DA PETIÇÃO INICIAL. Des. ANA MARIA DUARTE AMARANTE BRITO
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- Laura Meneses Monsanto
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1 DA PETIÇÃO INICIAL Des. ANA MARIA DUARTE AMARANTE BRITO
2 DA PETIÇÃO INICIAL - Requisitos Petição inicial como veículo da ação. Art A petição inicial indicará: I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido, com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - o requerimento para a citação do réu.
3 DA PETIÇÃO INICIAL Deferimento Art Estando em termos a petição inicial, o juiz a despachará, ordenando a citação do réu, para responder; do mandado constará que, não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor
4 SENTENÇA PRIMA FACIE Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada. 1o Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação. 2o Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação do réu para responder ao recurso.
5 SENTENÇA PRIMA FACIE Para que se verifique esse tipo de julgamento antecipadíssimo da lide, com prolação de sentença de mérito prima facie, ou seja, à vista da petição inicial, é necessário que haja: 1. Matéria controvertida exclusivamente de direito. 2. Precedentes no órgão de total improcedência, ante teses jurídicas análogas.
6 SENTENÇA PRIMA FACIE: resultados possíveis do julgamento do recurso Se o autor apelar e o juiz não se retratar, o réu será citado para contrarrazões, subindo os autos ao tribunal, que poderá dar provimento ao recurso, reformando a sentença e julgando procedente o pedido, ou cassando-a ( anulando-a) e determinando a volta dos autos à Vara de origem, se entender que a matéria controvertida também é de fato e que o feito não está maduro para ser decidido. Pode, ainda, negar provimento, mantendo a sentença de improcedência.
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8 INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL Art A petição inicial será indeferida: I - quando for inepta; II - quando a parte for manifestamente ilegítima; III - quando o autor carecer de interesse processual; IV - quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (art. 219, 5o);
9 INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL V - quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal; Vl - quando não atendidas as prescrições dos arts. 39, parágrafo único, primeira parte, e 284.
10 INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL Inépcia Art (...) Parágrafo único. Considera-se inepta a petição inicial quando: I - Ihe faltar pedido ou causa de pedir; II - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; III - o pedido for juridicamente impossível; IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
11 Recurso da Sentença que indefere a petição inicial Art Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão. Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente encaminhados ao tribunal competente.
12 Julgamento do recurso No julgamento do recurso, poderá ser-lhe dado provimento, para cassar a sentença. Outro tipo de provimento ( v.g.para reformar não seria possível, tendo em vista que a causa não estaria madura para decisão), O outro resultado possível é a negativa de provimento ao recurso, mantendo-se a sentença.
13 DO PEDIDO Pedido genérico Art O pedido deve ser certo ou determinado. É lícito, porém, formular pedido genérico: I - nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados; II - quando não for possível determinar, de modo definitivo, as conseqüências do ato ou do fato ilícito; III - quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.
14 DO PEDIDO GENÉRICO- Jurisprudência (Luiz Fux) PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PEDIDO GENÉRICO. COMPLEXIDADE DOS CÁLCULOS PARA APURAÇÃO DO QUANTUM DEBEATUR. NECESSIDADE DE TABELA DE PREÇOS A SER FORNECIDA PELA RECORRENTE. CORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA. EMENDA DA INICIAL. DESNECESSIDADE. 1. O valor da causa deve ser fixado considerada a expressão econômica do pedido, porquanto representativo do benefício pretendido pela parte através da prestação jurisdicional.
15 DO PEDIDO GENÉRICO- Jurisprudência (Luiz Fux) 2. A formulação de pedido genérico é admitida, na impossibilidade de imediata mensuração do quantum debeatur, como soem ser aqueles decorrentes de complexos cálculos contábeis, hipótese em que o valor da causa pode ser estimado pelo autor, em quantia simbólica e provisória, passível de posterior adequação ao valor apurado pela sentença ou no procedimento de liquidação. (...) omissis
16 DO PEDIDO GENÉRICO- Jurisprudência (Luiz Fux) 4. O art. 286, incisos II e III, do CPC exoneram o autor de formular pedido certo quando não for possível determinar, de modo definitivo, as conseqüências do ato ou do fato ilícito ou quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. Ora, in casu, conforme citado acima, o pedido é genérico. 5. Sob esse enfoque leciona Pontes de Miranda e J.J. Calmon de Passos, verbis: "(...)4. Pedido genérico - Ao pedido genérico exige-se ser certo e preciso na sua generalidade. Fora daí, é vago, e inepta a petição, por se tratar de incerteza absoluta.
