LEVANTAMENTO DA FLORA APICOLA EM DUAS ÁREAS PRODUTORAS DE MEL NO ESTADO DO PIAUÍ



Documentos relacionados
ESCRITÓRIO TÉCNICO DE ESTUDOS ECONÔMICOS DO NORDESTE ETENE INFORME RURAL ETENE PRODUÇÃO E ÁREA COLHIDA DE CANA DE AÇÚCAR NO NORDESTE.

Suporte técnico a pequenos e médios apicultores do município de Cassilandia-MS

Palavras-chave: Sertão Paraibano. Apicultura. Importância da Certificação.

CERTIFICAÇÃO DO MEL: UMA ALTERNATIVA PARA O FORTALECIMENTO DA APICULTURA PARAIBANA

PROJETO VALE SUSTENTÁVEL: RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS VISANDO A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE DA CAATINGA NA REGIÃO DO VALE DO AÇU RN.

136) Na figura observa-se uma classificação de regiões da América do Sul segundo o grau de aridez verificado.

DIAGNOSE FOLIAR NAS CULTURAS DO CAJU E CAQUI. III Simpósio Brasileiro sobre Nutrição de Plantas Aplicada em Sistemas de Alta Produtividade

O Estado da Biodiversidade Brasileira: Genes, Espécies e Biomas

MACROFAUNA EDÁFICA DO SOLO E LÍQUENS COMO INDICADORES DE DEGRADAÇÃO EM REMANESCENTES FLORESTAIS URBANOS

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2016

INSTITUTO DE PESQUISA APLICADA EM DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL IPADES DESTAQUES IPADES MACAÚBA: POTENCIAL PARA A PRODUÇÃO DE BIODIESEL

Jornal Brasileiro de Indústrias da Biomassa Biomassa Florestal no Estado de Goiás

MELIPONICULTURA: OPORTUNIDADE DE RENDA COMPLEMENTAR PARA OS QUILOMBOLAS DO MUNICÍPIO DE DIAMANTE PB

Liberação comercial Eucalipto geneticamente modificado (H421) Potenciais riscos para a apicultura Brasileira

PLANTIOS FLORESTAIS E SISTEMAS AGROFLORESTAIS: ALTERNATIVAS PARA O AUMENTO O DE EMPREGO E RENDA NA PROPRIEDADE RURAL RESUMO

AVALIAÇÃO DOS ATRIBUTOS QUÍMICOS DE UM SOLO SOB FLORESTA ATLÂNTICA NA FAZENDA SANTA RITA, FARIA LEMOS, MG

Analise o gráfico sobre o número acumulado de inversões térmicas, de 1985 a 2003, e a) defina o fenômeno meteorológico denominado inversão

Documento apresentado para discussão. II Encontro Nacional de Produtores e Usuários de Informações Sociais, Econômicas e Territoriais

PRODUÇÃO E ÁREA COLHIDA DE SOJA NO NORDESTE

EDITAL DE APOIO A PESQUISAS REALIZADAS NA RPPN URU, LAPA, PARANÁ

Agricultura de Baixo Carbono e Desmatamento Evitado para Reduzir a Pobreza no Brasil BR-X1028. TERMOS DE REFERÊNCIA: Consultor de bioma (Amazônia)

MINAS, IDEB E PROVA BRASIL

UM ESTUDO SOBRE A VEGETAÇÃO NATIVA DO PARQUE ESTADUAL DO PICO DO JABRE, NA SERRA DO TEIXEIRA, PARAÍBA

9. EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA

2.2 - SÃO PAULO, PARANÁ, ESPÍRITO SANTO, BAHIA E RONDÔNIA.

A VISÃO DE MEIO AMBIENTE DE ALUNOS DO SEGUNDO CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL: ANÁLISE DE DESENHOS

EXTINÇÃO DA FAUNA BRASILEIRA. Djenicer Alves Guilherme 1, Douglas Luiz 2

UMA BREVE DESCRIÇÃO DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL, DESTACANDO O EMPREGO FORMAL E OS ESTABELECIMENTOS NO NORDESTE

Ensino Fundamental II

INTERDISCIPLINARIDADE E O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE CONHECIMENTO: O ESTUDO DE CASO EM UMA ASSOCIAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE PEIXE EM MUNDO NOVO MS

ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL ANÁLISE DA CONJUNTURA AGROPECUÁRIA SAFRA 2011/12

20o. Prêmio Expressão de Ecologia

Domínios Florestais do Mundo e do Brasil

Q-Acadêmico. Módulo CIEE - Estágio. Revisão 01

LICITAÇÃO PÚBLICA NA MODALIDADE CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE ESTUDO PRELIMINAR DE ARQUITETURA PARA A SEDE DA CAPES EM BRASÍLIA TERMO DE REFERÊNCIA

REGULAMENTO DE FUNCIONAMENTO DOS CURSOS E PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Termo de Referência para Elaboração do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) TR GERAL

Soja - Análise da Conjuntura Agropecuária. Novembro 2015 PARANÁ

ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E ECONOMIA SOLIDÁRIA NO ASSENTAMENTO FAZENDA MATA EM AMPARO-PB.

