PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL: CONTRIBUIÇÕES DE UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA



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Transcrição:

PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL: CONTRIBUIÇÕES DE UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA Resumo Jéssica Danieli Ramos da Rosa 1 - UNÍNTESE Grupo de trabalho - Psicopedagogia Agência Financiadora: não contou com financiamento Este estudo visa mostrar a importância de as instituições desenvolver um trabalho de maneira significativa, que a aprendizagem seja prazerosa, dotada de sentido, que perpasse por aquilo que o educando já conhece, vivencia ou tenha desejo em saber. Assim torna-se pertinente, pois traz um tema que inquieta educadores e pesquisadores, o de como conseguir despertar a atenção dos alunos para que possam interessar-se pelo aprender. A partir de uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo, com um enfoque sobre a psicopedagogia institucional tratamos no seguinte trabalho sobre a aprendizagem significativa desenvolvida por Ausubel (apud MOREIRA, 1999), entre outros autores, por compreendermos que esta concepção de aprendizagem é fundamental para auxiliar os alunos em seu desenvolvimento cognitivo, e ao mesmo tempo nos aproximar destes educandos com atividades de seu interesse e, portanto, potencialmente expressivas. Não há no decorrer deste trabalho, o intuito de criticar os trabalhos desenvolvidos em sala de aula, muito menos criar uma visão utópica sobre as condições ideais para o aprender, mas sim que este sirva de base para pensarmos em outras maneiras de ensinar e que esta aprendizagem tenha sentido na vida de cada aluno. Ao pensarmos que os indivíduos são o que são dentro de determinados contextos, podendo e devendo ser compreendidos a partir de suas conexões e de suas relações com a sua realidade contextual. Isso implica em que a educação promova o respeito às diferenças, às dificuldades, à diversidade entre os seres, às variações culturais e aos diferentes processos de desenvolvimento humano. Palavras-chave: Aprendizagem significativa. Psicopedagogia. Ensino. Introdução O cenário educativo atual aponta que as escolas estão diante da problemática das dificuldades de aprendizagem, sendo o fracasso/insucesso escolar um paradigma vivente nos 1 Licenciada em Educação Especial pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Pós-Graduanda em Psicopedagogia Clínica e Educacional (UNÍNTESE), Pós-Graduanda em Educação do Ensino Estruturado para Autistas (INFOCO), Educadora Especial na Rede Municipal. E-mail: danieliramos1@hotmail.com ISSN 2176-1396

10572 bancos escolares. A psicopedagogia institucional, em seu saber fazer, através do trabalho com os educadores, busca acompanhar o processo educativo, para que este venha organizar a aprendizagem de forma que o fracasso escolar não seja presença marcante no aprendizado das crianças e que o professor compreenda sua responsabilidade frente ao sucesso no ato de aprender. A escola preocupada com a formação cidadã é dada a exigência de ensinar o educando de forma significativa. Falamos na aprendizagem de forma dinâmica, onde os alunos aprimoram conhecimentos, ampliam significados de forma prazerosa e que seja potencialmente significativo, pois analisamos que o conhecimento das informações ou dos dados isolados é insuficiente. É preciso situar as informações e os dados em um contexto para que adquiram sentidos (MORIN, 2003 p. 65). Com este trabalho objetivamos analisar a importância de as instituições proporcionarem um ensino significativo. Sendo assim, desenvolver um trabalho que vá de encontro ao aluno, suas necessidades, interesses ou desejo em aprender, para que a aprendizagem seja estruturada naquilo que tenha sentido na vida do educando ou auxilie a assimilar o que lhe é necessário para o momento, dando base para futuras aprendizagens. Analisamos esta importância apresentando alguns referenciais acerca das contribuições da psicopedagogia no ambiente institucional e tecer reflexões sobre a pertinência da aprendizagem significativa no ambiente escolar. A escolha do tema se definiu ao longo de leituras sobre aprendizagem, dificuldades de aprendizagem e fracasso escolar durante a graduação, o curso de pós-graduação e a partir do trabalho em Sala de Recursos Multifuncional 2, o qual se obtém resultados satisfatórios quando trabalhado a partir da realidade dos alunos, seus interesses e curiosidades. Ao realizar uma pesquisa, o pesquisador traz consigo uma carga de valores, conhecimentos, interesses, uma visão e compreensão de mundo que irão de certa maneira influenciar suas escolhas e seus caminhos metodológicos. Esta pesquisa se caracteriza por ser um estudo qualitativo, que busca conhecer a problemática em uma temporalidade espacial determinada. A pesquisa qualitativa, de acordo com Ludke (1986), tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, através da análise de obras que tratam o tema abordado, a fim de 2 Sala de recursos multifuncional é o espaço da escola onde se realiza o atendimento educacional especializado para os alunos com necessidades educacionais especiais, por meio de desenvolvimento de estratégias de aprendizagem, centradas em um novo fazer pedagógico que favoreça a construção de conhecimentos pelos alunos, subsidiando-os para que desenvolvam o currículo e participem da vida escolar (BRASIL, 2006).

