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Transcrição:

TÍTULO: A INFLUÊNCIA DE SEIS SESSÕES DE TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE SOBRE O PADRÃO DE OXIDAÇÃO DE SUBSTRATOS ENERGÉTICOS E A CONCENTRAÇÃO DE LACTATO EM MULHERES CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: Educação Física INSTITUIÇÃO(ÕES): UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO - UNICID AUTOR(ES): CAROLINE SANTANA FRIENTES ORIENTADOR(ES): MARCELO LUIS MARQUEZI, JULIANA MONIQUE LINO APARECIDO COLABORADOR(ES): GILBERTO SANTOS DE OLIVEIRA, JESSICA DA SILVA FERNANDES, MARCELO SANTIN CASCAPERA, NICOLAS GABRIELI DA SILVA, ROSELI DE BARROS

RESUMO Introdução: Estudos recentes observaram adaptações semelhantes ou superiores ao treinamento cardiorespiratório tradicional (TCT), promovidas pelo treinamento intervalado de alta intensidade (HIT), referentes a atividades oxidativa muscular, utilização de substratos energéticos durante ou após o exercício. Objetivo: Analisar a influência de seis sessões de HIT sobre o padrão de oxidação de substratos energéticos e a concentração de lactato sanguíneo em mulheres de 20 a 30 anos. Métodos: Seis mulheres irregularmente ativas foram submetidas antes e após seis sessões de HIT ao protocolo progressivo máximo em esteira, para determinação do pico de consumo de oxigênio (VO2pico), velocidade (Vpico) e limiares anaeróbios ventilatórios (LAVs), seguido de exercício contínuo de intensidade submáxima (ECIS) para determinação das taxas de oxidação de lipídeos (LIPox) e carboidratos (CHOox). As sessões foram compostas de oito séries de 60seg a 100% Vpico por 75seg de recuperação passiva entre elas, com 48h de intervalo entre sessões. Além da coleta de lactato sanguíneo, que foi realizada na 1, 4 e 8 série de cada sessão de treino. Resultados: Foi observada redução de 25% de LIPox e aumento de 38% de CHOox; como consequência, a energia relativa derivada da CHOox foi 61% maior após o período de treinamento. A Vpico foi de ~13km/h, promovendo intensidades correspondentes a ~95% VO2pico e ~92% FCpico ao longo do período de treinamento e um aumento de ~2,5% na concentração de lactato. Considerações finais: o protocolo proposto promove intensidades suficientes para caracterizá-lo como de alta intensidade, mas, ao contrário de outros, é passível de aplicação em mulheres irregularmente ativas. Além disso, seis sessões de HIT contribuem para alterações no padrão de oxidação de substratos e aumentam a contribuição de CHO para manutenção da demanda energética.

INTRODUÇÃO Estudos recentes observaram adaptações semelhantes ou superiores àquelas do treinamento cardiorrespiratório tradicional (TCT) promovidas pelo treinamento intervalado de alta intensidade (HIT), referentes à atividade oxidativa muscular 2,3,14,15, utilização de substratos energéticos durante ou após o exercício 1,2,4,5,14, e função cardiovascular 1,14 entre outras, sugerindo implicações potenciais relacionadas à saúde de pacientes com doenças crônicas, incluindo diabetes tipo II, sobrepeso e doença cardiovascular 1,16,17. Talanian et al. (2007), por exemplo, observaram alteração do padrão de oxidação de substratos em mulheres fisicamente ativas submetidas a sete sessões de HIT em cicloergômetro (10 séries de 4min a 90% VO 2 pico com 2min de repouso entre séries) ao longo de 13 dias. Perry et al. (2008) constataram as mesmas adaptações ao reproduzir o protocolo acima descrito em homens ativos não treinados, durante seis semanas. Em trabalho posterior, Talanian et al. (2010) verificaram que o treinamento neste protocolo promove aumento das proteínas transportadoras de AGs sarcoplasmáticas e mitocondriais (FAT/CD36 e FABPpm) e maior atividade enzimática oxidativa, adaptações estas responsáveis pelo aumento da LIPox e alteração do padrão de oxidação de substratos. Little et al. (2010) verificaram que após 6 sessões de HIT em cicloergômetro (8 a 12 séries de 60seg a 100% da carga máxima por 75seg de recuperação a 10% da carga máxima entre séries), há estímulo para a biogênese mitocondrial em decorrência do aumento do conteúdo da proteína PGC-1α ( peroxisome proliferator-activated receptor γ co-activator 1α), adaptação está também observada após uma única sessão de HIT com 4 séries de 30 seg com 0,075 kg/kg a velocidade máxima por 4 min de repouso entre séries 11.