17 DO PEDIDO GENÉRICO- Jurisprudência (Luiz Fux) No art. 286, I, dá-se como espécie de pedido genérico o das ações universais, isto é, ações em que o pedido recai sobre universalidades, não podendo o autor individuar na petição os bens demandados. Aí, o pedido é determinável. Se a pretensão é quanto a uma universalidade, pode acontecer que o autor somente possa referir-se a ela, ou que, além de a ela aludir, possa individuar todos ou alguns dos bens que a compõem. Advirta-se que o art. 286 exige ser certo e determinado o pedido, abrindo exceção para as espécies em que há a determinabilidade e são as que aponta nos incisos I, 11 e 111.
18 DO PEDIDO GENÉRICO- Jurisprudência (Luiz Fux) A universalidade pode ser de direito ou de fato. O Código não distingue as duas, ao tratar do pedido. Para que o pedido genérico seja admitido, tratandose de universalidade, é preciso que o autor não possa individuar na petição os bens demandados. No art. 286, 11, o assunto é quanto a ato ou fato ilícito (entenda-se: ato ilícito, ato-fato ilícito ou fato ilícito) e não pode o autor determinar, de modo definitivo, as suas conseqüências.
19 DO PEDIDO GENÉRICO- Jurisprudência (Luiz Fux) Nada obsta, portanto, que indique algumas conseqüências e alegue que não pode falar das outras ou de alguma. A classificação pode ser total ou parcial, como não a pode saber se os animais atingidos vão morrer, ou quais os que não vão morrer, ou quanto vai custar o tratamento da pessoa ofendida. Um dos elementos para se atender ao art. 286, 11, é não ser possível, definitivamente, determinarem-se as conseqüências, porém não é preciso mais do que a alegação, para que se lhe admita o pedido. Tanto o autor como o réu, na fase probatória, é de esperar-se que faça a prova.
20 DO PEDIDO GENÉRICO- Jurisprudência (Luiz Fux) Se o pedido não foi genérico, pode acontecer que fato superveniente (art. 303, I), permita a alegação do art. 286, 11. Na espécie do art. 286, li, pode haver uma parte do pedido que é líquida e outra que não o é, ou todo ele é ilíquido. Não se fale, em qualquer dos dois casos, de altematividade (art. 288), nem da substitutibilidade (art. 289). O pedido é um só: uma parte, apontada desde já; a outra, eventualmente atendida. O pedido foi um só.
21 DO PEDIDO GENÉRICO- Jurisprudência (Luiz Fux) No art. 286, III, o que se espera é que a sentença determine o valor da condenação, que depende de ato que deva praticar o réu. Do ato, diz o art. 286, 111; mas pode ser que se trate de dever de omissão por parte do réu, e tenha sido proposta a ação cominatória, ou mesmo cautelar (arts. 798 e 799).(...)" (Pontes de Miranda, in Comentário ao Código de Processo Civil, Tomo IV, 3ª ed., Forense, 1997, p.36-37) "(..)126. Pedido genérico - A lei tolera, entretanto, o chamado pedido relativamente indeterminado, que o Código chama de genérico.
22 Sumula 326 do STJ Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca.
23 DO PEDIDO GENÉRICO- Jurisprudência (Luiz Fux) Essa relativa indeterminação é restrita ao aspecto quantitativo do pedido (quantum debeatur), inaceitável qualquer determinação no tocante ao ser do pedido (an debeatur). O que é devido não pode ser indeterminado - estaríamos diante de pedido incerto; mas, quanto é devido pode não ser de logo determinado, contanto que seja determinável - é o pedido chamado de genérico, pelo Código.
24 DO PEDIDO GENÉRICO- Jurisprudência (Luiz Fux) (...) 128. Hipótese do art. 268, III - A última espécie de pedido genérico ocorre quando a determinação do valor da condenação depende de ato que deva ser praticado pelo réu. Como exemplo típico aponta-se o pedido formulado em prestação de contas, por quem tenha direito de exigi-la, para que o obrigado pague o saldo que se apurar. Considera-se genérico este pedido, esclarece José Alberto dos Reis, porque vai implícita, nele, a pretensão de o réu pagar a quantia que se liquidar como saldo favorável ao autor. Este pode expressamente formular o pedido genérico e ilíquido:
25 DO PEDIDO GENÉRICO- Jurisprudência (Luiz Fux) "Seja o réu condenado no saldo que contra ele se apurar. Mas, ainda que não formule, o pedido está virtualmente contido na exigência da prestação de contas". Entre nós, a solução é idêntica, em face do que dispõem os arts.915, 3,916, 1, e 918.(...)" José Joaquim Calmon de Passos, in Comentários ao Código de Processo Civil, Vol. III, 8ª Ed., Forense, 2001, p ) 6. Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp /SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/06/2009, DJe 06/08/2009)
26 DO PEDIDO pedido cominatório Pode o autor formular pedido de cominação de multa ( astreintes), se postular condenação do réu a uma obrigação de fazer, não fazer e entregar coisa, para o caso de atraso no cumprimento da obrigação.
