam ao mundo infantil. Dando voz aos príncipes, princesas, bruxas, entre outros personagens. Assim, entrando no mundo lúdico, com amor e encantamento, ao contar histórias estaremos transformando palavras em memória afetiva. 2.3 A HORA DO CONTO E A INTERFERÊNCIA NA APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL A contação de história é uma atividade lúdica, artística e pedagógica podendo estar ao alcance do professor na sala de aula como um meio pedagógico, um recurso fundamental para o aprendizado do aluno, e consequentemente, para a formação do aluno leitor. O professor quando conta uma história, está fazendo uma ponte entre o leitor e o livro, criando um elo imaginário, contribuindo para a aquisição da linguagem, estimulando a observação, facilitando a expressão de ideias e desenvolvendo a capacidade cognitiva de perceber o livro como um instrumento de informação. Segundo a professora Joana (Maternal I) diz que: Além de ser uma atividade lúdica, o ato de contar histórias trabalha a emoção, a socialização, a atenção, é uma nova forma de ensinar e de aprender.

24 Assim, é na educação infantil que as atividades pedagógicas precisam ter caráter lúdico, pois a criança ainda necessita de muitos e variados estímulos para compreender o sentido real do que lhe é proporcionada. Então é por meio da ludicidade que os professores possuem uma grande ferramenta para a construção de aprendizagens. Os professores precisam ser incentivadores do gosto pela de leitura. Contar ou ler histórias para os alunos é um ato construtivo, pois desperta nelas o desejo pela leitura e assim contribui significativamente para o seu desenvolvimento e sua aprendizagem. Nesse sentido, a professora Jandira (coordenadora da escola), diz que A leitura é uma forma exemplar de aprendizagem, é um dos meios mais eficazes de desenvolvimento sistemático da linguagem e da personalidade. Desse modo a leitura é um dos meios mais importantes para as novas aprendizagens, possibilitando a construção e o fortalecimento de ideias e ações, ninguém se torna um leitor por obrigação, ninguém nasce gostando de leitura. A influência dos adultos, ou seja, os pais são pessoas fundamentais na medida em que eles são vistos lendo ou escrevendo perto das crianças. A coordenadora ainda destaca que: a leitura favorece a remoção de barreiras educacionais, principalmente através da promoção do desenvolvimento da linguagem e do exercício intelectual aumentando a possibilidade de normalização da situação pessoal de uma pessoa. Para tanto, as histórias são fontes maravilhosas de experiências. São meios preciosos de ampliar o horizonte da criança e aumentar seu conhecimento em relação ao mundo que a cerca. As crianças que vivem rodeadas de livros e histórias ao seu alcance, desenvolvem um maior interesse em relação às atividades realizadas pelos adultos que convivem com elas. Outra fala que destaco é o que diz Jandira (coordenadora da escola): Para poder transmitir à criança uma visão clara do que se esta lendo ou contando, o professor deverá ter algumas atitudes como visualizar o livro para a criança, através da exposição das gravuras, ler de forma liberal, clara e agradável, para atrair a atenção da criança, e manter-se aberto para as perguntas das crianças, incentivando a troca de comentários sobre o texto lido. As histórias são fontes maravilhosas de experiências. São meios preciosos de ampliar o horizonte da criança e aumentar seu conhecimento em relação ao mundo que a cerca. A forma de como é exposto o livro de literatura infantil aos alunos irá fazer a diferença para que se atingirem os objetivos. É relevante considerar que a criança na maioria das vezes escolherá o livro pelas ilustrações. A presença das ilustrações é bastante significativa para as crianças, mas precisa ser analisada, levando-se em conta a forma como elas desenvolvem as suas diversas funções. Segundo Jardim (2000, p.76): a ilustração [...] estimula o raciocínio e a