MÓDULO DA AULA TEMÁTICA / BIOLOGIA E FÍSICA / ENERGIA

CENTRO DE ESTUDOS PSICOPEDAGÓGICOS DE MACEIÓ PROFª. MÔNICA GUIMARÃES GEOGRAFIA - 7º ANO

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS XII / GUANAMBI BA REGIMENTO INTERNO

Programa Ambiental: 1º Ciclo de Palestras Uso sustentável dos recursos naturais

Palavras-chave: Cana-de-açúcar; Bem-estar; Goiatuba; Expansão agrícola.

LEVANTAMENTO SOBRE A POLÍTICA DE COTAS NO CURSO DE PEDAGOGIA NA MODALIDADE EAD/UFMS

EDITAL DE SELEÇÃO ALUNO ESPECIAL Nº. 01/2016 SEMESTRE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA MESTRADO ACADÊMICO

Palavras-chave: Arborização; inventário ambiental; manejo; patrimônio arbóreo; radiofreqüência

Biblioteca Digital Comunitária

ÁREA TEMÁTICA: Meio Ambiente

NOTA TÉCNICA FITOTERAPIA

ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR I Unidade I: Manual da Primeira Etapa

EIXO TECNOLÓGICO: PRODUÇÃO ALIMENTÍCIA. Disciplinas da Formação Técnica Específica - FTE

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA (TCC EA)

GESTÃO AMBIENTAL. Zoneamento Ambiental. Espaços Territoriais especialmente protegidos ... Camila Regina Eberle

IDENTIFICAÇÃO DE PERCEPÇÃO E DOS ASPECTOS ESTRUTURAIS QUANTO AOS RESIDUOS SÓLIDOS NO BAIRRO ANGARI, JUAZEIRO-BA.

SEI Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia Av Luiz Viana Filho, 435-4ª avenida, 2º andar CAB CEP Salvador - Bahia Tel.

DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS BIOLCHIM NA CULTURA DA MANGA. Bruno Martins Pereira Paulo Henrique S. Santos

Darwin Portal. Documentação Darwin Portal

Manejo Sustentável da Floresta

GESTÃO DE ESTOQUE. Fabiana Carvalho de Oliveira Graduanda em Administração Faculdades Integradas de Três Lagoas FITL/AEMS

Análise da Época de Semeadura do Algodoeiro em Mato Grosso com Base na Precipitação Provável

A NECESSIDADE DE UMA NOVA VISÃO DO PROJETO NOS CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL, FRENTE À NOVA REALIDADE DO SETOR EM BUSCA DA QUALIDADE

POLÍTICAS DE SELEÇÃO, AQUISIÇÃO, ATUALIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA COLEÇÃO DA BIBLIOTECA DA FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO lei 9.985/ Conceitos Básicos

Avaliação do uso de técnicas de controle de qualidade no processo de abate de frangos no Instituto Federal de Minas Gerais, campus Bambuí

CÁTEDRA UNESCO DE COMUNICAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Tabela 01 Mundo Soja Área, produção e produtividade Safra 2009/10 a 2013/14

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO. Prof. Dr. Israel Marinho Pereira

PADRÕES DE QUALIDADE OUTUBRO 2000

REGULAMENTO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

EDUCAÇÃO AMBIENTAL, RESGATAR A IMPORTÂNCIA DO BIOMA CAATINGA

EDITAL Nº 85/2015 PROGRAD SELEÇÃO DE MONITORES PIM 2015/1

A ARTICULAÇÃO ENTRE AS DISCIPLINAS ESPECÍFICAS E PEDAGÓGICAS EM UM CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

. a d iza r to u a ia p ó C II

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

PRODUTIVIDADE DO FEIJOEIRO COMUM EM FUNÇÃO DA SATURAÇÃO POR BASES DO SOLO E DA GESSAGEM. Acadêmico PVIC/UEG do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG.

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO

INFORMATIVO. Você já reparou que o mundo mudou, mas a forma como produzimos e consumimos energia continua praticamente igual há 50 anos?

MANUAL DE TRABALHO INTERDISCIPLINAR TI - INTEGRADOR FAN CEUNSP

Termo de Referência para Elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) TR GERAL

Questões ambientais do Brasil

LISTA DE VERIFICAÇAO DO SISTEMA DE GESTAO DA QUALIDADE

MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL - MI AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA - ADA

Soja não é fator relevante de desmatamento no Bioma Amazônia

Data: ABN. Cafés especiais do Brasil consolidam novos mercados

50 cidades com as melhores opções para aberturas de franquias

Notas Técnicas A região do Vale do Submédio São Francisco está se desenvolvendo intensamente nos últimos anos. A viticultura, ou seja, a produção de

2- (0,5) O acúmulo de lixo é um grave problema dos ambientes urbanos. Sobre o lixo responda: a) Quais são os principais destino do lixo?

