Para onde foi o jornalismo turístico? Análise de capas da revista Viagem & Turismo em 2007



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Transcrição:

Para onde foi o jornalismo turístico? Análise de capas da revista Viagem & Turismo em 2007 Autor: Marcelo Carmo Rodrigues Titulação: Professor efetivo do Departamento de Turismo da UFJF; Mestrando em Comunicação pela FACOM-UFJF (Linha de pesquisa: Comunicação e Identidades); Especialista em Gestão de Negócios e Empreendedorismo pela FEA UFJF; Graduado em Turismo pela FACTUR (Santos Dumont /MG). Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora UFJF Estado: Minas Gerais Endereço digital: marcelo_carmo@hotmail.com Grupo temático: História do jornalismo Palavras-chave: comunicação; turismo; jornalismo turístico. Resumo: A prática do jornalismo remete ao século XVI. O turismo, quando relacionado ao Brasil, passa a ter seus primeiros registros impressos a partir dos Relatos de viagem. No século XXI, a revista Viagem & Turismo, aqui tomada como objeto empírico, pode ser considerada importante representante do jornalismo turístico, uma publicação da Editora Abril que chega à sua 149ª edição em março/2008 (ISSN 0104-978X). O trabalho objetiva refletir o processo de desenvolvimento dessas duas ciências, discutindo o jornalismo turístico produzido pela revista, ao analisar as capas das 12 edições publicadas em 2007 e propor uma categorização a partir dos critérios de noticiabilidade utilizados por Nelson Traquina. Nesse artigo, que se pretende interdisciplinar, busca-se ainda apresentar reflexões quanto à existência (ou não) do jornalismo turístico. Introdução O desenvolvimento do turismo acabou por integrar-se ao processo de desenvolvimento da comunicação, particularmente a partir da invenção da escrita e, mais especificamente, com o estabelecimento da sociedade capitalista. As coincidências se dão a partir do advento da imprensa e se mantém até os dias de hoje. Dos relatos de viagem às novas tecnologias da comunicação, turismo e jornalismo sempre caminharam lado a lado. Os primeiros textos jornalísticos foram publicados na Inglaterra no início do século XVII. O mesmo não pode ser dito em relação ao turismo. Se o jornalismo tem quatro séculos de desenvolvimento, o turismo tem, a partir do século XX, seu período

de maior desenvolvimento. É no século XX que o turismo ganha maior expansão, entrando em sua fase chamada de turismo de massa ou turismo capitalista. O importante é ressaltar que, a partir do momento em que o turismo entra na sua fase capitalista (passando a ser importante componente do PIB de diversos países e regiões) começa a ser desenvolvido um jornalismo que talvez possa ser chamado de jornalismo turístico especializado na construção de textos que revelam (e também por isso encobrem) destinos turísticos ao redor do mundo. A proposta é refletir sobre os destinos que a revista Viagem & Turismo (a partir de agora abreviada para VT) apresentou durante as 12 edições mensais de 2007, sendo analisadas as capas dessas edições. Somente título, destino (praia, sol, montanha, urbano, cultural, nacional, internacional por exemplo) ou serviço (hotelaria out/2007) turístico apresentados. Serão utilizados os critérios estabelecidos por Nelson Traquina, para tentar descobrir quais são os valores-notícia utilizados pelos jornalistas e editores da VT em sua edição mensal. Pesquisar é ampliar os horizontes do conhecimento humano, incitando novas discussões e descobertas. Ao trabalhar novos temas, os profissionais de turismo, bem como de outras ciências, ampliam e revelam a importância do conhecimento adquirido na elaboração de novos rumos a serem seguidos para a profissão de turismólogo. Mais que um estudo de caso, o presente trabalho objetiva fazer uma reflexão sobre o desenvolvimento das relações entre turismo e jornalismo. 1. A informação como alavanca para o desenvolvimento do turismo O desenvolvimento do turismo coincide com o estabelecimento e o desenvolvimento da indústria da comunicação. Desde a chegada dos portugueses ao Brasil são inúmeros os exemplos - tanto da população local como dos estrangeiros - em representar a realidade brasileira, através de textos ou iconografias. Nos séculos da colonização brasileira pelos europeus, sempre houve a preocupação com os relatos histórico-sociais da época. Os séculos XV e XVI foram marcados pelas navegações, pelas grandes descobertas e avanços tecnológicos. Gutenberg, no final do século XV, inventa a 2

