CÍRCULO DE CULTURA: CONTRIBUIÇÕES PARA CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA E DA CRIATIVIDADE



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Transcrição:

CÍRCULO DE CULTURA: CONTRIBUIÇÕES PARA CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA E DA CRIATIVIDADE Ana Elídia Torres Ana Maria Rodrigues de Carvalho annaelidia@hotmail.com Faculdade de ciências e letras - Universidade Estadual Paulista - UNESP Brasil 2010

O presente trabalho tem por objetivo fomentar a discussão sobre as possibilidades de usar o Círculo de Cultura como ferramenta para a superação (ou ao menos, provocar distanciamento) de um processo de alienação do sujeito, presente no sistema capitalista. O debate surge a partir de experiências desenvolvidas pela equipe da Incubadora de Cooperativas Populares da UNESP Núcleo de Assis, junto às cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis no Oeste Paulista. Considerando que o cooperativismo popular atual também se apresenta como alternativa ao desemprego, muitos trabalhadores, inicialmente, só vêem neste espaço uma possibilidade de renda. O fato de entrarem nesses empreendimentos que se baseiam nos valores da Economia Solidária não garante uma reflexão sobre o novo processo de trabalho, já que fora dali, em todos os outros âmbitos da sociedade o que prevalece são os valores capitalistas, baseados na competição e no individualismo, promovendo alienação. Aqui, o que se compreende por alienação é falta de consciência crítica, falta de consciência dos problemas sociais, políticos e intelectuais; situação do homem enquanto despojado do que constitui seu ser exencial, sua razão de ser e de viver. O trabalho acompanha a vida da pessoa, no começo se prepara para depois trabalhar, quando adulto tudo gira em torno do trabalho, e depois se acostuma e se aprende a sair dele. Ou seja, o trabalho faz cada vez mais parte da vida, ele produz subjetividade, e pode promover saúde ou doença: Segundo Dejours: O trabalho é aquilo que implica, do ponto de vista humano, o fato de trabalhar: gestos, saber-fazer, um engajamento do corpo, a mobilização da inteligência, a capacidade de refletir, de interpretar e de reagir às situações; é o poder de sentir, de pensar e de inventar, etc. 1 O modo de produção que prima à acumulação de capital, é um modelo criado e apropriado pela sociedade capitalista, e está presente há tanto tempo que parece "natural", ou que sempre existiu. Esse modelo produz uma subjetividade regulada por competição, individualismo, alienação e passividade, como mostra o trecho da música de Juraildes Da Cruz que se chama Desatando Nó : 1 DEJOURS, C. Subjetividade, Trabalho e Ação. p 27 34. In:.Revista Produção, v. 14, n. 3, Set./Dez. 2004.

Quando ele nasceu Não disseram que era assim A lei do mais esperto Cada um pra si[...] O sistema capitalista impera como sistema econômico e organizador da vida social no mundo ocidental, há mais de dois séculos. Sua essência esta embasada na lei de sobrevivência do mais apto; lei essa, contraria à uma possível forma coletiva de organizar a vida. Esse sistema cria valores e princípios que não se limitam à economia, mas alcançam à construção de uma lógica que se faz presente na cultura, nas relações sociais, no trabalho e principalmente na constituição da subjetividade dos sujeitos. A idéia de sobrevivência "apenas" dos mais aptos e da lei de "cada um por si" traz nesse sistema a forma competitiva de encarar o mundo. Competição, no capitalismo, é um valor que, na teoria, alavanca a sociedade; mas na prática a competição alavanca alguns (poucos) sob a espoliação de outros (a maioria), como fica claro na fala de Singer: A apologia da competição chama a atenção apenas para os vencedores, a sina dos perdedores fica na penumbra. O que acontece com os empresários e empregados das empresas que quebram?e com os pretendentes que não conseguem emprego? Ou com os vestibulandos que não entram na universidade? Em tese, devem continuar tentando competir, para ver se se saem melhor da próxima vez. Mas, na economia capitalista, os ganhadores acumulam vantagens e os perdedores acumulam desvantagens nas competições futuras. 2 Contrapondo aos valores do sistema hegemônico surge a Economia Solidária, que tem enfoque na lógica "inclusiva" e não na lógica competitiva e individualista. Segundo Singer: 2 SINGER, P. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2002. p. 8.

