O DIREITO NOS MANUSCRITOS DO JOVEM MARX * RIGHT IN THE MANUSCRIPTS OF YOUNG MARX



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Transcrição:

O DIREITO NOS MANUSCRITOS DO JOVEM MARX * RIGHT IN THE MANUSCRIPTS OF YOUNG MARX Éder Ferreira Lauren de Miranda Celestino RESUMO A presente pesquisa situa-se no campo dos fundamentos do direito, pois pretende localizar nos Manuscritos Econômico-Filosóficos, de Karl Marx, uma teorização do fenômeno jurídico. Trata-se de pesquisa exploratória, quanto aos objetivos, e de pesquisa bibliográfica, quanto às fontes e aos procedimentos de coleta de dados. Como fonte de pesquisa será utilizado, pois, o Primeiro Manuscrito Econômico-Filosófico produzido pelo jovem Marx, em 1843. A análise da fonte consistirá em revisão teórica centrada na categoria direito. Espera-se, com a realização da pesquisa, a produção de conhecimento novo quanto à teoria sociológica do direito que servirá de embasamento para futuras pesquisas, sobretudo na sub-área da Sociologia Jurídica. PALAVRAS-CHAVES: DIREITO, ALIENAÇÃO, ESTADO, MARXISMO. ABSTRACT This research is situated in the field of the foundations of law, because you want to find in the Economic and Philosophical Manuscripts of Karl Marx, a theory of legal phenomenon. This is an exploratory survey of the aims, and literature, the sources and procedures for data collection. As a source of research will be used, therefore the First Economic and Philosophical Manuscripts produced by the young Marx in 1843. The supply analysis is to review theoretical centered in category "right". It is expected, with the research, the production of new knowledge about the sociological theory of law to serve as a foundation for future research, especially in sub-area of Sociology of Law. KEYWORDS: LAW, ALIENATION, STATE, MARXISM. 1. INTRODUÇÃO O presente estudo situa-se no campo dos fundamentos do direito, na medida em que pretende localizar nos Manuscritos Econômico-Filosóficos de Karl Marx uma teorização do fenômeno jurídico. * Trabalho publicado nos Anais do XVIII Congresso Nacional do CONPEDI, realizado em São Paulo SP nos dias 04, 05, 06 e 07 de novembro de 2009. 7205

Trata-se de pesquisa exploratória, quanto aos objetivos, e de pesquisa bibliográfica, quanto às fontes e aos procedimentos de coleta de dados. Como fontes de pesquisa foram utilizados, pois, os Manuscritos Econômico-Filosóficos produzidos pelo jovem Marx de1843 a 1844. A análise das fontes consistiu em revisão teórica centrada na categoria direito. Com a realização da pesquisa foi possível a produção de conhecimento novo quanto à teoria sociológica do direito que servirá de embasamento para futuras pesquisas, sobretudo na sub-área da Sociologia Jurídica. Os objetivos da pesquisa foram identificar a concepção do fenômeno jurídico nos Manuscritos Econômico-Filosóficos do jovem Marx (1843/1844); listar os manuscritos do jovem Marx e sua relevância; descrever o momento histórico da produção dos Manuscritos Econômico-Filosóficos do jovem Marx; elencar os impactos dos Manuscritos Econômico-Filosóficos do jovem Marx para a ciência e para a sociedade; analisar os Manuscritos Econômico-Filosóficos de Marx, a partir da categoria direito ; estabelecer relações entre os Manuscritos Econômico-Filosóficos de Marx e a ciência do direito. Justifica-se a realização deste estudo quanto à sua relevância: para o direito; para a comunidade; para a ciência; para as profissões jurídicas. A relevância para o direito diz respeito à possibilidade de apresentação de resultados positivos decorrentes de uma práxis profissional alternativa à concepção positivista, o que pode auxiliar o processo de reforma da educação jurídica superior e do judiciário. Quanto à comunidade, a realização da pesquisa poderá explicitar a importância da concepção marxiana do direito para o enfrentamento das questões do cotidiano, assim como para a formação de uma nova cultura jurídica, a partir da crítica da realidade social, uma vez que os direitos estão pré-figurados nas demandas sociais (COUTINHO, 2005). Quanto à ciência, será construído conhecimento novo, isto é, fidedigno e relevante teórica e socialmente (LUNA, 2002), já que os Manuscritos Econômico-Filosóficos não constituem textos sobre os quais se concentram os esforços da ciência jurídica. Por fim, quanto às profissões jurídicas, os resultados da pesquisa podem servir de incentivo à construção/desconstrução/reconstrução cotidiana dos processos de trabalho, visando à sedimentação de um projeto coletivo de trabalho e, por conseguinte de transformação social. 2. O JOVEM MARX Economista, filósofo e socialista alemão, Karl Marx nasceu em Treves, em 5 de Maio de 1818, e morreu em Londres, a 14 de Março de 1883. Estudou na universidade de 7206

