A experiência do Projeto de Iniciação a Docência na Escola Vilma Brito Sarmento: as implicações na formação do professor supervisor Linha Temática: Universidade e Escola Carmerina de Brito Gonçalves Email:Carmembritto10@gmail.com Jocelice Souza Santos Email: flor_lice19@hotmail.com Maria Lucia Santos Silva Email: lucia.florestal@hotmail.com Socorro Aparecida Cabral Pereira Coordenadora do PIBID Anos Iniciais do Ensino Fundamental socorrouesb@gmail.com O texto constitui de relatos e experiências sobre o trabalho de bolsistas do subprojeto de pedagogia - Anos Iniciais do Ensino Fundamental da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, município de Jequié realizado na Escola Municipal Professora Vilma Brito Sarmento, onde desenvolve aprendizados e investigações em sala de aula com orientação das supervisoras e da coordenadora Socorro Aparecida Cabral Pereira. A partir destes relatos teremos uma visão da relação e integração entre bolsistas, supervisoras, coordenadora e a escola propriamente dita. O PIBID Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, subprojeto de Pedagogia de Iniciação a Docência pela Universidade Sudoeste do Estado da Bahia (UESB), tem sido um programa de grande importância para se obter uma visão do trabalho em sala de aula e de compreender melhor como vem se concretizando o aprendizado dos alunos, tendo um convívio diário entre direção, professores, funcionários e estudantes, possibilitando buscar aprimoramento para a prática pedagógica, além de proporcionar experiência e um maior conhecimento para a prática dos bolsistas. Segundo Nóvoa (2009) a formação
de professores continua ser dominada por referencias externas do que por referencias internas ao trabalho docente. Nesta perspectiva a proposta de supervisão da formação de professores do PIBID na UESB coloca o professor como parceiro na formação e orientação dos alunos de iniciação a docência, Nóvoa (2009) ressalta a importância de se devolver a formação dos professores aos professores, argumentando que as investigações precisam ser geradas de dentro para fora do campo profissional. Assim, destaca a necessidade do diálogo com os professores mais experientes e reconhecidos. Como o autor, entendemos ser de fundamental a importância dessa parceria, pois é na escola e no diálogo com os outros professores que vai se aprendendo a profissão. Possibilitando que o professor da educação básica possa perceber a importância da sua função, valorizando sua prática e experiência acumulada ao longo de sua carreira na docência. Como afirma Imbérnon (2010), é preciso partir do fazer dos professores para melhorar a teoria e a prática. Neste sentido o subprojeto de pedagogia traz como desafio a superação da visão do docente como executor e consumidor de saberes profissionais produzidos por especialistas, pois, apesar de muitos professores insistirem em receitas prontas que venham com manuais de instrução para cada dilema que enfrentam em sala de aula, partimos da ruptura deste paradigma, uma vez que o ensino move-se de questionamentos, incertezas, reflexões do seu próprio contexto educacional que podem constituir espaços de aprendizagem, análise e problematização no cotidiano do professor. Partindo deste pressuposto, realizamos vários estudos e diversas atividades que nos proporcionou a troca de experiências de ações diárias, a partir do trabalho coletivo; destacamos nesse contexto a metodologia sociolinguística para a alfabetização dos alunos com distorção idade/série, rompendo o modelo vigente de alfabetização tradicional, visando uma aprendizagem significativa com base na leitura do livro de Onaide Schwartz Mendonça e Olympio Correa Mendonça. Nos debruçamos também sobre o livro Tijolo por Tijolo de Ana Tereza Naspolini que nos proporcionou um entendimento a cerca das estratégias de leitura e sua contribuição para a formação de leitores que transcendem a decodificação de símbolos. A leitura do presente livro enriqueceu a nossa prática com exemplos e modelos de produção textual, reescrita e refacção de textos a partir dos elementos de uma narrativa que superou e melhorou o modelo de produção de textos trabalhados antes desta proposta. Essas trocas de saberes ajudaram-nos a melhorar como pessoa e como professoras, como diz Paulo Freire A
gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente na prática e na reflexão sobre a prática. (1991,p. 58). A participação no ambiente moodle foi uma das atividades realizadas, que nos possibilitou a inserção no mundo digital de forma prazerosa, enriquecedora e significativa, contribuindo para a reflexão e discussão de textos que favoreceu momentos de interação, debates e troca de saberes coletivos entre os participantes do grupo. Através de fundamentações refletimos e modificamos a nossa prática com auxilio de mapas textuais, resenhas, leituras compartilhadas, discursões, reflexões dos textos trabalhados com interação e relatos de vivências, confecção de cartazes, apresentação de slides, realização de tempestades de ideias, levantamento de dados, elaboração de memoriais, fichamentos, debates, roda de estudo, orientação e construção coletiva de dispositivo de pesquisa, observação e planejamento de sequência didática, diagnóstico, analise e interpretação de dados e artigos científicos, que relatam sobre o fazer pedagógico a partir da pesquisa colaborativa que dão subsídios as ações concretas que os professores devem abordar no desenvolvimento de suas aulas. Um dos aspectos positivo do PIBID de Iniciação a Docência foi inverter a longa tradição de que só o professor acadêmico é o pesquisador; instituindo as práticas profissionais como lugar de reflexão e formação. Neste sentido, a dimensão da pesquisa colaborativa traz para nós educadores uma imersão no universo da escola, mas precisamente na sala de aula. Ela conduz um olhar de distanciamento da realidade no sentido de procurar compreender as relações que estabelecemos com os nossos alunos e eles com os seus pares, os processos de ensino aprendizagem e as dimensões sociais e culturais que permeiam o cotidiano escolar. Através de uma metodologia interpretativa, pautada na coleta de dados e abordagem teórica, tendo o pesquisador o cuidado de estabelecer relação de empatia com os pesquisados. A pesquisa no contexto etnográfico trouxe inúmeras contribuições para a educação, a partir dela os processos de aquisição do conhecimento do ser humano e os problemas educacionais, ou ações para agir diante destas adversidades começaram a ter visibilidade. Diante do exposto estamos vivenciando um momento de muitos desafios, troca de experiência do ir e vim, onde procuramos buscar através desta parceria outro olhar para o aprendizado e para a escola, como diz Rui Canário (2006) à integração e a abertura da
escola à articulação com redes de aprendizagem sendo esta a condição necessária para uma ação educativa que, sem perder de vista a aquisição de conhecimentos e competências de fisionomia universal que possa ser globalizada e contextualizada. Deste modo, a instituição escolar tem superado a tarefa de não ser um lugar de problemas sociais e conflitos, mas de um ambiente em que haja a prática do ato educativo e que requer a participação e o compromisso dos cidadãos, construindo com isto, uma nova legitimidade para a educação escolar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: CANÁRIO, Rui. A Escola tem futuro? Das promessas às incertezas. Porto Alegre: Editora Artmed, Porto Alegre, 2006. P. 11-50. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. Cortez: São Paulo, 2000. IMBÉRNON, Francisco. Formação continuada de professores. Porto Alegre, Artmed, 2010. P. 53-76. MENDONÇA, Onaide Schwartz. Alfabetização: método sociolinguístico: silábica e alfabética em Paulo Freire/ Onaide Schwartz Mendonça, Olympio Correa Mendonça. São Paulo: Cortez, 2007. NASPOLINI, Ana Teresa. Didática de português: Tijolo por Tijolo: leitura e produção escrita. São Paulo: FTD, 1996. NÓVOA, António. Por uma formação de professores construída dentro da profissão. Revista Educación. nº 350. Ano 2009. Espanha. Disponível em http://www.mecd.gob.es/revista-de-educacion. Acesso em 24/08/2014..