EDUCAÇÃO ESPECIAL NA VISÃO DOS DISCENTES DA LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DO CES/UFCG

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Transcrição:

EDUCAÇÃO ESPECIAL NA VISÃO DOS DISCENTES DA LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DO CES/UFCG Larissa Lanay Germano de Queiroz (1); Rafaela Nivercy Félix da Silva (1); Lillian Fábia Bento de Oliveira (1); Michelle Gomes Santos (2). (1) Discente. Licenciatura em Ciências Biológicas. Centro de Educação e Saúde. Universidade Federal de Campina Grande. Email: larissalanay@hotmail.com (2) Docente. Licenciatura em Ciências Biológicas. Centro de Educação e Saúde. Universidade Federal de Campina Grande. Email: profamichellepibidbio@gmail.com RESUMO: A educação especial engloba todos os níveis de ensino, e o progresso de uma mentalidade inclusiva para com os alunos com necessidades educativas especiais deve ser uma inquietação nas universidades. Objetivou-se descrever a percepção dos licenciandos em Licenciatura em Ciências Biológicas sobre as possíveis carências e dificuldades enfrentadas pelos indivíduos com educacionais especiais no CES/ UFCG, Cuité - PB. Foram aplicados questionários junto aos referidos discentes (n=94). Os resultados mostraram que a maioria dos discentes (71,20%) não possuem informações sobre a Educação Especial, embora muitos deles (47,80%) já vivenciaram o ambiente de sala de aula com pessoas que tinham necessidades educacionais especiais. Com isso, ressaltamos as dificuldades do portador de necessidades educacionais especiais inserido nas universidades, e apontamos como prioridade a importância da inclusão das necessidades educativas especiais nas universidades. Palavras-chave: Necessidades Especiais, Educação, Ciências Biológicas, Educação Inclusiva. INTRODUÇÃO De acordo com o artigo 58 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Especial, nº 12.796 de 2013, entende-se por Educação Especial (E.E.) a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Enquanto modalidade educacional, a E.E. abrange todos os níveis de ensino, e o desenvolvimento de uma mentalidade inclusiva por parte dos discentes para com os alunos com necessidades educativas especiais, deve ser uma preocupação das universidades, sendo estas públicas ou privadas. Especialmente no momento em que nova reforma universitária vem sendo discutida em âmbito nacional (ALMEIDA, 2005). As atividades educativas sobre educação especial aprimoram-se dia a dia, podendo acompanhar o desenvolvimento dos discentes no processo de ensino-aprendizagem. Os fatores socioculturais são os mais percebidos e a partir da experiência de cada discente e da sua vida social, é que poderemos efetuar práticas educativas que venham ao encontro das peculiaridades e das necessidades dos alunos. São práticas objetivas e estabelecidas que poderão conduzir o docente a aprimorar as

habilidades de seus discentes, a partir de suas particularidades. Pode-se perceber então, a importância das atividades educativas para a inserção de todos, e o professor deve sempre lapidar os seus conhecimentos para que possa acolher e se adaptar às necessidades de cada discente com características especiais. A importância do presente trabalho é mostrar o quanto se faz necessário voltar o olhar para os discentes com necessidades educacionais especiais. O mesmo pretendeu descrever a visão dos discentes do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Centro de Educação e Saúde (CES), da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), cidade de Cuité - PB. METODOLOGIA Tratou-se de uma pesquisa exploratória e de caráter descritivo (GIL, 2008). Os dados foram levantados junto aos discentes (totalizando 94 alunos) do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas (CES/UFCG) sobre a temática da Educação Especial nas universidades. A amostragem foi não probabilística por conveniência. Os critérios de inclusão utilizados para amostra foram os discentes estarem devidamente matriculados no referido curso, independentemente do período em curso. Os discentes que aceitaram participar do estudo foram devidamente esclarecidos sobre os objetivos e métodos do estudo, assinando o Termo de Consentimento (TCLE), em atendimento às Resoluções CNS nos. 196/96 e 466/12 e à Norma Operacional 001/2013 também do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Os dados qualitativos foram resumidos, sendo os resultados expostos na forma textual. Já os dados quantitativos foram abordados na forma de estatística descritiva (freqüências percentuais), sendo apresentados por meio de tabelas e gráficos (CRESPO, 2002). RESULTADOS E DISCUSSÃO A maioria dos discentes da Licenciatura em Ciências Biológicas do CES (71,20%) afirmou que nunca assistiu a algum programa ou palestra sobre Educação Especial (gráfico 01), mostrando possivelmente a deficiência dos momentos pedagógicos nos quais se possa apresentar a Educação Especial para os licenciandos e o quanto isto pode influenciar na inclusão dos estudantes com necessidades educacionais especiais. Sugere-se que sejam criados momentos através de palestras, pois as situações de acesso à comunicabilidade e aos instrumentos educativos se fundamentam mediante à busca dessas atividades e recursos pelos discentes com deficiência (BRASIL, 2013). Gráfico 01. Distribuição percentual dos discentes (n=94) da Licenciatura em Ciências Biológicas do CES/ UFCG quanto ao conhecimento sobre Educação Especial, 2016.