10573 ampliar conhecimentos sobre o problema a ser investigado. Nesse exposto, não trazermos respostas, mas sim apontamos a necessidade de se trabalhar com algo que desperte o interesse do aluno em aprender. O psicopedagogo no ambiente institucional A Psicopedagogia é uma área de estudo que nasceu de um conjunto de práticas em torno do processo da aprendizagem escolar. Sendo uma prática interdisciplinar, a Psicopedagogia envolve vários profissionais e campo das ciências como a Psicologia, Psiquiatria, Neurologia, Fonoaudiologia, Linguística, Filosofia, Pedagogia dentre outras. Conforme afirma Bossa (1994, p. 58) a psicopedagogia tem se caracterizado como um importante campo de atuação, estudos e pesquisas sobre a aprendizagem humana. Nascida na intersecção entre áreas da pedagogia, psicologia e saúde, tem-se configurado como campo interdisciplinar, priorizando a interlocução com as diferentes áreas do saber, bem como a construção de um corpo teórico que lhe seja próprio, capaz de fundamentar a prática e a pesquisa na área. Nesta perspectiva, a contribuição da Psicopedagogia é empenhar-se em levar a instituição à vivência que permita aos personagens (funcionários) desse cotidiano dar-se conta da importância do seu trabalho para a manutenção da saúde e sobrevivência organizacional, atuando diretamente nas relações de aprendizagem (BOSSA, 1994). Assim entra o trabalho do Psicopedagogo Institucional, em parceria com a equipe gestora da escola e com os professores para que através de um trabalho articulado possam entrar a fundo nas questões que dificultam/impedem o sucesso escolar, contribuindo para que este quadro de fracasso seja revertido, possibilitando de maneira significativa a aprendizagem. Beck (1997, p.149) menciona ainda, que a psicopedagogia estuda o fenômeno da aprendizagem humana. Na compreensão desse processo, constrói estratégias para o desenvolvimento do aprender e alternativas para superar o não aprender. Desse modo, propõe-se a intervir nos motivos que impedem o aprendizado e, cada vez mais, orienta-se na busca e na promoção de condições possibilitadoras dos processos de aprendizagem. Portanto, com o apoio do psicopedagogo no ambiente escolar pode-se possibilitar a organização da aprendizagem do educando, suas dificuldades, necessidades, acompanhar a relação com seus familiares e sociedade, a fim de organizar o sistema educativo escolar para acompanhar de forma significativa seu ensino/ aprendizagem.

10574 Efetivamente, a aprendizagem significativa tem vantagens notáveis, tanto do ponto de vista do enriquecimento da estrutura cognitiva do aluno como do ponto de vista da lembrança posterior e da utilização para experimentar novas aprendizagens, fatores que a delimitam como sendo a aprendizagem mais adequada para ser promovida entre os alunos (PELIZZARI et al, 2002, p. 39). Neste sentido o psicopedagogo tem muito a contribuir neste processo, pois ele pode estar conversando com os educadores sobre de que maneira possa estimular o aprender em seus alunos, bem como auxiliar na compreensão de dificuldades e conflitos existentes no interior da instituição que dificultam o trabalho ou a relação professor e aluno em sala de aula. Buscando novos caminhos para ensinar É sempre a hora de quebrarmos paradigmas, buscar novas fontes, novos desafios, novas maneiras de ensinar e como professor, também de aprender, Alícia Fernandez (1991) já dizia que para ser um bom ensinante tem que ser um bom aprendente. Nesta busca constante de respostas, caminhos e muitos descaminhos não deixar de acreditar que todo mundo aprende, somos seres que evoluímos conforme nossas aprendizagens. Quando nasce, o bebê é um feixe de possibilidade, de ferramentas que são capazes de atrair, de captar o conhecimento que tem que ser transmitido e reconstruído nele. Sabemos que o homem é um ser histórico, que cada geração acumula conhecimentos sobre a anterior e o humano vai se tornando humano porque aprende (FERNANDEZ, 1991, p.51). Neste contexto de aprender e ensinar estão nossas crianças e jovens, com contextos e realidades familiares diversas, com conflitos individuais e dificuldades de entender o significado e a importância da aprendizagem escolar. Assim, analisamos que quando a ação pedagógica é enfocada de forma contextualizada e tendo como ponto de partida a realidade de cada aluno, haverá maior participação e reflexão. Para tanto, propomos estimular o desenvolvimento e/ou ampliar seus conhecimentos, a partir daquilo que desperte interesse e motive-os, auxiliando suas aprendizagens. A partir da teoria de Ausubel (apud MOREIRA, 1999, p. 84) também listamos alguns princípios considerados como necessário para ocorrer à aprendizagem significativa, sendo eles:

