PEDAGOGIA ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS - QUESTÕES DISCURSIVAS COMPONENTE ESPECÍFICO



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Transcrição:

PEDAGOGIA ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS - QUESTÕES DISCURSIVAS COMPONENTE ESPECÍFICO QUESTÃO 4 a) O conteúdo do diálogo a ser completado deve manifestar que as colocações da aluna não constituem aquilo que tradicionalmente poderia ser classificado como erro. Elas expressam que a aluna possui conhecimentos prévios que devem ser levados em conta quando o professor organiza e planeja estratégias de ensino. Isto significa que a estudante possui um saber que necessita ser valorizado, apesar de não se aplicar ao assunto que originou o diálogo. O conhecimento que ela já possui pode ser identificado com o conceito apropriado, ao passo que a relação adequada com o conteúdo original pode vir a ser estabelecida por meio de um convite à investigação do verdadeiro sentido do conceito de celulose. Nesta perspectiva, alguns exemplos de complementação do diálogo podem ser oferecidos: - Que interessante! Vamos buscar juntas o que você encontrou na enciclopédia? Podemos pesquisar um pouco mais sobre o que você já sabe para compararmos com a minha primeira pergunta... Você lembra qual era? - Você já sabe muitas coisas, inclusive o que é uma inflamação. Agora precisamos nos aprofundar neste assunto e mostrar os resultados para a turma. Vamos também pesquisar outros conceitos, como o que eu perguntei primeiro. Será possível fazermos algumas experiências... Obs: São aceitas também as situações em que a valorização do saber do aluno aparece em respostas aparentemente negativas, mas com explicações válidas e coerentes. b) Ao apresentar uma estratégia didática, o estudante deverá apresentar uma atividade por meio da qual seja possível o favorecimento da reconstrução do conceito. Dentre as possibilidades de respostas, podem ser citadas como exemplos as que se seguem. Convidar a aluna a realizar uma pesquisa, no dicionário, das duas palavras. Solicitar que ela mesma estabeleça as diferenças através da comparação e de uma posterior confecção de um pequeno cartaz onde elabore desenhos e explique os conceitos. Propor à aluna que realize experimentos com vegetais, a fim de identificar, nos mesmos, o que vem a ser a celulose. Pesquisar, em seguida, as aplicações desta substância, como na fabricação do papel, por exemplo. Divulgar para a turma os resultados da pesquisa. Pedir que comparem os resultados da atividade com as respostas oferecidas anteriormente às perguntas da professora. 1

Dividir a turma em grupos e propor o desenvolvimento de pesquisas, em fontes diferenciadas, a respeito do que é a inflamação no tecido celular e suas conseqüências para a saúde e para a estética pessoal; e a respeito da celulose e seu uso na indústria. As fontes podem ser revistas médicas, enciclopédias, ferramentas de busca na internet, entrevistas com profissionais especializados, etc. Os resultados das pesquisas podem ser sistematizados também de maneira diferenciada por cada grupo: confecção de cartaz, de álbuns, projeção de slides em computador, demonstrações de experimentos, etc. c) A interdisciplinaridade escolar busca lidar com um determinado objeto com o olhar de diferentes campos do conhecimento, de modo que possa ser compreendido de forma mais abrangente pelo educando. Ela extrapola a criação de novos campos de conhecimento a partir de parcelas de determinadas disciplinas, como vemos, por exemplo, na bioquímica, geofísica, psicopedagogia, etc. O conteúdo em questão pode ser explorado pela professora com uma abordagem interdisciplinar na medida em que as atividades de pesquisa incluírem o ponto de vista de diferentes campos do conhecimento e na medida em que o tratamento dos conteúdos acadêmicos for pensado a partir de estratégias didáticas que correspondam às temáticas específicas de cada disciplina. Considerar os campos do conhecimento significa analisar o objeto de pesquisa como uma totalidade. Esta totalidade, para ser apreendida, demanda, não somente um conjunto/aglomerado de informações desarticuladas, mas, principalmente, sentidos, conteúdos e aspectos que permitam o entendimento do objeto como uma realidade complexa, dinâmica e relativa. (valor: 4,0 pontos) 2