OBJETIVOS Analisar a influência de seis sessões de HIT sobre o padrão de oxidação de substratos energéticos e a concentração de lactato sanguíneo em mulheres de 20 a 30 anos. METODOLOGIA O experimento foi conduzido no Laboratório de Fisiologia e Metabolismo da Universidade Cidade de São Paulo (LAPEF UNICID). Participaram do estudo seis sujeitos do sexo feminino, irregularmente ativas conforme classificação do IPAQ, em sua versão curta, de acordo com Matsudo et al. assintomáticas, não fumantes e que não estavam utilizando qualquer medicamento ou ergogênico nutricional durante o período do estudo. Os valores médios ± erro padrão para idade, estatura, massa corporal, percentual de gordura, glicemia e pico de consumo de oxigênio (VO2pico) relativo a massa corporal total dos sujeitos foram 22,17 ± 1,30 anos, 1,62 ± 0,04 m, 62,60 ± 3,34 kg, 18,40 ± 1,92 %, 94,00 ± 7,09 mg/dl/ 29,39 ± 2,56 l/min e 42, 37 ± 1,17 mlo2/kg/min, respectivamente. Os sujeitos foram orientados, durante a semana anterior à realização das avaliações iniciais, a manter o padrão alimentar habitual (número de refeições diárias, tipo de alimento consumido e modo de preparo) ao longo de todo período do estudo. Após avaliação clínica, os sujeitos foram testados para determinação do pico do consumo de oxigênio (VO2pico), velocidade de pico (Vpico) e limiares anaeróbios ventilatórios (LAVs). Após dois dias da realização das avaliações iniciais, os sujeitos foram submetidos a exercício contínuo de intensidade submáxima (ECIS) para determinação das taxas de oxidação de lipídios (LIPox) e carboidratos (CHOox), após 6hs de restrição alimentar (jejum) seguidas de ingestão de maltodextrina (1g/kg, solução a 10%), 30min antes do início da atividade. Subsequentemente os sujeitos realizaram seis sessões de HIT com 48h de intervalo entre sessões. Durante as sessões foram realizadas as coletas de lactato sanguíneo na 1, 4 e 8 série. Ao término do período de treinamento os sujeitos foram novamente testados para determinação do VO2pico, Vpico e LAVs, e submetidos à novo ECIS para determinação das taxas de

LIPox e CHOox, nas mesmas condições acima citadas (figura 1). Os sujeitos foram orientados a não realizar qualquer tipo de esforço físico extenuante, não ingerir bebidas alcoólicas e/ou estimulantes (chá, café) no dia anterior dos testes. Figura 1. Desenho Experimental DESENVOLVIMENTO A pesquisa e as coletas de dados tiveram uma duração de um ano e foram realizados em dois ciclos, por conta do recesso, e no decorrer deste processo, houve a participação de 26 voluntárias, na qual, 9 concluíram as etapas propostas e 17 foram excluídas, por não se encaixarem nos requisitos solicitados e por faltas excessivas, para não gerar conflitos nos dados. Em meio ao processo, as coletas tiveram uma pausa de três meses, por conta de problemas técnicos na esteira, mas não causou interferência nos dados, por conta do final do ciclo de coletas e do recesso. Embora a pesquisa tenha apresentado algumas dificuldades, todas as coletas foram concluídas e analisadas com êxito. RESULTADOS Os resultados estão apresentados como média ± erro padrão. A homogeneidade das variáveis foi verificada através dos parâmetros ventilatórios, frequência cardíaca (FC), velocidade de corrida e taxas de oxidação foram comparadas, quando adequado, através de teste t de Student ou teste de Sing para

dados pareados. As intensidades relativas de esforço entre as sessões de treinamento e entre as séries de corrida ao longo do período de treinamento foram comparadas através de análise de variância de fator único, seguido de teste de post hoc HSD de Bonferroni. O nível de significância adotado foi de p<0,05. A Vpico foi de ~13km/h, promovendo intensidades correspondentes a ~95% VO2pico e ~92% FCpico ao longo do período de treinamento e um aumento de ~2,5% na concentração de lactato (tabela 1). Os valores médios para oxidação de substratos pré e pós treino estão apresentados na tabela 2. Observou-se redução de 25% de LIPox (de 59,87 ± 3,37 para 44,78 ± 5,54 g/min, pré e pós-treino, respectivamente; p = 0,05) e aumento de 38% da CHOox (40,13 ± 3,73 para 55,22 ±4,54 g/min, pré e pós-treino,respectivamente; p = 0,05).

