REFLEXÕES SOBRE OS IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS E A UNIÃO ESTÁVEL NO NOVO CÓDIGO CIVIL



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Transcrição:

REFLEXÕES SOBRE OS IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS E A UNIÃO ESTÁVEL NO NOVO CÓDIGO CIVIL Débora Vanessa Caús Brandão SUMÁRIO: 1. Impedimentos matrimoniais: breves notas - 2. Principais alterações - 3. União estável e impedimentos matrimoniais - 4. Bibliografia. 1. IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS: BREVES NOTAS Desde a Roma Antiga, o casamento 1 traz consigo algumas restrições conforme a classe social dos nubentes 2. As uniões entre patrícios e plebeus não eram permitidas, segundo a Lei das XII Tábuas. Buscava-se "conservar a dinastia das classes 3 " e isto era fundamental, para a manutenção do poder pelas classes dominantes, porque desta forma não havia qualquer possibilidade de mobilidade social e o cenário políticoeconômico permanecia estável. O Direito Canônico alterou este panorama conferindo a todos a capacidade para o casamento, mas também estabelecendo impedimentos. Esta iniciativa se deu sob o fundamento de que todos têm o direito de se casar, numa tentativa de se evitar as inúmeras uniões concubinárias. Os impedimentos atravessaram milênios e foram classificados em públicos, também chamados de absolutos, e os privados, denominados relativos. 1 Note-se que o casamento era reservado aos cidadãos, ou seja, os submetidos ao jus civile. Escravos e estrangeiros eram submetidos ao jus gentium, com um regime próprio. 2 A respeito da estruturação desta sociedade, vide Fustel de Coulanges, A cidade antiga. 3 RIZZARDO, Arnaldo. Direito de família. vol. 1, p. 57. 1

"Impedimento é a falta das condições impostas por lei para que se celebre o casamento sem vício, que o annulle, ou sem penalidade para os nubentes, o official do registro e o juiz 4." E mais: "Entende-se por impedimentos matrimoniais as circunstâncias cuja ocorrência determina a incidência de regra vedativa da celebração do matrimônio 5 ". Os impedimentos, após as influências do Direito Canônico, adquiriam peculiar característica: preservar, com dignidade, o casamento. "Considerações de ordem moral, religiosa, política, sociológica e jurídica inspiraram a sua elaboração, tendo ingressado a matéria nas codificações modernas, sob regras impeditivas à realização do casamento e taxativamente enumeradas no respectivo corpo 6 ". As hipóteses de impedimentos vêm, exaustivamente, descritas na lei porque: em primeiro lugar, a lei deve reproduzir os anseios sociais, elencando aquilo que é reprovável para a comunidade. Sendo uma das finalidades dos impedimentos a prevenção de anomalias oriundas das relações entre parentes e a moralidade e sanidade de tais relações, melhor que se guarde esta função para o legislador, que o fará geral e abstratamente. Alguns causadores de maior repugnância social foram denominados de impedimentos dirimentes 7 absolutos; outros, de menor gravidade, impedimentos dirimentes relativos; e, por fim, temos os impedimentos impedientes ou proibitivos. 4 SÁ PEREIRA. Direito de família. p. 89. 5 LAMARTINE, José e MUNIZ, Ferreira. Curso de direito de família. p. 175. 6 BITTAR, Carlos Alberto. Curso de direito civil. vol. 2, p. 1.052. 7 Recebem o nome de dirimentes porque obstaculizam a celebração do casamento válido. 2