27 DO PEDIDO Pedido Cominatório Art Se o autor pedir que seja imposta ao réu a abstenção da prática de algum ato, tolerar alguma atividade, prestar ato ou entregar coisa, poderá requerer cominação de pena pecuniária para o caso de descumprimento da sentença ou da decisão antecipatória de tutela (arts. 461, 4o, e 461-A).
28 DO PEDIDO Pedidos alternativos Art O pedido será alternativo, quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz Ihe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo
29 Pedido principal e pedido subsidiário Art É lícito formular mais de um pedido em ordem sucessiva, a fim de que o juiz conheça do posterior, em não podendo acolher o anterior. Trata-se de uma cumulação de pedidos aparente, pois o autor só postula uma prestação, apresentando uma ordem de prioridade. É a chamada cumulação alternativa eventual por subsidiariedade.
30 Pedidos: Prestações periódicas Obrigações indivisíveis Art Quando a obrigação consistir em prestações periódicas, considerar-se-ão elas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor; se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las, a sentença as incluirá na condenação, enquanto durar a obrigação. Sumula 309 do STJ Art Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do processo receberá a sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito.
31 Cumulação própria de pedidos Cumulação simples-requisitos Art É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação: I - que os pedidos sejam compatíveis entre si; II - que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, admitir-se-á a cumulação, se o autor empregar o procedimento ordinário
32 Cumulação de pedidos Cumulação de pedidos vem a ser uma cumulação de ações. Há tantas ações cumuladas no mesmo processo quantos forem os pedidos. Os requisitos são os do artigo 292 do CPC. A cumulação é efetiva, real ( cumulação própria) quando o autor pretende obter todos os pedidos. A cumulação é aparente quando o autor pretende apenas um deles ( alternativa simples e alternativa eventual por subsidiariedade)
33 Cumulação de pedidos A possibilidade apontada pelo parágrafo 2o. Do artigo 292 não é tão ampla quanto parece ( a possibilidade de se cumularem pedidos, mesmo se previstos procedimentos diferentes, se o autor optar pelo rito ordinário para todos eles). Tal acontecerá se o procedimento admitir essa conversão ao ordinário, como é o caso de um pedido pelo procedimento sumário e um pelo ordinário, cumulados e todos passando para o rito ordinário. Há procedimentos especiais irredutíveis ao ordinário
34 Cumulação Sucessiva de Pedidos É um tipos de cumulação em que a apreciação do segundo pedido depende do acolhimento do primeiro, como é o caso de pedido de declaração de paternidade, cumulado com alimentos. Na cumulação sucessiva, o juiz só aprecia o pedido de alimentos se acolher o de declaração de paternidade. Os pedidos estão em uma relação de prejudicialidade: o primeiro é prejudicial ao segundo.
35 Interpretação do pedido Os pedidos devem ser interpretados restritivamente, nos termos do artigo 293, do CPC. Todavia, no mesmo dispositivo já está disposto que se compreendem na condenação os juros legais. Na verdade, há vários pedidos que podem ser considerados implícitos. Mesmo que o autor não os tenha formulado, a sentença os incluirá.
36 Pedidos implícitos Pedidos implícitos abrangem matérias que constituem exceções à regra geral do princípio da adstrição ( também chamado de princípio da congruência, conformidade, paralelismo): sententia debet esse conformis libello. ( A sentença deve ser conforme o pedido).
37 Pedidos implícitos Matérias constantes dos pedidos implícitos, incluídos na sentença mesmo que o autor não os formule: Juros legais ( CPC, art. 293) Correção monetária ( inclusive abrangendo expurgos inflacionários) Sucumbência ( custas e honorários) Pedido alternativo ( faculdade do réu, cujo exercício o juiz ensejará : art.288, parág.único) Multas cominatórias ( astreintes) Art. 461, 3o.
38 Alterações do Pedido: possibilidades A regra é a estabilização da demanda, feita a citação do réu. Admitem-se alterações do pedido ( aditamentos, etc), nas seguintes situações: 1. antes da citação, pagando as custas acrescidas ( art. 294) 2. após a citação, se o réu consentir ( art. 264), até antes de saneado o processo ( parágrafo único do art. 264). 3. ocorrendo a revelia, se o autor promover nova citação do réu ( CPC, art. 321)
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