QUESTÃO 5 a) O professor não deu chance à aluna de se manifestar, colocando acima de qualquer demanda dos discentes o cumprimento do programa, tendo em vista a prova que seria aplicada. Neste sentido, privilegiou o trabalho com conteúdos de outra ordem, já que os atitudinais dizem respeito à vivência de valores. Em certa medida, preocupado com o programa, esteve desatento ao que ocorria na sala de aula, não percebendo que um bilhete difamatório passou de mão em mão, enquanto os alunos estavam igualmente desatentos. O cumprimento do programa se tornou seu objetivo sem, necessariamente, preocupar-se com a real e significativa aprendizagem dos educandos. O papel de um docente na proposição de conteúdos atitudinais é, no mínimo, o de mostrar coerência entre seu discurso e suas ações. Em seguida, realizar atividades experienciais em que vínculos afetivos possam ser estabelecidos, sem que necessariamente o conteúdo específico de sua disciplina deixe de ser explorado, ou seja, não é perda de tempo investir na formação do aluno para a vivência de valores. Caso o professor tivesse parado a atividade que desenvolvia para explorar a situação que ocorreu com Cátia, ajudando a turma a rever a atitude que deixou a aluna constrangida, certamente teria ganhado tempo, pois a atenção da turma poderia ser conquistada em atividades posteriores, com melhores possibilidades de aprendizagem. b) Uma gestão democrática constitui uma forma, entre outras, de exercer a cidadania no âmbito escolar. A participação dos profissionais da escola e de membros da comunidade no cotidiano e nos processos decisórios é uma forma de realizar esse exercício, pois supõe acolhimento de diferentes pontos de vista, negociação, respeito à vontade da maioria, sem deixar de considerar o que pensa a minoria, etc. São exemplos de ações em que, por intermédio de uma gestão democrática, a equipe de profissionais e a comunidade atuam organicamente, tendo em vista a ampliação da formação para a cidadania e seu exercício as apresentadas a seguir. Realização de assembléias de alunos, em cada classe, ou de assembléias gerais, por meio das quais é possível discutir a respeito de problemas cotidianos, entre eles a necessidade de respeitar a diversidade. Participação nos conselhos escolares e de classe, em que, democraticamente, são discutidos assuntos como a formação geral dos educandos, as linhas filosóficas que norteiam o trabalho educacional e as formas de organizar e gerir a instituição escolar. Elaboração e implementação do Projeto Político-Pedagógico, em que as intenções coletivas e os caminhos para a ação são traçados, visando a uma formação para a cidadania e para o respeito à diversidade, com permanente abertura ao diagnóstico das condições de vida da comunidade, suas necessidades, anseios e problemas. 3

Interação entre comunidade intra e extra-escolar em momentos nos quais a escola se abre para atividades de lazer, prática de esportes, festividades, comemorações cívicas, etc, de modo a que a identidade cultural seja solidificada. Adaptação das instalações da escola para acolher pessoas com necessidades especiais, manifestando concretamente o respeito às diferenças e a intenção de tornar a escola um espaço de inclusão. Formação docente permanente em que a educação para os direitos humanos seja tema de estudo e de planejamento de trabalho para todos os componentes curriculares. (valor: 4,0 pontos) c) O currículo, como conjunto de experiências que se processa na escola, envolve indivíduos e grupos que vão realizar vivências distintas, abrangendo observação, análise, escuta, interpretação, reflexão, etc, sempre vinculadas à cultura de quem vive essas experiências. Apesar de podermos planejar previamente as experiências que desejamos promover, não é possível açambarcar sua totalidade nem tampouco controlar o modo como elas se darão. Contudo, não é possível excluir uma intencionalidade na escolha de conteúdos e de procedimentos que virão a compor o currículo escolar. Nesta perspectiva, o currículo pode ser, intencionalmente, meio de promoção de um processo educacional que proporcione respeito à diversidade e aos direitos humanos, na medida em que: a escola não fale apenas da diversidade, mas principalmente vivencie as mais diversas situações de acolhida e respeito às diferenças; haja constante reflexão e ação, da parte dos profissionais da educação, em torno de temas como raça, gênero, classe social, etc, questionando os discursos hegemônicos presentes no meio cultural e em alguns livros didáticos; haja ação deliberada tendo em vista uma educação para os direitos humanos, por meio da qual se possa exercitar o colocar-se no local do outro e as formas de construção da auto-estima, da tolerância e da aceitação; a ética seja eixo condutor das práticas escolares; a discussão e o trabalho em torno desses temas não se dêem de forma episódica ou apenas em contextos de disciplinas que sejam vistas como as tradicionalmente mais afeitas a eles, mas que estejam transversalizados em todo o cotidiano escolar, conforme é indicado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. 4

Obs.: Aspectos a serem considerados nas duas questões: coerência; adequação ao tema; consistência; domínio da norma culta; clareza na exposição das idéias. 5