Cuidados de Enfermagem no Alojamento Conjunto.

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Transcrição:

1 Cuidados de Enfermagem no Alojamento Conjunto. Bibione Tercia de Oliveira Silva (Unit), e-mail: bibioneterciajas@hotmail.com; Michelle Santana Prata (Unit), e-mail: michelleprata_enfermagem@hotmail.com; Derijulie Siqueira de Souza (Orientadora), e-mail: deriartur@gmail.com. Universidade Tiradentes/Enfermagem/Aracaju, SE. 4.00.00.00-1- Ciências da Saúde 4.04.00.00-0 - Enfermagem Pesquisa executada com recursos próprios. RESUMO: O Alojamento Conjunto é um sistema hospitalar em que o Recém-Nascido sadio, após o nascimento, permanece ao lado da mãe 24 horas por dia até a alta hospitalar. Esse estudo trata-se de uma revisão de literatura de materiais produzidos e sistematizados, no qual foram utilizadas as seguintes bases de dados: Scielo, BIREME, LILACS, publicações do Ministério da Saúde, Periódicos da Capes e Acervo da Biblioteca Central Jacinto Uchôa. No Alojamento Conjunto os cuidados de enfermagem necessários são: detecção da glicemia, administração da vacina BCG e vitamina K1, profilaxia com o nitrato de prata a 1%, banho, curativo do cordão umbilical e orientações às puérperas no que diz respeito à amamentação, cuidados de higiene do binômio, sangramento, repouso relativo e abstinência sexual de trinta a quarenta dias, reconhecimento dos sinais e sintomas de mastite e/ou infecção hospitalar, restrição ao uso de química no cabelo durante a amamentação, assiduidade no esquema vacinal, entre outros. Assim sendo, é necessário que mais pesquisas sejam realizadas a cerca da temática e que seja elaborado um protocolo ou até mais protocolos para nortear e padronizar uma assistência de qualidade e segura ao binômio mãe e filho no Alojamento Conjunto. Palavras-chaves: alojamento conjunto, assistência de enfermagem, recém-nascido. INTRODUÇÃO Considera-se Recém-Nascido (RN) o indivíduo com até 28 dias de vida. O RN a termo possui Idade Gestacional (IG) entre 37 e 41 semanas e 6 dias, com boa vitalidade, capacidade de sucção, controle térmico, peso superior a 2000g, ápgar maior que seis no quinto minuto de vida e apto para o Sistema de Alojamento Conjunto (SAC). Classificam-se em: prematuros IG inferior a 37 semanas e o pós-termo IG igual ou maior que 42 semanas, os quais não se enquadram no AC (MS, 2012). De acordo com a Portaria Nº 1.016, de 26 de agosto de 1993 do Ministério da Saúde, o termo Alojamento Conjunto, caracteriza-se como um sistema hospitalar em que o Recém-Nascido sadio, após o nascimento, permanece ao lado da mãe, 24 horas por dia, num mesmo ambiente, até a alta hospitalar. Onde são prestados todos os cuidados assistenciais, bem como a orientação à mãe sobre a saúde do binômio mãe e filho. Conforme LEIFER (2013) recomenda-se que o binômio mãe-filho permaneça no AC, no mínimo 48 horas, o atendimento deve acontecer com a genitora presente e a equipe deverá realizar boas práticas (acolhimento, aconselhamento e orientações), para que ocorra um cuidado holístico e eficaz. Nessa perspectiva torna-se essencial que os RNs com as características supracitadas sejam inseridos no AC. Segundo FILHO et al. (2012), os cuidados de enfermagem consistem em numa abordagem segura e eficaz, individualmente. Pois, cada indivíduo possui peculiaridades diferenciadas. Para que ocorra a permanência do RN sadio com a puérpera, a qual não deve possuir patologias que contraindiquem o contato no AC. Sendo assim, tornam-se necessários cuidados específicos que configurem boas práticas da equipe de enfermagem. No Alojamento Conjunto os cuidados de enfermagem necessários ao RN são: detecção da glicemia, administração da vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin) e vitamina K1 (Kanakion), profilaxia com o nitrato de prata a 1%, banho, curativo do cordão umbilical e orientações às puérperas no que diz respeito à amamentação, cuidados de higiene do binômio, sangramento (lóquiação), repouso relativo e abstinência sexual de trinta a quarenta dias, reconhecimento dos sinais e sintomas de mastite e/ou infecção hospitalar, restrição ao uso de química no cabelo durante a