PERFIL EMPREENDEDOR DOS APICULTORES DO MUNICIPIO DE PRUDENTÓPOLIS

Ciência e Sociedade. CBPF-CS-014/11 setembro Análise dos Resultados da Olimpíada Brasileira de Física 2010 no Estado do Rio de Janeiro

HISTÓRIAS E MEMÓRIAS DE NOSSA ESCOLA: COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA

TIJOLOS DO TIPO SOLO-CIMENTO INCORPORADOS COM RESIDUOS DE BORRA DE TINTA PROVENIENTE DO POLO MOVELEIRO DE UBA

4ª CHAMADA. 1. Introdução

EDUCAÇÃO AMBIENTAL & SAÚDE: ABORDANDO O TEMA RECICLAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR

Agricultura fortalecida: futuro sustentável do planeta.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 42, DE 31 DE DEZEMBRO DE 2008

Programa de Mestrado Profissional em Ciências Ambientais MPCA

GRUPO X 3 o BIMESTRE PROVA A

ENSINO DE BIOLOGIA E O CURRÍCULO OFICIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO: UMA REFLEXÃO INICIAL.

PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES

Transcrição:

LEVANTAMENTO DA FLORA APICOLA EM DUAS ÁREAS PRODUTORAS DE MEL NO ESTADO DO PIAUÍ Genilson Alves dos Reis e Silva 1 ; Ethyênne Moraes Bastos 2 ; Juliana Alves dos Reis Sobreira 3. 1. Biólogo, Mestre em Botânica; Professor efetivo de Biologia do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Piauí, campus Picos, Piauí, Brasil. 2. Bióloga, Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente; Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Gerência de Meio Ambiente Sudeste, Teresina, Piauí, Brasil. 3. Médica, Aluna do Curso de Especialização em Saúde da Família pelo programa PROVAB; Médica do Programa Saúde da Família em Valença do Piauí, Brasil. Autor para correspondência: ge_botanico@hotmail.com. Recebido em: 12/04/2014 Aprovado em: 27/05/2014 Publicado em: 01/07/2014 RESUMO Este trabalho visou realizar um estudo da flora apícola em áreas de Caatinga no Piauí, com o objetivo de identificar as famílias botânicas e as principais espécies visitadas pelas abelhas. As coletas foram realizadas nos municípios de Jaicós e Massapê do Piauí, nos meses de fevereiro a julho de 2012. Considerou-se apícola apenas as espécies que durante as excursões foram observadas visitas de Apis mellifera L.. Para cada espécime foram coletados, no mínimo, cinco amostras de acordo com a metodologia usual para trabalhos taxonômicos, posteriormente identificadas e incorporadas ao acervo do Herbário Graziela Barroso-TEPB. Foi registrado um total de 33 espécies agrupadas em 19 famílias botânicas. As espécies Anacardium occidentale L. (Anacardiaceae), Combretum mellifluum Eichler (Combretaceae), Croton heliotropiifolius Kunth (Euphorbiaceae), Ipomoea bahiensis Willd. ex Roem. & Schult. (Convolvulaceae), Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R.W. Jobson (Leguminosae), Richardia grandiflora (Cham. & Schltdl.) Steud. (Rubiaceae), Melochia tomentosa L. (Malvaceae), Passiflora foetida L. (Passifloraceae) são importantes pela frequência com que foram visualizadas sendo visitadas por Apis mellifera. A partir desse estudo, confirma-se que a diversidade florística da região contribui significativamente para o sucesso da atividade apícola, além de evidenciar a necessidade de mais coletas botânicas na região. PALAVRAS-CHAVE: Apicultura, flora apícola, flora da Caatinga. LISTA DE LA FLORA APICOLA EM DOS AREAS PRODUCTORAS DE MIEL EN EL ESTADO DE PIAUÍ, BRASIL. RESUMEN Este estudio tuvo como objetivo conocer la flora apícola en áreas de Caatinga en Piauí, con el objetivo de identificar las familias botánicas y las principales especies visitadas por las abejas. El muestreo se llevó a cabo en los municipios de Jaicós y Massapê de Piauí, en los meses de febrero a julio de 2012. Considerados sólos si se ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 3305 2014

