CULTURA DE SEGURANÇA: PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL DE ENSINO

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Transcrição:

Área temática: Linha Gerencial 02 Políticas públicas e gestão dos serviços de saúde. Sublinha de pesquisa: Gestão e organização do processo de trabalho em saúde e enfermagem. Modalidade de apresentação: pôster. Categoria: Trabalho original. CULTURA DE SEGURANÇA: PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL DE ENSINO Mariana Miranda Salles 1, Daniela Santos Silva Ferreira de Almeida 2, Iza Maria Fraga Lôbo 3. 1 Enfermeira graduada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialista em Epidemiologia Hospitalar pela Residência Multiprofissional da Universidade Federal de Sergipe (UFS). E-mail: marianamsalles@yahoo.com.br. 2 Farmacêutica graduada pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Especialista em Epidemiologia Hospitalar pela Residência Multiprofissional da UFS. E-mail: danyfarmaferreira@yahoo.com.br. 3 Médica graduada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Doutora em Medicina e Saúde pela UFBA. E-mail: izalobo@globo.com. RESUMO Introdução: Nas organizações de saúde, o desenvolvimento de políticas públicas para a segurança na assistência tornou-se objetivo estratégico. A cultura de segurança é compreendida como o produto dos valores individuais e grupais das atitudes, percepções, competências e padrões de comportamento que determinam o compromisso, o estilo e competência de uma organização. O clima de segurança é o elemento mensurável da cultura de segurança, através da percepção dos profissionais é possível conhecer o contexto de segurança de uma organização a fim de implementar ações de melhoria na qualidade promovendo a conscientização de comportamentos seguros e a minimização de eventos adversos. Objetivo: Avaliar a percepção dos profissionais de enfermagem acerca da cultura de segurança de um hospital de ensino por meio do Questionário de Atitudes de Segurança (QAS). Métodos: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e transversal, com abordagem quantitativa. O período de coleta dos dados ocorreu entre dezembro de 2016 a março de 2017. A população de estudo

foi composta por 48 profissionais; 15 enfermeiros, 33 técnicos de enfermagem de um hospital de ensino. O instrumento de coleta é composto por 41 questões dividido em seis domínios: 1 - Clima de Trabalho em Equipe; 2 - Clima de Segurança; 3 - Satisfação no Trabalho; 4 - Percepção do Estresse; 5 - Percepção da Gerência e 6 - Condições de trabalho. Realizou-se análise descritiva dos dados e de consistência do instrumento pelo coeficiente α de Cronbach. Foi utilizado o programa Microsoft Excel 2013 para a tabulação e análise dos dados. Resultados: A maioria 39 (81,3%) dos participantes foram do sexo feminino, idade média de 36,9 anos com tempo de trabalho entre 2 a 7 anos, 23 (47,9%). A média geral da avaliação das respostas foi 63; aquém da recomendada (75) para uma cultura de segurança positiva. O domínio satisfação no trabalho foi o único que obteve avaliação acima da média, com 80,1. O domínio pior avaliado foi a percepção da gerência do hospital com média 52,4. O coeficiente α de Cronbach foi 0,9, confirmando a consistência e confiabilidade do instrumento. Conclusão: Diante do exposto, nota-se a necessidade de maior aproximação da gestão hospitalar com as questões referentes à segurança do paciente, assim como a adoção de uma cultura construtiva para o reconhecimento de erros, de modo a proporcionar um ambiente seguro para profissionais e pacientes. Descritores: Segurança do paciente; cultura organizacional; equipe de enfermagem. REFERÊNCIAS: CARVALHO, P.A. et al. Cultura de segurança no centro cirúrgico de um hospital público, na percepção dos profissionais de saúde. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 23, n.6, p.1041-8, 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v23n6/pt_0104-1169-rlae-23-06-01041.pdf. Acesso em: 18 de abril de 2017. CARVALHO, R.E.F.L. et al. Avaliação da cultura de segurança em hospitais públicos no Brasil. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 25, n. 2849, p.1-8, 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v25/pt_0104-1169-rlae-25-e2849.pdf. Acesso em: 18 de abril de 2017. MACEDO, T.R. et al. The culture of patient safety from the perspective of the pediatric emergency nursing team. Rev Esc Enferm USP, v.50, n.5. p. 756-762, 2016. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s0080-623420160000600007. Acesso em: 18 de abril de 2017. RIGOBELLO, M.C.G et al. Clima de segurança do paciente: percepção dos profissionais de enfermagem. Acta paul. enferm., São Paulo, v.25, n.5, p.728-735, 2012. Disponível em: dx.doi.org/10.1590/s0103-21002012000500013. Acesso em: 18 de abril de 2017. SEXTON, J. et al. The Safety Attitudes Questionnaire: psychometric properties, benchmarking data, and emerging research. BMC Health Serv Res. v. 6, n. 44, p.1-10, 2006. Disponível em: 10.1186/1472-6963-6-44. Acesso em: 18 de abril de 2017.

