Prática Jurídica 1. Verônica Duarte Empresarial Karen - Trabalhista



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Transcrição:

Prática Jurídica 1 Verônica Duarte Empresarial Karen - Trabalhista

17/02 Quanto à bibliografia, a professora recomenda apenas o Curso de direito processual do trabalho de Carlos Henrique Bezerra Leite. O processo do trabalho começa com a petição inicial, que dá origem à ação trabalhista ou reclamação trabalhista. Após esta, o autor é intimado e o réu é citado para o comparecimento à uma audiência, que é una, incluindo nela, por exemplo, a verificação dos pressupostos processuais, dentre outros momentos. Um deles, que é obrigatório, é a tentativa de conciliação. Em seguida, temos a defesa. Ela deverá apresentar na própria audiência sua contestação, assim como exceções e possível reconvenção, sendo evidente que, além da fala do advogado, haverá o documento escrito da defesa. Neste momento, temos um dos poucos casos de suspensão do processo, que é o caso da reconvenção, no qual o autor do processo primitivo terá o prazo de cinco dias para montar sua defesa. Após a apresentação da defesa, temos a instrução. Aqui teremos o depoimento pessoal e os testemunhos. Tendo apenas estas provas a serem produzidas em audiência esta prosseguirá para as razões finais que, em regra, são orais, seguida de conciliação. Porém, se houver necessidade de produção de prova pericial, a audiência será suspensa para a realização dessa. Após o fim da audiência una, teremos a sentença. No prazo de oito dias após esta, pode-se ingressar com um recurso ordinário, que será julgado no TRT por uma turma de três desembargadores. Ele é chamado de ordinário pois apenas basta o inconformismo da parte para que o recurso seja possível. No caso de obscurantismo ou omissão, podemos ingressar com embargos de declaração no prazo de cinco dias, sendo que este recurso interrompe o prazo para a interposição de outros recursos ainda cabíveis. Após o acórdão, há o recurso de revista, próprio do processo trabalhista e que, assim como o recurso ordinário, possui o prazo de oito dias e é julgado pelo TST. Ele é, porém, um recurso de natureza extraordinária, assim ele precisa cumprir certos requisitos para seja admitido. O recurso de revista serve primordialmente para uniformizar a jurisprudência nacional trabalhista e para combater ofensa à lei federal ou à Constituição. Aqui também cabem embargos de declaração.

Caso o recurso não seja conhecido, o que ocorre quando ele não atende aos pressupostos processuais do recurso em questão, é possível, dentro de oito dias, que se ingresse com um agravo de instrumento, que aqui serve para trancar recurso. O processo acima é o processo de conhecimento. Temos, ainda, o processo de execução, que começará com um título executivo judicial ou extrajudicial. Após a apresentação deste título o juiz ordena o pagamento ou penhora, frente ao qual cabem embargos do devedor dentro de 5 dias. Depois deste momento teremos a decisão frente ao qual caberá agravo de petição dentro do prazo de 8 dias. PETIÇÃO INICIAL Antes de entrarmos na peças trabalhistas propriamente ditas, temos que entender qual a competência da Justiça do Trabalho. Esta sofreu uma importante alteração com a emenda constitucional 45, que fez com que não mais se reduzisse a Justiça Trabalhista a relações de emprego (art. 3º da CLT, que nos diz que é empregado a pessoa física que possui vínculo de prestação de serviço não eventual e de subordinação jurídica marcado pela onerosidade), passando a abranger quaisquer relações de trabalho, como a representação comercial e o trabalho eventual, por exemplo. Ainda no tema de abragência da competência da Justiça do Trabalho, temos a ADIn 3385, que trata da competência desta sobre servidores públicos. A primeira coisa em toda petição inicial é o endereçamento, que aqui consiste em: Exmo. Sr. Juiz da Vara do Trabalho do Rio de Janeiro RJ Para que se faça esse direcionamento, temos que saber qual o juízo competente do ponto de vista territorial, vide art. 651 da CLT. Esta é feita através do local onde o trabalhador prestar seu serviço, sendo que no caso de agente ou viajante comercial temos o 1º, que permite a ele ingressar com a ação na localidade onde a empresa para o qual ele trabalha. Outra exceção é o caso de trabalhador contratado no Brasil para trabalhar no estrangeiro, que permite a ele ingressar a ação no território nacional ( 2º). Por último, o trabalhador que presta seu serviço

