RELATO DE EXPERIÊNCIA: O PIBID NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE LETRAS.

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Transcrição:

RELATO DE EXPERIÊNCIA: O PIBID NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE LETRAS. Fabíola de Paula Oliveira¹, Alyne Ribeiro dos Santos Soares Martins², Bruna Larissa Stoque³, Erlane Silva Nunes 4, Karla Janaína Barcelos 5, Leandro Roberto da Silva 6, Marciana Nivia da Silva Camilo 7, Maria Auxiliadora Pereira 8, Maria Cecília Andrade Chumbinho da Costa e Silva 9, Mirna Diaz 10. 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10 Universidade de Uberaba (UNIUBE)/PIBID; 1 fabiolaoliveira01@yahoo.com.br, 2 alyneribeiro_32@hotmail.com, 3 bruniube@hotmail.com, 4 erlane321_nunes@hotmail.com, 5 barcelos_karla@yahoo.com.br, 6 le_roberto91@hotmail.com, 7 marcianacamilo@hotmail.com, 8 auxiliadorapereira23@yahoo.com.br, 9 mceciliaaccs@hotmail.com, 10 mirnadiaz012819@gmail.com Linha de trabalho: Formação Inicial de Professores Resumo O presente relato tem como objetivo socializar as contribuições do PIBID na formação inicial de oito bolsistas do curso de Letras Português/Inglês e Português/Espanhol da Universidade de Uberaba. Observando os objetivos do programa que visa aprimorar a qualificação dos futuros profissionais e acreditando na importância da experiência no processo de formação de professores, queremos através desse trabalho mostrar e refletir sobre as atividades realizadas pelo grupo e apresentar alguns resultados já alcançados. Palavras-chave: Gêneros textuais, Sequências Didáticas, Pibid, Docência, Ensino Fundamental. Em um mundo onde a tecnologia avança a cada dia mais, é fato, cada vez mais evidente, a chegada das crianças com uma bagagem enorme de conhecimento de mundo as salas de aula, na escola. Diante dessas mudanças o professor precisa primeiramente conhecer esse aluno, saber qual o nível de conhecimento que o mesmo traz para dentro de sala e, a partir daí, desenvolver a

sua prática pedagógica, mediando os conhecimentos científicos, de forma a colaborar para uma formação de sujeito autônomo, consciente, crítico, proporcionando-lhes instrumentos com os quais comunicam-se, interagem e se desenvolvem como cidadão plenos. Em face deste cenário é necessário que o estudante de licenciatura, em qualquer uma das áreas de educação, desenvolva desde o início o importante compromisso de se responsabilizar na melhoria da sua formação, buscando sempre na graduação/pós-graduação meios de realizar seus estudos. Programas institucionais como o PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência) vem proporcionando a nove alunos do curso de Letras a distância, da Universidade de Uberaba (UNIUBE), a oportunidade de expandir e colocar em prática, desde o início da graduação, os conteúdos trabalhados na estrutura curricular do curso, juntamente com o subprojeto do PIBID para o curso de Letras, coordenado por uma professora da instituição, cuja abordagem tem como objetivo principal o ensino da leitura e da escrita por meio dos gêneros textuais, com alunos de 6º ao 9º anos do ensino fundamental, de uma escola pública estadual do município de Uberaba-MG. Partiu-se, primeiramente, do conhecimento do contexto escolar, da estrutura física da escola, da interação com o corpo docente, dos recursos didáticos e tecnológicos, seguindo-se um período de observações das aulas de Português na sala da supervisora do projeto e, finalmente, das intervenções didáticas, sempre orientadas pela coordenadora e mediadas pela supervisora. Para o aprofundamento teórico-metodológico do subprojeto, recorremos à Escola de Vygotsky (Vygotsky, Luria e Leontiev), à teoria da Enunciação (Bakhtin) e às sequências didáticas no ensino de gêneros textuais como objeto de ensino (Schneuwly e Dolz). Sabemos que nos primeiros anos de escolaridade os alunos leem e escrevem textos em diferentes gêneros textuais, mas a partir do 6º ano do ensino fundamental é preciso ensiná-los o modo como se organizam os textos orais e escritos, isto é, levar os alunos a refletirem sobre o processo de organização dos gêneros textuais que circulam na sociedade, e que precisam ser ensinados para serem adequadamente apropriados. As atividades propostas partem de um determinado gênero textual (oral ou escrito), com a finalidade de conhecer melhor as características linguísticas e textuais do gênero apresentado, em acordo com as necessidades sócio-comunicativas dos alunos. Após esse primeiro contato, são trabalhadas sequências didáticas, baseadas nas concepções de (Schneuwly e Dolz), para que