2 amamentação, assiduidade no esquema vacinal, entre outros (MS, 2012; BUENO, 2009). Para promoção da saúde do binômio mãe-filho é necessário que o profissional de saúde promova a aprendizagem das mães durante a sua permanência e investigue o contexto familiar. A detecção de complicações pós-parto e anormalidades neonatais também são peculiaridades e devem ser observadas (MS, 2012). Tendo em vista, que na literatura não há a determinação, descrição completa e atualizada quanto aos cuidados de enfermagem no Alojamento Conjunto, surgiu a partir disso a necessidade de realizar esta pesquisa, a qual é de suma importância para o profissional Enfermeiro e para o binômio mãe-filho, a fim de promover uma assistência segura e de qualidade. Diante desse contexto verificou-se a necessidade de realizar essa pesquisa, já que existem poucas pesquisas a cerca dessa temática específica, a qual trate dos cuidados de enfermagem em um mesmo artigo. E objetivou-se analisar e incluir as evidências relacionadas aos cuidados de enfermagem realizados ao Recém- Nascido, assim como a genitora, no Alojamento Conjunto. MATERIAL E MÉTODOS Revisão de literatura de materiais produzidos e sistematizados, seguindo os critérios da Coloboração Cochrane e Prisma-Statement. Para a construção de um referencial teórico o trabalho foi baseado em um levantamento bibliográfico, através das bases de dados: Scielo (ScientificElectronic Library Online); BIREME (Biblioteca Regional de Medicina); LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), podendo ser acessado pela Biblioteca Virtual em Saúde; MEDLINE (National Library of Medicine); BDENF (Base de Dados Bibliográficas Especializada na Área de Enfermagem), publicações do Ministério da Saúde, Periódicos da Capes e Acervo da Biblioteca Central Jacinto Uchôa. RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao admitir o Recém-Nascido no Alojamento Conjunto é de suma importância alojá-lo de forma segura junto à genitora. Para isso faz-se necessário que toda a equipe de enfermagem esteja capacitada e qualificada, realizando as seguintes atividades: conferir identificação das pulseiras, checando-as com o prontuário; realizar exame físico no sentido céfalo-caudal; verificar sinais vitais e mensurar peso e altura; registrar no livro do setor e na folha única do prontuário, indicando: data e hora da chegada do RN ao AC, procedência, sexo do RN, tipo de parto e idade gestacional (LEIFER, 2013). As atividades as quais o Enfermeiro e sua equipe são responsáveis, em relação ao binômio, promovem o cuidado e a educação materna, proporcionam maior habilidade e segurança à mãe, culminando no cuidado correto e adequado do RN. São realizadas as medidas de higiene (troca de fraldas, banho e vestuário), o controle das eliminações (mecônio, fezes de transição, fezes lácteas, urina, vômitos e regurgitações do Recém- Nascido), curativo do coto umbilical, controle e avaliação dos sinais vitais, mensuração do peso e altura, cuidados com a pele, atividade motora, sono e repouso, alimentação, encaminhamento para o registro civil e puericultura (FULCHIGNONI; NASCIMENTO, 2004). Os cuidados de enfermagem necessários ao RN no AC são, além de averiguar as medidas antropométricas (peso, perímetro cefálico, perímetro torácico e altura), verificar os sinais vitais (temperatura, frequência cardíaca e respiratória, pressão arterial) e realizar o exame físico completo (céfalo-caudal), detectar a glicemia periférica do RN, através de fita reagente, administração da vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin) e vitamina K1 (Kanakion), profilaxia com o nitrato de prata a 1%. Porém, o mesmo há muito tempo tem sido questionada, devido ao efeito irritativo, incompleta proteção ocular e por ser o principal agente causador da conjuntivite neonatal (conjuntivite química). Dessa forma, atualmente recomenda-se Povidona a 2,5%, por possuir toxidade reduzida (MS, 2012). Oferecer banho de imersão, com proteção de bolinhas de algodão nos ouvidos, água morna próxima da temperatura corporal, utilizar sabonete ideal para RN, posteriormente, secar delicadamente e vesti-lo, mantendo o coto umbilical descoberto, trocar fralda sempre que necessário, na tentativa de impedir dermatite e afecções de trato urinário, realizar a higiene genital com água e sabão, secar e aplicar creme contra assaduras. Atentar-se para o tamanho da fralda adequado ao RN, realizar curativo do coto umbilical com álcool a 70%, gaze ou haste flexível, em frequência de três vezes ao