em local diversa da celebração do contrato poderá ingressar com a ação no local de celebração do contrato ou de prestação dos serviços ( 3º). Todos estes casos permitem uma maior efetivação do acesso à Justiça, em consonância com o art. 5º, XXXV da Constituição. Após o direcionamento, vem a qualificação das partes: nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão, número da documentação pessoal (identidade, CPF e Carteira de Trabalho) e endereço residencial. Assim, fica da seguinte forma: José Melchior Peixoto, brasileiro, casado, torneiro mecânico, número de identidade 989.090.999-08, registrado no CPF sob o número 098.009.976-54, residente na Rua Acre 20, Penha, Rio de Janeiro, RJ vem, através do advogado infra-assinada que aqui lhe representa, propor: Abaixo do nome da ação, indicamos o rito cabível, que poderá ser sumário (Lei 5584/70 cabível apenas para ações até dois salários mínimos, mas que não costuma ser usada, pois dela não cabe recurso), sumaríssimo (até quarenta salários mínimos, vide arts. 852-A e 825-B da CLT, que estabelecem diversos requisitos e peculiaridades deste tipo de rito) e ordinário (nos demais casos). Abaixo disto, temos a qualificação do réu: em face de Carlos Augusto (...seguindo a qualificação nos mesmo molde acima...) pelas razões de fato e de direito que seguem Na folha seguinte, temos a requisição de futuras publicações e notificações em nome do advogado do autor, seguida do parte referente à Comissão de Conciliação Prévia e, depois, à justiça gratuita, se for o caso. Depois, segue o corpo do texto propriamente dito, consistindo em dos fatos, do direito e do pedido. A partir destas informações, segue um exercício facultativo em folha em anexo a ser entregue daqui a duas semanas. O primeiro parágrafo trata dos fatos e deverá ser reproduzido na primeira parte da inicial. Quanto ao direito material, apesar de não haver estabilidade especial por parte do autor da ação, a dispensa se deu pelo fato dele ser portador de HIV, o que caracteriza exercício abusivo de direito por parte do empregador, já que o ato é

discriminatório e abusivo. Assim, o ato de dispensa é nula, o que permite a imediata reintegração ao trabalho do autor. Ademais é importante notar que o bancário possui regulação própria na CLT nos arts. 224 e seguintes. Com as informações acima, temos o seguinte modelo de primeira folha de petição inicial: Exmo. Sr. Juiz da Vara do Trabalho do Rio de Janeiro RJ Marcos Pim, brasileiro, casado, desempregado, número de identidade 989.090.999-08, registrado no CPF sob o número 098.009.976-54, domiciliado no endereço Rua Acre, 20, Penha, Rio de Janeiro, RJ, vem, através do advogado infraassinada que aqui lhe representa, propor: Ação Trabalhista (Rito Ordinário) em face do Banco Boasorte, CNPJ 748.134.870.098-45, situada na Rua Conde de Irajá, 20/302, Rio de Janeiro, RJ, pelas razões de fato e de direito que seguem: 03/03 Estrutura da Inicial O local da prestação de serviço é o que determina o lugar onde a ação deve ser ajuizada. Art. 39, CPC, I Das notificações, publicações (importante para prazos) Requerer que as notícias presentes na demanda sejam endereçadas ao advogado tal no endereço tal. Da Justiça gratuita Lei 5584/70, art. 14, caput, c/c Lei 1060/50, conforme declaração. Assessoria jurídica gratuita honorários da advogado Justiça gratuita-custas Declaração de pobreza ou de hipossuficiência econômica

O autor declara neste ato O art. 790, parágrafo terceiro juiz conceder de ofício a gratuidade Comissão de conciliação prévia se não existir, exigir declaração do sindicato; se existir, art. 625-F: 10 dias para marcar o encontro. Depois dos 10 dias pode pegar essa declaração e dar entrada na ação. Se não houver conciliação, entra com a ação. Se houver, esta serve como título executivo extrajudicial. Há quem entenda que a passagem pela CCP não é obrigatória. Obrigatória pode ser suprida em juízo e é vista como pressuposto processual. Dos Fatos: fatos exatamente o que aconteceu- função, salário, admissão, dispensa / jornada Do Direito: aplicar a legislação aos fatos que você narrou. Jurisprudência e doutrina. Do Pedido: reintegração e compensar com verba rescisória 10/03 Na parte do pedido, além dos pedidos em relação ao direito material em litígio, há os requerimentos que se fazem em face ao juiz, como o de Justiça Gratuita e a arrolamento de testemunhas (não sendo obrigatório que se coloque os endereços destas, mas é recomendado que se faça). AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO Um tipo de petição inicial importante é o relativo à ação de consignação em pagamento (arts. 809 e seguintes do CPC), que serve para que o devedor de determinada obrigação quer quitá-la, mas o credor é desconhecido, não é encontrado ou se recusa a receber os valores. Ela é comumente intentada pelo empregador para evitar possíveis multas que podem advir da falta de pagamento no prazo devido de determinada obrigação. Após o fim do prazo para o pagamento de determinada obrigação, começa a correr o prazo de 30 dias para a propositura da ação de consignação de pagamento, aplicando analogicamente o art. 890, 3º. O art. 893 traz os elementos

