Prefeitura Municipal de 1 Ano VII Nº 1259 Prefeitura Municipal de publica: Despacho Impugnação Administrativa Edital de Pregão Presencial nº 04/2019. Gestor - Jose Roberto Dos Santos Oliveira / Secretário - Governo / Editor - Ass. de Comunicação - BA
2 - Ano VII - Nº 1259 Licitações DESPACHO Trata-se de impugnação aos termos do Edital de Pregão Presencial nº 04/2019, apresentada por Via Correios em 18/02/2019. Desta forma, junto aos autos a presente impugnação e encaminho o processo à Assessoria Jurídica para parecer, antes de proferir decisão quanto a impugnação., em 18 de fevereiro de 2019 ILÁLIA RODRIGUES DE MACEDO Pregoeira
3 - Ano VII - Nº 1259 Ref.: Impugnação Administrativa promovida pela MOVESCO INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÓVEIS ESCOLARES LTDA, ao Edital de Pregão Presencial nº 04/2019. I RELATÓRIO A empresa MOVESCO INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÓVEIS ESCOLARES LTDA, impugnação administrativa ao Edital de Pregão Presencial nº 04/2019, através dos correios. Alega, em apertada síntese, que a Administração deixou de exigir a certificação compulsória para móveis escolares, estabelecida pela portaria Inmetro nº 105, de 06 de março de 2012, em atendimento as normas técnicas ABNT NBR 14006/08. Questiona, ainda, a exigência de atestado de capacidade técnica com firma reconhecida do assinante em cartório em se tratando de documento expedido por servidor público, tendo em vista que o mesmo possui fé pública, devendo ser dispensado tal chancela cartorária. Sendo este o relatório, passamos ao opinativo. II - PARECER De início, se faz mister destacar que a Certificação Compulsória informada na peça impugnatória fora regulamentada por portaria do Órgão Regulamentador, e possui condão de prioriza as questões de segurança, saúde e Meio Ambiente. Neste sentido, os produtos listados nas regulamentações, apenas podem ser fabricados e comercializados com a comprovação de certificação, mediante apresentação do Certificado de Conformidade. Nesta toada, o art. 3º, da Portaria do Inmetro nº 105/12, institui, no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade-SBAC, a Certificação Compulsória para Móveis Escolares Cadeiras e Mesas Para Conjunto Aluno Individual a qual deverá ser realizada por Organismo de Certificação de Produto OCP, acreditado pelo Inmetro, consoante o estabelecido nos requisitos ora aprovados. Noutra banda, a Lei 9.933, de 20 de dezembro de 1999, em seus artigos 1 ao 5, regulamenta a contratação pela Administração Pública Direta e Indireta, de produtos com regulamentos técnicos: Art. 1º Todos os bens comercializados no Brasil, insumos, produtos finais e serviços, sujeitos à Regulamentação Técnica, devem estar em conformidade com os Regulamentos Técnicos pertinentes em vigor. Art. 2º O Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - Conmetro, Órgão Colegiado da estrutura do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, criado pela Lei nº5.966, de 11 de dezembro de 1973, é competente para expedir Atos Normativos e Regulamentos Técnicos, nos campos da Metrologia e da Avaliação da Conformidade de Produtos, de Processos e de Serviços. 1º Os Regulamentos Técnicos, deverão dispor sobre características técnicas de insumos, produtos finais e serviços, que não constituam objeto da competência de outros
4 - Ano VII - Nº 1259 órgãos e de outras entidades da Administração Pública Federal, no que se refere a aspectos relacionados com segurança, prevenção de práticas enganosas de comércio, proteção da vida e saúde humana, animal e vegetal, e com o Meio Ambiente. 2º Os Regulamentos Técnicos, deverão considerar, quando couber, o conteúdo das Normas Técnicas adotadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas. Art. 3º O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, criado pela Lei nº 5.966, de 1973, é competente para: (Redação dada pela Lei nº 12.545, de 2011). I - Elaborar e expedir Regulamentos Técnicos nas áreas que lhe forem determinadas pelo Conmetro; II - Elaborar e expedir Regulamentos Técnicos, que disponham sobre o Controle Metrológico Legal, abrangendo Instrumentos de Medição; (Redação dada pela Lei nº 12.545, de 2011). III - Exercer, com exclusividade, o poder de Polícia Administrativa na área de Metrologia Legal; IV - Exercer Poder de Polícia Administrativa, expedindo Regulamentos Técnicos nas áreas de Avaliação da Conformidade de Produtos, Insumos e Serviços, desde que não constituam objeto da competência de outros órgãos ou entidades da Administração Pública Federal, abrangendo os seguintes aspectos: (Redação dada pela Lei nº 12.545, de 2011). a) Segurança; (Incluído pela Lei nº 12.545, de 2011). b) Proteção da Vida e da Saúde Humana, Animal e Vegetal; (Incluído pela Lei nº 12.545, de 2011). c) Proteção do Meio Ambiente; e (Incluído pela Lei nº 12.545, de 2011). d) Prevenção de práticas