2.2 O PERFIL DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL



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Transcrição:

2.2 O PERFIL DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL Ao conceber as instituições de Educação Infantil como espaços onde ocorre o processo educativo, processo este pelo qual os homens apropriam-se do desenvolvimento histórico-cultural da humanidade, através das relações que estabelecem entre si, todos os profissionais que atuam nessas instituições desempenham a função EDUCATIVA. Aos diferentes profissionais (direção, coordenação pedagógica, professores, atendentes e agentes operacionais) que atuam no mesmo espaço e exercem diferentes funções, cabe a importante tarefa de ampliar a experiência da criança, oportunizando a esta o acesso e a apropriação de conhecimentos que não são constituídos espontaneamente no ser humano. Também cabe a eles, garantir à criança a expressão de suas idéias, sentimentos e respeitá-la, não a concebendo como ser incapaz, mas identificando as suas capacidades, a fim de oferecer a possibilidades de que elas sejam ampliadas, sedimentadas, desenvolvidas na dimensão da individualidade e da participação cultural e social. Também é importante salientar o pressuposto de que aqueles que atuam em instituições educativas desempenham as funções indissociáveis de educar cuidar. Conforme afirma FELIPE (1998, p. 8) As pessoas, que têm a responsabilidade de cuidar/ educar crianças nesta faixa etária, desempenham um papel fundamental no processo de desenvolvimento infantil, pois servem de intérpretes entre elas e o mundo que as cerca. Ao nomearem objetos, organizarem situações, expressarem sentimentos, os adultos estão cooperando para que as crianças compreendam o meio em que vivem e as normas da cultura na qual estão inseridas. Portanto, os diferentes profissionais envolvidos na Educação Infantil têm uma importante tarefa a cumprir, na tentativa de contribuir para um desenvolvimento agradável e sadio. São, portanto, mediadores entre a criança e o meio. No que diz respeito especificamente aos profissionais que atuam nas salas de aula da Educação Infantil, pesquisas comprovam que no Brasil a maioria não possui qualificação profissional, portanto, não é professor. Esta função é desempenhada por outros profissionais: babás, educadores, recreacionistas, monitores, atendentes, técnico educacional, estagiários, etc. Embora estes profissionais desempenhem a função de docência, devido a falta de formação específica, podem desqualificar o processo de ensinoaprendizado ofertado pelas instituições de Educação Infantil.

(2010, p. 188) De acordo com o Ministério da Educação, citado por GARANHANI no Brasil, a formação dos profissionais que atuam em educação infantil, principalmente em creches, praticamente inexiste como habilitação especifica. Assinala-se que algumas pesquisas registram um expressivo número de profissionais que lidam diretamente com criança, cuja formação não atinge o ensino fundamental completo. Outros concluíram o ensino médio, mas sem a habilitação de magistério e, mesmo quem a concluiu não está adequadamente formado, pois esta habilitação não contempla as especificidades da educação infantil. Para efetivação dessa proposta curricular é fundamental que o trabalho em sala de aula seja realizado pelo PROFESSOR. Isto é realidade do município de Piraquara, pois todos os professores regentes que atuam na Educação infantil possuem formação inicial em Ensino Médio (Magistério), sendo que a maioria possui especialização e graduação. Entretanto, a formação inicial do professor deve ser complementada pela formação continuada em serviço, que atenda a real necessidade desses profissionais, possibilitando que estes ampliem seus conhecimentos, reflitam sobre suas ações e, consequentemente, redimensionem sua prática para que o trabalho se efetive, garantindo assim a qualidade do atendimento, do aprendizado e do desenvolvimento das crianças de zero a cinco anos. De acordo com a Abordagem Histórico-Cultural, que fundamenta esta proposta, o professor desempenha o papel de mediador entre o conhecimento científico e conhecimento trazido pelo educando, em todos os níveis e modalidades de ensino. Entretanto, os professores que atuam na Educação Infantil precisam dispor, em suas práticas pedagógicas, de algumas características e especificidades. GARANHANI (2010, p. 193 195), fundamentada em CANÁRIO, explicita quatro dimensões essenciais para o professor da Educação Infantil. São elas: professor é um analista simbólico, o professor é um profissional da relação, o professor é um artesão e o professor é um construtor de sentindo. O professor analista simbólico, além de conhecer as características do aprendizado e desenvolvimento das crianças e dominar os

