OS BAIRROS RURAIS DO CINTURÃO VERDE METROPOLITANO DA DEFINIÇÃO À CARACTERIZAÇÃO. UM ESTUDO DE CASO DOS BAIRROS RURAIS DE PIEDADE E PILAR DO SUL-SP



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Transcrição:

OS BAIRROS RURAIS DO CINTURÃO VERDE METROPOLITANO DA DEFINIÇÃO À CARACTERIZAÇÃO. UM ESTUDO DE CASO DOS BAIRROS RURAIS DE PIEDADE E PILAR DO SUL-SP Erika Vanessa Moreira Membro do GEDRA UNESP de Presidente Prudente evmgeo@yahoo.com.br Resumo O estudo sobre bairro rural é, atualmente, inexpressivo na geografia rural, por causa do direcionamento metodológico que prioriza a escala do município, da microrregião ou da bacia hidrográfica. Neste artigo, pretendemos definir o bairro rural e, com base numa análise empírica, caracterizá-lo à luz da ruralidade contemporânea. O recorte espacial abrange os bairros rurais dos municípios de Piedade e Pilar do Sul, no Estado de São Paulo. A coleta de informações in loco, a aplicação de questionários e o registro de fotos foram os procedimentos metodológicos usados para a realização deste trabalho. O deslocamento do cinturão verde tradicional da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) teve início no final dos anos de 1970, com a reestruturação produtiva da área e a urbanização difusa. Palavras-chave: Bairro rural. Agricultura. Equipamentos urbanos. Pilar do Sul e Piedade Introdução Ao adotar o bairro rural como unidade de análise, não decidimos realizar uma descrição ou uma caracterização meramente física por bairro, mas utilizá-lo como parâmetro metodológico para a compreensão do cinturão verde metropolitano. Neste texto, o principal objetivo é trabalhar o bairro rural e, a partir de nossa análise empírica, caracterizá-lo à luz da ruralidade contemporânea. Para tanto, temos como recorte espacial os bairros rurais dos municípios de Piedade e Pilar do Sul, ambos situados na área de expansão do cinturão verde metropolitano. O processo de urbanização difusa que vem ocorrendo nas áreas situadas próximas à Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e a Sorocaba demonstra a possibilidade real de novas demandas de consumo alimentar, de lazer e de moradia. Contudo, isso não levou à integração total do modo de vida dos agricultores à esfera econômica urbana. Pelo contrário, propiciou a coexistência de modos tradicionais e contemporâneos. A realidade dos municípios mencionados mostra que as demandas urbanas citadinos da RMSP e de Sorocaba afetaram, direta e indiretamente, a configuração espacial dos municípios. É notável a presença de atividades turísticas e recreativas localizadas nas principais vias de acesso - SP-250 e SP-079 - a esses dois grandes centros urbanos consumidores. 1

Mapa 01: Localização dos municípios de Piedade e Pilar do Sul em relação a RMSP e Sorocaba. Os procedimentos adotados para a construção desse artigo foram: levantamento teórico atinente à temática; levantamento de informações in loco com a aplicação de 90 questionários junto aos produtores rurais em Piedade e 67 em Pilar; compilação e análise dos dados. O artigo está estruturado em 02 seções, sendo que, na primeira, buscamos conceituar o bairro rural com base em autores clássicos e contemporâneos e na segunda, abordamos a caracterização geográfica dessas unidades geográficas. Caracterização e delimitação dos bairros rurais Buscamos abordar, teoricamente, o bairro rural, já que tal nomenclatura é utilizada, com maior freqüência, no Estado de São Paulo, devido à influência da cultura caipira (MULLER, 1966; QUEIROZ, 1973; FUKUI, 1979; CANDIDO, 2003). Tratar os bairros rurais nos remete a pensá-los enquanto embriões ou pontos estratégicos para a formação de distritos, patrimônios e municípios paulistas. São consideradas unidades geográficas heterogêneas, baseadas nas relações de vizinhança, na identidade e na vinculação com o lugar (MOREIRA, 2007). Essa reflexão teórica está baseada nas contribuições de clássicos como Muller (1951, 1966), Fernandes (1972), Queiroz (1973), Fukui (1979), Candido (2003) e, contemporâneos, a saber Santos (1999), Paulino (2003), Bombardi (2004), Souza (2004); Wanderley (2001), Moreira (2007) e Noronha (2008). 2