tipografia, que gera a possibilidade de ter textos reproduzidos em larga escala. Nos anos que se sucedem, começam a surgir os primeiros livros e os primeiros jornais. Concomitante ao desenvolvimento da imprensa, a Europa começa a preparar-se para a Revolução Industrial. As cidades se proliferam e as indústrias se multiplicam. A classe trabalhadora que está nascendo começa a lutar por seus direitos. Há êxodo rural, melhora nas condições de trabalho da população urbana e o surgimento de uma preocupação com o tempo livre dos empregados. Ao amplo processo de desenvolvimento industrial, alia-se um amplo processo de desenvolvimento das comunicações e do turismo, conforme descrito no livro Fundamentos do Turismo (DIAS, 2002, pag.44): No século XVII começou a haver o incremento do número de pessoas que visitavam os centros culturais e as grandes cidades... Estes grupos atingiram tal importância, sobretudo na França, que foi publicado por Saint Maurice em 1672 o Guia Fiel nas Viagens pela França. O escritor Reinaldo Dias, no texto acima, refere-se ao primeiro guia turístico impresso. Logo estava se referindo à primeira peça gráfica a respeito de um destino ou turístico, com cunho informativo. Pode-se atribuir a esse fato o início do estreitamento das relações entre turismo e comunicação. Nos anos seguintes, começa a haver também a impressão de outros guias turísticos na Inglaterra. A Terra Brazilis durante quatro séculos esteve mantida à margem da sociedade letrada, tido como terra de natureza exuberante, porém habitada por selvagens de acordo com documentos da época. Segundo relatos da historiografia oficial, apesar de ser uma ótima fonte de recursos e riquezas naturais, seu povo se mostra indolente e de difícil domesticação. Durante o descobrimento, bem como nos séculos subseqüentes e, principalmente no século XIX, há a publicação de inúmeros livros de viagem que se constituem na versão europeizada e/ou estrangeira do Brasil que encontrava-se em colonização. Em seu Relatos de viajantes como fontes da história social da população brasileira, a escritora Miriam L. Moreira Leite (1997, p. 10) revela: Antes de mais nada, convém constatar a extensão desse campo de literatura. Ela aparece em livros muito extensos (com cinco ou mais volumes), em livros curtos (de cem ou duzentas páginas), em artigos de revistas e em manuscritos, guardados em diferentes arquivos e museus do mundo. Existe sob a forma de literatura para adultos e para 3

crianças, como romance de aventuras, como literatura fantástica ou romance epistolar, havendo, na segunda metade do século XIX, reportagens jornalísticas e guias turísticos. Nesses relatos há uma grande preocupação em descrever as características do Brasil, bem como uma curiosidade em relação às condições de vida da sociedade brasileira. Os livros de viagem são os primeiros guias turísticos produzidos no Brasil. Eles são o relato das viagens e pesquisas de inúmeros escritores, pintores, intelectuais, botânicos, militares, excêntricos, educadores, padres e estudiosos das mais diversas áreas. Entretanto, eles mostram o Brasil visto sob o olhar do estrangeiro, conforme afirma a escritora Ana Maria de Moraes Beluzzo: Uma grande motivação para estudar o legado iconográfico e a literatura de viagem dos cronistas europeus está na possibilidade que oferecem de rever o Brasil. Mas, como estigma, essas obras só podem dar a conhecer o Brasil visto por outros. O olhar dos viajantes espelha também a condição de nos vermos pelos olhos deles. 2 A segunda metade do século XIX traz para o Brasil os primeiros indícios da Revolução Industrial. Em meio à efervescência política e econômica da época, surgem os primeiros jornais brasileiros. São daquele período o Correio Braziliense (1811), Gazeta da Tarde, 25 de março, Gazeta de Notícias, A República, Revista Ilustrada (1881), Jornal do Commercio e uma infinitude de outros periódicos. No início, os jornais se prestam mais à publicação de obras literárias e fatos curiosos. Em muitos desses jornais a escrita possui muito mais características de literatura e crônica do que características de texto jornalístico, como o concebemos na atualidade. Inclusive com espaço reservado para a comercialização de escravos e gêneros alimentícios. Sobre as características do texto jornalístico da época, afirma o texto Entre a História e o Jornalismo : O termo crônica foi retomado no século XVIII para textos que resgatavam sua forma primitiva, ou seja, ostentando características literárias. Foi quando as crônicas começaram a ser publicadas em 2 Entrevista concedida ao jornalista Helvécio Carlos (Estado de Minas, caderno Espetáculo, 19/03/00), por Ana Maria de Moraes Beluzzo, Doutora em História da Arte e autora do livro O Brasil dos viajantes (Metalivros/Objetiva). 4

