RELATÓRIO. Dentro do prazo legal, a empresa STE Serviços Técnicos de Engenharia S/A apresentou impugnação ao Edital às fls. 349/375.



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Transcrição:

RELATÓRIO PROCESSO: 197.001395/2015 INTERESSADO: ADASA. RELATOR: Israel Pinheiro Torres ASSUNTO: Impugnação ao Edital da Concorrência 03/2015, interposta pela empresa STE Serviços Técnicos de Engenharia S/A I - DOS FATOS A Concorrência 03/2015, cujo objeto é Contratação de Consultoria Especializada para apoiar na elaboração do Plano Distrital de Saneamento Básico do Distrito Federal - PDSB, conforme condições e especificações constantes do ANEXO I PROJETO BÁSICO do edital, constante do processo nº. 197.001.395/2015, teve seu Aviso de abertura do certame publicado no DODF nº 201, de 19 de outubro de 2015 (fls. 297) e em jornais de grande circulação (fls. 298/300). Foi designado como data da abertura do certame, o dia 09 de dezembro de 2015. Dentro do prazo legal, a empresa STE Serviços Técnicos de Engenharia S/A apresentou impugnação ao Edital às fls. 349/375. Em suma, questiona a metodologia de atribuição de pontos da proposta Técnica, especialmente quanto a pontuação da experiência da empresa e dos profissionais, itens 2.1 e 2.2 do Anexo D do Projeto Básico. Argumenta que o número total de atestados que podem ser apresentados mostra-se exagerado; questiona que apenas um profissional de cada cargo será pontuado. Sobre o conteúdo dos atestados de capacidade técnica, a empresa entende que não se poderia exigir comprovação de trabalhos de elaboração de plano de resíduos, quando a Lei 8.666/93, em seu art. 30, estabelece que os atestados devem ter objeto apenas assemelhado, não idêntico. Alega, neste ponto, que a exigência de conteúdo dos atestados restringiria sobremaneira a competição. Finalmente, questiona a vedação editalícia da participação de empresas consorciadas. A Comissão Técnica responsável pela elaboração do Projeto Básico se manifestou às fls. 377/378, e a Comissão Permanente de Licitação prolatou decisão às fls.379/383 pela manutenção do Edital e de seus anexos, negando-se provimento a impugnação ofertada. Feito isso, os autos foram encaminhados à Diretoria. É o relatório Israel Pinheiro Torres Diretor 1

VOTO PROCESSO: 197.001395/2015 II DA ANÁLISE O primeiro ponto relevante à análise diz respeito à pertinente diferenciação entre os critérios de habilitação e os critérios de julgamento da proposta técnica. A empresa impugnante, já em suas linhas iniciais, argumenta que o critério de atribuição de pontuação técnica extrapola os limites do art. 30 da Lei 8.666/93. Após detida análise sobre a impugnação, a conclusão deste Relator é no sentido de que, aparentemente, a empresa deu idêntico tratamento às fases de habilitação e à fase de julgamento das propostas técnicas quando, a bem da verdade, são fases distintas do procedimento. Os art. 27 e 30 da Lei de Licitações permite à Administração estabelecer requisitos mínimos de capacitação técnica para a participação de empresas no certame. A habilitação técnica é fase anterior e necessária à abertura dos envelopes de proposta técnica; vale dizer, apenas as empresas habilitadas prosseguirão às fases seguintes. Para isso, Edital e Projeto Básico estabeleceram requisitos distintos para cada uma das fases. No Edital, a CPL entendeu por bem estabelecer os requisitos básicos, porquanto basta à licitante comprovar ter realizado trabalhos semelhantes ao objeto do certame (Item XVI do Edital). Por outro lado, a Comissão Técnica responsável por elaborar o Projeto Básico, ao estabelecer critérios de pontuação técnica, exigiu a prova de realização de trabalhos de Elaboração de Plano Municipal ou Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (fl. 248/255). Diante disso, não nos parece correta a assertiva de que os critérios de habilitação firmados no edital teriam ido além do permissivo legal. O entendimento da Comissão Permanente de Licitação corrobora: Inicialmente é oportuno que se faça a correta distinção entre a exigência de habilitação (ou qualificação) técnica e os critérios técnicos de julgamento da proposta (ou, pontuação técnica). A habilitação é regida pelos art. 27, II c/c art. 30 da Lei 8.666/93. A habilitação é pressuposto para o prosseguimento da licitante à fase seguinte, com abertura dos envelopes de técnica e de preço. Notadamente, são distintos os requisitos de habilitação técnica e de pontuação técnica. Sobre habilitação, deve a licitante atentar-se para os requisitos do item XVI do Edital, onde se exige da empresa e do profissional atestado de capacidade técnica (...) comprovando ter o licitante executado serviços de características semelhantes aos serviços detalhados neste Projeto Básico... (fl. 234 grifo nosso). Ou seja, a suposta alegação de que o Edital exigiria a prova de serviços de Elaboração de Plano de Resíduos como quesito de habilitação técnica é equivocada, porquanto, ao que 2