Candido (2003) considera os bairros rurais como configurações sociais que intermediam o indivíduo/família e a cidade. O grupo de vizinhança, o sentimento de localidade e o nível social igualitário são os aspectos fundamentais para a configuração socioespacial dos bairros rurais no Estado de São Paulo. O autor define o bairro rural como um grupo rural de vizinhança. Uma estrutura fundamental da sociabilidade caipira, consistindo no agrupamento de algumas ou muitas famílias, mais ou menos vinculadas pelo sentimento de localidade, pela convivência, pelas práticas de auxilio mútuo e pelas atividades lúdico-religiosas. Duas características são centrais nos bairros rurais: a base territorial e o sentimento de localidade. O próprio autor salienta que o bairro não é uma unidade rígida e exclusiva, mas susceptível a mudanças e também à resistência ao novo 1 (CANDIDO, 2003, p. 203). A relação entre os bairros rurais e a cidade é o eixo central do livro de Queiroz (1973), que buscou identificar e a analisar essa intrínseca e complexa relação denominada por ela de interdependente e de complementaridade. Para a autora, os bairros rurais se caracterizam mais pelas relações sociais (relações interpessoais) do que por vinculações econômicas. Fernandes (1972, p.02) aponta que o termo bairro é largamente difundido entre a população, indicando genericamente entre eles uma determinada porção do território com limites não definidos precisamente. O sentimento de localidade está reforçado pela presença da igreja, da escola, da venda, enfim, de elementos que permitem reforçar a coesão social entre os moradores do bairro. Para a autora, embora muitas vezes confundido e utilizado como sinônimo de grupo de vizinhança, bairro rural é uma área com características próprias e dentro dele existem os grupos sociais que mantêm relações e laços de solidariedade. Para Rodrigues (1973), o que realmente configura os bairros rurais é a identidade que o individuo tem com o lugar ou, em outras palavras, o sentimento de pertencer ao bairro. A perspectiva contemporânea analisa os bairros rurais dentro de uma visão dialética cuja preocupação são os problemas sociais e econômicos. Na concepção de Bombardi (2004), o bairro rural constitui uma unidade territorial oriunda de uma identidade territorial. O bairro rural como unidade territorial permite verificar as relações desiguais existentes no seu interior, já que o capitalismo ocorre de maneira combinada e desigual. Sob esse mesmo prisma, temos o trabalho de Paulino (2003) sobre os bairros rurais localizados no Norte do Paraná, caracterizados como territórios permeados de relações de apropriação e de luta pela sobrevivência. 3

Já Souza (2004, p. 145), sob uma perspectiva sociocultural, concebe bairros rurais como unidades que se caracterizam através da convicção das relações simbólicas e das relações sócio-econômicas na perpetuação da tradição e da memória. Destacamos a importância dos bairros rurais como componente da geografia e da história local e também como expressão da resistência no campo material. Ou seja, o bairro rural resiste às transformações estabelecidas pela lógica do modo capitalista de produção e também à dissimulação dos valores urbanos. Os bairros rurais já não se configuram apenas como o local da produção agrícola, tampouco da economia de subsistência, pois a inserção de novas atividades não agrícolas e a valorização econômica de outras funções, como o local do lazer, da moradia e da preservação cultural e ambiental, são características que denotam as transformações pelas quais eles têm passado. Pretendemos, depois dessa breve conceituação, contextualizar como ocorreu o processo de ocupação, por meio das informações in loco, e a atual organização espacial e social dos bairros selecionados em Piedade e Pilar do Sul. Caracterização dos Bairros Rurais Em virtude do número total de propriedades rurais com até 50 hectares ser expressivo, optamos por aplicar em 5% do total dessas propriedades em Piedade e Pilar do Sul, sabendo que a adoção dessa amostragem permite uma análise mais acurada do ponto de vista qualitativo. Quadro 01: Número de estabelecimentos agropecuários com até 50 hectares e amostra. Município Bairros rurais Propriedades Tipo de produção predominante visitadas Caetezal de Baixo e de 27 Hortaliças, flores e olerícolas Cima Funil 08 Hortaliças e olerícolas Piedade Sarapuí dos Antunes 16 Hortaliças e olerícolas Leite 08 Hortaliças e olerícolas Buenos 06 Hortaliças e olerícolas Corrêas 25 Hortaliças e olerícolas Total - 90 - Pombal 19 Fruticultura e pecuária Pinhal de Cima 25 Fruticultura Pilar do Sul Pinhal de Baixo 10 Fruticultura Paineiras 07 Hortaliças Bandeirantes 05 Fruticultura Fonte: Dados primários coletados nas pesquisas de campo 4

