Questões do tema 27 a 30 27. Coisa julgada. Conceito. Natureza jurídica. 28. Coisa julgada formal e material. (arts. 467 a 469) 29. Limites subjetivos e objetivos da coisa julgada. (arts. 470 a 472) 30. Eficácia preclusiva da coisa julgada. (arts. 473 a 474) 1. No que consiste a coisa julgada formal? Explique. Diz respeito a imputabilidade da decisão dentro do mesmo processo. 2. No que consiste a coisa julgada material? Explique. Efeito da decisão imutável e indiscutível com relação a causa decidida entre as partes. 3. A coisa julgada material se aplica à sentença determinativa? Explique. Não. A sentença determinativa transita em julgado, mas não gera efeito da coisa julgada. Gera apenas coisa julgada formal. Pode-se entrar com ação revisional para redecidir a questão. Artigo 471. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma lide, salvo: I - se, tratando-se de relação jurídica continuativa, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito; caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença; II - nos demais casos prescritos em lei. 4. No que consiste a preclusão? Quais sua espécies? Explique. Preclusão é o fenômeno que acontece no processo que impede a rediscussão da lide, daquele assunto a ser tratado. Preclusão temporal, lógica e consumativa.
5. A apreciação de questão prejudicial levada a conhecimento do juízo poderá fazer coisa julgada? Explique. Sim. Porque nem sempre faz, apenas se estiverem presentes as hipóteses previstas no artigo 470 do CPC: Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a parte o requerer (arts. 5o e 325), o juiz for competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide. 6. Padaria Pão Fofinho Ltda. propôs ação renovatória de contrato de locação em face dos irmãos Antônio Nepomuceno e Pedro Nepomuceno, proprietários do imóvel alugado. Os locadores contestaram a ação, cada qual por seu próprio advogado, concentrando as defesas no valor do aluguel ofertado pelo inquilino. A ação foi julgada procedente e a oferta do locatário foi acolhida para a data inicial do novo quinquênio. Também constou da sentença a condenação ao pagamento de verba honorária no importe de R$ 4.000,00, devendo a mesma ser dividida entre os réus, da mesma forma que as demais despesas processuais. A sentença foi publicada há vinte e sete dias. Antônio Nepomuceno e Pedro Nepomuceno protocolaram seus recursos de apelação há dois dias, cada qual, pelo seu respectivo advogado. O juiz indeferiu os recursos, sustentando serem ambos intempestivos com fundamento no art. 508 do CPC, declarando o trânsito em julgado da decisão e determinando ao autor que formulasse os requerimentos pertinentes, para dar andamento ao processo. Com base na situação acima descrita responda: Verificou-se efetivamente a coisa julgada conforme afirma o juiz? Justifique. Não se verifica a coisa julgada pois o prazo não se deu ainda. Com o artigo 191, o prazo é de 30 dias. Artigo 191 do CPC: Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos. 7. Robertson Maiporu, residente na cidade de São Paulo, Lapa, trafegava com seu automóvel por via pública no centro da cidade de Mairiporã, quando foi abalroado por um veículo da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que empreendia perseguição a terceiros, acusados da prática de crime. Os danos no veículo do autor foram de elevada monta, existindo três orçamentos com valores bastante parecidos, em torno de R$ 43.000,00. Os danos pessoais, resultantes de sua internação hospitalar por seis dias, montaram a
R$ 3.000,00, resultando do acidente profundos cortes na sua face, a perda de dois dentes frontais e a perda parcial da sensibilidade na mão direita. A ação foi ajuizada perante a 1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de São Paulo, com pedido de indenização por danos matérias no importe de R$ 46.000,00. A parte ré não contestou e o juiz, declarando a revelia da mesma, proferiu sentença em audiência julgando o pedido procedente condenando a parte ré ao pagamento dos danos matérias no importe de R$ 46.000,00, acrescidos de juros e correção monetária desde o evento danoso. Transcorreram 20 dias da leitura e pronunciamento da sentença em audiência. Com base na situação acima descrita responda: 7.1. Transcorridos os 20 dias, verificou-se efetivamente a coisa julgada em face de Robertson Maipuru? Justifique. Pergunta aberta. O mais importante é a fundamentação. Não ocorreu pois na hipótese de a fazenda recorrer, ele poderá recorrer adesivamente. Sim, pois no caso do reexame necessário, ele não poderá recorrer adesivamente. 7.2. Transcorridos os 20 dias, verificou-se efetivamente a coisa julgada em face da parte ré? Justifique. Não, devido ao prazo em dobro que ela possui para recorrer. 7.3. Caso nenhuma das partes apresente recurso no prazo legal, o juiz poderá determinar a intimação do autor para que dê andamento ao feito? Não, porque deverá ocorrer o reexame necessário. 7.4. Robertson poderia optar por ajuizar a ação na Comarca de Mairiporã? Em qual vara seria ajuizada conforme a organização judiciária paulista? Sim, ele pode entrar com a ação na Comarca de Mairiporã, pois na ação de acidente de veículo são cabíveis ajuizamento da ação na comarca do réu, do autor ou do acidente. A vara que a ação seria ajuizada é a vara cível.
