Media in Transition International Conference

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Transcrição:

Destaques: Media in Transition International Conference #MIT8 Ana Cecília Nunes

Media in Transition Conferência bienal, que inaugurou o programa de pós-graduação Comparative Media Studies no MIT. Acontece desde 1999 no Campus do MIT. Reúne os principais pesquisadores de mídia do mundo inteiro. Este ano além dos conferencistas americanos, palestraram ingleses, suecos, austríacos, holandeses, entre outros. Cada conferência possui um tema. Neste ano discutiu-se como as mídias desafiam hoje as noções de público e privado, em suas diversas apropriações.

MIT8: public media, private media Os atentados em Boston direcionaram o tema da conferência também para as questões de vigilância, de estarmos constantemente monitorados e gerando banco de dados. A filosofia da conferência segue a linha do MIT. Palestras abertas, sem hierarquia e discussões amplas e livres. Além de saber as últimas tendências quando se fala de mídia, é interessante poder trocar experiências e cartões com pesquisadores do mundo todo. Há inclusive um dia oficial para confraternização, espaço específico para networking. O interessante do MIT é que muitas das pesquisas integram teoria e projetos práticos, ligando de certa forma a academia com a praticidade e os projetos do âmbito do business.

Painel: Oversharing -The End of Privacy? Painelistas: Feona Attwood, Middlesex University (UK) David Rosen, author Jonathan Zittrain, Harvard University Moderator: Nick Montfort, MIT O painel tratou sobre o compartilhamento excessivo e privacidade, focando no momento atual e no futuro. Principais pontos: Google Glass e privacidade: internet e tecnologia cada vez mais parte do corpo, mais íntimo. Como pensar em privacidade quando vislumbramos um óculos que filma, fotografa, está constantemente conectado a rede, entre outras funcionalidades. Precisaremos de camisetas avisando eu não quero ser fotografado, filmado? Esfera pública e privada cada vez mais inevitavelmente ligadas. Facebook: pesquisas sobre dados são irreais. Crianças simulam ter a idade mínima para fazer uma conta, e depois vão ajustando a idade à medida que crescem. Crianças e jovens no Facebook compartilham constantemente. Conceito de privacidade está se transformando. Necessidade de revisitar o conceito de privacidade e intimidade. Privacidade não está terminando, mas se reformulando frente ao contexto social. Deve-se transformar ainda mais com os novos dispositivos que estão por vir.

Traditional definitions of privacy are really being challenged by new forms of media, particularly social media. But this isn t only because people s personal information is being distributed against their will; it s also because the ease of access and communication in social media may encourage people to reveal more personal information than they ever would have before. There was a very interesting panel discussion about oversharing : who gets to define how much information is too much information, and how the boundaries of what s acceptable to share are rapidly changing, and sometimes not for the better. Trecho retirado do blog All About Work, que traz algumas observações sobre o evento e resume muito bem algumas discussões do Congresso. A passagem traz uma visão própria do pesquisador, que é discutível, mas propõe reflexão interessante.

Alguns painéis do MIT8 foram disponibilizados em podcast. Se interessou? Ouça este painel aqui: http://cms.mit.edu/news/2013/05/media_in_ transition_8_overshar.php

Painel: Surveillance - Big Data and other Watchers Painelistas: Goran Bolin, Sodertorn University (Sweden) Kelly Gates, University of California, San Diego Jose van Dijck, University of Amsterdam Moderator: Ethan Zuckerman, MIT O painel versou sobre o tema do momento : data mining, banco de dados e surveillance (vigilância) Destaques: Data are not people, people are not their data Há supervalorização do data mining. É preciso entender as limitações deste processo. Por mais dados que se tenha, não há como ver toda a pessoa através dos dados. É preciso enxergar e verificar os limites dos dados. Hoje fala-se somente das suas possibilidades. Facebook is a data company, not a social network company anymore Facebook está apostando em novo modelo de negócio e sua estratégia está tão forte que está se tornando parte do produto. Afirmação contundente, mas fidedigna em diversos pontos. Uma vez o extenso investimento em banco de dados e comercialização online para manter o valor das ações, este estaria se tornando o core/essência do produto?

O podcast deste painel está disponível aqui: http://cms.mit.edu/news/2013/05/media_i n_transition_8_surveill.php

4 de maio de 2013 Transnational Dimensions of Spreadable Media Nancy Baym Henry Jenkins, Aswin Punathambekar Ethan Zuckerman Moderator: Sam Ford