Os bairros rurais (ver mapas 02 e 03) foram selecionados pelos seguintes aspectos: predomínio de propriedades rurais com até 50 hectares; forte relação entre agricultura e religião, por meio da promoção de festas e atividades culturais; existência de fruticultores e olericultores; existência de pousadas, pontos turísticos e estabelecimentos não agrícolas diversos; existência de imigrantes japoneses, italianos e alemães e seus descendentes; e, por último, participação de produtores vinculados a organizações coletivas, tais como associação, cooperativa e sindicato rural. A história de ocupação dos municípios se confunde com a da formação dos bairros rurais visitados, em decorrência do papel do migrante, depois do imigrante italiano e, no pós-guerra, da chegada maciça do japonês. Defendemos que o bairro rural é um lugar de singularidade e não de estagnação, onde valores rurais e urbanos coexistem e a religiosidade e os laços de parentesco são fortes elementos na coesão do grupo. Não existe apenas um grupo de vizinhança senão vários, pois a diversidade econômica, social e religiosa não permite a aglutinação de todos em um 5

único grupo. Sendo o bairro um lugar, trabalhamos com a escala do espaço local, sem, contudo, desvinculá-lo do contexto regional e também nacional. Essa opção metodológica está presente em Wanderley (2001), quando aborda o espaço local como a escala em que as relações rural-urbana podem ser apreendidas com maior nitidez. O que caracteriza um bairro rural? O isolamento, o sentimento de pertencimento ou a formação de uma coesão social? Esses aspectos denotam características do ponto de vista cultural. Edo ponto de vista organizacional ou espacial? Como conceituar um bairro que apresenta equipamentos urbanos, ao mesmo tempo em que a economia e a vida social giram ao redor da agricultura? O bairro rural não tem, na realidade estudada, o isolamento, a autonomia ou mesmo a prevalência da cultura caipira como características centrais. Por conta de uma maior proximidade física e econômica com a sede do município e a região, verificamos que os 6

bairros rurais se fundamentam na predominância da atividade agropecuária, na força dos laços de parentesco e compadrio e na coexistência da ruralidade com os valores urbanos. A configuração geográfica dos bairros não se restringe a um único grupo de vizinhança, seja por razões religiosas, seja pelo tipo de cultivo, seja pela proximidade física. Existe portanto, dentro de um bairro rural, mais de um grupo de vizinhança. O pequeno comércio (bares, mercearias, serrarias, marcenarias, casas de materiais de construção etc.) fica situado às margens da estrada e forma pequenos aglomerados de casas, como retratamos no quadro 02. Quadro 01: Número de estabelecimentos agropecuários com até 50 hectares e amostra. Município Bairro Rural Chácaras para moradia Comércio e lazer Acima 50 hec Serviços públicos Piedade Caetezal de baixo e de cima 20 03 serrarias 02 mercearias 01 borracharia 01 mecânica 04 bares 01 barracão em fase de conclusão Funil 03 aglomeraçõe s com 08 a 10 casas Sarapuí dos Antunes Leite 02 bares 02 chácaras de lazer 02 chácaras de lazer desativadas 02 01 mercado 01 bar 01 salão de cabeleireiro Núcleo com aproximada mente 40 casas; 10 chácaras de lazer 01 mercado 01 borracharia 03 transportadoras 01 estufa de mudas Buenos 05 01 bar 01 salão de cabelereiro Corrêa Núcleo com aproximada mente 30 casas 01 mercado 03 bares 01 casa de materiais de construção - 01 escola 01 Posto de saúde 01 associação Transporte escolar Patrulha agrícola 02 01 escola Transporte escolar 01 Transporte escolar - 01 escola Pavimentação parcial das ruas Transporte Escolar - Transporte escolar - 01 escola 01 Posto de saúde 01 associação Transporte escolar 7