observaron visitas de abejas durante las excursiones; en cada muestra se recogieron al menos cinco muestras de acuerdo con la metodología común para trabajos taxonômicos, posteriormente identificados e incorporados a la colección del Herbario Graziela Barroso - TEPB. Agrupados un total de 33 especies se registraron en 19 familias botánicas. Anacardium occidentale L. (Anacardiaceae), Combretum mellifluum Eichler (Combretaceae), Croton heliotropiifolius Kunth (Euphorbiaceae), Ipomoea bahiensis Willd. ex Roem. Y Schult. (Convolvulaceae), Pityrocarpa moniliformis (Benth) Luckow y RW Jobson (Leguminosae), Richardia grandiflora (Cham. y Schltdl.) Steud. (Rubiaceae), Melochia tomentosa L. (Malvaceae), Passiflora foetida L. (Passifloraceae) son importantes por la frecuencia con la que fueron vistos y visitados por Apis mellifera. A partir de este estúdio se confirma que la diversidad florística de la región contribuye de manera significativa al éxito de la apicultura y pone de relieve la necesidad de más colecciones botánicas de la región. PALABRAS- LLAVE: Apicultura, flora apícola, flora de la Caatinga. INTRODUÇÃO Com o crescimento demográfico das populações humanas, o meio ambiente está sendo desgastado de forma muito acelerada, especialmente nos países tropicais. Sendo assim, parte da biodiversidade está se perdendo irreversivelmente através da extinção provocada pela destruição de hábitats naturais. Muitas espécies desaparecerão antes mesmo de se tornarem conhecidas e algumas levarão consigo recursos genéticos valiosos (RICKEFELS, 1996). A diversidade biológica deveria ser tratada mais seriamente como recurso global para ser usada de maneira sustentável e acima de tudo preservada (WILSON, 1985). Um estudo publicado na revista Nature avaliou os benefícios e as vantagens econômicas da polinização das plantas por abelhas e outros polinizadores, que, ao transportarem pólen de uma flor a outra, garantem a continuidade das espécies e das safras agrícolas. Estima-se que 90% da produção mundial de cereais dependem de polinizadores e 30% das plantas úteis a humanidade são polinizadas por abelhas (O TOOLE, 1993). As abelhas desempenham papel fundamental na fecundação dos vegetais, sendo assim importantes na manutenção da biodiversidade dos ecossistemas que dependem de polinizadores. Segundo RODRIGUES et al. (2010), o desaparecimento das abelhas pode provocar prejuízos ao desenvolvimento das plantas, assim como a falha na reprodução que acarreta na diminuição da produtividade e na perda da diversidade genética. As abelhas existem em nosso planeta há milhares de anos antes do homem e evoluíram junto às plantas e demais insetos. Os primeiros contatos com a apicultura foram registrados para os egípcios, gregos e romanos. As abelhas do gênero Apis não são nativas do continente americano e sim oriundas da Europa. Já a apicultura brasileira teve início no ano de 1839, com a introdução das primeiras abelhas (Apis) pelo padre Antônio Pinto Carneiro, autorizado por D. Pedro II a importar abelhas da Europa para o Rio de Janeiro (SEBRAE, 2005). A diversidade da flora brasileira, associada à extensão territorial e a variabilidade climática existente, possibilita ao país um grande potencial apícola, com colheitas durante praticamente todo o ano, o que acaba por diferenciar o Brasil de outros países produtores que, normalmente, colhem mel uma única vez por ano (MENDONÇA et al. 2008). A evolução da apicultura brasileira no período de 2001 a julho de 2004 retrata a crescente importância do setor para a economia, com um crescimento nas exportações de 723,72% de 2002 em relação a 2001. O Estado de São Paulo foi responsável por mais de 30% do mel exportado pelo Brasil em 2003. No entanto, a ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 3306 2014