Fonte: dados da pesquisa, 2016. No que se refere ao questionamento sobre a convivência com discentes portadores de necessidades especiais, 42,50% disseram que convivem com pessoas com necessidades especiais, enquanto 48,80% disseram que não (gráfico 02). As escolas devem discernir e atender as carências diversas dos estudantes adequando-se as muitas cadências e estilos de aprendizagem, assegurando um bom grau de educação para todos (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994). Gráfico 02. Distribuição percentual dos discentes (n=94) da Licenciatura em Ciências Biológicas do CES/ UFCG quanto à convivência com portadores de necessidades educacionais especiais, 2016. Fonte: dados da pesquisa, 2016. Quanto aos tipos de necessidades especiais observadas na vivência dos discentes entrevistados, observou-se que a deficiência psicológica apresentou maior índice com resultado de 26,5%, essa

que por sua vez possui uma grande "dificuldade de se adaptar a novas situações porque o condicionamento ocorre primeiro e impede o pensamento operacional (...). O deficiente mental regride mais frequentemente do que a criança normal a modos de pensamento praticados anteriormente (INHELDER, 1968. p. 323). Quando questionados sobre o nível de importância da existência de uma estrutura adequada para portadores de necessidades educacionais especiais, 82,90% dos licenciandos das Ciências Biológicas consideraram este ponto com sendo Muito Importante. Para Quevedo (2003), o que impede a continuidade à formação cultural dos portadores de deficiência física é a impossibilidade de acesso ao interior das instituições, a circulação no ambiente interno das instituições, a inadequabilidade dos sanitários, das salas de aula e mobiliário. Também foi investigada a percepção dos licenciandos durante a vivência acadêmica no tocante ao registro de utilização de algum método específico voltado para os discentes com necessidades educacionais especiais, onde pouco mais da metade dos discentes (61,08%), não participou ou participa de aulas com a utilização de algum método específico para o referido fim. Portanto, a aquisição de conhecimento não é somente uma questão de instrução formal e teórica. O conteúdo da educação deveria ser voltado a padrões superiores e às necessidades dos indivíduos com o objetivo de torná-los aptos a participar totalmente no desenvolvimento. O ensino deveria ser relacionado às experiências dos alunos e a preocupações práticas no sentido de melhor motivá-los (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994). O que reforça a visão de Haiduke e Alcântara (2007), os quais afirmaram que os acadêmicos com necessidades especiais carecem tanto de atendimento em condições físicas quando em aspectos didáticos, uma vez que os mesmos devem, por direito, receber a mesma atenção que qualquer outro acadêmico receberia nas diversas circunstâncias. Com efeito, isso demonstra uma maior sensibilidade por parte destes discentes para com os alunos especiais. A maioria dos licenciandos em Ciências Biológicas do CES/ UFCG (94,65%) considerou a necessidade de oferta de uma componente curricular (pelo menos em caráter optativo), voltada para a temática da Educação Especial. Consideramos que se envolver no procedimento educacional junto com os demais estudantes tendo as funções e os meios especiais necessários é um direito dos discentes que manifesta necessidades especiais educacionais. Empreender as mudanças essenciais para que a educação inclusiva se torne efetivo nos colégios brasileiros é uma dever de todos (SOUZA, 2001). Visando impelir os licenciandos, com base nas suas vivências, a sugerirem algumas alternativas que pudessem auxiliar no processo de ensino aprendizagem dos discentes com necessidades educativas especiais houve um espaço aberto para os mesmos se expressarem (tabela