jornais, confundindo ou fundindo o seu tempo histórico ao tempo jornalístico. E até ganharem imortalidade, sendo publicadas em livros, permanecerão presas ao tempo jornalístico, nascendo hoje e morrendo amanhã. 1 Os primeiros anos do século XX são marcados pelo aprimoramento dos meios de transporte. O automóvel começa a ser utilizado em maior escala pelas classes abastadas. A aviação começa a ganhar destaque, sendo que, em 1919, a KLM (Companhia aérea holandesa) realiza o primeiro vôo transatlântico. As estradas de ferro são cada vez mais utilizadas por unir pontos longínquos e devido ao seu baixo custo. Nessa época, há uma mudança na percepção do turismo, que pode ser notada através da fundação em Paris, em 1911, do Office National de Tourisme. Há também a fundação, em 1925, das Organizações Oficiais da propaganda Turística (UIOOPT), em Haia. Essa fundação é antecessora à Organização Mundial de Turismo (OMT), e tem como objetivo promover o turismo em todas as nações para seu progresso econômico, social e cultural (DIAS, 2002). A segunda metade do século XX é marcada por dois fatos importantes: o desenvolvimento do turismo de massas e a chegada da televisão no Brasil. O mundo assiste ao desenvolvimento da atividade turística como nunca visto antes: o lançamento do avião a jato; a expansão da indústria automobilística; construção, modernização e diversificação dos estabelecimentos de hospedagem; incremento da infra-estrutura, como: portos marítimos, marinas, vias expressas, aeroportos, instalações de energia elétrica, água potável e centros respectivos; estabelecimento de itinerários fixos, rápidos e seguros; criação de pacotes turísticos abertos ao crédito; efetivação de numerosas disposições em leis que passam a regulamentar as atividades turísticas e trabalhistas; profissionalização das atividades turísticas, em face da criação de inúmeros organismos de turismo oficiais e privados; e, por último, disponibilização para a população de sistemas de crédito, para implementar o lado social do turismo. Para revelar a importância que o turismo estava assumindo, no ano de 1967 é comemorado o Ano do Turismo Mundial. No caso do Brasil, todos os benefícios citados acima fazem parte também da nossa realidade. O jornalismo e o turismo no início do século XXI, e suas inter-relações, representam o desenvolvimento de duas poderosas estruturas do mundo moderno. 1 site TRÍALOGOS, texto Entre a História e o Jornalismo de Priscilla Fernandes. 5