Berlim, principalmente a filosofia hegeliana, doutorando-se em Iena, em 1841, com a tese Sobre as diferenças da filosofia da natureza de Demócrito e de Epicuro, mostrando-se com um posicionamento diverso ao de Hegel. Em 1842 assumiu a chefia da redação da Gazeta Renana, demonstrando uma incrível maturidade política, onde seus artigos radical-democratas irritaram as autoridades. Em 1843, mudou-se para Paris, editando em 1844 o primeiro volume dos Anais franco-alemães, órgão principal dos hegelianos da esquerda. Entretanto, logo rompeu com os líderes deste movimento, Bruno Bauer e Ruge. Em 1844, conheceu, em Paris, Friedrich Engels, começando uma amizade íntima para a vida toda. Foi, no ano seguinte, expulso da França, radicando-se em Bruxelas e participando de organizações clandestinas de operários e exilados. Ao mesmo tempo em que na França estourou a revolução[1], em 24 de fevereiro de 1848, Marx e Engels publicaram o folheto O Manifesto Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada marxista. Pode-se citar a doutrina de Hegel, o materialismo de Feuerbach, o socialismo utópico francês (representado por Saint-Simon, Louis Blanc e Proudhon) e a economia política clássica britânica (representada por Adam Smith e David Ricardo) como algumas das principais leituras e estudos feitos por Marx. Ele estudou profundamente todas essas concepções ao mesmo tempo em que as questionou e desenvolveu novos temas, de modo a produzir uma profunda reorientação no debate intelectual europeu. Dizem-se pertencentes à juventude de Marx, os estudos e publicações do período entre 1841 a 1848 onde predominam escritos mais voltados para a filosofia pura. Entre os primeiros trabalhos de Marx, foi antigamente considerado como o mais importante o artigo Sobre a crítica da Filosofia do direito de Hegel, de 1844, primeiro esboço da interpretação materialista da dialética hegeliana. Só em 1932, foram descobertos e editados, em Moscou, os Manuscritos Econômico-Filosóficos, redigidos em 1844 e deixados inacabados. É o esboço de um socialismo humanista, que se preocupa principalmente com a alienação do homem[2]. Em 1888 Engels publicou as Teses sobre Feuerbach, redigidas por Marx em 1845, rejeitando o materialismo teórico e reivindicando uma filosofia que, em vez de só interpretar o mundo, também o modificasse. Marx e Engels escreveram juntos, em 1845, A Sagrada Família, contra o hegeliano Bruno Bauer e seus irmãos. Também foi obra comum A Ideologia alemã (1845-46), que por motivo de censura não pôde ser publicada (edição completa só em 1932)[3]. Marx, sozinho, escreveu A Miséria da Filosofia (1847), a polêmica veemente contra o anarquista francês Proudhon. A última obra comum de Marx e Engels foi, em 1847, O Manifesto Comunista, breve resumo do materialismo histórico e apelo à revolução. 3. MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS 7207

