SEMIOLOGIA NA PSICOSSOMÁTICA

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Transcrição:

Carl Gustav Jung (1971), em seus estudos, pesquisou profundamente várias culturas, várias linhas religiosas e filosóficas, a mitologia, a alquimia principalmente, pois identificava muitos elementos simbólicos da antiguidade pertencentes a eles nos sonhos dos pacientes em que cuidava no século XX. O conceito do inconsciente, demonstrado principalmente por Freud (1987) e Jung (1991), apesar de várias diferenças entre eles, ambos descrevem que os símbolos, as imagens arquetípicas da nossa cultura são elementos importantes que constituem o plano do inconsciente, e que por isso, através da leitura deles, podemos diagnosticar elementos da consciência. No trabalho na Medicina Psicossomática, advindo da Psicanálise de Freud e Jung vamos usar esses símbolos e imagens arquetípicas como aspectos semióticos nos sonhos para ajudar a diagnosticar os aspectos do psiquismo. Na Medicina Homeopática também se estuda esses aspectos semióticos nos sonhos para buscar os medicamentos corretos para aliviar esse mal-estar, doenças ou preveni-las, por isso também houve o interesse da autora no estudo de Psicologia para clareamento desse sintoma tão importante que são os sonhos apontados na Homeopatia também por Hahnemann, seu fundador. Freud considerava esses símbolos referentes a um inconsciente individual, significativos para o diagnóstico e tratamento do seu paciente, daí ele montou seu método que ele nomeou como a Psicanálise. Jung (1971) tratava esses aspectos semióticos como símbolos de transformação que representam o inconsciente coletivo, tendo significados similares entre nós. Esses podem nos ajudar a demonstrar os diagnósticos dos complexos autônomos e expressar etapas de consciência em que nos encontramos, sendo que, ele levava em consideração a existência de cartografias da consciência ou estágios arquetípicos na busca dessa expansão consciência ou estimular a ligação do Ego para o Self. Utilizam-se esses estudos advindos da Psicossomática na T.I.H.M., na busca do entendimento de vários aspectos de pulsão de vida e pulsão de morte, inseridos nesses símbolos e imagens arquetípicas dos sonhos, que povoam a psique humana. Desenvolve-se a ideia da semiologia na psicossomática, onde se pretende iniciar e ampliar os estudos semióticos inter-relacionando esses símbolos, essas imagens arquetípicas nos sonhos, com as manifestações das doenças clínicas, não só nas neuroses e nas psiquiátricas. Jung confirma o quadro do Juízo Final de Michelangelo como um verdadeiro mapeamento de consciência utilizado pela alquimia, descrito por Gerard Dorneus (1600), médico alemão discípulo de Paracelsius que dentro dos estudos de Medicina e Alquimia ele se especializou mais nos aspectos psicológicos. Jung (1945) mostra no seu livro Psicologia e Alquimia. Gerard Dorneus preconiza a T.I.H.M., pois acreditava que no futuro haveria medicamentos que pudessem promover a conjunção o coniunctus e essa evolução de consciência descrita nessa cartografia do Miguelângelo, isto é, que pudéssemos tirar o indivíduo do Nigredo e levá-lo através do Rubedo da consciência, ou, para a Psicologia moderna, fortalecer o Eu fragmentado, estimulando a ponte deste para o Self, um Eu mais consciente. Esta pintura contém uma riqueza extremamente relevante de símbolos importantes da nossa cultura greco-judaico-cristã. Estes símbolos arquetípicos do quadro do Juízo Final expressam o mito da queda do paraíso, como um dos mais importantes da nossa cultura, ensinando-nos sobre o comportamento do ser humano e nos mostrando um dos dramas mais significativos em nossa civilização. Dante, na Divina Comédia (1955), curiosamente descreve esta representação simbólica arquetípica nos locais e espaços para ser rastreada com uma incrível riqueza de símbolos

