CURSINHO PRÓ-ENEM UFMS - 2013



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ATIVIDADES EXTRAS INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Prof. Rafael Cardoso 18/04/2013 Aluno(a): Turma: QUESTAO 1. POÇAS D ÁGUA As poças d água são um mundo mágico Um céu quebrado no chão Onde em vez de tristes estrelas Brilham os letreiros de gás Néon. (Mario Quintana, Preparativos de viagem, São Paulo, Globo, 1994.) Levando-se em conta o texto como um todo, é correto afirmar que a metáfora presente no primeiro verso se justifica porque as poças a) estimulam a imaginação. b) permitem ver as estrelas. c) são iluminadas pelo Néon. d) se opõem à tristeza das estrelas. e) revelam a realidade como espelhos. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES (2 e 3): Ciência e Hollywood 5 Infelizmente, é verdade: explosões não fazem barulho algum no espaço. Não me lembro de um só filme que tenha retratado isso direito. 6 Pode ser que existam alguns, mas se existirem não fizeram muito sucesso. 10 Sempre vemos explosões gigantescas, estrondos fantásticos. Para existir ruído é necessário um meio material que transporte as perturbações que chamamos de ondas sonoras. Na ausência de atmosfera, ou água, ou outro meio, as perturbações não têm onde se propagar. 7 Para um produtor de cinema, a questão não passa pela ciência. Pelo menos não como prioridade. Seu interesse é tornar o filme emocionante, e explosões têm justamente este papel; roubar o som de uma grande espaçonave explodindo torna a cena bem sem graça. 11 Recentemente, o debate sobre as liberdades científicas tomadas pelo cinema tem aquecido. O sucesso do filme O dia depois de amanhã (The day after tomorrow), faturando mais de meio bilhão de dólares, e seu cenário de uma idade do gelo ocorrendo em uma semana, em vez de décadas ou, melhor ainda, centenas de anos, 9 levantaram as sobrancelhas de cientistas mais rígidos que veem as distorções com desdém e esbugalharam os olhos dos espectadores (a maioria) que pouco ligam se a ciência está certa ou errada. Afinal, cinema é diversão. - Pág 1-15 Até recentemente, defendia a posição mais rígida, que filmes devem tentar ao máximo ser fiéis à ciência que retratam. Claro, isso sempre é bom. Mas não acredito mais que seja absolutamente necessário. 1 Existe uma diferença crucial entre um filme comercial e um documentário científico. 12 Óbvio, 2 documentários devem retratar fielmente a ciência, educando e divertindo a população, mas filmes não têm necessariamente um compromisso pedagógico. 13 As pessoas não vão ao cinema para serem educadas, ao menos como via de regra. Claro, 3 filmes históricos ou mesmo aqueles fiéis à ciência têm enorme valor cultural. Outros educam as emoções através da ficção. 14 Mas, se existirem exageros, eles não deverão ser criticados como tal. Fantasmas não existem, mas filmes de terror sim. Pode-se argumentar que, no caso de filmes que versam sobre temas científicos, 4 as pessoas vão ao cinema esperando uma ciência crível. Isso pode ser verdade, mas elas não deveriam basear suas conclusões no que diz o filme. No mínimo, o cinema pode servir como mecanismo de alerta para questões científicas importantes: o aquecimento global, a inteligência artificial, a engenharia genética, as guerras nucleares, os riscos espaciais como cometas ou asteroides etc. 8 Mas o conteúdo não deve ser levado ao pé da letra. 16 A arte distorce para persuadir. E o cinema moderno, com efeitos especiais absolutamente espetaculares, distorce com enorme facilidade e poder de persuasão. O que os cientistas podem fazer, e isso está virando moda nas universidades norte-americanas, é usar filmes nas salas de aula para educar seus alunos sobre o que é cientificamente correto e o que é absurdo. Ou seja, usar o cinema como ferramenta pedagógica. 17 Os alunos certamente prestarão muita atenção, muito mais do que em uma aula convencional. Com isso, será possível educar a população para que, no futuro, um número cada vez maior de pessoas possa discernir o real do imaginário. MARCELO GLEISER Adaptado de www1.folha.uol.com.br. QUESTAO 2. levantaram as sobrancelhas de cientistas mais rígidos que veem as distorções com desdém e esbugalharam os olhos dos espectadores (a maioria) que pouco ligam se a ciência está certa ou errada. (ref. 9) O autor faz um paralelo entre as sobrancelhas levantadas dos cientistas e os olhos esbugalhados dos espectadores. Assim, os olhos esbugalhados dos espectadores representam o seguinte elemento: a) reflexão b) admiração