CONSIDERAÇÕES FINAIS Nossos resultados sugerem, em conformidade com a literatura, que o protocolo proposto promove intensidades suficientes para caracterizá-lo como de alta intensidade; porém, ao contrário de outros, é passível de aplicação em sujeitos fisicamente ativos não treinados. Nossos resultados indicam, também, que seis sessões de HIT com protocolo de corrida em esteira promovem alterações no padrão de oxidação de substratos, com o aumento da oxidação e contribuição de CHO para manutenção da demanda energética. FONTES CONSULTADAS 1. Gibala MJ, Little JP, Macdonald MJ, Hawley JA. Physiological adaptations to low-volume, high-intensity interval training in health and disease. J Physiol. 2012 Mar 1;590(5):1077-84. 2. Talanian JL, Holloway GP, Snook LA, Heigenhauser GJ, Bonen A, Spriet LL. Exercise training increases sarcolemmal and mitochondrial fatty acid transport proteins in human skeletal muscle. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2010 Aug; 299(2):E180-8. 3. Little JP, Safdar A, Wilkin GP, Tarnopolsky MA, Gibala MJ. A practical model of low-volume high-intensity interval training induces mitochondrial biogenesis in human skeletal muscle: potential mechanisms. J Physiol. 2010 Mar 15;588(Pt6):1011-22. 4. Talanian JL, Galloway SD, Heigenhauser GJ, Bonen A, Spriet LL. Two weeks of highintensity aerobic interval training increases the capacity for fat oxidationduring exercise in women. J Appl Physiol. 2007 Apr;102(4):1439-47. 5. Perry CG, Heigenhauser GJ, Bonen A, Spriet LL. High-intensity aerobic interval training increases fat and carbohydrate metabolic capacities in human skeletal muscle. Appl Physiol Nutr Metab. 2008 Dec; 33(6):1112-23.

6. Levine J, Melanson EL, Westerterp KR, Hill JO. Measurement of the componentes of nonexercise activity thermogenesis. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2001 Oct;281(4):E670-5. 7. Weston KS, Wisløff U, Coombes JS. High-intensity interval training in patients with lifestyle-induced cardiometabolic disease: a systematic review and meta-analysis. Br J Sports Med. 2014 Aug;48(16):1227-34. 8. Goodpaster BH, Wolf D. Skeletal muscle lipid accumulation in obesity, insulin resistance, and type 2 diabetes. Pediatr Diabetes. 2004;5:219-26. 9. Chenevière X, Borrani F, Droz D, et al. Effects of 2 different prior endurance exercises on whole-body fat oxidation kinetics: light vs. heavy exercise. Appl Physiol Nut Metab. 2012; 37:955 64. 10. Rynders CA, Angadi SS, Weltman NY, Gaesser GA, Weltman A. Oxygen uptake and ratings of perceived exertion at the lactate threshold and maximal fat oxidation rate in untrained adults. Eur J Appl Physiol. 2011 Sep;111(9):2063-8. 11. Little JP, Safdar A, Bishop D, Tarnopolsky MA, Gibala MJ. An acute bout of high-intensity interval training increases the nuclear abundance of PGC-1α and activates mitochondrial biogenesis in human skeletal muscle. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol. 2011 Jun;300(6):R1303-10. 12. Gist NH, Freese EC, Cureton KJ. Comparison of responses to two high-intensity intermittent exercise protocols. J Strength Cond Res. 2014 Nov;28(11):3033-40. 13. Jeppesen J, Kiens B. Regulation and limitations to fatty acid oxidation during exercise. J Physiol. 2012 Mar 1;590(5):1059-68. 14. MCKAY, BR; PATERSON, DH e KOWALCHUK, JM. Effect of short-term high-intensity interval training vs. continuous training on O2 uptake kinetics, muscle deoxygenation, and exercise performance. Journal of Applied Physiology, 107(1): 128-138, 2009. 15. BURGOMASTER, KA; HOWARTH, KR; PHILLIPS, SM; RAKOBOWCHUK, M; MACDONALD, MJ; MCGEE, SL e GIBALA, MJ. Similar metabolic adaptations during exercise after low volume sprint interval and

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