Total - Pilar do Sul Pombal Pinhal Cima Pinhal Baixo de de 01 oficina mecânica 19 02 mercearia e bar 01 pousada e 01 cachoeira 03 01 oficina mecânica 01 pesqueiro O1 depósito 04 01 transportadora 02 pousadas 01 pesqueiro Paineiras 05 02 minimercados 01 transportadora 01 deposito de água 01 deposito de materiais de construção 01 borracharia Alguns bares 02 pousadas Bandeirant es Total - - - 02 01 transportadora 01 pousada Fonte: Pesquisa de Campo, julho de 2010 04 01 escola 01 Posto de saúde 01 associação Transporte escolar 05 Transporte escolar 05 Transporte escolar - 01 escola 01 cemitério 01 Posto de saúde 01 associação Transporte escolar - Transporte escolar Os pequenos estabelecimentos voltados ao comércio e à prestação de serviços existentes nos bairros rurais, como mercados, serrarias, casas de materiais de construção, oficina mecânica, borracharia, estufas de mudas, casas agropecuárias, transportadoras, bares etc., respondem às necessidades da agricultura local. Embora situados próximos da sede do município, os produtores rurais e os moradores dos bairros rurais pesquisados informaram que realizam compras nesses estabelecimentos. Eles estão localizados no núcleo ou core área de cada bairro e, na inexistência desse núcleo, os estabelecimentos situam-se nas proximidades das estradas ou das rodovias. A diversidade coexiste com a unidade. A unidade, nesse caso, é o bairro rural e a diversidade está nas diferentes formas de uso da terra e nos agentes sociais presentes. A paisagem também é distinta, com a existência desde áreas de campos, no bairro Pombal, 8

em Pilar do Sul, por exemplo, até áreas topograficamente com declives extremamente acentuados, como a maioria dos bairros de Piedade. Um dos bairros rurais com maior altitude é o Caetezal de Cima, em Piedade, situado a 1.000 metros acima do nível do mar. Apesar da distinta organização espacial dos bairros, podemos destacar três formas predominantes: a) uma core área e distribuição das propriedades rurais próximas às estradas e rodovias; b) mais de uma core área e distribuição longitudinal, com acesso a algum curso d água; e c) sem core área e organizado linearmente às estradas rurais. No primeiro caso, encontramos os bairros rurais Pombal, Paineiras, Pinhal de Cima, Pinhal de Baixo, em Pilar do Sul, e Funil, Corrêas, Leite e Sarapuí dos Antunes, em Piedade. Nos Bairros Caetezal de Baixo e de Cima existem quatro núcleos, com um pequeno aglomerado de chácaras de moradia, bar, igreja e escola, sendo, portanto, exemplo do segundo grupo. Já os Bairros Bandeirantes e Buenos, respectivamente, em Pilar do Sul e Piedade, estão enquadrados no terceiro tipo. A diversidade na paisagem rural e agrícola é perceptível, com a predominância de cinco principais tipos: a) fruticultura de mesa; b) fruticultura de citrus; c) folhosas e leguminosas; d) silvicultura; e) milho e batata inglesa. Nos bairros rurais em que encontramos a diversificação ou a semi-especialização em frutas de mesa, as relações sociais e culturais (lúdico) estão vinculadas aos fortes laços de parentesco e de vizinhança. Quanto aos serviços públicos de uso coletivo, ocorre a coleta semanal do lixo doméstico e há a iluminação pública nas estradas próximas aos núcleos, o transporte coletivo municipal, o transporte escolar, o Programa Saúde da Família - embora em alguns bairros não haja posto de atendimento -, o Programa Luz para Todos e a Patrulha Agrícola. No caso do Posto de Saúde do Bairro dos Corrêas, o atendimento abrange os moradores dos bairros Sarapuí dos Antunes, Funil, Leite, Buenos e Roseiras. E, no caso do Posto de Saúde do Bairro Pombal, em Pilar do Sul, este abrange os moradores dos bairros rurais Claro, Lavrinhas e Ponte Alta. A partir dos questionários, verificamos que, em Pilar do Sul, a maioria está satisfeita com o bairro e não apontou nenhum problema, ou seja, 88,1% (59) não destacaram nenhum problema ou reivindicação. Para 7,5% a estrada precisa ser recapeada ou mesmo ser dada a manutenção permanente, por conta de alguns trechos com erosão, principalmente no Bairro Pinhal de Baixo. A falta de segurança é apontada como principal problema para 4,5% dos produtores rurais, pois os ladrões assaltam ou roubam no período de safra, quando o produtor adquire algum bem ou guarda dinheiro em casa. Apenas 1,5% reivindicam 9