da petição inicial. Aqui não terá a parte de comissão de conciliação ou justiça gratuita na parte inicial da inicial. Na parte dos fatos, se falará da admissão e da dispensa (indicando se foi motivada ou não). Em seguida, pode-se indicar em que local foi efetuado o depósito, caso este já tenha sido feito, já apresentando os valores, apontando as parcelas, os valores que estão sendo pagos e possíveis deduções. Não há parte do direito, passando diretamente para os pedidos, onde se requer o reconhecimento da quitação da obrigação e é fundamental que se peça a citação e intimação do réu, pedindo que este compareça para oferecer resposta ou aceitar o que foi apresentado. Para o mês de março: exercícios 1 e 3 da apostila. Entrar, também, no site da OAB/RN, buscar a prova de 2007.2 onde há uma inicial trabalhista e fazer. Entregar até 31 de março. 17/03 A ação de consignação em pagamento segue uma estrutura muito semelhante a da ação trabalhista já exposta. Aqui é muito importante a qualificação do autor, que será muito provavelmente a empresa (nome, endereço e CNPJ). Após a qualificação colocamos com fulcro nos arts. 890 e seguintes do CPC c/c 769 da CLT propor, na linha de baixo coloca-se 'ação de consignação em pagamento' em letras de título e abaixo em 'em face de', seguido da qualificação do réu, que é aqui chamado de consignatário, enquanto que o autor é chamado de consignante. Abaixo colocamos a notificação com nome do advogado e endereço deste. Neste tipo de ação não colocamos nada a respeito de comissão de conciliação prévia (pois esta não é exigida), nem sobre justiça gratuita, pois é muito raro que se conceda-a a pessoa jurídica, sendo possível sua concessão no caso de empregador pessoa física, mas mesmo assim isto não é facilmente aceito. Havendo necessidade do empregador pedir justiça gratuita, é muito importante a justificação exaustiva, apresentando documentos e demais provas necessárias. Abaixo seguem os fatos. Primeiro colocamos a data de admissão e dispensa,

assim com a função exercida e o salário. Depois justifica-se a ação de consignação em pagamento propriamente dita, indicando, por exemplo, que o trabalhador se recusou a receber o valor disponibilizado pelo empregador ou no caso de trabalhador que falece, mas que mais de uma pessoa se apresentam como legítimos para receber os valores. Por último, ainda na parte dos fatos, coloca-se o indicação do depósito já previamente realizado pelo devedor apresentando o valor do mesmo (discriminando as parcelas, quanto se refere a férias proporcionais, 13º proporcional e outros valores, como descontos, sendo importante a apresentação do total líquido) e o local de depósito (banco e número da conta). Na ausência desta indicação há extinção do feito sem apreciação do mérito por ausência de interesse de agir. Depois dos fatos, vem a parte do direito, que é bastante reduzida, bastando que se relacione a segunda parte presente nos fatos (justificativa) com a base legal da ação de consignação em pagamento. Como não há um pedido em face de outra pessoa, não falamos em pedido, mas em requerimento, pois o que se quer é uma conduta a ser realizada por parte do juiz sobretudo, e não algo a ser feito pelo consignatário. O requerimento será que o consignatário seja citado para levar o depósito ou apresentar contestação e que o juiz declare a quitação das parcelas devidas pelo consignante. CONTESTAÇÃO Após a apresentação da inicial, temos a audiência prévia de conciliação. Nesta o juiz primeiro lê a inicial e, caso esta esteja de acordo com a lei, propõe a conciliação. O réu responde se aceita esta ou não. Não aceitando-a, temos a instrução probatória (depoimento pessoal, dado pelo empregado e pelo empregador, ou preposto seu que precisará ter conhecimento dos fatos, e testemunhas), seguida da apresentação das razões finais e, ao final, de nova tentativa de conciliação. Quando o réu não estiver presente, o juiz não aceita a contestação e o processo corre em revelia. Porém, alguns juízes entendem que esta solução não faz sentido, pois a revelia seria ausência de defesa e esta houve de fato, assim adotam a pena