c) indiferença d) expectativa QUESTAO 3. Mas, se existirem exageros, eles não deverão ser criticados como tal. (ref. 14) o dinheiro a 5 seus acionistas. Hoje, a Dell vale um décimo da Apple. 1 O mérito de Jobs foi ter a 9 presciência do rumo que o mercado tomaria. BARRUCHO, Luís Guilherme & TSUBOI, Larissa. A maçã de ouro. In: Revista Veja, 02 de jun. 2010, p.187. Adaptado. Esta afirmação, embora pareça contraditória, sugere um elemento fundamental para a compreensão do ponto de vista do autor. O fragmento que melhor sintetiza o ponto de vista expresso pela frase citada é: a) Até recentemente, defendia a posição mais rígida, (ref. 15) b) filmes históricos ou mesmo aqueles fiéis à ciência têm enorme valor cultural. (ref. 3) c) A arte distorce para persuadir. (ref. 16) d) Os alunos certamente prestarão muita atenção, (ref. 17) A MAÇÃ DE OURO QUESTAO 4. A Apple supera a Microsoft em valor de mercado, premiando o espírito visionário e libertário de Steve Jobs Sobre o texto, é correto afirmar que a) a Apple, para conseguir superar sua crise econômica, contou somente com a ajuda do lançamento de produtos inovadores criados por Jobs. b) Michael Dell, fundador da Dell, só passou a acreditar no futuro da Apple quando Steve Jobs retornou à empresa. c) Apple e Microsoft se ajudaram mutuamente e, por isso, ambas se firmaram no mundo da tecnologia. d) entre os idealizadores da nova economia havia, além da concorrência de mercado, uma disputa pessoal. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 5 QUESTÕES (5, 6, 7 e 8): GATES E JOBS Quando as órbitas se cruzam 12 A Microsoft e a Apple vieram ao mundo praticamente ao mesmo tempo, em meados dos anos 1970, criadas na garagem de jovens estudantes. Mas as empresas não trilharam caminhos paralelos. A Microsoft desenvolveu o sistema operacional mais popular do mundo e rapidamente se tornou uma das maiores corporações americanas, rivalizando com gigantes da velha indústria. A Apple, ao contrário, demorou a decolar. 14 Fazia produtos inovadores, mas que vendiam pouco. 4 Isso começou a mudar quando Steve Jobs, um de seus fundadores, 6 que fora afastado nos anos 80, assumiu o comando criativo da empresa, em 1996. 11 A Apple estava à beira da falência e só ganhou sobrevida porque recebeu um 10 aporte de 150 milhões de dólares de Microsoft. Jobs iniciou o lançamento de produtos 8 genuinamente revolucionários nas áreas que mais crescem na indústria de tecnologia. Primeiro com o ipod e a loja virtual itunes. Depois vieram o iphone e, agora, o ipad. Desde o início de 2005, o preço das ações da empresa foi multiplicado por oito. 3 Na semana passada, a Apple alcançou o cume. 15 Tornou-se a companhia de tecnologia mais valiosa do mundo, superando a Microsoft. 13 Na sexta-feira, a empresa de Jobs tinha valor de mercado de 233 bilhões de dólares, contra 226 bilhões de dólares da companhia de Bill Gates. 2 A Marca, para além da disputa pessoal entre os 7 maiores gênios da nova economia, coroa a estratégia definida por Jobs. Quando ele retornou à Apple, tamanha era a descrença no futuro da empresa que Michael Dell, fundador da Dell, afirmou que o melhor a fazer era fechar as portas e devolver - Pág 2-7 Em astronomia, quando as órbitas de duas estrelas se entrecruzam por causa da interação gravitacional, tem-se um sistema binário. Historicamente, ocorrem situações análogas quando uma era é moldada pela relação e rivalidade de dois grandes astros orbitando: Albert Einstein e Niels Bohr na física no século XX, por