GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO INFANTIL E TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL.
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- Letícia Lencastre Azevedo
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1 GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO INFANTIL E TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL. Coordenadora: Profª Drª Eliza Maria Barbosa. Universidade Estadual Paulista UNESP/Araraquara. O grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Infantil e Teoria Histórico-Cultural, criado em 2012, reúne pesquisadores, professores da rede municipal de educação de Araraquara e discentes da Unesp que partilham do interesse pelos processos educativos escolares das crianças menores de seis anos e as que frequentam os primeiros anos do ensino fundamental. O grupo é composto de duas linhas de pesquisa e estudos: Processos de ensinoaprendizagem na educação infantil, que investiga a construção de conceitos não-cotidianos pelas crianças que frequentam as creches e pré-escola, buscando identificar ações e mediações pedagógicas que favorecem a produção desses conceitos. Partindo de uma metodologia dialética de ensino, as pesquisas realizadas identificam os tipos de ações e mediações que são mobilizadas pelas professoras para ensinar os conteúdos previstos. Na linha dois: Os processos de alfabetização da criança na perspectiva Histórico-Cultural, desenvolvem-se estudos sobre a Teoria Sócio-Histórica da atividade humana, suas relações com a Pedagogia Histórico-Crítica e suas implicações na pesquisa sobre o trabalho docente na Alfabetização e na Educação infantil. O grupo congrega diversas pesquisas e atividades de extensão dos docentes, com destaque para os projetos com financiamento da PROEX, Programa Núcleo de Ensino, PIBIC/2012, FAPESP. Para este evento, apresentamos dois trabalhos vinculados à linha dos processos de ensino-aprendizagem. O primeiro trabalho: O trabalho pedagógico com bebês na educação infantil: contribuições da Psicologia Histórico-Cultural, toma o ensino como eixo orientador para o trabalho com os bebês. Reitera a defesa de uma educação que promova o seu desenvolvimento integral de modo a estimular e agir na atividade principal desta faixa etária, a comunicação emocional direta. A despeito da oposição que frequentemente se observa na prática, em que as ações de cuidado se sobrepõem às de educação, defendemos que em ambas, o educador precisa de clareza e intencionalidade de suas ações. O segundo trabalho: Interações, aprendizagem e desenvolvimento humano em contextos escolares para a Infância, discute pressupostos teóricos da Psicologia Histórico- Cultural que indicam o processo de apropriação cultural, resultante predominantemente de processos sistemáticos e sistematizados de educação, como a principal via de humanização das novas gerações. O trabalho apresenta as experiências de professoras de educação infantil de um município do interior paulista realizando atividades com crianças de quatro e cinco anos de idade. Analisamos as diferenças presentes em atividades que ocorrem com as mediações pedagógicas e as que ocorrem em sua ausência, tendo as crianças como únicos sujeitos no processo de elaboração do conteúdo cultural presente nas atividades. Estamos certo e reafirmamos uma vez mais que a principal contribuição para o campo pedagógico que extraímos da teoria histórico-cultural é a afirmação de que os processos de apropriação não ocorrem de forma direta, mas mediados pelos instrumentos e signos que afinal são produtos da atividade humana e como tal correlacionam-se com a condição genérica dos homens.