Enquanto o turismo solidifica-se como a terceira economia do planeta que mais gera empregos (diretos e indiretos), o jornalismo apresenta-se como o quarto poder. Ao longo do tempo, o homem também se viu obrigado a criar pautas para a sua comunicação. Entre os temas que sempre foram pauta, em todo processo histórico da civilização atual, são os temas relacionados às diferentes culturas, seus deuses, sobre o que é novo, diferente e até mesmo igual. Dessas discussões sobre o novo, sobre o sacro, sobre o que é diferente. Se há séculos atrás, os primeiros relatos turísticos saíram das canetas bico de pena dos mais diferentes escritores e estudiosos, provenientes dos mais diferentes países, hoje esses mesmos relatos históricos são os precursores de uma ampla rede de informação via mídia de massa que procura mostrar os mais diversificados pontos turísticos da Terra. Sobre o papel do jornalismo no desenvolvimento do turismo, Nielsen afirma que a criação de publicações especializadas em turismo, a partir de 1950, fornece uma visão interessante dos avanços dos estudos em turismo como ciência social (2002, p. 33). Apesar de o turismo de massa ter se desenvolvido posteriormente ao jornalismo, são muitas as similaridades que envolvem as duas ciências, conforme explica a escritora Sabáh Auon (2001, p. 15) em À procura do paraíso no universo do turismo. O livro aborda principalmente as publicações em mídia impressa (revistas), mas mostra-se como parâmetro no estudo das relações entre turismo e jornalismo: Distanciando-se gradativamente dos discursos vigentes até o final da década de 1970, proferidos pelos teóricos da área que apreciavam definí-lo nas profusões dos slogans como indústria da paz, ou indústria sem chaminés, limpa por excelência, como portador de uma missão salvadora, ou difusor de conhecimento e cultura (Barreto 1995, pp. 93-97) -, o turismo tem sido compreendido dentro de uma nova ordem econômica em que valores e padrões se globalizam, agilizados pelos avanços das tecnologias da comunicação. Curiosamente, as duas entidades que mais discutem o papel da comunicação no desenvolvimento do turismo são o Vaticano e a OMT (Organização Mundial do Turismo). Como indício dessa preocupação, dentre as comemorações do Dia Mundial do Turismo - sempre comemorado em 27 de setembro em 1991, o tema discutido pela OMT foi: Comunicação, informação e educação: elementos motores do 6

desenvolvimento do turismo. A norma estabelecida, na data dessa comemoração, manda que as instituições promovam amplos debates sobre o tema abordado, preparando em seguida documentos que regulem e registrem as discussões. Para corroborar essa preocupação da OMT com as relações que unem turismo e imprensa, o artigo 06 do Código Mundial de Ética do Turismo declara (apud DIAS, 2002, p. 236): 6.6. A imprensa, sobretudo a imprensa especializada em turismo, e os outros meios de comunicação, incluindo os modernos meios de comunicação eletrônica, devem fornecer uma informação honesta e equilibrada sobre os acontecimentos e situações suscetíveis de influência na freqüência turística. Igualmente, devem ter por missão o fornecimento de indicações precisas e fiáveis aos consumidores de serviços turísticos. As novas tecnologias de comunicação e comércio eletrônico devem ser desenvolvidos e utilizados para esse fim, não devendo, de forma alguma, assim como a imprensa e os outros meios de comunicação, incentivar o turismo sexual. No Brasil também já começam a ser desenvolvidas discussões para nortear o desenvolvimento do turismo em suas relações com o jornalismo. No ano de 2001, foi realizado pela Universidade Metodista de São Paulo, na Faculdade Cátedra Unesco o I Congresso Internacional de Comunicação e Turismo. Em 2002, é lançado o livro Turismo e Mídia, pela editora Contexto, do escritor Christian Nielsen. No livro são apresentadas regras básicas para os profissionais de turismo que objetivam trabalhar com jornalismo turístico e/ou pretendam desenvolver uma boa comunicação e redação para turismo. 2. A revista VT e os valores-notícia de Nelson Traquina A revista VT em janeiro de 2008 chegou à sua 147ª edição, é uma publicação da editora Abril, está no mercado há mais de 12 anos e é líder em tiragem. A categorização se dará a partir de critérios de classificação do conteúdo e imagem da capa das edições mensais publicadas durante o ano de 2007, conforme tabela abaixo: MÊS/2007 MATÉRIA DE CAPA NAC/INTER REGIÕES GEO. JANEIRO Os segredos do litoral norte de São Paulo NAC BRASIL 7