01). Entretanto, observou-se que a ausência de propostas e/ou alternativas por parte dos licenciandos foi a mais freqüente (30,43%), o que denota pouca ciência dos diversos mecanismos que podem e devem ser aplicados para ajudar estes alunos com necessidades. Dos que sugeriram algo, a capacitação dos professores foi alternativa mais referenciada (15,65%), desse modo, a formação docente se torna um instrumento de capacitação para desenvolver as competências necessárias que servirão como suporte para nortear o processo educativo diante dessa realidade (SILVA, 2009; COSTA, 2014). Tabela 01. Alternativas sugeridas pelos licenciandos em Ciências Biológicas (n=94) do CES/ UFCG para o melhoramento do processo de ensino aprendizagem para com os discentes portadores de necessidades especiais, Cuité PB 2016. Sugestões (cada licenciando pode indicar mais de uma) N % Capacitação dos professores 18 15,65 Livros em Braille 05 4,34 Intérpretes para deficientes auditivos 03 2,61 Dinâmicas de inclusão 06 5,22 Inserção de mais alguma disciplina 09 7,83 Profissionais especializados para atendimento especializado 06 5,22 Atividades lúdicas 03 2,61 Jogos educativos 01 0,87 Equipamentos tecnológicos 05 4,34 Materiais e programas didáticos 09 7,83 Estrutura nos blocos de aulas para acesso às salas 15 13,04 Sem sugestões 35 30,43 Total 115 100% Fonte: dados da pesquisa, 2016. CONCLUSÃO Há uma necessidade evidente em provocar os debates e trabalhar as informações sobre a Educação Especial no âmbito do Centro de Educação e Saúde (CES/ UFCG), visando a uma formação completa do egresso da Licenciatura em Ciências Biológicas, assim como também dos demais cursos oferecidos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, C. E. M. Universidade, educação especial e formação de professores. Caxambu: Anped, 2005. BRASIL. Lei Nº 12. 796, de 4 de abril de 2013. BRASIL. Documento Orientador Programa Incluir Acessibilidade da Educação Superior. Brasília (DF): Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Superior (SESu) SECADI, 2013. Artigo em pdf. Disponível em: www.mec.gov.br/

COSTA, Roberto Ferreira da. Necessidade Educacional Especial (N.E.E.): o desafio da prática docente da Licenciatura em Ciências Biológicas do CES/ UFCG. Trabalho de Conclusão de Curso TCC (Monografia). Licenciatura em Ciências Biológicas. Centro de Educação e Saúde. Universidade Federal de Campina Grande. Cuité PB, 2014. CRESPO, Antônio Arnot. Estatística Fácil. 17ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002. DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acesso em: 02 de agosto de 2016. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª Ed. Atlas, São Paulo, 2008. HAIDUKE, I. F.; ALCÂNTARA, P. R. Inclusão de acadêmicos com necessidades especiais na universidade: a influência do GT-AUNE no acesso ao ensino e aprendizagem. In: Congresso Nacional de Educação EDUCERE, 7., 2007, Curitiba. Anais... São Paulo: PUCPR, 2007. p. 3329. INHELDER, B. The diagnosis of reasoning in the mentally retarded. New York: Chandler, 1968, pg. 323. KUHN, Cleuza. MALINOSKI, Marlei. A importância de uma disciplina específica de educação especial nos cursos de licenciatura da utp. Disponível em: http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2007/anaisevento/arquivos/ci-191-09.pdf. Acesso em: 22 de Julho de 2016. QUEVEDO AEP. Obstáculos à qualidade de vida do deficiente físico: estudo de caso junto às instituições públicas de ensino. (Dissertação). Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2003, 118p. SILVA, L.M. Educação inclusiva e formação de professores. 2009. 90 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização Latu Sensu à distância em Educação Profissional Tecnológica Inclusiva) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Mato Grosso, Campus Cuiabá, 2009.