3 dia, pós-banho, antes de vestir o RN e a cada troca de fralda, sempre mantê-lo limpo e seco e evitar oclusão do coto umbilical seja por conta da fralda, faixa abdominal ou curativo oclusivo (BUENO, 2009). Orientar as puérperas no que diz respeito à amamentação, aos cuidados de higiene do binômio, sangramento (lóquiação), repouso relativo e abstinência sexual de trinta a quarenta dias, reconhecimento dos sinais e sintomas de mastite e/ou infecção hospitalar, restrição ao uso de química no cabelo durante a amamentação, assiduidade no esquema vacinal, posição de dormir do RN, supina ou decúbito dorsal, evitando apoiálos sobre almofadas e colchonetes em que o rosto possa afundar com o peso da cabeça; realizar a triagem neonatal, ou seja, fazer o teste do pezinho, o teste da orelhinha e do olhinho (BUENO, 2009). Para realização do teste do pezinho são coletadas algumas gotas de sangue do calcâneo do bebê e colocados no papel filtro para ser encaminhado para o laboratório para detecção de doenças congênitas. É um exame obrigatório realizado em todos os RNs do 3º ao 5º dia de vida (BRASIL, 2002). Segundo as Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal (2012) deve ser realizada a Triagem Auditiva Neonatal (TAM), teste da orelhinha, nas primeiras 24 a 48 horas e no máximo um mês, quando a saúde da criança não permita a realização do mesmo nas primeiras horas de vida. Com o intuito de detectar precocemente a deficiência auditiva no RN em prol da realização de uma intervenção rápida e efeitos minimizados. O Teste do Reflexo Vermelho (TRV), teste do olhinho, deve ser realizado com o oftalmoscópio direto, a 30 cm do olho do RN, em sala escurecida. Caracteriza-se por uma ferramenta de rastreamento de diversas alterações oculares. Todos os RNs devem ser submetidos ao teste antes da alta da maternidade e, pelo menos duas vezes ao ano, nos três primeiros anos de vida (BRASIL, 2013). CONCLUSÕES Constatou-se através da revisão integrativa que o Alojamento Conjunto (AC) se caracteriza como um relevante sistema hospitalar, pois ocorre o desenvolvimento de diversos cuidados aos Recém- Nascidos e às puérperas. Os cuidados de enfermagem no Alojamento Conjunto predominantes nos estudos foram: higiene do recém-nascido, promoção do aleitamento materno, termorregulação, troca de fraldas e o cuidado com o coto umbilical. Nota-se que, os estudos que possuem cuidados propriamente ditos, não são detalhados e exclusivos, têm dois ou apenas um cuidado por artigo e não há evidências cientificas que tratem dos cuidados gerais no AC em um mesmo estudo. Assim sendo, é necessário que mais pesquisas sejam realizadas a cerca da temática e que seja elaborado um protocolo ou até mais protocolos para nortear e padronizar uma assistência de qualidade e segura ao binômio mãe e filho no Alojamento Conjunto. REFERÊNCIAS BUENO, M.; BELLI, M. A. J.; KIMURA, A. F. Manual de Assistência a Enfermagem Neonatal. São Caetano do Sul, SP, Difusão Editora, v. 2, 2009. BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente: Lei Federal Nº 8069, de 13 de julho de 1990. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 2002. BRASIL. Ministério da saúde. Norma Básica para implantação do sistema Alojamento Conjunto. Portaria Nº 1.065, de 26 de agosto de 1993. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde: cuidados gerais. 2ª ed. Brasília: Ministério da Saúde, v. 1, 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção a Estratégias. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Estratégicas. Diretrizes de Atenção à Saúde Ocular na Infância: detecção e intervenção precoce para a prevenção de deficiências visuais. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Coordenação-Geral de Atenção Especializada. Manual de normas técnicas e rotinas operacionais do programa nacional de triagem neonatal. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. FILHO, W.D.L. et al. O Cuidado de Enfermagem no Alojamento Conjunto: uma revisão integrativa. Cogitare Enferm., v. 17, n. 3, p. 562-567, 2012.

4 FULCHIGNONI, Samia; NASCIMENTO, Maria de Jesus Pereira do. Promovendo a saúde através da educação das mães em um alojamento conjunto. Rev. Soc. Bras. Enferm. Ped., v. 4, n. 1, p. 27-34, 2004. LEIFER,Gloria. Alojamento Conjunto: o cuidado à mãe e ao bebê. 11ª ed. Elsevier: Enfermagem Obstétrica, Parte III, Capítulo IV, p. 480, 2013. MARGOTTO, P. R. Assistência ao Recém-Nascido de Risco. 2ª ed. Capítulo II, p. 545, 2006. PASQUAL, KK; DORETTO, LA; VOLPONI, BM. Alojamento conjunto: espaço concreto de possibilidades e o papel da equipe multiprofissional. Cogitare Enferm, v. 15, n. 2, p. 334-339, 2010. PASSOS, Angelo Ferreira; AGOSTINI, Fernanda Spinassé. Conjuntivite neonatal com ênfase na sua prevenção. Rev. Bras. Oftalmol., v. 70, n. 1, p. 57-67, 2011. SOUZA, MT; SILVA, MD; CARVALHO, R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein (São Paulo), v. 8, p. 102-106, 2010.

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