FEVEREIRO O barato do Caribe INTER MARÇO Buenos Aires em dose dupla INTER ABRIL MAIO Sul da Bahia: oito dias perfeitos de sol, praia, boa comida e muito axé Orlando: as incríveis aventuras da VT em Orlando NAC INTER AMÉRICA CENTRAL AMÉRICA DO SUL BRASIL EUA JUNHO Esqui para econômicos e gastadores INTER AMÉRICA DO SUL JULHO Portugal de carro INTER EUROPA AGOSTO Espanha em transe INTER EUROPA SETEMBRO Taiti: você pode. A gente ensina INTER POLINÉSIA FRANCESA OUTUBRO As 33 pousadas mais charmosas e baratas do Brasil NAC BRASIL NOVEMBRO 12 motivos para amar Santa Catarina NAC BRASIL DEZEMBRO 12 dias nas praias mais bonitas do sul da Bahia (entretanto no site oficial da revista o título postado é Verão do dólar: com o real valorizado este fim de ano no exterior é dos brasileiros ) NAC BRASIL Tabela 01: Matérias de capa da revista VT no ano de 2007. Fonte: Revista VT Dentro do total de 12 publicações, cinco matérias de capa (41,6%) referem-se ao Brasil. Sobre a América do Sul há duas matérias (16,6%) que apresentem Buenos Aires e regiões de esqui na Cordilheira dos Andes. A Europa está presente em duas matérias (16,6%), através capas sobre Portugal e Espanha. Com uma matéria cada (8,4%) são apresentados os Estados Unidos (Orlando), América Central (praias do Caribe) e Polinésia Francesa (Taiti, Ilhas Galápagos, Ilhas Maurício). Pode-se concluir, que em quase metade das matérias (cinco edições) um destino brasileiro foi capa da revista: quatro dessas matérias referem-se ao turismo de sol e mar e uma faz análise pousadas e hotéis charmosos e baratos. Para avançar na pesquisa foram observados os valores-notícia propostos e discutidos por Nelson Traquina, em seu livro Teoria do jornalismo. Segundo o autor, os valores-notícia de seleção dividem-se em contextuais (dia noticioso, disponibilidade, equilíbrio, visualidade, concorrência) e substantivos (proximidade, relevância, tempo, novidade, notabilidade, inesperado, conflito, infração e escândalo). Já os valores-notícia de construção podem ser categorizados assim: personalização, simplificação, amplificação, relevância, dramatização, consonância. É baseado nesses valores-notícia 8

que serão analisadas as matérias de capa das edições mensais da revista VT durante o ano de 2007. Textos soltos, grande utilização de fotos (se for analisado minuciosamente poder-se-á chegar à conclusão que as fotos ocupam mais espaço que o texto redigido), aparente falta de preocupação com o texto jornalístico (às vezes podendo chegar a textos quase literários), título sem preocupação com o tamanho e/ou número de letras, utilização de gírias e jargões populares no corpo do texto esses itens compõem a capa e o corpo das matérias em análise. Numa tentativa de criar um campo de interseção entre o está publicado das capas da revista VT e as categorias propostas por Traquina foram construídas três tabelas. A primeira, apresentada abaixo refere-se ao valores-notícia de seleção, pelos critérios substantivos que, de acordo com Traquina, dizem respeito à avaliação direta do acontecimento em termos da sua importância ou interesse como notícia (Traquina, 2004, p. 78). Valor-notícia de Seleção - substantivos Notoriedade Proximidade Relevância Novidade Tempo Descrição Do ator principal Geográfica ou cultural Capacidade do acontecimento incidir ou ter impacto sobre as pessoas O que há de novo Forma de atualidade Presente/Ausente O ator é o destino. A pergunta é se há outros atores que poderiam ter sido escolhidos e os motivos que levaram à escolha. Geográfica: tanto há destinos próximos como distantes. Cultural: há cultural que são mais conhecidas dos leitores, mas há outras sem vínculos estreitos (Polinésia Francesa). Econômico-financeira: para qual percentual da população brasileira esses destinos estão próximos? Em uma primeira análise, não se percebe a presença desse valor-notícia. Até pelo fato de as matérias não informarem sobre as mazelas dos destinos apresentados, como se essas não existissem. Um dos valores mais presentes. Sempre há a preocupação de mostrar uma angulação nova, novos equipamentos. Mas, pode-se perceber ao longo dos anos, que os mesmos destinos são reapresentados. Ou seja, a pauta não varia muito ano a ano. As matérias são escritas de maneira a serem independente do tempo atuais, guias de bolso para o viajante 9