expansão do valor do produto expedido por indústrias paulistas foi de apenas 22,7% em relação a 2002. Já o estado do Piauí atingiu 436,6%, um crescimento notável, visto que o estado não exportou nada em 2001 (SEBRAE, 2005). Atualmente no Brasil, o Piauí ocupa o primeiro lugar na produção de mel da região Nordeste, a atividade reúne aproximadamente 25 mil pessoas e faz com que o estado tenha como grande consumidor o mercado norte-americano que somente em 2009 já adquiriu cerca de 350 toneladas de mel (BRASIL,2010). Com o crescimento das exportações e a grande aceitação dos produtos piauienses no mercado internacional, os produtores locais têm se organizado em cooperativas que exportam diretamente apoiados por subsídios governamentais. Entretanto, um dos primeiros conselhos às pessoas que querem investir na criação de abelhas, é a observação da flora no local onde serão instalados os apiários. Como as abelhas coletam basicamente néctar e pólen das flores, para seu desenvolvimento e expressão do seu potencial produtivo, as colônias dependem da disponibilidade da florada. Assim, é imprescindível o conhecimento dos recursos florais existentes em uma localidade, cuja quantidade e qualidade dependem das espécies vegetais naturais ou cultivadas, condições climáticas e fertilidade do solo da região. Em virtude dos fatos expostos e da macrorregião de Picos ser a principal produtora de mel e produtos melíferos do estado do Piauí este trabalho é proposto para colaborar com o conhecimento da flora apícola de áreas produtivas, com o intuito de fornecer subsídios para o manejo adequado de apiários baseados em uma lista confiável. MATERIAL E MÉTODOS Caracterização da área de estudo Foram selecionados dois municípios com grande potencial na produção de mel. Jaicós, cuja sede municipal está situada entre as coordenadas 07º21 33 S e 41º08 16 W e Massapê do Piauí, localizada entre 07 26 46 S e 41 07 32 W. Ambas possuem clima tropical semi-árido quente, com período seco variando de sete a oito meses. A vegetação é do tipo Caatinga arbórea arbustiva, sob solos latossolos vermelho-amarelo ou solos litólicos e podzólicos (CEPRO 2010). Metodologia O levantamento foi efetuado em áreas preservadas, preferencialmente dentro de fazendas apícolas, nos municípios de Jaicós e Massapê do Piauí, pertencentes à macrorregião de Picos. Foram realizadas coletas através de excursões botânicas guiadas e definidas com intervalos de 20 dias entre uma visita e outra. O material coletado é composto de amostras de ramos férteis conforme metodologia preconizada por MORI et al. (1989). Neste estudo, consideraram-se apícolas apenas as plantas encontradas em estágio fértil, e nas quais em suas flores foram observadas a visita de abelhas, além da sua permanência para retirada de algum recurso floral. Não foram incluídas plantas resiníferas. Os dados pertinentes aos espécimes coletados e do ambiente observado foram registrados em uma ficha de campo elaborada para tal fim, sendo contempladas entre outras características, o hábito da planta, a filotaxia, consistência da lâmina, número e coloração dos verticilos florais, além do recurso utilizado pelo visitante (pólen/néctar). Cada espécie teve seu visitante observado e registrado com câmera digital, sempre que possível, em ângulos que facilitem o diagnóstico do recurso floral captado. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 3307 2014

As amostras botânicas coletadas foram desidratadas e, depois de confeccionada a respectiva exsicata, foram identificadas com o auxílio de chaves dicotômicas para determinação da família. A identificação a nível genérico e específico foi efetuada com base em revisões de gêneros, chaves dicotômicas, comparação com acervo de herbários do estado do Piauí; bem como, se necessário, foi feito o envio de duplicatas a especialistas nacionais. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram registradas a ocorrência de 35 espécies melíferas para as áreas estudadas, distribuídas em 19 famílias botânicas, sendo que as mais representativas foram Malvaceae (6 espécies), seguida por Euphorbiaceae e Leguminosae (5spp. cada), conforme mostra a tabela 1. O período clímax de floração das espécies da área estudada ocorre entre os meses de janeiro a julho. A partir do 2º semestre ocorre uma redução das taxas pluviométricas, o que provoca uma diminuição brusca da diversidade de plantas, principalmente de ervas disponíveis no campo. Nesse período as abelhas passam a visitar e obter recursos de floradas oriundas de espécies arbóreas, como a aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão), por exemplo. As espécies Anacardium occidentale L. (Anacardiaceae), Combretum mellifluum Eichler (Combretaceae), Croton heliotropiifolius Kunth e Croton sonderianus Müll. Arg. (Euphorbiaceae), Ipomoea bahiensis Willd. ex Roem. & Schult. (Convolvulaceae), Senegalia langsdorfii (Benth.) Seigler & Ebinger e Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R.W. Jobson (Leguminosae), Richardia grandiflora (Cham. & Schltdl.) Steud. (Rubiaceae), Melochia tomentosa L. (Malvaceae), Passiflora foetida L. (Passifloraceae) são importantes na dieta das abelhas, por conta da frequência com que foram visualizadas sendo visitadas por Apis mellifera em ambas as áreas. TABELA 1. Lista das espécies melíferas distribuídas por famílias botânicas. FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR HÁBITO FREQUÊNCIA ACANTHACEAE Anisacanthus trilobus Lindau Canelinha Arb-esc Fr. AMARANTHACEAE Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze ----- Erv Md. sp. 1 ----- Erv Mf. ASTERACEAE Vernonia chalybaea Mart. ex DC. ----- Sb Mf. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 3308 2014