Os impedimentos dirimentes absolutos levam à nulidade absoluta do casamento porque infração de um desses impedimentos fere o interesse geral da coletividade. Por isso, são oponíveis por qualquer pessoa e não se convalidam. No Código Civil atual estão dispostos no art. 183, I a VIII. Os dirimentes relativos, dispostos no art. 183, IX a XIII, levam o casamento à nulidade relativa. Em comparação com os absolutos, são menos graves e por isso somente os interessados podem argüir a anulabilidade. Por fim, os impedimentos impedientes ou proibitivos visam impedir a celebração para que se protejam os interesses de terceiros. Em sendo realizado, permanecerá válido, mas os infratores receberão sanções. A rigor, não são impedimentos mas irregularidades, tendo em vista a permanência da validade. 2. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES O novo Código Civil disciplinou os impedimentos matrimoniais de maneira inovadora nos Capítulos III e IV do Título I do Livro IV, do Direito de Família. A antiga classificação doutrinária dos impedimentos matrimoniais em impedimentos dirimentes absolutos, relativos e impedientes não prevaleceu. O novo Codex aponta a existência de impedimentos e causas suspensivas. Os dirimentes absolutos, na nova legislação, encontram-se no art. 1.521 e são denominados tão-somente de impedimentos. 3

De acordo com Maria Helena Diniz 8, os impedimentos públicos podem ser divididos em três categorias: 1) os resultantes de parentesco (em razão da consangüinidade, afinidade e adoção); 2) impedimentos de vínculo; 3) impedimentos de crime. O inc. I do art. 1.521 dispõe: "Não podem casar: os ascendentes com os descendentes seja o parentesco natural ou civil". Foi abolida a antiga classificação em parentesco legítimo ou ilegítimo. Aliás, desde a Constituição de 1988 não houve mais sentido para que permanecesse esta diferenciação em virtude de expressa proibição de designação discriminatória relativa à filiação 9. Acrescente-se que a Lei 8.560/92, art. 10, revogou expressamente o art. 332 do CC/1916, que definia o parentesco legítimo, ilegítimo, natural ou civil. A nova redação acomodou no Código o que preceituava o texto constitucional desde 1988 e era por todos observado. O inc. II impede o casamento entre os afins em linha reta. Na esteira das considerações acima tecidas, não permaneceu a antiga distinção sobre o vínculo (legítimo ou ilegítimo). O impedimento de adoção vem elencado no inc. III, a saber: "Não pode casar o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante". Há, somente, uma pequena adequação do tempo verbal. As razões para a permanência do texto são evidentes: o respeito e a moralidade familiar, já que as relações decorrentes da adoção em família substituta devem imitar as relações biológicas. 8 Curso de direito civil brasileiro. p. 70-78. 9 Art. 227, 6º, CF/1988. 4

Imaginemos que A e B se divorciam. A adota D e se casa com C. B e D estão impedidos para o casamento? A questão proposta apresenta, pelo menos, dois entendimentos. Uma primeira orientação concluirá pelo impedimento numa visão legalista, lançando mão da interpretação gramatical. Outros poderão inclinar-se para a inexistência do impedimento. Se o fundamento da existência deste impedimento é o respeito e a manutenção da moralidade familiar, e a colocação em família substituta também deve observar estes preceitos, inclusive imitando a família biológica, então D não poderia se casar com C, que foi cônjuge do adotante e conviveu com D como se pai ou mãe fosse, mas com B não subsistiria o impedimento. O inc. IV praticamente permanece o mesmo; a observação que se faz é a mesma dos incisos I e II, isto é, a retirada das expressões discriminatórias "legítimos e ilegítimos". O inc. V proíbe o casamento do adotando com o filho do adotante. Ora, se o adotado não pode se casar com quem foi cônjuge do adotante, em decorrência do respeito moral familiar, tendo em vista que a adoção deve imitar a família biológica, o adotado não pode se casar com o filho do adotante, porque este será seu irmão 10. Este inciso nos parece desnecessário ante a igualdade constitucional da filiação. O inc. VI trata do impedimento de vínculo, ou seja, não podem casar as pessoas casadas. O texto legal permanece o mesmo. Ressalta-se 10 Observe-se que desde a Constituição Federal de 1988 (art. 227, 6º), os irmãos devem ser tratados com isonomia. 5

