Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara dos Deputados Senhoras e Senhores Deputados.
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- Joaquim Cunha de Miranda
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1 Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara dos Deputados Senhoras e Senhores Deputados. A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados acaba de dar uma demonstração que está lutando para a modernização do país. Acaba de aprovar o meu parecer sobre a abertura do mercado de resseguro no país, um pleito de toda a sociedade brasileira e o mercado segurador do país. Tivemos a preocupação de fazer um relatório tomando em conta o que existe de mais moderno no mercado de resseguro no mundo e, felizmente, elaboramos um texto que agradará a todos os brasileiros. Os efeitos dessa abertura será importante para economia brasileira e sinalizará que o país não comporta viver com um paquiderme estatal, que só tem trazido atrasos para o mercado segurador. Tenho recebido centena de elogios de todo o país e um desses apoios veio através de uma das maiores vozes do setor de resseguro: o professor Antônio Mendonça, Advogado e Consultor, ** 1
2 além de professor do Curso de Especialização em Seguros da FIA/FEA-USP e comentarista da Rádio Eldorado, que em artigo magistral, focou com precisão o momento ímpar para o mercado segurador. Diz o brilhante artigo, que peço que conste nos anais da Câmara dos Deputados: O Congresso Nacional deu mais um passo importante na direção do final do monopólio e da abertura do mercado de resseguros no Brasil. O tema não envolve matéria política, por isso pode correr solto e ser votado rapidamente, com uma série de conseqüências positivas para o país e para sua imagem, especialmente no exterior. Começando pela imagem, a votação da lei que encerra mais de 60 anos de monopólio é importante para mostrar que o congresso e o governo não estão parados, apesar das crises que abalam a credibilidade dos políticos, nos dois poderes. Além disso, a sua aprovação é útil para colocar o Brasil numa posição mais moderna e vantajosa para os nossos interesses nos fóruns de negociação de abertura das economias e dos mercados internacionais. Quanto ao país, as vantagens do fim do monopólio são imensas, muito embora não passem, como vem sendo dito, pela redução acentuada do preço da maioria dos seguros de massa. Pelo ** 2
3 contrário, o preço destas apólices pode até subir um pouco, em função da inserção do Brasil no mercado internacional, onde uma série de fatores, nem todos passíveis de controle pelos mercados locais, interferem na formação do preço dos planos de resseguros. O que precisa ficar claro é que a imensa maioria dos seguros de massa, compreendidos aí os seguros de automóveis, os seguros residenciais e parte dos seguros empresariais de pequeno e médio porte, necessita muito pouco resseguro, de forma que a precificação atual não deve ser afetada pelo final do monopólio do IRB. A concorrência no resseguro é importante para seguros que atualmente são pouco feitos, como os seguros para o agrobusiness, que podem proteger uma parcela significativa dos ativos rurais brasileiros. Também fará diferença para os grandes riscos empresariais, onde, apesar de, atualmente, ser possível a contratação de resseguro diretamente no exterior, o IRB cobra um pedágio que encarece o preço final dos produtos brasileiros já que este custo é repassado para o consumidor, Outros dois setores que podem se beneficiar muito com o final do monopólio é o dos planos de saúde e o dos seguros de responsabilidade civil profissional. E os dois são estrategicamente importantes para o país. ** 3
4 O primeiro, porque os planos de saúde, contratando resseguros que minimizem seus picos, podem encontrar o equilíbrio atuarial que hoje está quase impossível de ser achado; e, o segundo, porque os profissionais autônomos, possuindo um seguro de responsabilidade civil profissional, preservam seus patrimônios em caso de serem condenados a ressarcir os prejuízos de danos involuntários causados à terceiro no exercício de suas profissões. Além disto, com o final do monopólio do resseguro o IRB que volta e meia é acusado de servir para desviar dinheiro público para negócios escusos, ficaria obrigado a ser competitivo, o que impediria este tipo de prática por conta da necessidade de ser tão eficiente quanto seus concorrentes. Como se vê, a abertura do resseguro tem aspectos mais importantes do que a simples queda do preço dos seguros de massa. Com ela automaticamente acontecerá uma moralização mais eficiente do que se fosse feita apenas em função de forte fiscalização dos negócios envolvendo resseguros. Com o fim do monopólio, as resseguradoras internacionais, que mostram interesse no nosso mercado, poderão operar aqui, aumentando a capacidade de retenção de riscos das seguradoras locais. Com isso estarão incentivando a concorrência, independentemente do tamanho de cada companhia, por ** 4
5 disponibilizar capital e tecnologia para suas parceiras competirem com outras seguradoras, inclusive companhias maiores, em igualdade de condições. Na medida em que o tema é técnico, não há razão para esta lei não passar ainda no primeiro semestre do ano. Aprovado o fim do monopólio, quem tem mais a ganhar é a sociedade brasileira, que terá os mesmos mecanismos de proteção dos países desenvolvidos. Seguramente o Presidente da Câmara dos Deputados, nosso colega Aldo Rebelo, colocará brevemente o Projeto de Lei Complementar nº 249, de 2005 em pauta e tenho a certeza que os nobres pares poderão contribuir para que aprovemos, em definitivo, um grande marco regulatório no setor de resseguro. Aproveito, Senhor Presidente, para agradecer a competente equipe de consultores legislativos da Câmara dos Deputados, pelo brilhante assessoramento que me proporcionaram na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio,e que por certo irão ajudar nas discussões em Plenário, e nas dezenas de reuniões que realizamos com a sociedade civil, em especial aos Drs. Marcos Teixeira e César Mattos, excepcionais e incansáveis atores nessa quadra de trabalho e dedicação. ** Muito Obrigado. 5
6 Nelson Marquezelli PTB-SP ** 6
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