Inesperado Conflito/Controvérsia Infração Aquilo que irrompe e surpreende Violência física ou verbal, disputas políticas Escândalo, crimes, violação, transgressão de regras Tabela 02: Valores-notícia de seleção: substantivos. Fonte: Revista VT tranformando-o em algo tangível. A maneira como o texto é redigido já é um simulacro: pretende-se, através da leitura, levar o cliente até o destino (como se turismo pode ser aprendido, e não somente experimentado). Há uma preocupação em apresentar destinos consolidados turisticamente, mas com novas angulações. Normalmente destinos em que há conflitos não são pauta de matérias da revista. As infrações são sempre a favor do belo ou bom serviço. Já os valores-notícia de seleção, pelos critérios contextuais, dizem respeito ao contexto da produção da notícia (Traquina, 2004, p. 78) e estão descritos e seguir: Valor-notícia de Seleção: Contextuais Disponibilidade Equilíbrio Visualidade Concorrência Dia noticioso Descrição Facilidade com que é possível fazer a cobertura Quantas vezes o acontecimento foi noticiado Elementos visuais fotografias e filmes Concorrência entre empresas Os acontecimentos em concorrência com outros acontecimentos Tabela 03: Valores-notícia de seleção: contextuais. Fonte: Revista VT Presente/Ausente A revista, após decidida a matéria de capa, tem condições financeiras de mandar seus jornalistas/articulistas para qualquer destino. O importante é procurar saber o porquê da escolha, do gatekeeper. Se forem observados, todos os continentes da Terra, percebe-se que não há equilíbrio. O equilíbrio se dá de outra forma: Talvez seja o valor-notícia que mais se aplica. Podese depreender que as fotos, algumas vezes, são mais importantes que o texto. Há leitores que vêem a revista, ao invés de lê-la. Sim, há em número e condições bastante mercadológicas. Há outros títulos nacionais que abordam turismo e há concorrência bastante acirrada entre eles. O dia noticioso de uma publicação mensal tem, no mínimo, 30 dias (definição de pauta, realização de matérias, editoração, impressão, publicação, distribuição, chegada à casa do assinante). As matérias de capa sempre apresentam destinos/serviços que estão muito relacionados com a estação climática que está se iniciando. Por último, os valores-notícia de construção são definidos por Traquina como os critérios de seleção dos elementos dentro do acontecimento dignos de serem incluídos 10

na elaboração da notícia (Traquina, 2004, p. 91). Para esse estudo, pode-se acenar que esses (apresentados abaixo) são determinantes da elaboração da pauta da revista VT: Valor-notícia de construção Simplificação Amplificação Relevância Personalização Dramatização Consonância Descrição Acontecimento desprovido de complexidade, ambigüidade Capacidade de o acontecimento ser notado Notícia cheia de sentidos Valorização das pessoas envolvidas no acontecimento O reforço do lado emocional, a natureza conflitual Estórias que os leitores já conhecem Tabela 04: Valores-notícia de construção. Fonte: SIM Presente Os destinos são apresentados por jornalistas/articulistas que o apresentam de maneira bastante coloquial, com um olhar e um texto bastante livres. Os destinos somente têm apresentados sob o ponto de vista do que há ser explorado. Não são apresentados os problemas do lugar, o ponto de vista da população, as dificuldades pelas quais passa o início/desenvolvimento das atividades turísticas da região, com seus problemas sociais. Os textos procuram construir o paraíso perfeito. Independente do lugar, continente, região ou estação do ano os melhores destinos para se fazer turismo são os publicados nas capas da revista VT. Os sentidos que uma matéria da revista VT tenta aguçar são outros se relacionados ao jornalismo diário. Os critérios de relevância são, portanto, outros. Pode-se perceber uma preocupação dos jornalistas/articulistas em rechear as matérias de pontos relevantes. Há também a preocupação com mapas e guias para tornar mais fácil o acesso do leitor/viajante aos lugares indicados. O texto sempre procura ser o mais informal, o mais próximo possível. Tanto do leitor, quanto do destino apresentado. O texto não objetiva construir uma imagem negativa do destino e sim, sempre, positiva. O lado emocional é um dos mais ressaltados na construção das matérias e dos destinos Estórias e histórias sobre turismo são uma constante no jornalismo mundial em todos os formatos (rádio, jornalismo impresso, televisão, internet etc). Como representa um importante bem de consumo na atualidade há destinos turísticos da moda, exóticos e tradicionais que sempre estão (e retornam) à mídia. E outros novos destinos que a mídia faz questão de apresentar periodicamente. 3. Considerações finais 11