INTRODUÇÃO Nas organizações de saúde, o desenvolvimento de políticas públicas para a segurança na assistência tornou-se objetivo estratégico. A importância da temática surgiu a partir da publicação do relatório To Err is Human: Building a Safer Health Care System, no final da década de 90, que divulgou a alta incidência de eventos adversos nas instituições hospitalares (MACEDO et al., 2016). Em face à preocupação com a segurança do paciente, diversos órgãos de pesquisa em melhorias na qualidade propuseram às instituições de saúde a adoção de modelos de Cultura de Segurança. O termo cultura de segurança originou-se em 1986, com a publicação do relatório sobre o acidente nuclear de Chernobyl que teve como causa uma falha na cultura de segurança da organização (RIGOBELLO et al., 2012) A cultura de segurança é compreendida como o produto dos valores individuais e grupais das atitudes, percepções, competências e padrões de comportamento que determinam o compromisso, o estilo e competência de uma organização. O clima de segurança é o elemento mensurável da cultura de segurança, através da percepção dos profissionais é possível conhecer o contexto de segurança de uma organização, com vistas a implementar ações de melhoria na qualidade promovendo a minimização de eventos adversos e a conscientização de comportamentos seguros (CARVALHO et al. 2015). OBJETIVO Avaliar a percepção dos profissionais de enfermagem acerca da cultura de segurança de um hospital de ensino por meio do Questionário de Atitudes de Segurança (QAS). MÉTODOS Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e transversal, com abordagem quantitativa. O estudo foi realizado em um hospital de ensino com 123 leitos que oferece assistência médico-hospitalar de média e alta complexidade, localizado no estado de Sergipe. A população de estudo foi composta por 48 profissionais; 15 enfermeiros e 33 técnicos de enfermagem. Os critérios de inclusão foram: trabalhar no setor há no mínimo um mês; trabalhar pelo menos 20 horas semanais e aceitar participar do estudo. O período de coleta dos dados ocorreu entre dezembro de 2016 a março de 2017. O instrumento utilizado na coleta foi o Questionário de Atitudes de Segurança (QAS) - Safety Attitudes Questionnaire (SAQ), versão traduzida e validada para os hospitais brasileiros. O questionário foi respondido através da internet, sendo o link do mesmo enviado para os e-mails dos profissionais do hospital.

