PRINCIPAIS ASPECTOS DA DESNUTRIÇÃO EM PACIENTES COM CÂNCER

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Transcrição:

1 PRINCIPAIS ASPECTOS DA DESNUTRIÇÃO EM PACIENTES COM CÂNCER BRASIL, Lara dos Santos ¹ SENA, Bianca Oliveira ² BINDACO, Érica Sartório 3 VIANA, Mirelle Lomar 4 INTRODUÇÃO Câncer é o nome dado a um grupo de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que tomam os tecidos e órgãos, podendo alastrar-se (metástase) para outras partes do corpo. Dividindo-se rapidamente, estas células são muito agressivas e incontroláveis, originando tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas (INCA, 2013). A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que o câncer atinja cerca de nove milhões de pessoas e é responsável pela morte de cinco milhões a cada ano, tornando-se a segunda causa de morte nos países desenvolvidos. O índice de mortes associadas ao câncer vem aumentando nos últimos anos devido ao envelhecimento populacional, o processo de industrialização e as alterações de hábitos de vida. Assim, o câncer é considerado um problema de saúde pública (TARTARI; BUSNELLO; NUNES, 2010); (SANTOS; CRUZ, 2001). As alterações metabólicas devido ao câncer, à localização do tumor e o tratamento oncológico podem induzir à desnutrição. A frequência e a seriedade da desnutrição estão relacionadas com o estagio da doença. A prevalência de desnutrição pode variar entre 30% e 80%, dependendo do tipo de câncer, sendo grave (geralmente quando há perda de peso maior do que 10% em seis meses) em 1 Graduanda do Curso de Nutrição do Centro Universitário são Camilo-ES, larah.brasil@gmail.com; 2 Graduanda do Curso de Nutrição do Centro Universitário são Camilo-ES, bianca_sena@hotmail.com; 3 Professor orientador: Especialista em Nutrição Humana e Saúde, Centro Universitário São Camilo- ES, ericacusc@gmail.com; 4 Professor orientador: Doutora em Ciências de Alimentos, mirellelomar@gmail.com Cachoeiro de Itapemirim ES, julho de 2013.

2 15% dos doentes. Normalmente, a perda de peso não intencional é o primeiro sintoma e antecede o diagnóstico (PINHO et al, 2011). A depauperação do estado nutricional tem também impacto negativo sobre a qualidade e o tempo de vida do paciente com câncer, reduz a tolerância à terapia oncológica, o que reflete na expectativa e na qualidade de vida do paciente. Aproximadamente 20% das mortes de pessoas com câncer são secundárias à desnutrição. A desnutrição pode colaborar para a ocorrência de complicações no período pós-operatório, causando aumento do tempo de internação, afetando a qualidade de vida e tornando o tratamento mais oneroso (PINHO et al, 2011). MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica de objetivo descritivo, que visa evidenciar os principais aspectos da desnutrição em pacientes com câncer, sua prevalência nos pacientes, e a importância do seu tratamento. Para a elaboração da pesquisa, foram coletados dados de artigos científicos e livros, das bases de dados eletrônicos como Scielo e Google Acadêmico, além do acervo geral do Centro Universitário São Camilo-ES, no período de Maio de 2013. Após a análise de toda a base bibliográfica, foi realizada uma escolha daqueles que relatavam os assuntos de interesse para o trabalho e que atendessem aos objetivos estabelecidos como, desnutrição no câncer, avaliação nutricional e tratamento nutricional do paciente oncológico. DESENVOLVIMENTO A relação entre alimentação e o câncer é tão importante que o estado nutricional pode ser alterado pela doença e interferir no prognóstico do paciente, sendo a desnutrição no câncer um fator preocupante (BRITO et al, 2012). Aproximadamente 80% dos pacientes oncológicos revelam-se desnutridos no momento do diagnóstico e 20% dos indivíduos com neoplasia maligna vêm a óbito em consequência exclusiva da desnutrição. Essa desnutrição é do tipo calóricoproteica e surge devido a um desequilíbrio entre o consumo de alimentos e as