exemplo, ou Thomas Jefferson e Alexander Hamilton na condução inicial do governo americano. Nos primeiros trinta anos da era do computador pessoal, a partir do final dos anos 1970, o sistema estelar binário definidor foi composto por dois indivíduos de grande energia, que largaram os estudos na universidade, ambos nascidos em 1955. Bill Gates e Steve Jobs, apesar das ambições semelhantes no ponto de convergência da tecnologia e dos negócios, 5 tinham origens bastante diferentes e personalidades radicalmente distintas. À diferença de Jobs, Gates entendia de programação e tinha uma mente mais prática, mais disciplinada e com grande capacidade de raciocínio analítico. Jobs era mais intuitivo, romântico, e dotado de mais instinto para tornar a tecnologia usável, o design agradável e as interfaces amigáveis. Com sua mania de perfeição, era extremamente exigente, além de administrar com carisma e intensidade indiscriminada. 3 Gates era mais metódico; as reuniões para exame dos produtos tinham horário rígido, e ele chegava ao cerne das questões com uma habilidade ímpar. Jobs encarava as pessoas com uma intensidade cáustica e ardente; Gates às vezes não conseguia fazer contato visual, mas era essencialmente bondoso.

4 Cada qual se achava mais inteligente do que o outro, mas Steve em geral tratava Bill como alguém levemente inferior, sobretudo em questões de gosto e estilo, diz Andy Hertzfeld. Bill menosprezava Steve porque ele não sabia de fato programar. Desde o começo da relação, 6 Gates ficou fascinado por Jobs e com uma ligeira inveja de seu efeito hipnótico sobre as pessoas. Mas também o considerava essencialmente esquisito e estranhamente falho como ser humano, e se sentia desconcertado com a grosseria de Jobs e sua tendência a funcionar ora no modo de dizer que você era um merda, ora no de tentar seduzi-lo. Jobs, por sua vez, via em Gates uma estreiteza enervante. 2 Suas diferenças de temperamento e personalidade 1 iriam levá-los para lados opostos da linha fundamental de divisão na era digital. Jobs era um perfeccionista que adorava estar no controle e se comprazia com sua índole intransigente de artista; ele e a Apple se tornaram exemplos de uma estratégia digital que integrava solidamente o hardware, o software e o conteúdo numa unidade indissociável. Gates era um analista inteligente, calculista e pragmático dos negócios e da tecnologia; dispunha-se a licenciar o software e o sistema operacional da Microsoft para um grande número de fabricantes. Depois de trinta anos, Gates desenvolveu um respeito relutante por Jobs. De fato, ele nunca entendeu muito de tecnologia, mas tinha um instinto espantoso para saber o que funciona, disse. Mas Jobs nunca retribuiu valorizando devidamente os pontos fortes de Gates. Basicamente Bill é pouco imaginativo e nunca inventou nada, e é por isso que acho que ele se sente mais à vontade agora na filantropia do que na tecnologia, disse Jobs, com pouca justiça. Ele só pilhava despudoradamente as ideias dos outros. (ISAACSON, Walter. Steve Jobs: a biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 189-191. Adaptado) QUESTAO 5. Sobre a tira acima, NÃO se pode afirmar que a) a fala de São Pedro corrobora as ideias expostas no texto. b) depreende-se um tom sarcástico nas falas dos dois interlocutores. c) os verbos foram flexionados no imperativo afirmativo de acordo com a norma padrão. d) a colocação do pronome pessoal oblíquo no segundo quadrinho é marca da linguagem coloquial brasileira. QUESTAO 6. Na ocasião da morte de Steve Jobs, a Época homenageou-o, através da capa de sua revista. Analisando-a, só NÃO se pode inferir que - Pág 3 -