telefone público e manutenção dos aparelhos já existentes. É importante esclarecer que, por receio de uma pessoa externa, mesmo apontando algum problema, a maioria respondeu que não existia nenhuma reclamação. Em Piedade, 77,8% (70) dos produtores rurais pesquisados responderam que não há nenhum problema quanto aos serviços públicos. A situação ruim das estradas rurais sem pavimentação é apontada por 11,1% dos pesquisados como principal problema. Para 3,3% a falta de um posto de saúde é o maior problema, a falta de maquinários e a extensa lista de espera quanto à patrulha agrícola é salientada por 3,3%, seguido por 2,2% que reivindicam segurança e ronda policial permanente. De todo modo, a maioria dos produtores rurais pesquisados nos dois municípios está satisfeita com a infraestrutura dos bairros rurais. Quanto à manutenção das estradas rurais, observamos que, nos bairros rurais de Piedade, as estradas necessitam de manutenção pela presença de ravinas e erosão, ao passo que, em Pilar do Sul, as estradas rurais estão em melhores condições. Muitos produtores recordaram que, em tempos remotos, havia falta de muitos equipamentos de uso coletivo, como transporte coletivo, água encanada (no caso do núcleo), acesso à assistência médica, pavimentação em alguns trechos das estradas Antônio José Ayud (Bairro Sarapuí dos Antunes, Corrêas), Benedito A. Brizola (Pombal), Das Paineiras (Paineiras), José de Almeida Rocha (Bandeirantes) e Estrada municipal do Caetezal (Caetezal). A propriedade rural é o local de moradia e de trabalho para 94,0% (63) dos produtores rurais de Pilar do Sul, o que reforça o vínculo laborativo entre a unidade de produção e de moradia. Para 6,0% dos produtores rurais a propriedade rural é apenas o local de trabalho, pois residem na sede do município, seja por razões de saúde ou estudo dos filhos. Em Piedade, a situação não é distinta da de Pilar do Sul, uma vez que 90% (81) dos produtores moram na propriedade que exercem a atividade agrícola. Para 6,7% a casa situa-se na sede do bairro rural, sobretudo os residentes no Bairro dos Corrêas. No Bairro do Funil, encontramos 1,1% que reside em São Paulo e viaja semanalmente à propriedade, tendo um empregado permanente para administrar a produção agrícola (administrador) e outro permanente para cuidar da casa (caseiro). Diferentemente de Queiroz (1973) e Candido (2003), que demonstraram em seus trabalhos a quase inexistência da estratificação social nos bairros rurais, a realidade de Piedade e Pilar do Sul revela que a estratificação econômica é evidente entre os bairros e no interior 10