3 necessidades nutricionais desses pacientes, afetando o seu estado nutricional e estando associado ao aumento da morbimortalidade desses pacientes (DUVAL et al, 2010). Tem importante efeito na qualidade de vida e no bem-estar de pacientes com câncer, submetidos a tratamento oncológico, a preservação e/ou melhoria do estado nutricional. Isso aumenta a resposta do paciente à terapia e tende a diminuir os efeitos colaterais do tratamento. Pacientes que têm um ótimo atendimento nutricional possuem taxa de sobrevida aumentada e se ajustam melhor aos programas de reabilitação (DIAS et al., 2006). Logo, os objetivos da terapia nutricional (TN) no paciente com câncer abrangem prevenção e tratamento da desnutrição; modulação da resposta orgânica ao tratamento oncológico e controle dos efeitos adversos do tratamento das neoplasias. Além de considerar inúmeras variáveis, relacionadas ao próprio tumor, ao impacto desse no metabolismo do enfermo e às propriedades singulares de cada paciente (PINHO et al, 2011); (SILVA, 2006). Assim, a TN precisará ser planejada de acordo com o estado nutricional do paciente e a quantidade e a qualidade da aceitação de alimentos. Quando a aceitação da dieta via oral for insuficiente, ou seja, menor que 60% das necessidades calóricas do doente, é apropriado introduzir acréscimo de alimentos calóricos e nutritivos ou mesmo utilizar suplementos alimentares industrializados para elevar o aporte protéico-calórico de o plano alimentar (SILVA, 2006). Realizar uma avaliação do estado nutricional e definir o diagnóstico nutricional do paciente, no instante da admissão hospitalar, é imprescindível para execução de uma triagem nutricional e estabelecimento de procedimentos efetivos sobre a evolução clinica dos pacientes hospitalizados, principalmente aqueles com neoplasias malignas (ARAUJO; SILVA; FORTES, 2008). A avaliação completa do estado nutricional do paciente com câncer é capaz de detectar carências nutricionais que podem comprometer o agravamento do quadro clínico do próprio paciente. É importante ressaltar que a análise nutricional é uma ferramenta fundamental no tratamento, que deve ser feita precocemente a fim de atuar como medida preventiva para minimizar/evitar os efeitos colaterais do tratamento antineoplásico (BRITO et al, 2012). Detectar precocemente carências nutricionais e combatê-las com uma terapia nutricional disciplinada com a intenção de restaurar e/ou manter o estado nutricional

4 do paciente oncológico compõe um desafio a ser aceito por vários profissionais da área de saúde, devido aos problemas de inclusão de conhecimentos multidisciplinares. Ante a complexidade do acompanhamento e tratamento da desnutrição, estabelecer uma equipe multiprofissional pode ser essencial para dar garantia de cuidados peculiares do paciente hospitalizado (ARAUJO; SILVA; FORTES, 2008). CONSIDERAÇÕES FINAIS O câncer é uma doença que atinge milhares de pessoas todos os anos. A desnutrição constitui uma das suas principais complicações, visto que o paciente desnutrido fica com o estado de saúde ainda mais debilitado e vulnerável. Logo, o tratamento dietoterápico individualizado é indispensável para a recuperação e manutenção da saúde do paciente oncológico. Além disso, no tratamento oncológico, o ideal é que se tenha um grupo de profissionais da saúde atuando juntos, somando seus conhecimentos específicos, garantindo uma melhor qualidade de vida para esses indivíduos. Desta forma, conhecer e caracterizar o estado nutricional de pacientes com câncer é fundamental para a prevenção e intervenções adequadas, uma vez que a desnutrição pode piorar a evolução clínica destes pacientes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, Fabine Faria; SILVA, Cristiane Campos; FORTES, Renata Costa. Terapia nutricional enteral em pacientes oncológicos: uma revisão da literatura. Com. Ciências Saúde, Brasília, v. 19, n. 1, p. 61-70, dez. 2008. BRITO et al. Perfil Nutricional de Pacientes com Câncer Assistidos pela Casa de Acolhimento ao Paciente Oncológico do Sudoeste da Bahia. Revista de Cancerologia, Rio de Janeiro, v. 2, n.58, p.163-171, abr./maio/jun. 2012. DIAS, Viviane Monteiro et al. O grau de interferência dos sintomas gastrintestinais no estado nutricional do paciente com câncer em tratamento quimioterápico. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, Rio de Janeiro, v. 21, n. 2, p. 104-110, abr. mai. Jun. 2006.

5 DUVAL, Patrícia Abrantes et al. Caquexia em Pacientes Oncológicos Internados em um Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar. Revista Brasileira de Cancerologia, Rio de Janeiro, v. 2, n. 56, p. 207-212, abr./maio/jun. 2010. O que é câncer? Instituto Nacional de Câncer INCA. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde, 2013 -. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=322>. Acesso em: 27 de mar. 2013. PINHO, N. B. et al. Terapia Nutricional na Oncologia. Projeto Diretrizes, Brasil, ago. 2011. SANTOS, Helimar Senna dos; CRUZ, Wanise Maria de Souza. A Terapia Nutricional com Vitaminas Antioxidantes e Tratamento Quimioterápico Oncológico. Revista Brasileira de Cancerologia, Rio de Janeiro, v. 47, n. 3, p. 303-308, 2001. SILVA, Manuela Pacheco Nunes da. Síndrome da anorexia-caquexia em portadores de câncer. Revista Brasileira de Cancerologia, Maceió, v.52, n.1, p.59-77, 2006. TARTARI, Rafaela Festugatto; BUSNELLO, Fernanda Michielin; NUNES, Claudia Helena Abreu. Perfil Nutricional de Pacientes em Tratamento Quimioterápico em um Ambulatório Especializado em Quimioterapia. Revista Brasileira de Cancerologia, Rio de Janeiro, v. 1, n. 56, p. 43-50, 2010.