O trabalho é considerado por Marx como categoria ontológica na medida em que se caracteriza como processo pelo qual o homem distingue-se da natureza, originando o ser social. Faz-se importante, pois, caracterizar o que vem a ser a natureza para, então, apresentar em que se diferencia do ser social fundado pelo trabalho. A natureza constitui-se por ser inorgânico composto pelo mundo mineral e ser orgânico composto por animais e vegetais. De acordo com Lessa (1999, p. 21), do mesmo modo que os vegetais alimentam-se de minerais e os animais alimentam-se de vegetais e minerais, os homens dependem da relação com a natureza para existir, inclusive pela própria necessidade de reprodução biológica dos indivíduos (procriação). Contudo, o ser social é distinto do mundo natural porque, se na esfera da vida a evolução se faz pelo desaparecimento e surgimento de novas espécies de plantas ou animais, a história humana é o surgimento, desenvolvimento e desaparecimento de relações sociais (LESSA, 1999, p. 21). O ser social, assim, não obstante sua base natural necessária, diferencia-se da natureza, mas necessita de constante relação com ela para produzir sua existência. Desse intercâmbio entre a sociedade e a natureza resultam bens, fruto da atividade humana sobre matérias naturais que são transformadas em produtos que atendam às necessidades do homem. Essa atividade humana transformadora da natureza denomina-se trabalho e constitui a base da atividade econômica, uma vez que torna possível a produção de quaisquer bens. A esse respeito, Marx escreveu: [...] O trabalho é um processo entre o homem e a natureza, um processo em que o homem, por sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo com a natureza. [...] Não se trata aqui das primeiras formas instintivas, animais de trabalho. [...] Pressupomos o trabalho numa forma em que pertence exclusivamente ao homem. Uma aranha executa operações semelhantes à do tecelão e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construção dos favos de suas colméias. Mas o que distingue, de antemão, o pior arquiteto da melhor abelha é que ele construiu o favo em sua cabeça, antes de construí-lo em cera. No fim do processo de trabalho obtém-se um resultado que já no início deste existiu na imaginação do trabalhador, e portanto idealmente. Ele não apenas efetua uma transformação da forma da matéria natural; realiza, ao mesmo tempo, na matéria natural, o seu objetivo. [...] Os elementos simples do processo de trabalho são a atividade orientada a um fim ou o trabalho mesmo, seu objeto e seus meios. [...] O processo de trabalho [...] é a atividade orientada a um fim para produzir valores de uso, apropriação do natural para satisfazer a necessidades humanas, condição universal do metabolismo entre o homem e a natureza, condição natural eterna da vida humana e, portanto, [...] comum a todas as suas formas sociais. (MARX, 1983, p. 149-150, 153) Então, o que diferencia o trabalho humano das atividades naturais é a intencionalidade do sujeito, é o fato de o trabalho ser uma atividade teleologicamente direcionada, isto é, 7208

o homem antes de iniciar sua atividade prefigura o resultado de sua ação, o que caracteriza o trabalho como uma objetivação do sujeito que o efetua. Lukács assevera essa discussão no sentido de que a realização do trabalho só se dá quando essa prefiguração ideal se objetiva, isto é, quando a matéria natural, pela ação material do sujeito, é transformada (NETTO e BRAZ, 2006, p. 32). O trabalho é, pois, a atividade humana intencionada a um fim (teleológico) que transforma matéria natural em um produto apto a satisfazer uma necessidade (valor de uso[4]); e ao transformar a natureza, o homem se transforma. Podemos sintetizar a definição do trabalho do seguinte modo: O trabalho é o processo constituído de prévia ideação e objetivação por meio do qual o homem transforma a natureza visando atender a uma necessidade pré-existente e tem sempre como resultado um objeto material. Neste processo transformador, o homem estabelece relações com a natureza e com outros homens o que constitui, pois, o processo histórico. Ricardo Antunes retoma a interpretação de Lukács sobre este o trabalho que origina uma dupla transformação: Por um lado, o próprio homem que trabalha é transformado pelo seu trabalho; ele atua sobre a natureza; desenvolve as potências nela ocultas e subordina as forças da natureza ao seu próprio poder. Por outro lado, os objetos e as forças da natureza são transformados em meios, em objetos de trabalho, em matérias-primas etc. O homem que trabalha utiliza as propriedades mecânicas, físicas e químicas das coisas, a fim de fazêlas atuar como meios para poder exercer seu poder sobre outras coisas, de acordo com sua finalidade. (LUKÁCS apud ANTUNES, 2003, p. 125) Essa dupla transformação de que fala Lukács consiste em que homem e natureza, ambos são modificados quando da intervenção do homem sobre a natureza, por meio do trabalho, para produzir os bens necessários a sua sobrevivência. A natureza sofre um processo de humanização, pois além de oferecer matéria-prima para as atividades do homem, incorpora os objetos produzidos por ele. Já o homem, ao atuar sobre a natureza, incorpora conhecimentos transmitidos por gerações por meio da educação e cultura, como também cria novas idéias e necessidades, que tornam-se tão importantes quanto as suas necessidades básicas. Isso permite ao homem a capacidade de inovação de idéias e de formas de executá-las, sem a necessidade de retorno a estaca zero do conhecimento. Por isso o trabalho possui um caráter central na teoria marxiana, ou seja: O trabalho mostra-se como momento fundante de realização do ser social, condição para sua existência; é ponto de partida para a humanização do ser social e o motor decisivo do processo de humanização do homem. Não foi outro o significado dado por Marx ao enfatizar que: Como criador de valores de uso, como trabalho útil, é o trabalho, por isso, uma condição de existência do homem, independentemente de todas 7209