apenas que o casamento religioso não inscrito no registro civil não gera impedimento (art. 1.515) 11. Por fim, temos o impedimento de crime, nos mesmos moldes dantes, disciplinado no inc. VII. O antigo inc. VII não mais existe no Código Civil de 2002. Trata-se de impedimento para casamento entre o cônjuge adúltero com o seu co-réu por tal condenado. Carlos Roberto Gonçalves adverte a este respeito: "É preciso salientar que o Código Civil não interfere no Código Penal. O que acontece é que, pelo Código atual, se duas pessoas são condenadas criminalmente como cúmplices no adultério (o marido e a amante), e se mais tarde o marido se divorcia da esposa, ficando livre para se casar novamente, estará impedido de se casar com a sua cúmplice no aludido crime. No novo Código Civil não haverá tal impedimento 12. Até que advenha a reforma penal, que, segundo consta, descriminalizará o adultério, este crime continua presente no ordenamento jurídico brasileiro. No âmbito civil, o casamento entre a pessoa adúltera e seu cúmplice, após a dissolução do vínculo matrimonial anterior, será possível. Andou bem o legislador ao retirar este impedimento do rol, que soava como uma sanção revanchista. Por outro lado, é lamentável que o homem chegue a este ponto: adulterar. Romper com votos, alianças, traindo a confiança da pessoa que com ele divide o leito, venturas e desventuras. 11 Vide, da autora, "Casamento religioso com efeitos civis e o novo Código Civil", Revista Consulex, 31.01.2002, p. 39-45. 12 Entrevista disponível em: <http://www.emporiodosaber.com.br/revista/especial /especial-08.html>. 6

Devemos meditar nos tão festejados princípios da dignidade da pessoa humana e da felicidade. A felicidade é o objetivo de todos. As pessoas nascem para serem felizes. O ser humano se completa quando, à sua existência, soma a felicidade de um amor. Isto é sagrado, maravilhoso, extasiante. Ocorre que, ignorando que só pode haver felicidade se houver dignidade, inúmeras relações têm sido desfeitas mediante atitudes cruéis. A dignidade da pessoa humana deve prevalecer! O relacionamento deve acabar de maneira digna e o direito fornece instrumentos para que isso aconteça: a separação e o divórcio. Os antigos impedimentos impedientes relativos ou privados não mais existem com este nome, mas encontram-se esparsos no Capítulo VIII, que cuida da invalidade do casamento. "Das causas suspensivas" é o nome do Capítulo IV do Título I do Livro IV, que traz um outro rol de impedimentos. Podemos afirmar que estamos diante dos antigos impedimentos impedientes. O art. 1.523 adverte que não devem casar e não que não podem casar. Então, conforme já afirmamos, não temos impedimentos. O fundamento para que o legislador estabeleça estas causas suspensivas é preventivo: evitar a confusão de patrimônios e de sangue entre a prole do leito anterior com o posterior. O casamento celebrado "ao arrepio da lei será válido, porém os cônjuges sofrerão sanções 13 ". Nos incisos I e II dispõe o texto legal que: "Não devem casar: I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; II - a viúva, ou a 13 Vide art. 1.641, I, CC. 7

mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal". O inc. III é inovador ao estabelecer que "o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal, não deve casar". O inc. IV do art. 1.523 não traz a ressalva final, que era prevista em seu artigo correspondente (art. 183, XV) na antiga legislação 14. Ela se encontra no parágrafo único 15, em harmonia com a tendência de nossos tribunais. Havendo prova da inexistência de prejuízo, que motivo haveria para a imposição de sanções? Por fim, já não era sem tempo a revogação do inc. XVI do art. 183, que impedia o juiz ou o escrivão e seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados e sobrinhos de se casarem com órfão ou viúva domiciliados na comarca em que exercessem suas atividades, salvo autorização da autoridade judiciária superior, isto é, o presidente do Tribunal de Justiça. Pondera Maria Helena Diniz que "(...) o objetivo desse dispositivo legal era pôr frio à cobiça, proteger os mais fracos e afastar a coação moral, dado que tais autoridades exercem influência sobre o ânimo daquelas pessoas 16 ". 14 "(...) salvo permissão paterna ou materna manifestada em escrito autêntico ou em testament 15 "É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhe sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inc. II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo". 16 Curso de direito civil brasileiro. vol. 5, p. 81. 8