que geraram o quadro do Juízo Final de Michelangelo. Jung e seus discípulos, bem como várias outras áreas da Psicologia descreve a evolução da psique em camadas e estágios, como um caminho de individuação em semelhança ao descrito por Dante na Divina Comédia (1955). Dante descreve com a Divina Comédia (1955), alegoricamente, pode-se dizer uma arquitetura, uma anatomia do inconsciente, uma representação simbólica, dos sítios, arquetípica dos espaços a serem percorridos para se evoluir com a individuação expressos no inconsciente coletivo demonstrado como verdadeiros também por Jung no seu conceito de inconsciente coletivo. Os estudos semióticos na Psicossomática da T.H.I.M. confirmam o quadro do Juízo Final, como já atestado por Jung, como uma cartografia da consciência verdadeira. Essa consciência é composta por três estágios: nigredo inferno, o albedo, purgatório e o Rubedo, o céu da consciência em hologramas da consciência. Nesse primeiro livro, será demonstrada essa possibilidade de desenvolvimento da consciência do Nigredo para o Rubedo preconizada por Dorneus, representado nas primeiras sete etapas. No segundo livro será demonstrada essa evolução num holograma da consciência até as vinte e duas etapas. Para Jung (vol. XII), a Alquimia continha diversos conteúdos importantes em semelhança com a psicologia moderna, por exemplo, o Nigredo de consciência que foi descrito pelos alquimistas corresponde a um estágio da consciência em que o indivíduo está repleto de conteúdos inconscientes, de projeções psíquicas, padrões identificatórios, complexos autônomos, aprisionados em elementos da hereditariedade, em influências da animalidade, em marcas, traumas do passado e temperamentos, sem autonomia do Eu, do self, da sua própria consciência. A autonomia progressiva de si mesmo significa avançar no caminho da individuação, um estímulo à pulsão de vida, uma via de prevenção de cuidado e doenças, segundo a Psicossomática. Neste estágio do Nigredo, há uma intensa fragmentação psíquica e o homem está dominado por emoções negativas: ódio, ressentimentos, elementos negativos do Ego, a ira, o orgulho, a vaidade, a inveja, a avareza, o medo, a gula, a luxúria, a preguiça. A escalada da individualização promove uma atenuação desses elementos imaginários, dessa caverna de Platão, integrando o indivíduo ao seu Self, à sua essência. Jung (1961) recomenda a individuação como um método para a contribuição do desenvolvimento humano e social, dado o fato que conviveu com duas guerras e sabia que a individuação trabalhava os conflitos internos, as guerras. Traçando um paralelo com Psicossomática, o ser humano está exposto a fragmentações nos campos físico, vital, emocional e mental, em suas defesas imunológicas ou em suas defesas gerais dentro do paradigma corpo e mente, por isso contrai o mal estar e doenças. Podemos dizer que, em correspondência com Freud, que o Nigredo de consciência pode ser dito quando o indivíduo está marcado por o prenúncio de um traço, pela hereditariedade e por uma animalidade arcaica e a repetição deles. Nesse campo, o Eu consciente, o Self é restringido por elementos inconscientes, do Super Ego, do Id, encontra-se exposto aos três grandes perigos, incluindo o mundo externo. Na T.I.H.M. a primeira saída do nigredo corresponde à nona etapa, o primeiro renascimento ou a terceira fase. O ser humano é aprisionado em identificações hereditárias e as marcas do passado são a grande cerca que temos em nós mesmos, a nossa liberdade, criatividade, afetividade e capacidades em geral. O Albedo é uma fase de evolução em relação ao Nigredo onde existe uma atenuação de todos os elementos acima mencionados, o que corresponde na T.H.I.M. à quinta etapa. Para Jung, ele con-

siderava esse estágio como uma terceira consciência. O Rubedo é um estágio avançado de evolução da consciência, corresponde na T.H.I.M. a sexta e sétima etapas, estágio um pouco mais avançado na evolução da consciência. Jung considera essa etapa como a quarta consciência. Aqui o indivíduo deixa cair sua persona um pouco mais significativamente. Dante na Divina Comédia curiosamente lembra que essa é uma leitura importante de nosso inconsciente coletivo, relaciona essa sétima etapa com a primeira saída de Inferno. Estes símbolos de transformação, importantes na nossa cultura, nos guia no caminho da consciência. Esses arquétipos