as formas de sociedade, eterna necessidade natural de mediação do metabolismo entre homem e natureza e, portanto, vida humana. Essa formulação permite entender o trabalho como a única lei objetiva e ultra-universal do ser social, que é tão eterna quanto o próprio ser social; ou seja, trata-se também de uma lei histórica, à medida que nasce simultaneamente com o ser social, mas que permanece ativa apenas enquanto esse existir. (ANTUNES, 2003, p. 125) Logo, o trabalho deve ser compreendido como atividade essencialmente humana, responsável pela humanização do homem e que constitui condição sem a qual não existe esse homem, já que tem a função de mediação da relação homem e natureza na produção de sua existência material, caracterizada pela produção de valores de uso. Lessa (1999, p. 21-24), ao abordar o trabalho enquanto categoria ontológica do ser social, utilizou o fértil exemplo de um homem que necessitava abrir um coco. O homem imagina diversas formas de abrir o coco, tais como: 1) atirando-o ao chão; 2) pondo-lhe fogo; 3) utilizando os dentes; 4) ou mediante a construção de um machado. A escolha da melhor alternativa pelo homem deu-se a partir da imaginação ou prévia ideação do resultado esperado em cada uma das alternativas possíveis. Assim, uma vez escolhida uma alternativa, o homem irá objetivá-la, isto é, levará a alternativa à prática. No exemplo acima, o homem optou por construir um machado. No processo de construção do machado, o homem transformou a natureza, isto é, converteu a madeira e a pedra em uma ferramenta. Mas o homem também se transformou na medida em que aprendeu a construir um machado e, na construção de outros machados, a partir do uso do primeiro, poderá saber qual a melhor madeira e a pedra mais adequada para a produção não só de uma ferramenta de boa qualidade, mas também a melhor pedra ou madeira para construção de um abrigo, por exemplo. Além disso, passam a existir outras necessidades: antes a necessidade era abrir um coco, agora passam a ser necessidades a construção e a manutenção de machados e o ensino da técnica de fabrico e conservação da ferramenta. Vale ressaltar, ainda, que o processo de trabalho e, conseqüentemente, de produção da existência humana é um processo essencialmente social porque o homem não vive isoladamente, necessitando sempre de outros homens para produzir os bens necessários à sua sobrevivência. Dessa necessidade humana de viver em coletividade, impõe-se sua organização para produzir não só os bens materiais necessários à sua sobrevivência (artefatos, alimentos, instrumentos...), como também leis, costumes e valores. O Primeiro Manuscrito Trabalho Estranhado e Propriedade Privada, do texto em estudo, trata do tema do trabalho estranhado, das relações de estranhamento do homem com o seu trabalho a partir da lógica da produção do capitalismo. A partir da própria economia, com suas próprias palavras, constatamos que o trabalhador baixa à condição de mercadoria (...) e que no final das contas, toda a sociedade tem de decompor-se nas duas classes dos proprietários e dos trabalhadores sem propriedade. (MARX, 2004, p.79) 7210