2 RESUMO 1: O TRABALHO PEDAGÓGICO COM BEBÊS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL. Eliza Maria Barbosa Unesp/Campus de Araraquara A creche foi a etapa de ensino que teve o maior crescimento no número de matrículas da educação básica no ano de 2010 segundo o censo escolar de 2010 divulgado pelo Ministério da Educação em parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira, correspondente a 09% ( novas matrículas). Esses dados reforçam, portanto, a nossa tese de que precisamos nos atentar para a educação de crianças menores de três anos a fim de que possamos promover o desenvolvimento integral destas. Ao nos reportarmos ao trabalho com bebês, especialmente, de seis meses a um ano nos vêm à mente questões relativas ao cuidado, como: troca de fraldas, alimentação, sono, etc. O trabalho pedagógico, muitas vezes, é visto de forma negativo, uma vez que, muitos acreditam que seria uma pedagogização precoce da criança e que desta forma, estaríamos nos adiantando ao processo de escolarização e privando assim, a criança de brincar e viver livremente a infância. Deste modo, nosso intento é apresentar o trabalho pedagógico com os bebês tendo como eixo o ensino. Esclarecemos que não desconsideramos o cuidado, porém estamos em defesa de uma educação que promova o desenvolvimento integral do bebê de modo a estimular e agir na atividade principal/dominante desta faixa etária, a comunicação emocional direta, proposta pelo psicólogo soviético Daniil B. Elkonin. Os psicólogos soviéticos, da escola de Vigotski, ao trabalharem com o conceito de atividade principal querem assinalar que para cada estágio do desenvolvimento humano há um tipo de atividade que é a dominante naquele período, o que não exclui a ocorrência de outras atividades neste mesmo período. Subdividimos esse trabalho em duas partes. Na primeira discutimos questões relativas ao desenvolvimento psicológico da criança pequena à luz da Psicologia Histórico-Cultural com foco no primeiro estágio: a comunicação emocional direta. A atividade comunicativa do bebê possui quatro indicadores, a saber: 1) a atenção e o interesse para com o adulto; 2) o tom emocional com que se percebe a ação do adulto; 3) os atos que a criança realiza por iniciativa própria e cujo objeto é o adulto e; 4) a sensibilidade das crianças com a atitude que o adulto torna manifesto em relação as ações dos bebês. É importante destacarmos que o adulto tem um papel decisivo no desenvolvimento infantil, uma vez que é através da estimulação, do trabalho intencional que se potencializará o desenvolvimento integral infantil. Posteriormente, trazemos algumas indicações de atividades que podem ser propostas no trabalho pedagógico na educação infantil para a faixa etária de zero a um ano. O professor de educação infantil deve ser um profissional atento às demandas desse bebê, que atue de forma intencional, de modo a produzir o humano no corpo da criança, ou seja, promover o nascimento do bebê para o mundo social. Reiteramos que o trabalho no berçário exige do professor conhecimento profundo a respeito do bebê, planejamento e avaliação. A interação com o adulto e a exploração dos sentidos da criança (objetos, músicas, livros) é a principal fonte de desenvolvimento e aprendizado nessa faixa etária. PALAVRAS-CHAVE: Psicologia Histórico-Cultural; Educação Infantil; Formação de Professores.
3 RESUMO 2: INTERAÇÕES, APRENDIZAGENS E DESENVOLVIMENTO HUMANO EM CONTEXTOS ESCOLARES PARA A INFÂNCIA. Eliza Maria Barbosa UNESP/Campus de Araraquara Compreendida por autores como Vigotski e Leontiev, a interação é o processo que assegura aos homens, a passagem das funções psicológicas em seu estado elementar para um nível de desenvolvimento superior. Os estudos empreendidos por Vigoyski, de 1928 a 1934, em colaboração com Leontiev e Luria, concentravam-se em demonstrar a origem social e mediata dos processos psicológicos superiores, partindo da crença de Vigotski, de que tais processos surgem da interação dos fatores biológicos, que são parte da constituição física do Homo sapiens, com os fatores culturais, que evoluíram através de dezenas de milhares de anos de história humana. A interação descrita evidencia a natureza social, instrumental e cultural do psiquismo humano. Explicita que os processos presentes no recém-nascido, herdados de sua condição biológica, não lhe capacitam as ações que lhes são impostas, nem mesmo aquelas diretamente ligadas à sobrevivência orgânica do ser. Tomando por base o método dialético, os estudos de Vigotski, Leontiev e Luria demonstram a impossibilidade de compreensão do comportamento atual dos homens sem se interessar pela história do comportamento dos povos primitivos (natureza histórica). Por outro lado, ao reconhecer a interação dialética dos processos psicológicos, afirmando-os como amálgama de influências naturais e culturais, estabelece-se sua natureza cultural. O aspecto instrumental explicita-se pelos estudos que demonstraram que a relação do homem com a natureza não é direta, mas mediada por instrumentos, produzidos e aperfeiçoados nas relações humanas. Neste trabalho, discutimos alguns pressupostos teóricos indicadores de que a via da humanização das crianças e de seu desenvolvimento psíquico, é a apropriação cultural dos saberes que as condições de vida e educacionais ajudam-nas a realizar. Desta compreensão, deriva-se outra específica sobre a relação entre o ensino e aprendizagem das crianças pré-escolares, demonstrada pela análise da experiência das ações de extensão desenvolvidas junto às professoras de dois Centros de Recreação de um município do interior paulista. Os referidos Centros atendem crianças de zero a seis anos e o objetivo principal daquelas ações, é oferecer às professoras uma experiência de formação/reflexão de seus fundamentos da relação entre o ensino e a aprendizagem, contrastando-os com algumas implicações pedagógicas decorrentes da teoria Histórico-Cultural, especialmente sobre o papel da educação no processo de desenvolvimento da criança. À luz desta teoria, estabelece-se uma clara diferenciação, porém não restritiva quanto às possibilidades de ações das crianças, entre o professor, alguém que domina um saber, um conhecimento sistematizado e tem condições de transmiti-los a muitos num processo multiplicativo e a criança, que se apropria do saber que lhe é transmitido de forma sistematizada e estruturada. É pela mediação social presente mesmo nas mais elementares ações de apropriação das crianças que o conhecimento se constrói para elas. Todos os objetos ou instrumentos para os quais elas dirigem suas ações de aprendizagem possuem atividade humana condensada e por meio dessas ações desenvolvem-se suas peculiaridades humanas históricas, não-naturais.