parece, a empresa impugnante confundiu critérios de habilitação com critérios de julgamento da proposta técnica. Feita esta digressão, nos resta examinar os demais questionamentos insculpidos na Impugnação, em especial, se os critérios de pontuação técnica são capazes de frustrar a competitividade que se espera do certame. A empresa STE Serviços Técnicos de Engenharia S/A entende que a exigência de realização de planos de gestão integrada de resíduos (Anexo D do projeto Básico) seria capaz de restringir, sobremaneira, a competitividade, porquanto poucas empresas no país teriam realizado tais trabalhos. Na impugnação, diz-se que apenas 3,7 empresas teriam capacidade de lograr a pontuação máxima. A Comissão Permanente de Licitação, acertadamente, remeteu os autos à Comissão Técnica criada pela Portaria 09/2015, cujas atribuições incluem a análise de Impugnações ao Edital (Art. 4º, II da mencionada Portaria). Sob uma análise eminentemente técnica, a equipe refutou a tese defendida na impugnação. Esclareceu-se, no Despacho da Comissão, que os cálculos da empresa teriam levado em consideração apenas as empresas que, em tese, teriam capacidade de alcançar nota máxima em todos os quesitos. Ainda assim, a impugnante entendeu que quase quatro empresas poderiam fazêlo. Em esclarecedora resposta, disse a Comissão Técnica: Analisando a impugnação, percebe-se que a empresa questiona a exigência de prévia realização de plano integrado de gestão de resíduos, tentando fazer transparecer que tal objeto é inédito ou, quando muito, raro, dentre as empresas do ramo. A verdade é que existe um número relativamente grande de empresas com experiência na área, o que fica evidenciado pelo simples fato de haver nos autos do processo ampla pesquisa de mercado realizada entre empresas do ramo, todas com experiência prévia no objeto desta Concorrência. Quando a impugnante diz que menos de 4 empresas seriam capazes de lograr comprovação nas exigências de pontuação técnica, na verdade, a impugnante tomou por base os requisitos para alcançar a pontuação máxima. Os próprios critérios de cálculo da impugnante são duvidosos, já que não se esclarece como chegaram no número de 3,7 empresas E arremata: Os trabalhos exigidos no Anexo D do Projeto Básico, de fato, não são hodiernos, simplórios. Pelo contrário, trata-se de serviço de alta complexidade. Isso não significa, entretanto, que não existam empresas do ramo. O certo é que, quanto mais específico o objeto, menos empresas estarão aptas à realizá-lo. Isso não impede a concorrência, apenas limita seu âmbito. As limitações, por certo, não são causadas pelo projeto básico, senão pela própria singularidade do objeto. Dada a complexidade e especificidade do objeto da contratação não poder-se-ia esperar um número altíssimo de participantes. Na realidade, a própria impugnante, ao afirmar que quase quatro empresas estariam aptas a alcançar pontuação máxima, acaba por reafirmar o caráter 3

competitivo do certame. Por outro lado, andaram bem a CPL e a Comissão Técnica quando esclareceram que o cálculo da impugnante leva em consideração a pontuação máxima. É claro que a Administração não exige pontuação máxima de todas as empresas, tendo sido estabelecido um critério de julgamento que contempla a atribuição gradativa de pontos aos licitantes que, mesmo sem obter 100% dos pontos, terão seus trabalhos contemplados na distribuição de pontos. Nesta mesma linha, a própria existência de ampla pesquisa de mercado (para formação do preço estimado) ratifica existirem um razoável número de empresas que tenham realizados trabalhos de gestão integrada de resíduos. Naturalmente, objetos mais simples admitem um maior número de participantes, enquanto objetos mais específicos sofrem restrição natural do mercado. Tal restrição, entretanto, não significa ausência de competitividade, mesmo porque, a competitividade deve ser examinada dentro daquele ramo específico de mercado. Assim, o entendimento estabelecido pela Comissão Técnica e referendado pela Comissão de Licitação mostra-se acertado e não merece retificação. O impugnante tratou de outras questões, que também merecem ser examinadas. Quanto ao número de atestados a serem apresentados, bem como à pontuação de um único profissional, conforme posto no Projeto Básico, tratam-se de questões que se inserem no poder discricionário e em que nada prejudicam a avaliação de pontuação técnica e em nada restringem a competitividade. A apresentação de diversos atestados, inclusive, mostra-se como ampliador da concorrência porquanto permite aos licitantes ganharem pontos em diversas frentes. Finalmente, no que tange à vedação de empresas em consórcio, a CPL explanou os motivos da vedação, conforme se segue: Quanto à vedação de participação de empresas em consórcio, sua admissibilidade circunscreve-se no âmbito do poder discricionário da Administração Pública, não configurando uma obrigação legalmente estabelecida. Além disso, a permissão, pela Administração, de participação de empresas em consórcios não representa, por si só, garantia de ampliação de competitividade, ao contrário, pode acarretar, em muitos casos, efeitos danosos à concorrência, na medida em que as empresas associadas deixariam de competir entre si, o que nos parece ser a situação ora tratada. 4

III DO FUNDAMENTO LEGAL Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993, Edital de Concorrência ADASA nº 03/2015. IV DA DECISÃO Ante o exposto e considerando as demais informações constantes do Processo em epígrafe, submeto o presente à análise da Diretoria Colegiada, conhecendo da impugnação interposta pela STE Serviços Técnicos de Engenharia S/A, eis que tempestivo, e, no mérito negolhe provimento, mantendo assim a decisão da Comissão Permanente de Licitação por seus próprios méritos. Israel Pinheiro Torres Diretor da Adasa 5