Gates era mais metódico; as reuniões para exame dos produtos tinham horário rígido, e ele chegava ao cerne das questões com uma habilidade ímpar. (ref. 3) a) O ponto e vírgula foi utilizado para separar orações coordenadas que mantêm entre si uma relação de explicação. b) O verbo chegar, nesse contexto, admite dupla regência, logo a reescrita chegava no cerne da questão atende à norma padrão da língua. c) O termo para exame dos produtos especifica o substantivo reuniões e mantém com esse termo uma relação semântica de finalidade. d) O termo com uma habilidade ímpar subordina-se ao verbo da oração ao qual acrescenta uma circunstância de modo. a) os óculos fazem uma alusão a Steve Jobs e, por isso, constituem, neste contexto, uma metonímia. b) o estilo da capa (fundo branco e informação sucinta) corresponde ao estilo clean, limpo, de Jobs, descrito no texto, cujo design era agradável. c) a frase escrita por Jobs revela um homem deprimido que vê na morte uma solução para seus conflitos pessoais. d) as linguagens verbal e não-verbal fazem referência à transitoriedade da vida; esta pela ausência do corpo e aquela pela certeza da morte. QUESTAO 7. Assinale a sentença cuja figura de linguagem foi indicada corretamente entre parênteses. a) Gates e Jobs Quando as órbitas se cruzam. (comparação) b) Jobs encarava as pessoas com uma intensidade cáustica e ardente; (catacrese) c)... ora no modo de dizer que você era um merda, ora no de tentar seduzi-lo. (metáfora) d)... Jobs, por sua vez, via em Gates uma estreiteza enervante. (metonímia) QUESTAO 8. Marque a alternativa INCORRETA a respeito do trecho abaixo destacado. QUESTAO 9. Assinale a opção correta quanto à análise das palavras abaixo, em destaque, retiradas do texto a) Os termos indissociável e intransigente são formadas somente pelo processo de derivação prefixal. b) As palavras ímpar e saída seguem a regra de acentuação gráfica das vogais i e u tônicas dos hiatos. c) Na frase,... tinham... personalidades radicalmente distintas. (ref. 5), o termo distintas é sinônimo de notáveis. d) Nas palavras destacadas em... Gates ficou fascinado por Jobs e com uma ligeira inveja de seu efeito hipnótico... (ref. 6), há, respectivamente, dígrafo, dígrafo e encontro consonantal. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES (10, 11 e 12): Igual-Desigual Eu desconfiava: todas as histórias em quadrinho são iguais. Todos os filmes norte-americanos são iguais. Todos os filmes de todos os países são iguais. Todos os best-sellers são iguais Todos os campeonatos nacionais e internacionais de futebol são iguais. Todos os partidos políticos são iguais. Todas as mulheres que andam na moda são iguais. Todas as experiências de sexo são iguais. Todos os sonetos, gazéis, virelais, sextinas e rondós são iguais 1 e todos, todos 2 os poemas em verso livre são enfadonhamente iguais. - Pág 4 -

Todas as guerras do mundo são iguais. Todas as fomes são iguais. 3 Todos os amores, iguais iguais iguais. Iguais todos os rompimentos. A morte é igualíssima. Todas as criações da natureza são iguais. Todas as ações, cruéis, piedosas ou indiferentes, são iguais. Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, bicho ou coisa. Ninguém é igual a ninguém. 4 Todo ser humano é um estranho 5 ímpar. Isto acontece porque cada indivíduo pode ser caracterizado como: a) solitário b) singular c) intolerante d) indiferente CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE Nova reunião: 19 livros de poesia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985. best-sellers livros mais vendidos gazéis, virelais, sextinas, rondós tipos de poema QUESTAO 10. O poema de Carlos Drummond de Andrade se caracteriza por uma repetição considerada estilística, porque é claramente feita para produzir um sentido. Pode-se dizer que a repetição da expressão são iguais é empregada para reforçar o sentido de: a) afirmação da igualdade no mundo de hoje b) subversão da igualdade pelo raciocínio lógico c) valorização da igualdade das experiências vividas d) constatação da igualdade entre fenômenos diversos QUESTAO 11. e todos, todos os poemas em verso livre são enfadonhamente iguais. (ref. 1 e 2) Os versos livres são aqueles que não se submetem a um padrão. Considerando essa definição, identifica-se nos versos acima a figura de linguagem denominada: a) antítese b) metáfora c) metonímia d) eufemismo QUESTAO 12. Todo ser humano é um estranho ímpar. (ref. 4 e 5) No contexto, a associação dos adjetivos estranho e ímpar sugere que cada ser humano não se conhece completamente. - Pág 5 -