e símbolos podem ser observados, tais como lugares naturais: florestas, picos, montes, montanhas, vales e portas. A floresta, por exemplo, em psicologia, pode significar uma angústia existencial e um medo de entrar no inconsciente e o medo por suas revelações. A porta pode significar uma restauração e ressignificação dos pensamentos. Atingindo os picos pode significar a atenuação dos padrões de identificação. Dante, na Divina Comédia (1955), retrata o ambiente do inferno, ocupando uma floresta onde o auto-consciente é dominado pela escuridão do inconsciente, há três feras, que são os símbolos de pecados, como a luxúria, o orgulho e a ganância. Estes podem também ser lidos como símbolos de perigos, erros e desvios do mundo ou perversão da matéria, segundo ele. Quando a floresta possui uma cor verde, pode representar evolução e regeneração, ressignificação e restauração de pensamentos. Podem-se associar também todas essas instâncias que fazem parte do ambiente da Caverna do Platão, ao fato do homem estar exposto aos três perigos, como para Freud (1971) e também onde o homem está exposto à desarmonia da tripartição, do neurosensorial, do pensar ; do rítmico, do sentir ; do querer, metabólico. Com a utilização da T.I.H.M., alcança-se essa floresta verde, onde nessa instância, tem uma correspondência com a primeira saída da caverna, onde o indivíduo atinge a sequência CH 6300, após a nona fase, após a utilização de nove sequências de sete medicamentos. Nessa fase, observa-se uma atenuação significativa da animalidade e das influências negativas do Complexo de Édipo. Exemplo de sonho de uma paciente diagnosticada com Transtornos de ansiedade e depressão, onde houve uma ação positiva: Ela olha para uma planície gramada e de repente, vê um animal se debatendo, ela pensou: Será uma serpente? Quando ela observa bem, não era a serpente, era uma pomba branca que saiu voando. Interpretação: Os símbolos de transformação da serpente em uma pomba branca significa que o indivíduo faz um processo de libertação de uma instância de conteúdos patógenos do inconsciente que está representado na imagem arcaica da serpente. Ela tem uma atenuação desse primeiro domínio da caverna, das influências negativas do Complexo de Édipo, da hereditariedade e da animalidade arcaica e concomitantemente tem uma melhora dos sintomas. Freud (1987) Por conseguinte, a superação do complexo de Édipo coincide com o modo mais eficiente de dominar a herança arcaica e animal da humanidade. No primeiro livro serão mostrados três casos na primeira saída da caverna com riqueza de detalhes, todos os três com diagnóstico de Transtornos Depressivos e Transtorno de Pânico. Na casuística qualitativa e quantitativa da T.I.H.M., temos em torno de 400 casos até esse estágio de individuação que podem ser descritos. Observamos a instância do purgatório segundo Dante, por exemplo, com os seus elementos de

montanha, sendo um símbolo de transcendência onde se encontra o céu e a terra. O texto de Isaías (2:3) continua a desenvolver a imagem de uma viagem maior, um que leva o céu e o inferno em conta, como projetado por Dante: Porque haverá muitas pessoas, dizendo: Vamos subir a montanha! O Senhor! Vamos para a casa do Deus de Jacó, e deixar que ele nos mostre seus caminhos, e andemos na nossa verdade. Observa-se que esses elementos da montanha significam para a Semiologia na Psicossomática uma atenuação dos elementos de repetição, de hereditariedade e animalidade na psique. Na tradição greco-judaica cristã, na mitologia e segundo Dante, no inconsciente coletivo, a porta simboliza uma travessia: dois estados, dois mundos, o conhecido e o desconhecido. Ela se abre para um mistério, uma passagem. Pode-se dizer, através da Semiologia que estamos integrando conteúdos do inconsciente patógenos, uma das expressões da pulsão de morte com o consciente, concomitantemente com estimulando a pulsão de vida, assim conseguiu também atenuar os sintomas e prevenir as doenças. Dante (1955) escreve sobre a porta do Purgatório: Eu vi uma porta e três passos para baixo e para cima, de cores diferentes, e um porteiro que falava nenhuma palavra (...) Vá em frente, há a porta, e pisar para a direita, mover para frente, damos um passo e nos aproximamos. (Dante, p. 76, 78.)....Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens... João 10:9-9 Podemos observar com frequência elementos de renascimento no processo de individuação, expressos na presença e nascimento de crianças. Como Jung (1987) assinalou, elementos renascimento são bases muito fortes para indicar que estamos em um caminho seguro no processo de individuação. Na T.H.I.M., ocorre na primeira fase de cada etapa, ou seja, na integração do campo ou corpo físico. Neste mapeamento da consciência na Semiologia na Psicossomática, os símbolos das roupas, por exemplo, parece bem, sendo que um elemento de vergonha, segundo o mito da queda do paraíso. Representa também uma fase em que o ser humano é muito envolvido com a persona, apontando para sentimentos de culpa, dominadas pelas influências do pecado original, em correspondência com o complexo de Édipo. Nesta fase, no Nigredo, na caverna do Platão, a roupa aparece escura, em ambientes também escuros. Quando há uma evolução do Self, através de Albedo, as roupas se tornam brancas, azuis, rosas, mais claras, e mais tarde, na fase Rubedo, eles podem aparecer com elementos em vermelho - o que representa o primeiro céu da consciência, que tem uma correspondência com a sétima etapa, de acordo com Jung (1991). Estes símbolos e as cores são frequentemente observados no decorrer do processo de individuação realizado pela T.I.H.M. Estes casos clínicos são descritos de acordo com a medicação homeopática e anamnese psicológica. Dentro da análise de evolução psicológica, levamos em conta a evolução dos sintomas psicológicos, bem como o desenvolvimento de sonhos, mostrando como eles são catalisados nesse processo psicoterapêutico e como eles são reproduzíveis por todas as pessoas em fases, etapas e jornadas. Relata-se evolução clínica e psiquiátrica nas declarações dos pacientes. Essa evolução da

consciência através da T.I.H.M. coincide, corresponde com o processo de individuação, referenciada por Jung, o alcançar do eu-consciente Freud e Lacan, um estimular do eu auto-consciente, como pensado por Steiner. Os sete primeiros passos representam uma busca avançada para conquistar o auto desenvolvimento contém quatro fases em cada etapa. Aqui, o processo permite que o indivíduo tome a direção de seu veículo, as rédeas de sua / seu cavalo. Este é o objetivo da maioria dos métodos de psicoterapia, que tem intuito de capacitar o indivíduo a tornar-se ele mesmo, atenuando sua posição de objeto na mão do outro. Com este processo, adquirimos ações positivas clínicas em vários campos dessa prática geral, bem como em psiquiatria. É importante considerar que se observa com a casuística qualitativa com o uso da T.H.I.M. uma evolução dos casos, onde demonstra se uma correspondência significativa considerando aspectos alegóricos, simbólicos, arquetípicos, com os 22 níveis de consciência descritos por pós Junguianos por Dante Aliguierre na Divina Comédia, em vasta cultura, filosofia e religiões antigas. REFERÊNCIAS ALIGUIERRE, Dante. A Divina Comédia. São Paulo. Ed. 34. 1998.. A Divina Comédia, São Paulo, Ed. Cia. Brasil. 1955. BÍBLIA. A. T. Gênesis. In: BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada: contendo o antigo e o novo testamento., João (10,9). Tradução de João Ferreira de Almeida. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1966. BONNELL, Robert. Dante, O Grande Iniciado: uma mensagem para os tempos futuros. Tradução Fulvio Lubisco. Título original: Dante le grand inité. São Paulo: Madras, 2005. FREUD, S. Além do princípio do prazer. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Rio de Janeiro. Imago Editora, 1920, vol. XVIII.. Os Instintos e suas Vicissitudes. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Rio de Janeiro. Imago Editora, 1974, vol. XIV. JUNG, Carl Gustav. O Eu e o Inconsciente. Vol. XI 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1978.. Psicologia e Alquimia. Vol XII, Ed. Vozes. 1991. Petrópolis.