Realmente, esta preocupação deveria ter lugar nos idos de 1900, num Brasil provinciano, em que o Estado Democrático de Direito era ideal a ser conquistado. Hoje vivemos esta realidade (é bem verdade que estamos engatinhando nesta lição); as instituições democráticas estão a serviço do povo e aqui cabe uma alusão à conduta do Ministério Público, que vem desempenhando esta função com maestria. Ademais, atualmente, qualquer denúncia pode ser facilmente encaminhada às Corregedorias do Poder Judiciário. Não podemos crer que juízes e funcionários do Poder Judiciário, em pleno século XXI, possam estar preocupados com casamentos revestidos de vis características. Conforme já abordamos em oportunidade anterior, o casamento tem, hoje, como fundamento, a felicidade do casal, de sorte que não cabia a permanência de um impedimento tão mesquinho e descontextualizado diante desse mundo globalizado. Após estas ponderações introdutórias, passamos à análise dos impedimentos matrimoniais em face da união estável. 3. UNIÃO ESTÁVEL E IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS O Código Civil de 1916 era peremptório ao dispor que a afinidade era o vínculo que ligava cada cônjuge aos parentes do outro (art. 334). No decorrer do século XX, passamos por um período de multiplicação das relações concubinárias, o que culminou com a consagração constitucional da união estável como entidade familiar (art. 226, 3º, CF/88). 9

Não demorou muito para que os estudiosos do Direito iniciassem seus questionamentos a respeito da incidência dos impedimentos na união estável 17. As razões são duas: primeiro, em matéria de impedimentos, a interpretação deve ser restritiva; em segundo lugar, porque o vínculo de parentesco por afinidade decorre de lei. Como a lei só reconhecia o casamento, afins seriam os parentes do outro cônjuge. Neste sentido, Silvio de Salvo Venosa: "Essa relação (a afinidade) deriva exclusivamente de disposição legal, sem relação de sangue. (...) Como a afinidade é de ordem pessoal e não se amplia além dos limites traçados pela lei... 18 ". Yussef Said Cahali posicionou-se contrário à extensão do vínculo de afinidade em razão do concubinato porque "... não é possível encontrar no efeito o que na causa não existe 19 ". Porém a lacuna legal acabava por possibilitar a união dos pais de um dos conviventes com o outro parceiro. Ilustrando melhor: A era companheira de B. Por conta da impossibilidade de interpretação extensiva, não havia qualquer óbice ao casamento posterior entre sua mãe e seu companheiro. É bem certo que esta situação feria completamente o bem jurídico tutelado pela lei: a moral familiar. 17 A antiga discussão sobre a classificação do concubinato puro e impuro, pela dicção do art. 1.727 do novo CC, deve cessar. A lei se rendeu às considerações doutrinárias e acabou por estabelecer que haverá a união estável; que equivaleria ao concubinato puro, e o concubinato equivalente, ao impuro. 18 Direito civil: direito de família. p. 218-219. 19 "Do direito a alimentos no concubinato." Direito de família - Aspectos constitucionais, civis e processuais. p. 16. 10