conteúdos que precisam ser sistematizados com estas, conhece e compreende a prática social em que estas estão inseridas e, a partir disso, seleciona e trabalha com conteúdos e metodologias adequadas a esta realidade. O professor profissional da relação entende que toda criança tem uma história pessoal, que seu desenvolvimento ocorre numa dimensão cultural, na qual ele e a criança estão inseridos. Portanto, o professor deve estar atento e respeitar as individualidades e características de cada criança nas interações. O professor artesão é inventa e reinventa práticas que sistematizem os conhecimentos produzidos e acumulados historicamente, adequadas às características dessa faixa etária. O professor construtor de sentidos organiza suas práticas considerando o que a criança expressa, através de diferentes linguagens, a respeito das situações, práticas e fatos que vivencia. A especificidade da docência na Educação Infantil poderá ocorrer pela integração das dimensões acima propostas em interação com as características elaboradas por FORMOSINHO (2002). Esta autora defende a idéia de que o professor da Educação Infantil necessita compreender que a vulnerabilidade e dependência infantil, próprias desta fase de desenvolvimento, exigem dele, dos demais profissionais e dos responsáveis pela criança, atitudes de cuidado no educar. Segundo GARANHANI (2010, p. 196) Ser docente na Educação Infantil, com base no perfil apresentado, é ter sempre uma atitude investigativa da própria prática e, consequentemente, fazer a sua elaboração por meio de um processo contínuo de formação. É ter o compromisso com a profissão escolhida e consciência de que suas intenções e ações contribuem na formação humana de nossas crianças ainda pequenas. Formação humana que se faz pelo acesso aos saberes, conceitos e práticas de nossa sociedade e que se apresentam como ferramentas de trabalho, pelo respeito às condições de aprendizagem que se faz pela oferta de possibilidades educacionais e, por fim, a clareza de que a professora da pequena infância é uma das profissionais responsáveis por proporcionar a conquista da autonomia e da construção de identidades das crianças pequenas do nosso país. Diante do exposto, concluí-se que são práticas que fazem parte da função do professor da Educação Infantil: promover e compreender a necessidade de um período de adaptação das crianças ao espaço e às pessoas;

planejar e organizar os espaços da instituição; acolher às crianças e aos familiares, de maneira que estes se sintam seguras; realizar e orientar as crianças nos momentos de alimentação e higiene; acompanhar atentamente o momento do repouso sono e proporcionar atividades para as crianças que não dormem; garantir a segurança das crianças em todos os momentos e espaços da instituição; promover a interação entre as crianças e os adultos da instituição; elaborar e efetivar planos de trabalho docente, que privilegiem a brincadeira, as diferentes linguagens e as interações e, através da avaliação, retomá-los, quando necessário, propondo novos encaminhamentos. É importante ressaltar que essas práticas pedagógicas devem ocorrer de modo a não fragmentar a criança nas suas possibilidades de viver experiências, na sua compreensão do mundo feita pela totalidade de seus sentidos, no conhecimento que constrói na relação intrínseca entre a razão e emoção, expressão corporal e verbal, experimentação prática e elaboração conceitual. As práticas envolvidas nos atos de alimentar-se, tomar banho, trocar fraldas e controlar os esfíncteres, na escolha do que vestir, na atenção aos riscos de adoecimento mais fácil nessa faixa etária, no âmbito da Educação Infantil não são apenas práticas que respeitam o direito da criança de ser bem atendida nesses aspectos, como cumprimento do respeito a sua dignidade como pessoa humana. Elas são também práticas que respeitam e atendem ao direito da criança de apropriar-se por meio de experiências corporais, dos modos estabelecidos culturalmente de alimentação e promoção de saúde, de relação com o próprio corpo e consigo mesma, mediada pelas professoras e professores que intencionalmente planejam e cuidam da organização dessas práticas. (DCNEI s,2009, p.9-10) Para que isso se efetive, além de empenho pessoal, é necessário a execução de políticas públicas que garantam condições adequadas de trabalho, valorização salarial, ingresso por Concurso Público, formação inicial mínima em Ensino Médio (Magistério) e formação continuada em serviço.

REFERÊNCIAS ARCE, A. ; MARTINS, L. M. (orgs) Ensinando aos pequenos de zero a três anos. Campinas: Alínea, 2009. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil. Parecer nº 20/2009. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 09 de dezembro de 2009, Seção 1, p. 14. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução Nº 05/ 2009: fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 de dezembro de 2009, Seção 1, p. 18. FARIA, V.; SALLES, F. Currículo na Educação Infantil. São Paulo: Scipione, 2010. FELIPE, J. Aspectos gerais do desenvolvimento infantil. IN: CRAIDY, C. M. Convivendo com crianças de 0 a 6 anos. Porto Alegre: Mediação, 1998. P. 7-17. GARANHANI, M. C. A Docência da Educação Infantil. IN: SOUZA, G. de. (org.) Educar na Infância: perspectivas histórico-sociais. São Paulo: Contexto, 2010. P. 187 200. KRAMER, S. Propostas Pedagógicas ou Curriculares de Educação Infantil: para retomar o debate. http:/ www. mec.gov.br Dowload realizado em 20 ago. 2011. OLIVEIRA, Z. de M. R. O currículo na Educação Infantil: o que propõem as novas diretrizes nacionais? http:/ www. mec.gov.br Dowload realizado em 20 ago. 2011.