10575 1. Princípio do conhecimento prévio: aprendemos a partir do que já sabemos. 2. Princípio da interação social e do questionamento: ensinar/aprender perguntas ao invés de respostas. 3. Princípio da não centralidade do livro de texto: do uso de documentos, artigos e outros materiais educativos. Da diversidade de materiais instrucionais. 4. Princípio do aprendiz como perceptor/representador. 5. Princípio do conhecimento como linguagem. 6. Princípio da consciência semântica. 7. Princípio da aprendizagem pelo erro. 8. Princípio da desaprendizagem. 9. Princípio da incerteza do conhecimento. 10. Princípio da não utilização do quadro-de-giz: da participação ativa do aluno. Da diversidade de estratégias de ensino. 11. Princípio do abandono da narrativa: de deixar o aluno falar. Notamos a partir destes princípios trazidos por Ausubel (apud MOREIRA, 1999) como é fundamental para todo e qualquer aluno, ainda mais para aqueles rotulados, fazer o ensino voltado para ele, onde é visto as suas necessidades, onde qualquer progresso deve ser impulsionado pondo em jogo as próprias habilidades juntamente com os saberes prévios ou intuitivos que dispõem para novas aprendizagens. Claro que este é um desafio para todos os educadores, e não é uma tarefa fácil, pois deve haver um conhecimento prévio da realidade de cada aluno, saber como chegar a cada um, com uma postura de quem quer compartilhar aprendizagens e não de quem dota o conhecimento e dita as regras, que eles sintam-se atraídos a fazer aulas com o professor, pois a aprendizagem somente ocorre se quatro condições básicas forem atendidas: a motivação, o interesse, a habilidade de compartilhar experiências e a habilidade de interagir com os diferentes contextos (SANTOS, 2008, p. 33). Com este discurso, enfatizamos a importância da aprendizagem significativa tanto ao favorecer a melhor assimilação e compreensão acerca dos conteúdos escolares, já discutidos nesta proposta, quanto ao propiciar o desenvolvimento cognitivo, emocional e social, ao contribuir para remoção de muitos dos rótulos adquiridos pelos alunos durante a escolarização. Na maioria das vezes a aprendizagem que não tem significado acaba se tornando mecânica, puramente memorística para alcançar resultados, como não repetir o ano, e aqueles que não conseguem, ou não possuem interesse em relatar o que foi passado, acabam destinado à repetência ou avançam de ano sem terem realmente aprendido. Resumindo, aprendizagem significativa é aprendizagem com significado, compreensão, sentido, capacidade de transferência; oposta à aprendizagem mecânica, puramente memorística, sem significado, sem entendimento (MOREIRA, 1999). Todo e qualquer conceito a ser aprendido necessita possuir significado para que possa ser internalizado. A preocupação não é o que ensinar, mas como promover o aprender, tornando a informação mais precisa e objetiva para o aluno, além de relacioná-la com o contexto ao seu redor. Assim, a aprendizagem significativa, se caracteriza como um processo

10576 por meio do qual uma nova informação se relaciona, de maneira substantiva (não-literal) e não - arbitraria a um aspecto relevante da estrutura cognitiva do indivíduo (AUSUBEL, 1978 apud MOREIRA, 1999, p.11). Isto implica que os estudantes apresentem ideias prévias (teorias, conceitos ou conhecimentos advindos de sua experiência) sobre o conteúdo das tarefas escolares nas quais estão envolvidos. Assim, para que aprendizado tenha significado subjaz integração construtiva entre pensamento, sentimento e ação que conduz ao engrandecimento humano. Este tipo de aprendizagem propicia aos alunos estarem aprendendo o que de certa forma para eles possui um sentido, e para quem desenvolve a ação pedagógica contribui para que atinja os objetivos esperados. Porém, caberá ao professor procurar novas oportunidades para fugir da tradicional aula expositiva, tanto oral quanto escrita, na qual o aprender é ouvir e repetir conteúdos, por vezes, sem nenhum significado para a vida, e procurará recursos alternativos variados em que os alunos possam ficar envolvidos e comprometidos no próprio processo de aprendizagem (MARTINS, 2009, p.35). Quando algo é interessante, nos envolvemos espontaneamente, motivados a aprender e a conhecer mais o desconhecido. Assim, a proposta do professor é relevante quando não somente facilita a aprendizagem, mas quando o aluno pode conversar sobre o aprendido e reconstruir seus conhecimentos, não se limitando apenas a acumulação de informações, mas utilizando-as para novas experiências. Não estamos a julgar que a aula expositiva e com cópia não seja válida, no entanto somente com este modelo não se conduz a produzir significados, uma provocação para diferentes aprendizagens, um confronto com o conhecimento sistematizado e a visão inicial que possuía, para aquisição de novos conceitos, e não que estes devam ser os únicos e verdadeiros, mas servem de base para que sempre estarem conflitando com a realidade, os modificando ou aperfeiçoando. Assim, a primeira preocupação do professor deverá ser a escolha do objeto a ser estudado, isto é, algo que desperte o interesse dos alunos e seja justificado pela necessidade deles de saber, conhecer ou dominar melhor, ou talvez algum conteúdo que venha atender a deficiências ou carências deles no estudo, ou sirva para complementar e reforçar aquilo que já parecem saber (MARTINS, 2009, p. 32). Deste modo, o aluno precisa transferir aquilo que aprende em sala de aula para a sua realidade, nas mais diferentes situações do dia-a-dia para que o aprendizado se torne significativo.