7.5. Na hipótese anterior, ajuizamento em Mairiporã, o juiz poderia determinar a intimação do autor para que desse andamento ao feito? Não faz diferença nenhuma. Mesmo que esteja na vara da fazenda pública ou cível, haverá o reexame necessário. 7.6. Na hipótese da r. sentença fixar a condenação no importe de R$ 26.000,00, o juiz poderia determinar a intimação do autor para que desse andamento ao feito? Justifique. Sim. Pois será abaixo do valor, não haverá reexame necessário. 8. Catarina, viúva, propôs ação de reintegração de posse, alegando que parte da área rural de sua propriedade, situada no município de Presidente Prudente, fora invadida pelo vizinho Humbertino. A ação foi distribuída em São Paulo, domicílio de Catarina, uma vez que ela fizera constar, na escritura de aquisição do imóvel, foro de eleição privilegiando o seu domicílio. O juiz não concedeu a liminar, justificando que somente depois do oferecimento da contestação teria elementos para formar sua convicção e, se fosse o caso, concederia a liminar pleiteada na inicial. Humbertino foi citado por carta precatória expedida para a comarca de Barretos, onde reside. Contestou a ação, aduzindo que apenas tomara posse de área que já lhe pertencia, mas que fora indevidamente tomada por Catarina. Também excepcionou o juízo, sustentando ser competente o do foro da situação do imóvel para julgar ação de reintegração de posse, no caso Presidente Prudente. O juiz julgou improcedente a exceção de incompetência, determinando o prosseguimento da ação e chamando os autos à conclusão para a reapreciação do pedido de liminar. Com base na situação acima descrita responda: 8.1. Caso Humbertino se mantenha inerte em relação à decisão do juiz de primeiro grau verificar-se-á a coisa julgada? Justifique. Não há coisa julgada, pois a decisão é interlocutória. Gera-se preclusão. 8.2. A questão da incompetência poderá ser novamente discutida, por oportunidade da apelação, nos termos do art. 515, 1º do CPC? Justifique. Não. Pois não é possível entrar com agravo retido em exceção de incompetência, não há utilidade no julgamento desse agravo. É sempre agravo de instrumento.
9. Villenilson Mendes e Guilhermina Delgado, colegas de faculdade, embriagaram-se na festa de formatura e, descontrolados, mantiveram relacionamento sexual após a festa sem a devida precaução, muito embora, durante todo período do curso de enfermagem, tenham pouco se falado. De tal relacionamento eventual nasceu Villermina Delgado Mendes, que foi espontaneamente reconhecida como filha no assento de nascimento por Villenilson. Ocorre, porém, que apesar do reconhecimento, Villenilson não cumpre com sua obrigação de auxiliar Guilhermina no sustento de Villermina. Com efeito, foi ajuizada uma ação de alimentos perante a 1ª Vara de Família e Sucessões da Comarca da Capital, inicialmente com a fixação de alimentos provisórios no importe de R$ 700,00 mensais, que após a instrução acabou por ser julgada procedente com a fixação de pensão mensal no importe de R$ 750,00 considerando as necessidades presentes de Villermina. Da r. sentença não recorreu Villenilson, porém Villermina recorreu pleitando a majoração do valor da pensão. Com base na situação acima descrita responda: a r. sentença transitou em julgado para Villenilson? Justifique. Cabe sim e não à resposta. Não. 500 do CPC.Pois é possível fazer recurso adesivo ao recurso interposto pela autora. Cada parte interporá o recurso, independentemente, no prazo e observadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte. O recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal e se rege pelas disposições seguintes: I - será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso principal, no prazo de que a parte dispõe para responder; II - será admissível na apelação, nos embargos infringentes, no recurso extraordinário e no recurso especial; III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal, ou se for ele declarado inadmissível ou deserto. Parágrafo único. Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal superior. Sim. 515 do CPC: A sentença terminativa transita em julgado, mas não gera os efeitos de coisa julgada. Deve-se entrar com ação revisional para reexame da decisão. Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro.
2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. 3o Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento. 4o Constatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal poderá determinar a realização ou renovação do ato processual, intimadas as partes; cumprida a diligência, sempre que possível prosseguirá o julgamento da apelação. 10. Ptolomeu Incauto e Afrodite da Conceição, que se conheceram durante um baile de carnaval ocorrido em 2009, acabaram por terminar a referida noite juntos, presumindo-se, pela situação fática que se encontravam ao despertar, que mantiveram relações sexuais. Transcorridos, aproximadamente, mais de nove meses, adveio o nascimento de Consuelo da Conceição, que Afrodite afirma ser filha de Ptolomeu. Instado a reconhecer a paternidade, Ptolomeu afirma não lembrar haver mantido relações sexuais aptas a engravidar Afrodite e, se o fez, certamente usou preservativos, motivo pelo qual não pode ser o verdadeiro pai de Consuelo. Objetivando preservar os direitos de sua filha, Afrodite, como representante de Consuelo, ajuizou ação de investigação de paternidade cumulada com alimentos perante a 1ª Vara de Família e Sucessões da Comarca da Capital. Na ação também foi deduzido pedido de tutela antecipada para a fixação de alimentos. O réu contestou a ação e recusou-se a fornecer material genético para a realização de exame de DNA. Após a instrução dos autos e manifestação das partes e do Ministério Público, foi prolatada a r. sentença que condenou o réu nos termos do pedido e concedeu a antecipação da tutela com a fixação de pensão mensal no importe de R$ 1.000,00 considerando as necessidades presentes da autora. A r. sentença foi publicada há 12 dias. Com base na situação acima descrita responda: 10.1. Verificou-se a coisa julgada em relação à antecipação da tutela? Não. O que poderia ocorrer a preclusão. Pois a tutela não é o pedido principal. Pode-se recorrer a tutela por vida da apelação.
10.2. Verificada a coisa julgada, Ptolomeu poderá pedir revisão da sentença em relação ao pedido de investigação de paternidade? Justifique. Não. Quem poderia pedir tal revisão futuramente seria a filha. 10.3. Verificada a coisa julgada, Ptolomeu poderá pedir revisão da sentença em relação ao pedido de alimentos? Justifique. Sim. Ele deverá provar a alterabilidade da situação e poderá pedir a revisão.