CHINA: Entre mitos, fatos e apostas Dalton Gardimam Economista-chefe BRADESCO CORRETORA Março 2008 1
China: o planejamento como curso central PLANEJAMENTO EM TODO LUGAR O fenômeno chinês de crescimento foi singular nos últimos 30 anos. Na verdade há duas datas importantes: 1978 (Deng Xiaoping) e 2002 aprovando de facto a propriedade privada. Em nenhum país grande ou médio há uma idéia tão arraigada de social engineering ou engenharia social. Planos decenais, de longo prazo, metas, etc. O clímax do planejamento se dá no one child policy cada família pode ter uma criança apenas. 2
China: peculiaridade do crescimento recente O fenômeno chinês de crescimento foi singular nos últimos 30 anos. O efeito da China no mercado de commodities é apenas um ponto da análise - seu peso neste mercado é desproporcionalmente elevado. Ranking Mundial % Consumo Mundial % do Crescimento Mundial (2004/06) Petróleo 2 7 35 Alumínio 2 30 50 Minério de ferro 1 32 110 Níquel 2 11 100 Cobre 1 22 55 Aço 1 28 40 Carvão 1 31 160 3
China: peculiaridade do crescimento recente A ECONOMIA CHINESA E O RESTO DO MUNDO A China não é a extraordinária potência econômica que aparenta ser. Critérios de PIB por PPP (paridade de poder de compra) são complexos e controversos. Quando vista pela ótica da demanda de produtos primários é, entretanto, inquestionável o papel da China hoje. Assim como é evidente o papel do Brasil de supridor de matérias-primas nesse processo. No fundo o planejamento leva a escolhas (e distorções) importantíssimas: câmbio fraco exportando demais, demanda doméstica mais fraca, viés para a produção de mercadorias, etc. 4
China: qual o verdadeiro tamanho? 5
Países emergentes: novo paradigma? Será mesmo? Emergentes Melhores contas fiscais Inflação mais baixa (até recentemente) Previsibilidade de política econômica PIB potencial maior (via produtividade e abertura econômica) Altos fluxos de investimento direto estrangeiro Menor dívida externa (China altamente credora por exemplo) Superávits em conta corrente elevados Voracidade chinesa impactando os mercados de commodities O melhor ambiente para emergentes desde a II Guerra Mundial A mais longa expansão dos EUA Liquidez abundante e sem precedentes Bull market global em ações Desalavancagem de dívida em todos emergentes Ausência de crises (clássicas) desde 2001 Efeitos reais da globalização (produtividade) 6
Países emergentes: novo paradigma? Será mesmo? Emergentes Melhores contas fiscais Inflação mais baixa (até recentemente) Previsibilidade de política econômica PIB potencial maior (via produtividade e abertura econômica) Altos fluxos de investimento direto estrangeiro Voracidade chinesa impactando os mercados de commodities O melhor ambiente para emergentes desde a II Guerra Mundial A mais longa expansão dos EUA Menor dívida externa (China altamente credora por exemplo) Superávits em conta corrente elevados Liquidez abundante e sem precedentes Bull market global em ações Desalavancagem de dívida em todos emergentes Ausência de crises (clássicas) desde 2001 Efeitos reais da globalização (produtividade) 7
Cenário global E.U.A: a hora da verdade Restrições que batem na economia americana estão mais prementes: Inflação é elevada (por qualquer ótica); Contração de crédito é evidente (relativizando o estímulo monetário); Contração secundária de crédito (banqueiros ficando mais conservadores) apenas começou; Subprime mess é parte do problema; Hipotecas comerciais, diferentemente das residenciais, estão nos balanços dos bancos; O dólar parece não estar resistindo adequadamente. 8
A China pode segurar a barra da desaceleração global? Consumo interno (famílias) na China é, em termos absolutos, próximo ou menor que o da Inglaterra. Demanda doméstica é um conceito que, normalmente, economistas usam para mostrar a força da economia vis-à-vis à importância do impulso externo: na China quando se inclui o investimento podemos ter conclusões equivocadas (pois as taxas de juros são artificialmente baixas e direcionamento de projetos grande). A tese de descolamento global parece ousada demais quando nos atentamos nesse aspecto da economia chinesa. A China tem seus problemas (excessos financeiros, malinvestment, meio ambiente, etc.). 9
Interesse no Brasil/China: os diferenciais DO PONTO DE VISTA DOS EMERGENTES Grandes/líquidos; Ocidental (Western-like) enquanto que a China é confuciana e oriental; Brasil: Bond play decisivo e importante equity play, China: equity play decisivo; Brasil: aausência de problemas geopolíticos, China: pretensões imperiais; Brasil: Mesma legislação em relação ao capital estrangeiro desde 1947, China: regras mudam conforme interesses nacionais DO PONTO DE VISTA TÁTICO Brasil beta baixo em relação ao crescimento global; Beta muito menor em relação à Ásia, China está no meio do furacão; Pauta de exportação das mais diversificadas do mundo no Brasil. DO PONTO DE VISTA ESTRATÉGICO Brasil é o último grande país emergente não investment grade, China é um grande destino de FDI (como o Brasil) Real oferece alguma diversificação internacional genuína, renmimbi precisa se apreciar. 10
Comparação com os BRICs 11