Nota-se que o trabalho realizado para a produção de mercadorias é um trabalho estranhado. O homem ao produzir não mais para a própria utilização, mas voltado para a acumulação, troca, faz com que o trabalho se torne um objeto, uma existência externa, alheia, independente dele que o produziu. De modo que quanto mais valorizado o produto se torne, mais desvalorizado será o homem. Cita o autor: O trabalhador se torna tanto mais pobre quanto mais riqueza produz, quanto mais a sua produção aumenta em poder de extensão. O trabalhador se torna uma mercadoria tanto mais barata quanto mais mercadorias cria. Com a valorização do mundo das coisas (Sachenwelt) aumenta em proporção direta a desvalorização do mundo dos homens (Menschenwelt). (MARX, 2004, p.80) Esse trabalho é a origem da propriedade privada, pois os frutos do trabalho pertencem efetivamente a outro homem, que não o trabalhador. A externalidade do trabalho aparece para o trabalhador como se [o trabalho] não lhe pertencesse, como se ele no trabalho não pertencesse a si mesmo, mas a um outro. (MARX, 2004, p.83) A autonomização dos produtos do trabalho frente ao trabalhador só é possível porque esse mesmo trabalhador foi privado tanto dos objetos necessários a sua subsistência quanto dos objetos necessários à realização do trabalho. Por isso, o seu produto é propriedade do capital, ficando sob o domínio deste. Podemos afirmar, então, que o trabalho humano na sociedade capitalista é trabalho alienado porque: 1. O homem se separa dos frutos de seu trabalho (transformados em mercadoria) que são apropriados pelos burgueses; 2. Os frutos do trabalho se apresentam como algo exterior ao indivíduo. Não são reconhecidos como parte constitutiva da humanidade porque o trabalho não está voltado para a satisfação das necessidades humanas; 3. O homem é transformado em ser genérico. O trabalho que poderia realizá-lo (categoria ontológica) é transformado em trabalho alienado (meio de subsistência); 4. O homem está alienado dos outros homens. Não se reconhecem mais como agentes da história, mas como rivais que competem no mercado. A história e a própria vida social são vistas de modo natural. Reconhecê-las como elementos naturalizados significa excluir qualquer possibilidade de transformação uma vez que o que é natural não depende da ação humana. 7211

A alienação, para Marx, é a ação ou estado pelo qual um indivíduo/grupo/ instituição/sociedade torna-se ou permanece alheio aos frutos de sua atividade, à natureza em que vive, a outros seres humanos e a si mesmo (BOTTOMORE, 2001, p.05); é um estado marcado pela negatividade, situação que só poderia ser corrigida pela oposição de um estado determinado pela positividade emancipadora, cuja dimensão seria, por sua vez, completamente compreendida a partir da supressão do estágio alienado (RANIERI, 2004, p.15). Primeiro, que o trabalho é externo ao trabalhador, isto é, não pertence ao seu ser, que ele não se afirma, portanto, em seu trabalho, mas nega-se nele, que não se sabe bem, mas infeliz, que não desenvolve nenhuma energia física e espiritual livre, mas mortifica sua physis e arruína o seu espírito. O trabalhador só se sente, por conseguinte e em primeiro lugar, junto a si [quando] fora do trabalho e fora de si [quando] no trabalho. Está em casa quando não trabalha e, quando trabalha, não está em casa. O seu trabalho não é portanto voluntário, mas forçado, trabalho obrigatório. (...) Assim, como religião e auto-atividade de fantasia humana, do cérebro e do coração humanos, atua independentemente do indivíduo e sobre ele, isto é, como atividade estranha, divina ou diabólica, assim também a atividade do trabalhador não é a sua auto-atividade. Ela pertence a outro, é a perda de si mesmo (MARX, 2004, p. 82-83). Por fim, conclui Marx que o trabalho exterior, o trabalho no qual o homem se aliena é um trabalho de sacrifício de si mesmo, de mortificação (MARX, 2004, p. 83). E, então, privado tanto dos meios que permitem realizar o trabalho, quanto dos meios de subsistência, o trabalhador se torna servo de seu próprio produto, tendo que se afastar dele. Através do trabalho estranhado o homem engendra (...) o seu próprio produto para a perda, um produto não pertence a ele, ele engendra também o domínio de quem não produz sobre a produção e sobre o produto. Tal como estranha de si a própria atividade, ele apropria para o estranho a atividade não própria deste. (MARX, 2004, p. 87) Tudo isso esconde uma real relação social de dominação, relação entre pessoas em condições desiguais na sociedade. E é essa desigual situação que imprime autonomia às coisas frente ao trabalhador; e que possibilita o seu estranhamento. 4. O DIREITO EM MARX 7212