Henry Jenkins: The 'Mothership' Goes Up the Amazon: What Does "Transmedia" Mean for Brazil? O autor da Cultura da Convergência e que hoje está em voga com seu novo livro Spreadable Media, está concentrando parte do foco de suas pesquisas no Brasil. A pesquisa refuta a diferença entre a East Coast versus West Coast school of media levantada na conferência The Futures of Entertainment 2011, em que haveria características bem diferentes e típicas de cada uma das escolas. Jenkins caracteriza o Brasil como um modelo híbrido, com um mercado com um misto de financiamento estatal e comercial, entre outras características. Ele parte da premissa que a transmedia deve levar em conta diferenças de percurso, considerando questões locais e culturais. O conceito não deve ser visto como estanque. Enfatiza também que a transmedia não precisa ser pensada como digital, mas como tudo o que se desdobra, tudo o qué é gerado a partir da temática/fato/história. Detalhamento do conceito de transmedia pode ser encontrado aqui: http://henryjenkins.org/2011/08/defining_transmedia_further_re.html

Ethan Zuckerman: Gangnam Style, Azonto and the Cosmopolitan Remix Ethan é atualmente o diretor do Center for Civic Media do MIT e é o fundador do Global Voices. Sua pesquisa é entorno das diferentes versões e apropriações culturais do Gangnan Style e suas nuances inclusive de protesto ou reveladoras de realidades sociais. Um dos exemplos foi o protesto através da paródia do Gangnan Style contra a destruição de túmulos na China. Reportagem com o vídeo abaixo: http://globalvoicesonline.org/2013/02/25/chinesefamilies-defiantly-restore-government-razedgraves/ O trabalho se debruça sobre estes hits amadores que se tornam famosos e os significados simbólicos que eles trazem (sociais, políticos e etc). A intenção dele foi evidenciar a apropriação do vídeo frente a uma agenda cultural, social e midiática local.

Spreadable media and sticky media are becoming important ideas. While you can put a message out through any kind of media, that message has to be redistributed by others and/or retained for it to have any kind of impact. These two concepts are extremely useful for understanding how value and meaning are assigned to information in a high-speed multi-media world. Trecho retirado do blog All About Work. Spreadable Media refere-se ao compartilhamento de informações e afirma que se algo não se espalha, está morto. O conceito é trabalhado no novo livro do Jenkins, Ford e Green, que possui também um site com algumas informações: http://spreadablemedia.org Já a ideia de Sticky Media, sites ou outras mídias que captam a atenção do leitor e o convidam a ficar, pode ser entendida neste post do MIT: http://web.mit.edu/ndsmith/www/wfw-sti.html

Para quem se interessou e quiser saber além das informações citadas, aqui tem um live blog com a cobertura das palestras desta mesa, incluindo o trabalho do Jenkins e Zuckerman. É bem fidedigno. Foi feito por um estudante do Center for Civic Media: http://civic.mit.edu/blog/erhardt/transnational-dimensions-ofspreadable-media

5 e 6 de maio de 2013 Outros destaques Media Lab Mit Museum Lista de leituras

Media Lab Os laboratórios do MIT tem sempre uma parte aberta ao público. Primeiramente, é interessante perceber que, para eles, media possui um conceito mais amplo que o nosso, no sentido de informação. Assim um projeto de uma Smart City, por exemplo, se enquadra no Media Lab, assim como o projeto de carro elétrico (que eles realmente têm), até um projeto de mapeamento de perfis e conexões online entre as pessoas, ou um projeto de jornalismo estão todos juntos em um mesmo escopo temático.

Media Lab As pesquisas atuais não ficam expostas no hall. Algumas delas podem ser vistas no Museu do MIT ou são apresentadas nos Congressos, mas somente depois de consolidadas vêm realmente à público. Immersion: Na entrada, um guest book experimental chama a atenção. Ao logar na tela interativa, é possível ver sua história na rede. Quantos emails você mandou, desde quando tem o email e gráficos de sua atividade. O login acontece somente com emails do Gmail. Você pode escolher se quer compartilhar sua foto e nome. Se aceitar, sua foto vai para uma outra tela e mostra sua ligação com outras pessoas que já estiveram no Media Lab, realizando uma teia de relações que fica ali, como um guest book ilustrado.

Media Lab MIT City Car: É um dos projetos mais famosos do Media Lab e constitui um carro elétrico compacto (60% do tamanho do Smart). Foi desenvolvido para ser a mais limpa, econômica e sustentável solução para mobilidade pessoal urbana para cidades densamente povoadas. Foi desenvolvido pelo laboratório de Smart Cities. Hoje há também outros projetos relacionados a este de mobilidade urbana. A exposição dos experimentos ocupa o térreo do Media Lab e conta com cerca de dez experimentos.

MIT Museum O Museu do MIT é o local que reúne os grandes projetos. Ele é aberto ao público, mediante o pagamento do valor do ingresso, como um museu comum. Destaques: Projetos de inteligência artificial e robótica, inclusive um mais recente que simula o toque e densidade dos objetos através de um robô, focado para experimentos de medicina. Hologramas artísticos e digitais Exposição sobre invenções atuais, como os post it, saquinho de chá, etc.

MIT8: lista de livros Alguns destaques da MIT Press: Spreadable Media: creating value and meaning in a networked culture, de Jenkins, Ford e Green. Big Data, de Mayer- Schonberger. Networks of Outrage and Hope, de Castells. Transforming Business: big data, mobility and globalization, de Cerra.