ANACARDIACEAE Anacardium occidentale L. Cajú-anão Arv Mf. Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira Arv Fr. BIGNONIACEAE Mansoa sp. ----- Erv Md. Neojobertia candolleana Mart. ----- Arb-esc Pf. BORAGINACEAE Varronia globosa Jacq. Arv Pf. CAPPARACEAE Cleome spinosa Jacq. Mussambê Sb Fr. COMBRETACEAE Combretum mellifluum Eichler Mufumbo Arv Pf. CONVOLVULACEAE EUPHORBIACEAE Ipomoea bahiensis Willd. ex Roem. & Schult. Croton heliotropiifolius Kunth Croton sonderianus Müll. Arg. ----- Erv Mf. Velame Erv Mf. Marmeleiro Arv Fr. Jatropha gossypiifolia L. Pinhãoroxo Sb Pf. Jatropha mollissima (Pohl) Baill. Cnidosculus phyllacanthus (Müll. Arg.) Fern. Casas Pinhão Arb Mf Favela Arv Fr. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 3309 2014

LAMIACEAE Gymneia platanifolia (Martius ex Bentham) Harley & Pastore ----- Erv Pf. sp1. Betana Erv Fr. Cenostigma garderianumtul. Canela-develho Arv Mf. LEGUMINOSAE Dioclea grandiflora L. Camaratub a Sb Fr. Pityrocarpa monili formis (Benth.) Luckow & R.W.Jobson Cangaieiro Arv Fr. Senegalia langsdorfii (Benth.) Seigler & Ebinger Melochia tomentosa L. Unha-degato Canela-dejacú Arv. Arb Fr. Mf. MALVACEAE Sida sp. 1 ----- Erv Mf. Sida sp. 2 Rancaestipe Erv Pf Pavonia sp. ----- Erv Md. Sp. 1 ----- Erv. Mf. Sp. 2 ----- Erv Mf. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 3310 2014

MORINGACEAE Moringa sp. Moringa Arv Pf. NYCTAGINACEAE Boeharvia coccinea P. Mill. Pega-pinto Erv Mf. PASSIFLORACEAE Passiflora foetida L. Maracujáde-estralo Erv Md. RHAMNACEAE Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro Arv Fr. RUBIACEAE Richardia grandiflora (Cham. & Schltdl.) Steud. Borreria verticillata (L.) G. Mey. Quebratijela-debrejo Vassourinh a Erv Erv Fr. Mf. SCROPHULARIACEAE Scoparia dulcis L. ----- Erv Mf. LEGENDA Arb. = arbusto Arb-esc. = arbusto escandente Arv.= árvore Erv. = erva Sb = subarbusto Fr. = frequente Mf. = muito frequente Md. = média Pf. = pouco frequente Quanto ao hábito de crescimento, as espécies apícolas da área estudada podem apresentar-se como ervas (17), subarbustos (5), arbustos (3), árvores (10). O gráfico 1 mostra essa distribuição em termos de porcentagem: ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 3311 2014

GRÁFICO 1. Distribuição das espécies através do hábito de crescimento e suas porcentagens. Fonte: Pesquisa própria. No estudo de POTT & POTT (1986) a flora apícola foi pesquisada em cinco áreas da região do Pantanal (MS) e listou 162 espécies pertencentes a 54 famílias botânicas. Leguminosae com 25 espécies e Asteraceae com 12 foram as famílias mais representativas. Já CARVALHO & MARCHINI (1999) estudaram as plantas melíferas em uma área do município de CASTRO ALVES (BA) e inventariaram um total de 48 espécies agrupadas em 28 famílias, sendo Mimosaceae (7 espécies) e Fabaceae (4), consideradas atualmente Leguminosae por APG II (2003), as famílias melhor representadas. O presente trabalho corrobora os dados supracitados no que diz respeito à grande importância apícola da família Leguminosae. A região de Petrolina teve sua flora apícola estudada por SANTOS et al., (2006) que listaram a ocorrência de 51 espécies pertencentes a 25 famílias botânicas. As famílias Leguminosae, Anacardiaceae, Convolvulaceae, Rubiaceae e Sterculiaceae destacam-se pelo número de espécies visitadas. Entre as espécies 41,17% possuem hábito herbáceo, com destaque para Borreria verticilata (L.) G. Mey., Diodia teres Walter, Walteria rotundifolia Schrank, Merremia aegyptia (L.) Hallier, Jacquemontia confusa Meisn., Hypenia salzmanni (Benth.) Hanley. No presente trabalho 50% das espécies citadas possuem hábito herbáceo, resultado bastante próximo do estudo citado acima, pois a macro região Picoense e Petrolina estão inseridas no domínio fitogeográfico da Caatinga. CHAVES et al. (2007) realizaram um levantamento de plantas melíferas em torno do município de Cocal, Piauí, com a identificação de 29 espécies melíferas. Dentre elas, as mais visitadas pelas abelhas estão a Campomanesia aromatica (Aubl.) Griseb., Croton sonderianus Müll. Arg., Hyptis suaveolens (L.) Poit., Pterocarpus vilosus Mart., Tabebuia impetiginosa (Mart.) Standl., T. serrratifolia (Vahl) G. Nicholson e as espécies Croton campestris A.St.-Hil. Hyptis atrorubens Poit. Mitracarpus hirtus (L.) DC. Spermacoce densiflora (DC.) A.H. Liogier e S. verticillata L. que formam populações numerosas em áreas próximas a baixios que contribui para manter o pasto das abelhas na entressafra. Tais resultados demonstram a importância das espécies do gênero Croton para o pasto apícola do ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 3312 2014