Gabarito: Resposta da questão 1: [A] As poças de água despertam sensações que estimulam o mistério e a imaginação, como se afirma em [A]. Resposta da questão 2: [B] As sobrancelhas levantadas dos cientistas expressam incredulidade perante cenas impossíveis de acontecer no plano científico. Os olhos esbugalhados dos espectadores, pouco interessados nesse tipo de avaliação, revelam admiração pelos efeitos que estimulam a fantasia e produzem fortes sensações, como se transcreve em [B]. Resposta da questão 6: A associação da frase a um estado depressivo de Steve Jobs que assim traduziria o desejo da morte para por fim aos seus conflitos pessoais é improcedente, pois ela apenas transmite uma visão realista da existência que tem na morte o desfecho natural da vida. Resposta da questão 7: As opções [A], [B] e [D], ao contrário do que é indicado, apresentam frases com expressões metafóricas, da mesma forma que a opção, esta última devidamente caracterizada. Resposta da questão 3: Marcelo Gleiser chega à conclusão de que uma das particularidades da arte é alterar as características estruturais da realidade para transportar as pessoas a um mundo imaginário, onde os exageros podem constituir recurso necessário para ativar a fantasia: A arte distorce para persuadir. Resposta da questão 4: [D] As opções [A], [B] e são incorretas, pois [A] o aporte da Microsoft de 150 milhões de dólares contribuiu para que a Apple ultrapassasse problemas financeiros que iam provavelmente levá-la à falência; [B] Michael Dell não considerou o potencial de Jobs para inverter o quadro da empresa, a ponto de propor o encerramento da empresa; não há referência à ajuda mútua, apenas o contributo da Microsoft à Apple. Resposta da questão 8: [B] Todas as opções apresentam afirmações pertinentes, exceto [B], pois o verbo chegar é intransitivo com locução adverbial de lugar que deve ser precedida da preposição a, e não em. Resposta da questão 9: [D] Existem afirmações incorretas nas opções [A], [B] e, pois [A] na formação dos termos indissociável e intransigente também estão presentes os sufixos -vel e -nte ; [B] a palavra ímpar é acentuada por se tratar de paroxítona terminada em r e saída, porque o hiato constituído pela vogal i isolada e não seguida de s ou nh assim o exige; no contexto, o termo distintas significa diferentes. Assim, é correta apenas [D], pois em fascinado, inveja e hipnótico há, respectivamente, dígrafo [s], dígrafo [ĩ] e encontro consonantal [pn]. Assim, é correta apenas [D], pois o último parágrafo do texto menciona que havia, além da concorrência de mercado, uma disputa pessoal. Resposta da questão 5: Todas as opções são corretas, exceto, pois os termos verbais apresentam desvio da norma padrão por estarem conjugados em diferentes pessoas do discurso: dê (você), vai (tu) e passa (tu). Resposta da questão 10: [D] - Pág 6 - Através do uso de anáfora (repetição de palavras em início de versos) e epífora ou epístrofe (mecanismo simétrico ao da anáfora, mas em que a repetição se verifica no fim de versos), o autor enumera produtos, comportamentos e sentimentos para enfatizar a constatação de igualdade entre fenômenos diversos, como se afirma em [D]. Resposta da questão 11:

[A] Por não estar sujeito a regras métricas de versificação, o verso livre deveria exprimir a sensação de liberdade do poeta que desejava escapar aos padrões rígidos do academicismo conservador. No entanto, Carlos Drummond observa que até mesmo os poemas que adotam esse procedimento são enfadonhamente iguais, gerando um paradoxo, ou antítese, como se refere em [A]. Resposta da questão 12: [B] Se a expressão estranho ímpar sugere, no contexto, o ser que carrega a individualidade, característica que o faz único na sua espécie, deduz-se que cada indivíduo é um ser singular, como se refere em [B]. - Pág 7 -