de confissão quanto às matérias de fato como resposta a esta questão. Da mesma forma que a inicial é o momento de apresentação de prova documental pelo autor, a contestação é quando o réu deve apresentar documentos que considere relevantes para a sua defesa. A defesa o réu pode assumir três formas: contestação, exceção e reconvenção (art. 315 do CPC). As duas primeiras são efetivamente forma de defesa, já a reconvenção é forma de contra-ataque. A exceção tem na CLT tratamento diferente do que o dispensado pelo CPC, que fala desta apenas no caso de incompetência relativa, impedimento e suspeição do juiz. Na CLT, as exceções com suspensão do feito só é possível em caso de incompetência territorial e suspeição do juiz, nos demais casos a exceção é matéria de defesa, que deverá constar dentro da contestação. Estas exceções podem ser apresentadas em autos apartados ou como preliminar na contestação, mas de qualquer forma o feito será suspenso até a resolução destas questões. A reconvenção é uma ação feita pelo réu em face do autor. Por exemplo, no caso da sociedade empresária que figura no pólo passivo que teve uma máquina sua furtada pelo autor de uma reclamação trabalhista e quer a devida indenização, este tema não caberia na contestação, pois esta se limita ao que foi trazido pelo autor, logo, por ser inovação, este é caso de reconvenção. Para que a reconvenção seja possível, é necessário que haja conexão entre as ações, que o juiz da causa anterior seja competente para a da reconvenção e que o rito processual para as duas seja o rito ordinário. Além da reconvenção, temos a figura do pedido contraposto, que é um pedido feito pelo réu em face do autor. Ele é possível na ações dúplices, que são ações de rito especial tipicamente previstas. A ação de consignação em pagamento é uma delas, que permite pedido, por exemplo, relativo a erro de cálculo. Aqui não há alargamento do objeto da demanda, como na reconvenção. Como na ação de consignação em pagamento não é possível a reconvenção, é comum que o réu, o empregado, entre com uma reclamação trabalhista relativa à mesma relação de trabalho, sendo que para a propositura desta não há necessidade de se respeitar o prazo para a resposta da ação de consignação em

pagamento. A contestação não é tratada pela CLT, mas sim pelo CPC. Dois são os princípios essenciais que devem ser obedecidos pela contestação: princípio da concentração da defesa (é necessário que toda a defesa seja reunida neste mesmo ato, contestando todos os pedidos numa mesma oportunidade) e princípio da eventualidade (os argumentos contraditórios devem ser apresentados neste momento, colocando tais argumentos como alternativas a serem apreciadas pelo juiz, assim no afastamento de um deles, caberá a análise do outro). Existem três tipos de defesa que podem ser abordadas numa contestação: defesa processual (aqui se atacam os pressupostos processuais e condições da ação art. 276, IV e VI, do CPC) ou defesa mérito, que se divide em defesa indireta e defesa direta. Esta ordem deve ser obedecida quando da elaboração da contestação. As defesas processuais, também chamadas de questões preliminares, visam extinguir o feito sem o exame do mérito. A defesa de mérito indireta apresenta fatos impeditivos, extintivos (quitação do débito prévio, prescrição ou decadência) ou modificativos do direito apresentado pelo autor da ação, assim ela pressupõe a existência de pelo menos alguns dos fatos apresentados pelo autor. A defesa de mérito direta ataca o mérito propriamente dito. Quanto à estrutura propriamente dita da contestação, começa-se com o cabeçalho, no qual já constará o número da Vara e o do processo. Em seguida temos a qualificação do réu e ao final desta página a notificação. Na página seguinte fala-se das preliminares e depois do mérito. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO Processo: 2008.001.090090-7 PADARIA PÃOZÃO, com sede na Rua Acre, 21, Centro, CEP 222999-012, Rio de Janeiro, RJ, vem através do advogado infra-assinado apresentar

contestação ao processo de número 2008.001.090090-7 que corre junto 1ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro. NOTIFICAÇÃO DEFESA Primeiro tratando das preliminares (art. 267, IV e VI, do CPC). Seguimos falando do mérito, começando pela defesa indireta. A defesa direta deve contestar ponto a ponto tudo o que foi dito pelo autor, divindo esta parte em seções, uma para cada um dos pedidos ou argumentos apresentados pelo autor. É importante que a ordem da defesa respeita uma lógica que privilegie a leitura e que já coloque as defesa mais importantes (aquelas que excluem a apreciação das demais) em primeiro lugar. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- aulas. A prova pode ser feita com consulta a livros e às peças produzidas durante as XX/XX Prática jurídica 1 Prática jurídica 1 Prática jurídica 1 Prática jurídica 1 Prática jurídica 1 Prática jurídica 1 Prática jurídica 1 Prática jurídica 1