estado do Piauí, de forma que no presente trabalho mais duas espécies deste gênero são mencionadas. SCHLEDER et al. (2007) realizaram o inventário da flora apícola em uma área de Campo Grande (MS) e obteve como resultado a listagem de 44 espécies de potencial apícola distribuídas em 13 famílias. Asteraceae foi a mais representativa com 18,30% das espécies, seguida por Bignoniaceae e Myrtaceae (11,62%) e Caesalpiniaceae (8,45%). Dentre as espécies catalogadas destacam-se as herbáceas como, por exemplo, Baccharis dracunculifolia DC. e Vernonia ferruginea Less, pertencentes à família Asteraceae. Talvez por se tratar de um estudo da flora do Pantanal, os resultados evidenciados acima sejam distintos dos apresentados no presente estudo, entretanto Leguminosae também figura entre as famílias mais representativas. BAYLÃO-JR. (2008) em seu trabalho com a flora melitófila de uma área de Cacario (RJ) levantou 165 espécies consideradas melíferas, distribuídas em 42 famílias. Destaque para Fabaceae (33 espécies), Asteraceae (32), Bignoniaceae e Solanaceae (9), seguidas de Malvaceae e Rubiaceae (7) e Verbenaceae (6). Quanto ao hábito das espécies, 37% eram de porte herbáceo e 36% arbóreo. No presente estudo Leguminosae (Fabaceae) ocupa a segunda colocação em termos de representatividade sendo superada apenas por Malvaceae. No que tange ao hábito das plantas a maioria representada pela categoria de ervas coincide com os resultados aqui apresentados. Já para MENDONÇA et al. (2008) que trabalharam em área remanescente de Cerrado, as famílias Asteraceae, Bignoniaceae, Malphigiaceae e Myrtaceae foram as mais representativas. No presente estudo Asteraceae está representada por apenas uma espécie, muito embora, se saiba que na área ocorrem outras espécies não coletadas provavelmente em virtude da estiagem sofrida pela região no período decorrente deste estudo. Além disso, espécies de Malpighiaceae e Myrtaceae não foram encontradas férteis durante o período coletado. VIDAL et al. (2008) avaliou a flora produtora de pólen e néctar nativa e exótica visitadas por A. mellifera, existente nas cidades de Cruz das Almas, Governador Mangabeira, Muritiba, São Félix e Cachoeira BA e encontraram 39 espécies botânicas visitadas pelas referidas abelhas, pertencentes a 30 gêneros e 17 famílias. As famílias de maior ocorrência foram: Compositae, Verbenaceae, Leguminosae, Myrtaceae e Rubiaceae. O que difere dos resultados encontrados neste estudo, onde citamos Malvaceae como a família mais representativa, seguida de Euphorbiaceae e Leguminosae. SODRÉ et al., (2008), estudaram tipos polínicos de méis procedentes de Picos- PI, e afirmam que a espécie não identificada Piptadenia sp. compõe grande parte do pólen encontrado no mel, dado que confirma o potencial apícola desta espécie para a região. A espécie não identificada no trabalho citado provavelmente trata-se de Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R.W.Jobson, citada neste trabalho (tabela 1). ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 3313 2014

FIGURA 1. A - Anisacanthus trilobus Lindau; B - Vernonia chalybaea Mart. ex DC. ; C - Anacardium occidentale L.; D Mansoa sp. ; E - Neojobertia candolleana Mart.; F - Combretum mellifluum Eichler ; G Varronia globosa Jacq. ; H Cleome spinosa Jacq. ; I - Ipomoea bahiensis Willd. ex Roem. & Schult.; J - Croton heliotropiifolius Kunth ; K Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R.W.Jobson ; L - Croton sonderianus Müll. Arg.; M - Jatropha mollissima (Pohl) Baill. ; N - Cenostigma garderianumtul.; O - Melochia tomentosa L.; P Passiflora foetida L. ; Q - Richardia grandiflora (Cham. & Schltdl.) Steud.; R - Borreria verticillata (L.) G. Mey. Fonte: Pesquisa própria. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 3314 2014