enganosas de comércio; (Incluído pela Lei nº 12.545, de 2011). V - Executar, coordenar e supervisionar as atividades de Metrologia Legal e de Avaliação da Conformidade Compulsória por ele regulamentadas ou exercidas por competência que lhe seja delegada; (Redação dada pela Lei nº 12.545, de 2011). [...] Art. 5º As pessoas naturais ou jurídicas, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, que atuem no mercado para prestar serviços ou para fabricar, importar, instalar, utilizar, reparar, processar, fiscalizar, montar, distribuir, armazenar, transportar, acondicionar ou comercializar bens, são obrigadas ao cumprimento dos deveres instituídos por esta Lei e pelos Atos Normativos expedidos pelo Conmetro e pelo Inmetro, inclusive, Regulamentos Técnicos e Administrativos. (Redação dada pela Lei nº 12.545, de 2011). Sobre o tema se faz mister trazer a baila os ensinamentos do festejado doutrinador Marçal Justen Filho (JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 12. Ed. São Paulo: Dialética, 2008. p. 434): o exercício de determinadas atividades ou o fornecimento de certos bens se encontram disciplinados em legislação específica. Assim, há regras acerca da fabricação e comercialização de alimentos, bebidas, remédios, explosivos etc. Essas regras tanto podem constar de lei como estar explicitadas em regulamentos executivos. Quando o objeto do contrato envolver bens ou atividades disciplinadas por legislação específica, o instrumento convocatório deverá reportar-se expressamente às regras correspondentes [1]. Após conferencia realizada no site do Inmetro no seguinte link: http://www.inmetro.gov.br/qualidade/prodcompulsorios.asp, verificamos que o objeto da licitação está enquadrado como Certificação Compulsória. O exercício de determinadas atividades ou a fabricação de determinados produtos depende de cumprimento de regras técnicas. Ademais, vejamos o que dispões os julgados do Tribunal de Contas da União (TCU. Acórdão 1338/2006.Plenário):
5 - Ano VII - Nº 1259 REPRESENTAÇÃO. CONCORRÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO DE SALA-COFRE PARA ABRIGAR CENTRO DE PROCESSAMENTO DE DADOS. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. IMPROCEDÊNCIA. 1. A obrigatoriedade de observância das normas técnicas da ABNT, consoante o disposto no art. 6º, inciso X, da Lei nº 8.666/1993, não se aplica aos casos de normas de cunho certificativo, mas, tão-somente, àquelas de natureza procedimental, cujo objetivo seja o detalhamento das etapas a serem seguidas na execução de obras e serviços de engenharia; 2. Os produtos industrializados cuja certificação de qualidade é compulsória são aqueles definidos em atos normativos do poder público, editados pela entidade governamental legalmente incumbida, bem assim aqueles definidos pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial CONMETRO ; Diante de todo o exposto, tendo a empresa a obrigatoriedade de, em decorrência de norma específica, atender a certas exigências relativas ao produto e ou para o desempenho de determinada atividade, deve a Administração requerer em edital a comprovação de tal requisito, como a certificação compulsória do INMETRO. Ademais, no que se refere ao reconhecimento de firma de documento expedido por servidor público em nome de órgão público, vale destacar que segundo o TCU, a exigência de reconhecimento de firma em documentos apenas pode ser feita em caso de dúvida quanto à autenticidade da assinatura e se houver prévia previsão editalícia. (Acórdão 1301/2015-Plenário) No mesmo sentido, o acórdão 604/2015-Plenário ressaltou o entendimento da jurisprudência do TCU que considera restritiva à competitividade das licitações cláusula que exija a apresentação de documentação com firma reconhecida em cartório., devendo o edital ser corrigido nesse pormenor. III - CONCLUSÃO Ante o exposto, o opinativo é pelo conhecimento da Impugnação manejada, tendo em vista tempestiva, para no mérito seja julgada PARCIALMENTE PROCEDENTE A IMPUGNAÇÃO Cancelando o Pregão Presencial 04/2019 tendo em vista a necessidade de refazer o Termo de Referência, com fito de atender ao interesse Público e o regramento legal pertinente., 19 de fevereiro de 2019. GERVÁSIO NUNES DE ALMEIDA JÚNIOR OAB/BA 43.416
6 - Ano VII - Nº 1259 PREGÃO PRESENCIAL Nº: 04/2019 OBJETO: Impugnação Administrativa ao Edital de Pregão Presencial nº 04/2019. DECISÃO Adota-se como relatório o Parecer Jurídico, como se aqui estivesse transcrito. Diante de tudo exposto, esta Pregoeira decide conhecer da impugnação, e no mérito julgar pela procedência parcial da impugnação apresentada pela empresa MOVESCO INDUSTRIA E COMÉRCIO DE MÓVEIS ESCOLARES LTDA, CANCELANDO o Pregão Presencial 04/2019 em virtude dos vícios insanáveis constantes no Termo de Referência do Processo Administrativo.., 19 de fevereiro de 2019. ILÁLIA RODRIGUES DE MACEDO Pregoeira