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Transcrição:

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação Coordenação de Biblioteca

lavoura de São Paulo e o desenvolvimento econômico do Brasil (IMPROVISO NO PARQUE DA ÁGUA BRANCA, EM SÃO PAULO, AGRADECENDO O ALMOÇO OFERECIDO PELOS LAVRA- DORES PAULISTAS, A 22 DE DEZEMBRO DE 1943)

SUMARIO Os agricultores de São Paulo demonstram descender dos antigos bandeirantes ' A lavoura paulista apresenta características próprias no desenvolvimento do Brasil O café e a sua importância numa fase econômica do país Os entrechoques da concorrência e a procura de novas fontes de riqueza A indústria canavieira do Nordeste e o plantio paulista da cana de açúcar A cultura algodoeira tradicional do Norte e a iniciativa vitoriosa de São Paulo Novas responsabilidades que se impõem à lavoura paulista A guerra e a atividade dos brasileiros O exército da retaguarda e o seu dever Necessidade de multiplicar a produção Um ruralista e agrônomo no Governo de São Paulo.

SENHORES Vejo aqui reunidos os agricultores de São Paulo ao ado dos representantes da administração estadual e dos refeitos municipais, resumindo verdadeiramente as atiidades gerais do Estado. Todos os que trabalham a terra desempenham preonderante função econômica e social. O caso partiular de São Paulo exemplifica perfeitamente essa afirativa. Transformados embora pelas influências de uma ciilização nova, os descendentes dos bandeirantes contiuam homens da terra, explorando-a no constante emenho de uma mais completa apropriação das suas riqueas. No ambiente rude em que atuaram os pioneiros das ntradas souberam realizar, com o bacamarte e a espada, ma obra gigantesca, tal como fazem nos modernos temos, com o arado e a enxada, os paulistas de tempera baneirante. Pela tenacidade dos esforços, pela coragem om que se lançam aos empreendimentos e pela orientaão técnica que imprimem ao trabalho, os lavradores pauistas conseguem superar todas as dificuldades. Numa fase característica da nossa expansão ecoômica o café chegou a ser a principal riqueza do país. s cambiais de exportação eram proporcionadas pela rodução cafeeira, que figurava nas estatísticas com mais e 70%. Criação modelar da energia paulista o café onstituiu por muito tempo o ponto de apoio da economia acional. Os entrechoques da concorrência e as perturbações e todos conhecidas, que seria inoportuno relembrar, obri- 213

A NOVA POLÍTICA DO BRASIL garam-nos a explorar novas fontes de riqueza. Tornavase imperioso descobrir outra cultura de rendimento certo e vantajoso. Vimos desde logo as colinas paulistas se cobrirem de laranjais floridos, curando desalentos e refazendo fortunas. Durante muito tempo a indústria açucarara foi a produção principal do Nordeste. Certo dia São Paulo resolveu plantar cana de açúcar. Os canaviais nordestinos definhavam depauperados pelo "mosaico" São Paulo importou cana imunizada de Java. Criava-se assim nova indústria, que do açúcar passou ao álcool e se expande nas destilarias, tão necessárias no momento em que nos falta combustível. O algodão era também uma cultura tradicional do Norte. São Paulo decidiu por sua vez cultivá-lo e o fez de tal maneira que suplantou as lavouras existentes. Com assistência técnica e sementes selecionadas obteve o que nos faltava: um tipo próprio de rendoso aproveitamento para transformação industrial Eis alguns exemplos do que tem feito a lavoura de São Paulo. Não poderia, portanto, faltar-lhe o apoio governamental. Contudo, à lavoura paulista impõem-se nes ta hora outras responsabilidades e ela as aceita resolutamente. Arrastados à guerra os brasileiros aprestam-se para a luta. Aqueles que não marcham para a frente de batalha formam o exército da retaguarda e precisam prover as forças armadas de tudo quanto necessitam. Vós, lavradores, sabeis o que vos cumpre fazer. Multiplicai as colheitas. Todo aquele que, dispondo de um trato de terra e podendo cultivá-lo não o aproveita, entrava o esforço de guerra, não procede como bom brasileiro e, mais do que isso, contribui para o encarecimento da vida; porque, se não planta e não produz é obrigado a adquirir dos outros, tornando-se concorrente no consumo. Entreguei a administração do Estado a um homem da vossa classe um ruralista e agrônomo que tem a 214

A LAVOURA DE SÃO PAULO ossa simpatia e a minha confiança. Trabalhador da rra, como vós empreendedor e entusiasta, será para toos um companheiro decidido e uma garantia de êxito o esforço comum. Era o que tinha a dizer-vos. Continuai a produzir ais e melhor. Exercereis assim a vossa atividade no entido mais útil, realizando ao mesmo tempo alto labor atriótico. 215