CONCLUSÃO O conhecimento da flora apícola proporciona melhores medidas de recuperação de possíveis áreas degradadas na região, utilizando-se espécies nativas e que possuam potencial apícola. A preservação das áreas de Caatinga estudadas é recomendada; pois os táxons listados, neste estudo, além de proporcionar a manutenção de colmeias de abelhas nativas e introduzidas, funcionam como base para a cadeia produtiva do mel que gera renda aos apicultores da região. Conclui-se que a diversidade florística da região, principalmente das plantas herbáceas e subarbustivas, contribui significativamente para o sucesso da atividade apícola dos municípios estudados. Evidencia-se, ainda, a necessidade de mais coletas botânicas na região com o intuito de aumentar o conhecimento da diversidade da flora apícola da Caatinga. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem aos apicultores das áreas estudadas pelo apoio durante as excursões de campo. E ao Programa ProAgrupar do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Instituto Federal do Piauí, pela concessão de bolsa de pesquisa ao primeiro autor. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Mel. Brasília: MEC, 2010. BAYLÃO-JR., H.F. Flora Melitófila do Sítio Monumento, Cacaria, Piraí-RJ. Monografia (Engenharia Florestal). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica, Rio de Janeiro. 2008. 24p. CARVALHO, C.A.L; MARCHINI, L.C. Plantas visitadas por Apis melífera L. no vale do rio Paraguaçu, município de Castro Alves, Bahia. Revista Brasileira de Botânica. v. 22, n. 2, p. 333-338, out. 1999. CENTRO DE PESQUISAS ECONÔMICAS E SOCIAIS DO ESTADO DO PIAUÍ. Diagnóstico Socioeconômico: Picos. 2010. CHAVES, E.M.F.; BARROS, R.F.M; ARAÚJO, F.S. Flora apícola do Carrasco no município de Cocal, Piauí, Brasil. Revista Brasileira de Biociências. v. 5. supl. 1. p. 555-557. 2007. MENDONÇA, K.; MARCHINI, L. C.; SOUZA, B. DE A.; ALMEIDA-ANACLETO, D. de; MORETI,A. C. de C.C. Plantas Apícolas de Importância para Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae) em fragmento de Cerrado em Itirapina, SP. Neotropical Entomology. v. 37, n. 5, p. 513-521. 2008. MORI, S.A.; MATTOS-SILVA, L.A.; LISBOA, G.; CORADIN, L. Manual de Manejo do Herbário fanerogâmico. 1ª ed. Ilhéus: Centro de Pesquisa do Cacau, 1989. 104p. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 3315 2014

O TOOLE, C. 1993. Diversity of native bees and agroecosystems. In: LaSALLE, J. & GAULD (eds). Hymenoptera and Biodiversity. Pp. 60-106. Symposium of the Third Quadriennial Congress of International Society of Hymenopterists. London. POTT, A.; POTT, V.J. Inventário da Flora Apícola do Pantanal em Mato Grosso do Sul. EMBRAPA: Pesquisa Em Andamento. n. 03, setembro, 1983. 17p. RICKLEFS, R.E. A Economia da Natureza. 1ª ed. Editora Guanabara Koogan, S.A, 1996. RODRIGUES, A.E; FARIAS, E.S.L.; RODRIGUES, M.L.; COELHO, M.S.; GÓIS, G.C.; SILVA, C.M. Fontes de Alimentação para Abelhas Nativas: 1. Estudos preliminares da Cayaponia cabocla como planta alimentar para Meliponna scutellaris. Revista Brasileira de Biologia e Farmácia BIOFAR. v. 4, n. 1, 2010. p. 66-62. SANTOS, R.F.; KILL, L.H.P. Levantamento da Flora Melífera de Interesse Apícola no Município de Petrolina PE. Revista Caatinga. v. 19, n. 3, p. 221-227. Julhosetembro 2006. SCHLEDER, E.J.D.; BUENO, M.L.; SILVERIO, V.L., AQUINO, G.N.R; RIVABEN, R.C. Levantamento da Diversidade da Flora Apícola na Fazenda Escola Três Barras/UNIDERP, Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Revista Brasileira de Biociências, v.5, supl. 2, p. 375-377. jul. 2007. SEBRAE. SERVIÇO DE APOIO AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO ESTADO DO CEARÁ. Projeto Apis: Apicultura Integrada e Sustentável. Estudo Setorial Piloto Apicultura. 2005. 60p. SODRÉ, G. da S.; MARCHINI, L. C.; MORETI, A. C. de C. C.; CARVALHO, C. A. L. Tipos polínicos encontrados em amostras de méis de Apis mellifera em Picos, Estado do Piauí. Ciência Rural, Santa Maria, v. 38, n. 3, p. 839-842. 2008. VIDAL, M. das G.; SANTANA, N. da S.; VIDAL, D. Flora apícola e manejo de apiários na região do Recôncavo Sul da Bahia. Revista Acadêmica Ciência Agrária Ambiental, Curitiba, v. 6 n. 4, p. 503-509. 2008. WILSON, E.O. 1985. The biological diversity crisis: A challenge to Science. Issues Sci. Technol. 2: p. 20-29. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 3316 2014