4 PALAVRAS-CHAVES: Psicologia Histórico-Cultural; Educação pré-escolar; práticas educativas. RESUMO 3: AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL E PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA PARA A CONSOLIDAÇÃO DO PROGRAMA BRASIL CARINHOSO. Eliza Maria Barbosa Unesp/Campus de Araraquara Altina Abadia da Silva- UFG/ Regional Catalão Um dos Programas do Plano Brasil Sem Miséria do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) refere-se às Creches no Brasil Carinhoso (BRASIL, 2013). O programa Brasil Carinhoso tem como objetivo ampliar o número de vagas em creches para as crianças mais pobres e garantir um atendimento de qualidade. Além de oferecer o acesso às crianças à educação, é necessário nos atentarmos também para a formação da equipe pedagógica e da equipe técnica da Secretaria Municipal de Educação. Dito de outro modo, entendemos que são necessárias ações no sentido de proporcionar a formação continuada dos agentes envolvidos no processo educacional das crianças atendidas em creche. Nesse sentido, propusemos uma ação de extensão com o propósito de articular as atividades de ensino, pesquisa e extensão, como estratégia para produzir os meios essenciais da profissionalização dos futuros psicólogos e pedagogos, especialmente os que irão atuar em contextos escolares. Buscamos desenvolver instrumentos de reflexão que favoreçam a formação dos profissionais que atuam na Educação Infantil por um lado e por outro, inserir os futuros psicólogos e pedagogos no contexto das creches, para que estes possam pensá-las e compreendê-las como espaço de onde emergem questões práticas da escola real, bem como os problemas teóricos que por ventura ainda não tenham sido elaborados cientificamente. Deste modo, temos como objetivo geral promover um processo de avaliação, reflexão e socialização dos conhecimentos da Psicologia Histórico-Cultural e Pedagogia Histórico-Crítica, ampliando as possibilidades de atuação da equipe pedagógica do Centro Municipal de Educação Infantil Santa Maria Goretti e equipe técnica da Secretaria Municipal de Educação de Goiandira/GO com o intuito de auxiliar no aprimoramento do Programa Brasil Carinhoso. Buscamos a compreensão das relações existentes no contexto da educação infantil, com destaque para a subjetividade humana, o desenvolvimento infantil e o processo educacional. Os referenciais teóricos adotados são a Psicologia Histórico-Cultural e a Pedagogia Histórico-Crítica. A metodologia pauta-se nos pressupostos metodológicos e filosóficos do materialismo histórico-dialético. As ações/atividades a serem desenvolvidas com os profissionais serão: caracterização da instituição de educação infantil e levantamento das fontes utilizadas pela equipe pedagógica para elaboração de suas práticas pedagógicas; grupo de estudos e; proposição de ações/atividades e construção de material pedagógico. O projeto terá avaliação contínua a partir de feedbacks ao final de cada encontro do grupo de estudos. Além disso, faremos uma entrevista semiestruturada com todos os profissionais da equipe pedagógica e também será solicitado aos alunos de graduação envolvidos que construam um texto enfatizando as aprendizagens que adquiriam em sua formação pessoal e profissional suscitadas pelo presente projeto. Almejamos que essa ação de extensão possa ser um caminho para se pensar o
5 atendimento à criança pequena no Brasil. Ou seja, que as creches não sejam apenas o local destinado ao cuidado da criança e o ensino seja o eixo articulador do trabalho do professor. PALAVRAS-CHAVE: Educação Infantil; Psicologia Histórico-Cultural; Pedagogia Histórico-Crítica.
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