apropriando das construções de cada gênero textual trabalhado, os alunos elaborem um texto (oral ou escrito), na tentativa de responder às situação de interlocução, proposta aos alunos para realização da atividade. É nessa produção que diagnosticamos a compreensão dos alunos sobre o gênero como objeto de ensino trabalhado. Nesses textos produzidos são analisadas as capacidades e as potencialidades desenvolvidas pelos alunos, nesse processo. A apresentação da situação não desemboca necessariamente em uma produção inicial completa. Somente a produção final constitui, bem frequentemente, a situação real em toda sua riqueza e complexidade. A produção inicial pode ser simplificada, ou somente dirigida à turma, ou, ainda, a um destinatário fictício (DOLZ, NOVERRAZ e SCHNEUWLY, 2004, p. 101). A partir dessa primeira avaliação, são criados subsídios para orientar os próximos módulos de estudo, de forma a adaptá-los às necessidades reais dos estudantes envolvidos, resultando em uma produção final coerente com o modelo apresentado. Esse método de avaliar a produção inicial para, a partir daí propor atividades em função das dificuldades elencadas no diagnóstico, possibilita a construção progressiva de conhecimento sobre o gênero em foco. Na apresentação de cada gênero é utilizado o suporte/meio, em ele é inserido na sociedade e todos os recursos disponíveis na escola, como data show, sala de multimeios, biblioteca, sala de informática e pequenas viagens, consultando a direção da escola e os pais dos alunos. Quando o grupo do subprojeto de Letras/Pibid iniciou as atividades de observação em sala de aula houve um estranhamento inicial, reação natural pois os alunos estavam acostumados a um ritmo de trabalho desenvolvido pela professora. Após algumas semanas de observações, o grupo de pibidianos pode intervir com as atividades propostas pelo projeto, causando uma grande movimentação no desenvolvimento da aula. Os alunos, inicialmente, foram um pouco resistentes ao fato de terem que produzir mais textos orais e escritos e, em consequência disso, descobrimos que vários deles apresentavam uma escrita deficiente em relação à produção textual. Faziam frases soltas, sem sentido algum e sempre quando perguntávamos sobre a atividade proposta, a maioria se calava com medo de ficar expostos, revelando a cultura enraizada dentro do ensino tradicional, onde o professor é a única fonte de conhecimento, anulando totalmente o que o aluno traz de casa. Aos poucos, com uma nova forma de envolvimento das aulas, em que eles passaram a ser sujeitos de seus textos, constituindo como

autores da ação desenvolvida, foram se interessando mais pelos conteúdos apresentados em sala, realizando questionamentos mais elaborados, carregados de dúvidas que aos poucos iam sendo esclarecidas em cada momento da atividade em sala de aula. A primeira coisa que observamos foi uma comunicação horizontal: todos interagiam uns com os outros. A produção dos textos orais e escritos deu um salto muito significativo, quanto à qualidade da exposição das ideias, `de uma escrita mais focada, de domínio de significados e produção de sentidos. Assim foi sendo construído uma prática exitosa para o ensino da leitura e da escrita por meio de cada gênero textual trabalhado. Diante dos resultados alcançados com as crianças, os pibidianos cresceram em suas concepções teóricas e ganharam experiência em sala de aula. Além da apropriação de conceitos científicos necessários para a formação decente por parte dos pibidianos, verificou-se em relação aos alunos um desenvolvimento de suas produções textuais e de comportamentos positivos nas aulas de língua portuguesa. Os estudos que os pibidianos vêm realizando, por meio do subprojeto de Letras/Pibid leitura de textos, discussões, reflexões sobre a prática a partir da teoria - possibilitaram um crescimento visível em direção à formação do professor para o ensino da língua portuguesa, no contexto da escola pública de hoje. O Programa PIBID deveria ser estendido a todos os alunos de graduação, em todas as licenciaturas, pois tem se mostrado uma ferramenta primordial na construção de uma nova prática pedagógica, alicerçada em conhecimentos teóricos e na formação docente para atuar na escola pública.

Referências BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.. Marxismo e filosofia da linguagem. 12 ed. São Paulo: Hucitec, 2006. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais. Língua portuguesa de 5ª a 8ª série do 1º grau. Brasília: MEC/SEE, 1998. BRONCKART, J. P. Atividade de linguagem, discurso e desenvolvimento humano. 1 ed.são Paulo: Mercado de Letras, 2009. DOLZ, J; SCHNEUWLY, B; e colaboradores. Gêneros orais e escritos na escola. [Tradução e organização de Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro]. Campinas/SP: Mercado de Letras, 2004. ; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Seqüências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: DOLZ, J; SCHNEUWLY, B; e colaboradores. Gêneros orais e escritos na escola. [Tradução e organização de Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro]. Campinas/SP: Mercado de Letras, 2004. p. 95-147 VYGOTSKY, L S. A Construção do pensamento e da linguagem. 2 ed. São Paulo: Martins