O instrumento é dividido em duas partes, sendo a primeira composta por 41 questões referente à percepção sobre segurança do paciente e a segunda por dados do profissional: cargo, gênero, tempo de atuação e outros. As questões do instrumento são organizadas em seis domínios, a saber: 1- Clima de Trabalho em Equipe: qualidade do relacionamento e a colaboração entre os membros de uma equipe (itens 1 a 6); 2- Clima de Segurança: percepção dos profissionais em relação ao comprometimento organizacional para segurança do paciente (itens 7 a 13); 3- Satisfação no Trabalho: visão positiva do local de trabalho (itens 15 a 19); 4- Percepção do Estresse: reconhecimento da influência de fatores estressores na execução do trabalho (itens 20 a 23); 5- Percepção da Gerência: aprovação das ações da gerência ou administração da unidade de atuação e do hospital como um todo (itens 24 a 29) e 6- Condições de Trabalho: percepção da qualidade do ambiente de trabalho (itens 30 a 32). Os itens 14, 34 a 36 não pertencem a nenhum domínio no instrumento original (SEXTON, et al., 2006). A composição das questões segue a escala de cinco pontos de Likert, com suas respectivas pontuações: opção A- discorda totalmente (0 pontos), B- discorda parcialmente (25 pontos), C- neutro (50 pontos), D- concorda parcialmente (75 pontos), E- concorda totalmente (100 pontos) e X- não se aplica (0 pontos). O escore final do instrumento varia de 0 a 100, sendo 0 a pior percepção de atitudes de segurança pelos profissionais de saúde e 100, a melhor percepção. São considerados valores positivos quando o total do escore é igual a 75. O cálculo é realizado somando-se as respostas dos itens de cada domínio e dividindo-se o resultado pelo número de itens, após inversão dos itens reversos. Estes últimos se aplicam às perguntas formuladas com sentido de negação, assim, um item respondido por discordo totalmente, por exemplo, assume o valor de 100 ao invés de 0 pontos. (SEXTON, et al., 2006). A análise descritiva do instrumento foi realizada pelas médias, frequências absolutas e relativas. O coeficiente α de Cronbach foi aplicado para analisar a consistência interna dos itens. Para comprovar a existência de correlação entre os itens, o coeficiente deve apresentar um valor entre 0,7 e 0,9. Resultados inferiores a 0,7 indicam que o instrumento possui baixa fidedignidade. Os dados estatísticos foram analisados no programa Microsoft Excel 2013. Este estudo foi submetido e aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Federal de Sergipe, CAAE nº 61330016.7.0000.5546. RESULTADOS E DISCUSSÃO O total de 48 profissionais participaram do estudo. A maioria 39 (81,3%) foram do sexo feminino, idade média de 36,9 anos com tempo de trabalho entre 2 a 7 anos, 23 (47,9%). No que se refere ao instrumento, o mesmo teve média geral de 63, com variação de 52,4 a 80,1 entre os domínios. O valor

recomendado para uma boa percepção da cultura de segurança é 75, dessa forma, a média obtida está aquém do esperado. Estudos brasileiros também encontraram médias inferiores, 53,5 e 65 a 69, respectivamente (CARVALHO et al. 2015; CARVALHO et al. 2017). Em relação aos domínios do QAS, somente o domínio satisfação no trabalho obteve avaliação acima da média com 80,1. As questões com melhor avaliação foram Eu gosto do meu trabalho com 45 (93,8%) e Este é um bom lugar para trabalhar com 42 (87,5%) das respostas. O domínio pior avaliado foi a percepção da gerência do hospital com média 52,4. As perguntas com menos respostas positivas foram Profissionais problemáticos da equipe são tratados de maneira construtiva pela administração do hospital com 13 (27%), e A administração do hospital não compromete conscientemente a segurança do paciente com 17 (35,4%). Estudos também encontraram esses dois domínios com as melhores e piores percepções da cultura de segurança (RIGOBELLO et al., 2012; CARVALHO et al. 2017). No geral, os enfermeiros apresentaram maior frequência de respostas concordantes que os técnicos de enfermagem, 69,7% e 56,8%, respectivamente. No que concerne ao coeficiente α de Cronbach, o valor encontrado neste estudo foi 0,9. Nesse sentido, o instrumento apresentou forte correlação entre seus itens e boa confiabilidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO Diante do exposto, observou-se que a percepção da cultura de segurança se encontra aquém do preconizado para uma cultura positiva na instituição. Conforme os resultados, nota-se a necessidade de maior aproximação da gestão hospitalar com as questões referentes à segurança do paciente, assim como a adoção de uma cultura construtiva para o reconhecimento de erros. Nesse sentido, este trabalho foi possível avaliar como se encontra a cultura de segurança da instituição a fim de direcionar a implementação de medidas que proporcione um ambiente seguro para profissionais e pacientes. Em suma, para fins de melhorias na qualidade da assistência, é importante a aplicação de métodos que permitam o conhecimento da cultura de segurança pelas organizações de saúde.