Além do mais, gerava outra deturpação: pessoas submetidas ao regime da união estável acabavam possuindo maiores possibilidades que os unidos pelo matrimônio, o que gerava duras críticas doutrinárias: "Hoje tem-se o texto da Constituição Federal, o que, se de um lado significa um avanço no sentido de que cada dia mais o direito, num movimento tentacular, vai açambarcando e regulando a vida real, de outro não pode significar, de regra, que nos dias atuais a companheira deve ser mais beneficiada do que a esposa legítima! Até porque, diz a Constituição (art. 226, 3º) que a lei deverá facilitar a conversão da união estável em casamento. Logo, união estável não é casamento, e protegê-la mais do que ao casamento significaria inexoravelmente acabar com aquela instituição. Não é esta, evidentissimamente, a intenção da Constituição Federal 20 ". Francisco José Cahali levantou o problema dos impedimentos judiciais de suspeição e impedimento em virtude de relacionamento estável do magistrado com a parte ou com o(a) advogado(a). Imediatamente indica o doutrinador que "... bastaria nessas hipóteses qualificar o juiz do suspeito, por amizade íntima... 21 ". Como esta solução não satisfaz plenamente, propõe "... a constituição de uma terceira espécie de vínculo, ao lado do parentesco por consangüinidade e dos laços de afinidade, podendo qualificar-se como afinidade por ficção 22 ". 20 PINTO, Teresa Arruda Alvim. "Entidade familiar e casamento formal: aspectos patrimoniais." Direito de família - Aspectos constitucionais, civis e processuais. vol. 1, p. 91. 21 Efeitos não patrimoniais da união estável. p. 118. 22 Idem. 11

Apesar de não estar vislumbrando os impedimentos matrimoniais, o doutrinador apontava um modo de correção da lacuna. Finalmente, no Código Civil de 2002, o vínculo da afinidade aos conviventes é reconhecido, corrigindo a lacuna da lei e terminando, enfim, com as discussões doutrinárias 23. " 1º O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. 2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável." Mas não é só. No art. 1.595, a lei distingue o cônjuge do companheiro. No art. 1.523, I, ao disciplinar sobre as causas suspensivas, o legislador não mencionou o companheiro. Quer nos parecer um descuido que poderá ensejar o reavivamento da discussão sobre a impossibilidade de interpretação extensiva para restrição de direitos, isto é, onde a lei não restringe não cabe ao intérprete restringir e, assim, os incisos I e II do art. 1.523 não seriam aplicados aos companheiros. Durante este período de vacatio legis, que existe também para sanar eventuais falhas redacionais, o Poder Legislativo poderia efetuar a seguinte correção: "Art. 1.523. Não devem casar: I - o viúvo ou viúva que tiver filho do cônjuge ou companheiro falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;". 23 "Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade. 12

O art. 1.723, 1º, dispõe que os impedimentos absolutos do art. 1.521 são aplicáveis à união estável. Ressalva apurar que o impedimento relativo às pessoas casadas (inc. VI) não incidirá se a pessoa se achar separada de fato ou judicialmente 24. Silva 25 : Transcrevemos as considerações de Regina Beatriz Tavares da "Pelas regras do Projeto, na redação da referida emenda senatorial, somente haveria união estável diante da inexistência de impedimento matrimonial. Isto significa que as pessoas separadas judicialmente não poderiam constituir união estável. União estável não pode existir se os conviventes forem casados, eis que haverá, neste caso, a prática de adultério. Mas com a separação judicial deixa de existir a sociedade conjugal, extinguindo-se o dever de fidelidade, não havendo razão para vedar a produção de efeitos a união estável de pessoas separadas judicialmente, como observei nas sugestões encaminhadas à Comissão Especial da Câmara dos Deputados". 24 "Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. 1º A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inc. VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. 2º As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável, na forma do seu parágrafo único. 3º Poderá ser reconhecida a união estável diante dos efeitos do art. 1.576. Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos. Art. 1.725. Na união estável, salvo convenção válida entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens. Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil. Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato." 25 O projeto do Código Civil em sua fase atual. Adequações constitucionais e legais no direito de família. 13