Primeiramente, antes de analisar o Direito sob a visão de Marx, deve-se compreender o conceito de sociedade, uma vez que foi a partir desta que houve a possibilidade de pensar aquele. Segundo Marx, a sociedade é entendida com base em dois conceitos fundamentais: infra-estrutura base econômica, relações de produção; e superestrutura - formas jurídicas, políticas e as idéias representativas de cada sociedade. Sendo que a primeira também denominada estrutura econômica determina a segunda também conhecida consciência social. Pode-se afirmar, portanto, que tanto a sociedade quanto o Estado são determinados pelo tipo de produção da vida material desenvolvida. É importante ressalvar, ainda, que há uma classe social que é detentora da posse dos meios de produção e mantém uma relação de dominação sobre as demais classes. Dominação que não se restringe apenas à questão material, mas também do pensamento. Essa relação de dominação conduz o homem ao estranhamento. A sociedade do capital, visando sempre à produção de mercadorias, faz com que a sociedade se divida entre proprietários (donos dos meios de produção) e trabalhadores (produtores de mercadorias). E então dividida, começa-se o processo de estranhamento que atinge a classe dos trabalhadores. Uma vez empregado, cabe ao trabalhador produzir objetos, mercadorias e é esse o processo que aprisiona o homem e o faz escravo do próprio trabalho. Passa a maior parte de sua vida trabalhando, o que nos permite afirmar que esta pertence aos objetos que produz. O problema, porém, é que esses objetos não lhe pertencem, e então a própria vida torna-se estranha. Foi sob essa ótica de poder que Karl Marx elaborou uma tese em que o Direito, como regra de conduta coercitiva, encontra sua origem na ideologia da classe dominante, que é precisamente a classe burguesa. O Direito surge, portanto, para camuflar, ocultar os conflitos, visa conter a classe trabalhadora da revolução. Faz-se necessário lembrar que o Direito não é o efeito exclusivo da vontade da classe econômica e sim a síntese de um processo dialético de conflito de interesses entre as classes sociais, que Marx denominava de luta de classes. E aí se insere a Sociologia Jurídica com o intuito de explicar as causas e os efeitos do Direito, uma vez que este se mistura com os fenômenos sociais, construindo e organizando uma hierarquia social em que o poder é exercido de forma legítima pela classe dominante, que é de fato quem legisla, ainda que não ilimitadamente em razão da resistência da classe operária. Marx acreditava existir uma influência excessivamente forte do poder econômico sobre o Direito, atingindo também a cultura, a história e as relações sociais. Com a Revolução Francesa, ao lado das revoluções industriais, torna-se urgente a regulação das relações sociais, surgindo então o direito comercial e mais adiante o direito do trabalho, configurando-se este num autêntico direito de classes. Assim, a dominação econômica de uns poucos sobre tantos outros se legitima por intermédio de um Estado de Direito, cujo princípio basilar é a lei. Não se pode esquecer, como lembra Marx, que o processo de dominação encontra suas raízes na origem da humanidade, haja vista que inicialmente deu-se por força do direito 7213