10577 A aprendizagem deverá ser processada de maneira que envolva integralmente o aluno, quanto aos aspectos cognitivo, racional, emocional, lógico, imaginário, intuitivo, e, para tanto, convém, aproveitar ao máximo aquilo que as práticas de aprendizagem contextualizadas podem oferecer (MARTINS, 2009, p. 15). Estas práticas contextualizadas são fundamentais para que os alunos possam perceber a aplicabilidade que o ensino sistematizado possui em suas vidas. Além disso, devemos observar que estes alunos são dotados de sonhos, ideais, sentimentos e uma história de vida que insiste em puxar para a realidade diária assim, nós como educadores devemos incentivar, apontar caminhos para a realização destes, pois talvez nós sejamos os únicos a acreditar. Para auxiliar em todo este processo, não nos esqueçamos do psicopedadogo que está, ou deveria estar, nas instituições de ensino para proporcionar aos professores a reflexão necessária para que aconteça a mudança da realidade atual, ou até mesmo como utilizar momentos de formação continuada para provocar a reflexão da importância de aprender significativamente. Considerações finais O estudo desde o início procurou mostrar que quando trabalhamos com a aprendizagem significativa há avanços expressivos no educando, pois esta vai de encontro com seu interesse, suas dúvidas e instiga mais o aprender. Este aprender vai além dos conteúdos sistematizados de sala de aula, criando uma autonomia para atuar e pensar criticamente o mundo a sua volta. O modelo de aprendizagem que embasa as necessidades de nosso tempo não é mais o modelo tradicional que acredita que o aluno deve receber informações prontas e ter, que memorizá-las e repeti-las na íntegra. As práticas pedagógicas que se alicerçam nestes pressupostos, sem propor dinamismo, reflexões sobre o social, a partir do interesse e das necessidades dos alunos estão fadadas ao fracasso. Educar é sim, compartilhar a generosidade de dividir pensamentos, que somados, compõem a rede de conhecimentos (BEAUCLAIR, 2006). Esta discussão sobre aprender significativamente deve estar presente no cotidiano escolar e sabemos que como educadores devemos estar sempre nos desafiando e (re)formando a nossa atuação, pois muitas são as exigências diárias, mas quando aceitamos a profissão assumimos um compromisso e a nossa maior realização é ver um aluno aprendendo para além dos muros da escola.

10578 REFERÊNCIAS BEAUCLAIR, J. Psicopedagogia institucional, educação corporativa e organizações aprendentes: o desenvolvimento humano como desafio. 2006. Disponível em: <http://www.profjoaobeauclair.net/visualizar.php?idt=267594>. Acesso em: jun. 2015. BECK, J. S. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. BOSSA, N. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Sala de recursos multifuncionais: espaços para o atendimento educacional especializado. Brasília, DF: MEC/SEESP, 2006. FERNÁNDEZ, A. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artmed, 1991. LUDKE, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. MARTINS, J. S. Situações práticas de ensino e aprendizagem significativa. Campinas: Autores Associados, 2009. MOREIRA, M. A. Aprendizagem significativa. Brasília, DF: UnB, 1999. MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2003. PELIZZARI, A. et al. Teoria da aprendizagem significativa segundo Ausubel. 2002. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000012381.pdf>. Acesso em: jun. 2015. SANTOS, J. C. F. Aprendizagem significativa: modalidades de aprendizagem e o papel do professor. Porto Alegre: Mediação, 2008.