Porém, quanto à possibilidade da união estável entre pessoas separadas de fato, as críticas tecidas foram duras: "Esta disposição do texto atual não se coaduna com o princípio constitucional de proteção à família, já que a convivência de uma pessoa casada com terceira pessoa que apenas deixe de coabitar com o cônjuge e não regularize seu estado civil não deve gerar efeitos de união estável, sob pena de haver grave turbação familiar e patrimonial, sem que se possa concluir qual é a relação que deve gerar efeitos e delimitar qual é o patrimônio pertencente ao cônjuge ou ao convivente". E continua: "(...) Não há mais razão para que o cônjuge não regularize seu estado civil. Não há mais motivo que justifique a geração de efeitos jurídicos em união concorrente com um casamento. A manutenção de uma relação estável na vigência de um casamento tem o mesmo significado de bigamia em que concorrem dois casamentos civis, o que é ilícito civil, a acarretar a nulidade do segundo casamento (...) Não há, portanto, sentido em atribuir efeitos à união estável que concorre com o casamento civil e punir com a nulidade o casamento que concorre com outro casamento civil". E a doutrinadora tem razão. Juridicamente, os cônjuges já possuem todo o amparo legal para a regularização do estado civil com o fim do casamento. Mas não se pode olvidar que ainda existem empecilhos. É uma minoria que possui poder aquisitivo para constituir um advogado; o Estado não dispõe de estrutura suficiente para o custeio da Defensoria Pública, sem falar na desinformação da população. 14

Diante deste panorama não podemos, em nome do purismo jurídico, fechar os olhos para o enriquecimento ilícito que estas situações podem gerar. Haverá a constituição, o reconhecimento e a proteção do Estado às uniões estáveis às pessoas separadas apenas de fato ou judicialmente, consoante o 1º do art. 1.723. Parece-nos que estamos diante de um beco sem saída: o art. 226, 3º, parte final da CF alerta que a lei deverá facilitar a conversão da união estável em casamento. Mas perguntamos: como convertê-la em casamento sem o rompimento do vínculo matrimonial, que se dá com o divórcio? Há, aqui, um descompasso da lei com a Lei Maior. Se a Constituição Federal de 1988 determina a facilitação da conversão da união estável em casamento, esta união precisa ser constituída de maneira desimpedida. Permitir-se-á a conversão da união em casamento de pessoas em situação irregular? Note-se que, não havendo o divórcio do primeiro casamento e, em seguida, a possibilidade da união estável, haverá a concomitância do casamento e da união estável, e com esta conversão haverá casamento novamente, sem a ruptura do vínculo anterior. Melhor que se revogue o 1º do art. 1.723 diante de sua duvidosa constitucionalidade. Resta-nos, caso o legislador não se manifeste acerca do assunto, buscar harmonizar os textos legais. Assim, como após dois anos de separação de fato e após um ano da separação judicial os cônjuges podem pedir o divórcio, somente após o decurso destes prazos a futura união estável poderia ser reconhecida e surtir efeitos jurídicos. Antes disso, somente após o divórcio. 15

Vivemos um momento histórico; estamos na iminência da vigência do segundo Código Civil brasileiro, que vem sofrendo duras críticas a respeito de sua atualização. Em nosso sentir, não nasce desatualizado, mas, como toda a obra, precisa de retoques e adequação. Por isso, devemos aproveitar este período de vacatio legis para estas necessárias correções. É oportuno que se corrija já, sob pena de termos de lançar mão de minirreformas e colocar a unidade filosófica do novo diploma em risco. (*) Artigo originalmente publicado na Revista dos Tribunais nº 805, novembro/2002, página 11. 4. BIBLIOGRAFIA ALVES, Jones Figueiredo, DELGADO, Mário Luiz. Novo Código Civil confrontado com o Código Civil de 1916. São Paulo: Método, 2002. ALVIM, Teresa Arruda (Coord.). Repertório de jurisprudência e doutrina sobre direito de família. São Paulo: Ed. RT, 1995. vols. 1 e 2. BITTAR, Carlos Alberto. Curso de direito civil. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1994. vol. 2. CAHALI, Francisco José. União estável e alimentos entre companheiros. São Paulo: Saraiva, 1996. CASSEB, Paulo Cedib. "Anulabilidade do casamento: hipóteses em que é permitida." Revista da Faculdade de Direito das Faculdades Metropolitanas Unidas 16/177-209, São Paulo, 1996. 16

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