escravagista; depois, feudal; finalmente burguês ou capitalista, acompanhando o desenvolvimento das forças produtivas que vão fazendo história. Hoje, pode-se ver uma diferença entre o fato social e o Direito, uma vez que o primeiro é dinâmico e multifacetado e o segundo, conservador, consegue abrigar em sua "proteção" somente parte das relações sociais. Nesse sentido, faz-se necessário um aperfeiçoamento do Direito frente à evolução da sociedade, cujas bases devem pautar-se na democracia, na solidariedade e no respeito à dignidade das pessoas. Verifica-se que o Direito é ao mesmo tempo causa e efeito das relações sociais, visto que se configura em si como um fenômeno social; e não é determinado por si próprio ou a partir de normas ou princípios superiores abstratos, mas por sua referência à sociedade como fenômeno social que produz. Por fim, é necessário insistir sobre o fato de que Marx defendeu a tese segundo a qual a evolução econômica é ponto de partida para o desenvolvimento político, jurídico, filosófico, religioso, literário etc., mas também afirmou que a base econômica não é causa única do complexo processo de mudança social, uma vez que todas as evoluções encontram-se umbilicalmente ligadas, reagindo umas sobre as outras. Revelou que a vida econômica não é mais do que uma parte integrante da vida social e que a nossa representação do que se passa na vida econômica é falseada precisamente na medida em que não percebemos que atrás do capital, da mercadoria, do valor, dos preços, da distribuição dos bens se esconde a sociedade dos homens que nela participam que serão a posteriori pelo direito regulados e, em certa medida, alienados. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Marx mostrou-se um estudioso com inigualável atitude crítica, empenhando-se, sem preconceitos, a reconstruir idéias preexistentes. Inicialmente influenciado pela filosofia de Hegel, diferenciou-se dos demais jovens hegelianos na medida em que soube aproveitar dos conhecimentos obtidos tirando suas próprias conclusões e acrescentando o que lhe surgira como necessário. O mesmo pode ser dito sobre as influências recebidas do materialismo de Feuerbach, do socialismo utópico francês e da economia política clássica britânica. Mostrou-se preocupado com a estrutura social de sua época, e todos os seus conhecimentos foram voltados para uma melhor compreensão da sociedade a fim de transformá-la. A única maneira de modificá-la seria por meio de uma revolução promovida pela classe proletária, que retiraria os meios de produção das mãos da classe dominante, pondo fim ao processo de estranhamento que toma dos trabalhadores a posse da própria vida, chegando-se futuramente ao socialismo. O Direito, segundo ele, não seria meio de transformação, mas de ocultamento dos conflitos, para que os trabalhadores não promovessem revoluções. 7214

6. REFERÊNCIAS ANTUNES, Ricardo. Trabalho e estranhamento. In:. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2003, p. 123-136. BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. COUTINHO, Carlos Nelson. Notas sobre cidadania e modernidade. Revista Ágora: Políticas Públicas e Serviço Social, Ano 2, n.3, dezembro de 2005, s/p. Disponível em: <www.assistentesocial.com.br/agora3/coutinho.doc >. Consulta em: 28 jul. 2008. FERREIRA, Éder; ARANTES, Mariana Furtado; QUERINO, Rosimar Alves. Materialismo histórico-dialético I: Produção e reprodução social uma leitura do trabalho como categoria ontológica. In: ABRÃO, Maria Bárbara Soares e. Serviço Social: Etapa 01. v.3. Uberaba: UNIUBE, 2008, p. 11-29.. Materialismo histórico-dialético II: Luta de classes e revolução social - contribuições marxianas para a crítica e a superação da sociedade capitalista. In: ABRÃO, Maria Bárbara Soares e. Serviço Social: Etapa 02. v.2. Uberaba: UNIUBE, 2008, p. 18-33. LESSA, Sérgio. O processo de produção e reprodução social: trabalho e sociabilidade. In: Capacitação em Serviço Social e Política Social: reprodução social, trabalho e Serviço Social, Mód.2. Brasília: CFESS/ABEPSS/CEAD-UnB, 1999, p. 19-34. LUKÁCS, György. O jovem Marx, sua evolução filosófica de 1840 a 1844. In:. O jovem Marx e outros escritos de filosofia. Rio de Janeiro: EDUFRJ, 2007, p.89-120. 7215

LUNA, Sérgio Vasconcelos de. Planejamento de pesquisa: uma introdução. São Paulo: EDUC, 2002 MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2004.. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1983.. Para a crítica da Economia Política. Tradução de Edgar Malagodi. São Paulo: Nova Cultura, 1999. (Coleção Os Pensadores ) NETTO, José Paulo e BRAZ, Marcelo. Economia política: uma introdução. São Paulo: Cortez, 2006. [1] Proclamação da República na França. [2] Alienação segundo Marx é a ação ou estado em que o homem se torna ou permanece alheio ao produto do seu trabalho, à natureza em que vive, a outros seres e à si mesmo. [3] A Ideologia Alemã é uma crítica aos "jovens hegelianos", principalmente a Ludwig Feuerbach, produtor de uma ideologia alemã conservadora. A despeito de seu interesse, não encontrou editor e ficou abandonada, como disseram mais tarde seus autores, a crítica roedora dos ratos. 7216