A Economia Solidária foi concebida para ser uma alternativa superior por proporcionar às pessoas que a adotam, enquanto produtoras, poupadoras, consumidoras, etc., uma vida melhor. Vida melhor não apenas no sentido de que possam consumir mais com menor dispêndio de esforço produtivo, mas também melhor no relacionamento com familiares, amigos, visinhos, colegas de trabalho, colegas de estudo etc., na liberdade de cada um de escolher o trabalho que lhe dará mais satisfação; no direito à autonomia na atividade produtiva, de não ter de se submeter a ordens alheias, de participar plenamente das decisões que o afetam; na segurança de cada um saber que sua comunidade jamais o deixará desamparado ou abandonado. 3 Essas duas óticas econômicas são pautadas por valores opostos, mas estão presentes intercaladamente, ou às vezes, simultaneamente no cotidiano das cooperativas. Apesar dos trabalhadores estarem em um empreendimento solidário, estão em uma sociedade capitalista, e o impasse entre essas duas possibilidades tão diferentes é constante na cooperativa. Trabalha-se aqui com a idéia de que tanto a subjetividade quanto a cultura dos sujeitos, e até mesmo de uma instituição, são socialmente produzidas. Por isso, na maioria das vezes, a velha ordem administrativa hierárquica e a organização do processo de trabalho da lógica dominante continuam produzindo subjetividade, mesmo quando se invocam dispositivos de mudança. É importante que ocorra o debate entre os valores capitalistas e os valores solidários, para que não se reproduza a alienação também nos empreendimentos pautados no cooperativismo e na solidariedade. Dentro das coopertivas e associações vimos a oportunidade de usar o Círculo de Cultura como momento desse debate, e fazer dele um espaço para um possível distanciamento da alienação e uma aproximação da autonomia, onde questiona-se a subjetividade formada no sistema capitalista e cria-se um novo modo de subjetivação, com sujeitos ativos e conscientes de suas práticas sociais, políticas e econômicas. O Círculo de cultura é o método de discussão criado por Paulo Freire que possibilita ensino e aprendizagem no seu sentido mais amplo, no qual todas as pessoas participantes desse processo podem pesquisar, pensar, praticar, refletir, sentir, ser, agir, intervir e avaliar o seu fazer. Nesse espaço é importante romper 3 Idem. p. 114 115.

com as formas tradicionais de transferência de conhecimento e buscar a construção deste, onde todos aprendem e ensinam, e o que cada sujeito traz de si faz parte do processo de apropriação do assunto. O Círculo de Cultura traz como sugestão o uso da linguagem com formas expressivas diversificadas, utilizando além da linguagem falada (tradicional), o teatro, música, dança, argila, e outros, mas sempre num movimento participativo. Tudo isso com o objetivo de fazer reflexões mediadas por atividades que promovam sujeitos ativos e não mais sujeitos levados pela passividade, como na velha ordem educacional discursiva. A construção coletiva de conhecimento pressupõe estimular as trocas, potencializar os vários olhares, incentivar a criatividade, pensar nas vivências como potencialidades e buscar questionamentos e respostas no grupo de trabalho. Nesse sentido, o Círculo de Cultura pode contribuir para distanciar os sujeitos de uma consciência ingênua e alcançar a consciência crítica, potencializando as novas configurações de trabalho de modelo autogestionário. Visando fortalecer a autogestão, e pensando que esse modo de gestão só é possível com sujeitos críticos e autônomos, um processo de educação permanente, por meio do Círculo de Cultura, apresenta-se como uma estratégia pertinente no trabalho com grupos populares. Atualmente, este espaço na Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Assis e Região - COOCASSIS vem possibilitando discussões ou "bate-papos", como os cooperados gostam de chamar, colocando em pauta temas sobre o cotidiano de trabalho na Cooperativa, os valores cooperativistas, o contexto social, econômico e político, bem como sobre vários aspectos que possam ajudar na construção de uma consciência mais critica, que conseqüentemente, contribui para a constituição de sujeitos mais autônomos e criativos. REFERÊNCIAS DEJOURS, C. Subjetividade, Trabalho e Ação. p 27 34. In:.Revista Produção, v. 14, n. 3, Set./Dez. 2004.

DUARTE, N. Formação do indivíduo, consciência e alienação: o ser humano na psicologia de A. N. Leontiev. Cadernos Cedes, (62)24, 2004 FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967. SINGER, P. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2002.