deles, principalmente entre o fruticultor-proprietário e o fruticultor-meeiro. Outro contraste verificado foi entre os moradores que, em sua maioria, são trabalhadores volantes nas atividades agrícolas. Geralmente, suas casas são simples, de madeira ou de alvenaria sem reboque, situadas no núcleo do bairro ou em pequenas aglomerações. Portanto, a noção de um padrão igualitário e sem desigualdades não se apresenta como característica dos bairros rurais desses municípios, em que o contraste entre os produtores não proprietários, moradores e proprietários rurais foram evidenciados. Em suma, a infraestrutura dos bairros rurais, os equipamentos de uso coletivo e as questões relacionadas ao uso menos predatório dos recursos naturais são elementos indicativos de que a concepção de bairros rurais tradicionais não dá mais conta da realidade. O espaço rural não é apenas o lugar do negativo (do não ter), mas da coexistência de equipamentos e serviços de uso coletivo presente nos espaços urbanos com modo de vida rural. A simples existência de serviços públicos, equipamentos urbanos e pequeno comércio não são indicadores de uma urbanização do campo, haja vista que os valores, as práticas e as funções se articulam em torno da agricultura e da identidade fomentada pelo cotidiano e pela proximidade dos indivíduos com a terra. Considerações finais Neste artigo, o nosso objetivo foi traçar uma caracterização dos bairros rurais quanto aos equipamentos existentes, a história e a situação atual. A partir disso, enfocamos como o rural não pode ser mais visto como o espaço isolado, estático e arcaico, haja vista que nos bairros pesquisados encontramos os serviços públicos de uso coletivo (luz elétrica, posto de saúde, pavimentação das principais rurais, coleta semanal de lixo, transporte coletivo e escola) que, ao fim e a cabo, não os tornam urbanos. Nos bairros rurais pesquisados, a vida econômica, social e cultural dos moradores e dos produtores se dá por meio da agricultura. A partir dessa pesquisa, podemos enfatizar estes aspectos: 1. Os bairros rurais pesquisados não são unidades geográficas autônomas e tampouco estagnadas, observamos uma intrínseca e intensa relação com a sede dos seus respectivos municípios; 2. A visão bucólica de bairro rural como uma organização espacial com pouca discrepância de renda entre os moradores não é, de fato, real. Notamos a existência desde morador-empregado volante até produtor altamente capitalizado. Todavia, ainda permanecem as relações de vizinhança e a confiabilidade entre os moradores; 11

3. A prestação de serviço e o comércio existentes nos bairros estão associados à agricultura; 4. Os problemas ambientais estão presentes em todos os bairros, sobretudo sob a forma de ravinamento e assoreamento dos cursos d água. Notas 1 A cultura caipira exprime um equilíbrio mínimo, mas a penetração da economia capitalista propicia uma mudança ou um desequilíbrio, essa conjuntura de crise pode levar a duas características principais: a persistência e alteração (CANDIDO, 2003, p. 203). Referências BOMBARDI, Larissa Mies. O bairro rural como identidade territorial: a especificidade da abordagem do campesinato na geografia. Revista Agrária, São Paulo: USP/Laboratório de Geografia Agrária da FFLCH, n. 01, p. 55-95, 2004 Disponível em: < http://www.usp.br/geografia. pdf> Acesso em 29 de junho de 2005. CANDIDO. Antonio. Os parceiros do Rio Bonito. 10º ed. rev. São Paulo: Duas Cidades/ Editora 34, 2003. FERNANDES, Liliana Laganá. Bairros rurais do município de Limeira. São Paulo, 1972. Tese (Doutorado em Geografia). Departamento de Geografia, Universidade de São Paulo, São Paulo. FUKUI, Lia Freitas G. Sertão e bairro rural. São Paulo: Ática, 1979. MOREIRA, Erika Vanessa. A Pluriatividade e as múltiplas rendas das famílias residentes nos Bairros Aeroporto, Cedro, Córrego da Onça, Ponte Alta e Gramado, Município de Presidente Prudente/SP. 2007. Dissertação (Mestrado em Geografia), Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente. MULLER, Nice Lecocq. Bairros Rurais do Município de Piracicaba/SP. Boletim Paulista de Geografia. São Paulo, n. 43, p. 83-130, 1966. MULLER, Nice Lecocq. Sítios e sitiantes no Estado de São Paulo. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1951. NORONHA, Elias Oliveira. O espaço rural no contexto da urbanização difusa: o estudo da pluriatividade nos Bairros Rurais Roseira e Toca no Município de Jundiaí (SP). 2008. Dissertação (Mestrado em Geografia), Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente. PAULINO, Eliane Tomiasi. Terra e vida. A Geografia dos camponeses no Norte do Paraná. 2003. Tese (Doutorado em Geografia), Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente. QUEIROZ, Maria Isaura de Pereira. Bairros rurais paulistas: dinâmica das relações bairro rural-cidade. São Paulo: Duas cidades, 1973. RODRIGUES, Adyr Aparecida Balastreri. O Bairro do Tanque Atibaia (SP): um exemplo da contribuição da colonização japonesa para a evolução do meio rural paulista. 12

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