Pode-se observar que as capas por vezes apresentam matéria frias, em outras fait divers, por conterem um grande percentual de atemporalidade, com um texto que beira a literatura e ao mesmo tempo procura estar falando ao pé do ouvido, como se o leitor estivesse fazendo junto com o jornalista/articulista a viagem apresentada. Na edição de dezembro de 2007, o jornalista Ricardo Freire se aventura a percorrer a pé as praias mais bonitas (e desertas) do sul da Bahia. Ao descrever suas caminhadas ele é muito coloquial em seu texto, falando das dificuldades das pedras escorregadias, do sobe e desce das marés. Uma clara tentativa de como se isso fosse possível levar o leitor a refazer com ele o percurso. Como se o turismo não fosse uma atividade só possível através da experimentação. Que por melhor que seja a revista, o meio ou a mídia eles jamais conseguirão reproduzir a experiência única e presencial que é fazer turismo. E por se tratarem de fait divers as matérias da revista VT tenham que se munir de muitos dos valores-notícia. Complementando o que já foi dito acima, o dia noticioso de uma revista de turismo é diferente do dia noticioso de um jornal diário. O tempo, os atores (destinos e/ou serviços turísticos), o objeto muda bastante de um meio para o outro. E se a necessidade de fotografia ou imagem é cada vez mais fundamental para que uma notícia seja percebida pelo público destinos/serviços turísticos sempre despertam interesse. Mas, o turismo está representado nas capas da VT? Por que foram escolhidos aqueles destinos? Essa é a pergunta-chave da questão: como se monta a pauta de uma revista de turismo. Como são escolhidos os lugares, os bares, restaurantes, hotéis e muitos outros destinos/serviços turísticos. A pesquisa a respeito da existência da categoria jornalismo turístico ainda permite espaço para novas discussões: se existe, se é bem feito, como poderia ser feito. Os estudos de Traquina auxiliam na elaboração desse raciocínio. Pelas tabelas pode-se perceber que a maior parte dos valores-notícia (independente da categoria) encontra-se também nos textos da revista VT. Entretanto, pelo fato de o ator ser outro (destino e/ou serviços turísticos) também são outros os gatekeepers, os interesses, os olhares. Talvez, o leitor de matérias de turismo talvez esteja procurando novos atores. 4. Anexos: 12

Ilustração 1 - janeiro/07 Ilustração 2 - fevereiro/07 Ilustração 3 - março/07 Ilustração 4 - abril/07 Ilustração 5 - maio/07 Ilustração 6 - junho/07 13

Ilustração 7 - julho/07 Ilustração 8 - agosto/07 Ilustração 9 - setembro/07 Ilustração 10 - outrubro/07 Ilustração 11 - novembro/07 Ilustração 12 - dezembro/07 5. Referências bibliográficas: AUON, Sabáh. A procura do paraíso no universo do turismo. Campinas: Papirus, 2001. BORDENAVE, Juan. Além dos meios e mensagens. Petrópolis: Vozes, 1984. DIAS, Reinaldo; AGUIAR, Marina Rodrigues de. Fundamentos do Turismo. Campinas: Alínea, 2002. GODOY, Ana Maria. Jornalismo turístico campo de pesquisa e atuação para turismólogos. 2001. Monografia de conclusão de curso, Faculdade de Turismo de Curitiba, Curitiba. HALL, Stuart. A produção social das notícias: o mugging nos media. In: Jornalismo: questões, teorias e estórias. TRAQUINA, Nelson (org). Veja: Lisboa, 1993, p.224-248. 14

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